Tipo de Poder
Poder Formal
Esfera
Executivo
Nível
Federal

Bolsonaro determina que Polícia Rodoviária Federal aborde mulher que o xingou

Tema(s)
Posicionamento político, Segurança pública
Medidas de estoque autoritário
Legitimação da violência e do vigilantismo

Jair Bolsonaro determina a abordagem de mulher que o xingou à Polícia Rodoviária Federal (PRF) [1]. O presidente estava com sua comitiva acenando à margem de uma rodovia no Rio de Janeiro quando a passageira de um dos veículos que passavam ‘proferiu palavras de baixo calão e xingamentos’, segundo a polícia [2]. Após a ordem de Bolsonaro, a mulher é detida pela PRF e levada à delegacia, onde é autuada pelo crime de injúria contra o presidente da República [3]. Os advogados da mulher lançam nota em que dizem que o xingamento foi uma ‘expressão de indignação’ e que ‘ela está muito apreensiva e temerosa devido à repercussão do caso, sobretudo porque lhe foram atribuídas palavras que ela nunca mencionou’ [4]. Especialistas consideram anormal a detenção e que ela pode configurar abuso de autoridade, afirmando que ‘xingamento não é a forma mais civilizada de conviver, mas não leva alguém à delegacia pela prática de crime’ [5]. Esta não é a primeira detenção por críticas a Bolsonaro: em 12/2020, o advogado criminalista Marcelo Feller foi intimado pela Polícia Federal (PF) a depor em inquérito criminal instaurado a pedido do então Ministro da Justiça, André Mendonça, por críticas ao Presidente em programa de televisão [veja aqui]; Guilherme Boulos, ex-candidato a prefeitura de São Paulo também foi intimado, em 04/2021, a depor por suposta ameaça a Bolsonaro [veja aqui]; e, em 03/2021, um jovem foi preso em sua residência por policiais militares, após publicação fazendo menção à ida do presidente a cidade de Uberlândia (MG) [veja aqui]. Em todos os casos, os envolvidos foram acusados de violar a Lei de Segurança Nacional (LSN), resquício da ditadura e revogada em 09/2021 [6].

27 nov 2021
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