Tipo de Poder
Poder Informal
Esfera
Executivo
Nível
Federal

Bolsonaro diz que não se vacinará contra a covid-19

Tema(s)
Negacionismo, Saúde
Medidas de estoque autoritário
Construção de inimigos

O presidente da República, Jair Bolsonaro, declara que decidiu não tomar a vacina contra a covid-19 porque a imunização dele ‘está lá em cima’, durante entrevista [1]. Ele justifica sua posição ao dizer que está analisando novos estudos sobre a vacinação e que para ele ‘não teria cabimento’ [2]. Bolsonaro ainda compara a vacinação de pessoas que já contraíram a covid-19, ao fato de ‘jogar na loteria R$10 para ganhar R$2’ [3]. Anteriormente, Bolsonaro havia afirmado que iria decidir sobre a sua vacinação, apenas após o “ultimo brasileiro ser vacinado” [4]. Vale ressaltar que o presidente foi o único dos lideres do G20 na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) que não havia tomado o imunizante [5] [veja aqui]. Bolsonaro ao decidir não se vacinar sob argumento de que já está imune por ter contraído a infecção viral anteriormente, se opõe aos pareceres do Ministério da Saúde [6] e do Centro de Prevenção e Controle de Doenças dos Estados Unidos (EUA) [7], visto que eles orientam que todos devem se vacinar, mesmo aqueles que já tenham se infectado [8]. Especialistas alertam para os perigos da afirmação de que a imunização natural é mais benéfica e melhor do que a imunização causada pelas vacinas, porque os anticorpos gerados pela infecção viral variam de acordo com cada caso e porque uma grande parcela populacional é acometida por intercorrências e complicações que necessitam de hospitalizações e intubações [9]. Além disso, especialistas apontam para a segurança e padronização de resultados gerados pela imunização vacinal, dado que são frutos de estudos rigorosos e eficazes [10]. Segundo infectologista, a vacina reduz em 11 vezes o risco de possíveis internações e de óbito por covid-19 [11]. A recusa de Bolsonaro em se vacinar soma-se ao movimento reiterado do presidente em deslegitimar a imunização e descredibilizar a eficácia e a segurança das vacinas; desde o início da pandemia, Bolsonaro desautorizou a compra do imunizante da Coronavac [veja aqui], descartou a importância da vacinação [veja aqui] [veja aqui] e sugeriu que a vacina da Pfizer é perigosa [veja aqui]. O início da campanha vacinal no Brasil foi marcado por dificuldades na logística de distribuição dos imunizantes [veja aqui] e por escassez de vacinas [veja aqui] [veja aqui], além disso foi apurado que o governo Bolsonaro atrasou a compra dos imunizantes da Pfizer, diante das várias ofertas da farmacêutica ao país [veja aqui] [veja aqui].

Leia sobre como Bolsonaro atacou e descredibilizou vacinação no país e sobre como o avanço da imunização no Brasil atuou na diminuição de novas mortes por covid-19.

13 out 2021
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