O presidente Jair Bolsonaro afirma, em live nas redes sociais, que defenderá o marco temporal de 1988 para a demarcação de terras indígenas [1] em seu discurso na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), no dia 21/09 [veja aqui], por representar um risco para segurança alimentar [2]. O marco temporal está em análise pelo Supremo Tribunal Federal [3] e trata-se da criação de um critério para que indígenas reivindiquem demarcações de terras [4], sendo criticada por especialistas, por consolidar invasões e violações anteriores à promulgação da Constituição Federal de 1988 [5]. Em outra ocasião, o presidente mentiu e afirmou que, caso o STF decidisse de forma contrária, seria o ‘fim do agronegócio’ no país [veja aqui] [6]. Durante o discurso, Bolsonaro não cita especificamente o marco temporal, mas afirma que não há razão para demarcações territoriais e defende atividades de extração nas terras indígenas [7]. Recentemente a Fundação Nacional do índio (Funai) passou a defender o marco temporal [veja aqui] e Indígenas que protestavam contra o critério foram duramente reprimidos pela Polícia Militar [veja aqui]. Bolsonaro é alvo de representações no Tribunal Penal Internacional pelos crimes de genocídio e contra humanidade por implementar políticas predatórias contra indígenas [veja aqui] [veja aqui]. O governo de Bolsonaro foi apontado, pelo TCU, como responsável pelo desmatamento e queimadas da Amazônia [veja aqui], que é o maior desde 2012 [veja aqui], sendo que o mês de agosto foi o mais desmatado em dez anos [8], convergindo com entraves na fiscalização ambiental [veja aqui], exploração de atividades econômicas em áreas de proteção ambiental [veja aqui] e a alta recorde de pedidos de mineração em terras indígenas .
Entenda mais sobre o impacto nas terras indígenas na definição do marco temporal e o como Bolsonaro tenta convencer o mundo de que não há problemas ambientais no Brasil e minimizar o impacto negativo.