O número de autuações ambientais durante o governo Bolsonaro é o menor registrado em 20 anos enquanto o desmatamento segue batendo recordes [1] [2]. Segundo apuração, em 2019, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) registrou 12.375 multas [3]. Em 2020, esse número ficou em 11.064 [4]. Neste ano, até setembro, foram emitidas 9.182 multas [5]. Nos anos 2000 a 2010, por outro lado, o órgão ambiental emitia entre 20 mil e 25 mil autos de infração por ano, em média [6]. A redução das fiscalizações é resultado do progressivo processo de sucateamento dos órgãos de controle ambientais: nos últimos anos, o orçamento para fiscalização ambiental no Ibama e ICMBio reduziu em mais de 100 milhões [veja aqui] [veja aqui], e o governo estuda fusão entre os órgãos [veja aqui]. O Ibama sofre com o enfraquecimento da fiscalização ambiental [veja aqui], em decorrência de mudança nas regras de aplicação de multas [veja aqui] e menor contingente de fiscais desde 1989 [veja aqui]. O orçamento do MMA de 2021 é o menor do século XXI [veja aqui] e a pasta já anunciou a suspensão de todas as operações de combate ao desmatamento e queimadas sob justificativa de corte orçamentário, mas horas depois voltou atrás [veja aqui]. Vale lembrar também que o pagamento de multas ambientais caiu 93% nos primeiros anos do governo Bolsonaro, se comparado aos anos anteriores [veja aqui]. Esses números se contrapõem à postura do governo federal durante a Cúpula do Clima (COP-26), onde autoridades brasileiras têm feitos promessas de reduzir emissões de gases de efeito estufa [veja aqui] [veja aqui].
Leia sobre a relação do desmonte dos órgãos ambientais e o aumento das queimadas e do desmatamento.