Apuração jornalística desta data aponta que documentos enviados pelo Ministério da Justiça à Câmara dos Deputados mostram que a Abin inspecionou o Inep [1]. A inspeção ocorreu antes da crise que levou a 37 pedidos de exoneração de funcionários do órgão, às vésperas da prova do Enem de 2021 [2].Os pedidos de exoneração ocorreram após servidores fazerem denúncias relacionadas àa fragilidade técnica e administrativa da gestão do Inep, à pressão psicológica e à vigilância velada durante a elaboração do exame, especialmente para que fossem evitadas questões que pudessem incomodar o governo Bolsonaro, tais como perguntas contendo ‘ideologia de gênero’ [veja aqui]. Após as denúncias de monitoramento do Inep pela Abin e a partir da denúncia de servidores de que o local de conferência das provas foi acessado por um policial federal, o Deputado Federal Alessandro Molon (PSB-RJ) pede explicações ao Ministério da Justiça sobre o motivo da entrada do policial, bem como sobre quem o autorizou e quais atos foram praticados por ele [3]. Em resposta ao pedido do deputado, o delegado da Polícia Federal, Eduardo Assis, assegura que o policial federal apenas ‘verificou se o ambiente possuía condições mínimas de seguranças’ e ressaltou que ‘não houve acesso ou sequer pedido de acesso às provas’ [4]. Após o incidente, a presidência do Inep impôs sigilo sobre o processo interno que permitiu a entrada do policial federal no órgão [veja aqui].
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