O senador e líder do governo Bolsonaro no Congresso Nacional, Eduardo Gomes (PL-TO), reforça o discurso do presidente da República de planos para mudança nos critérios de escolha dos ministros do Supremo Tribunal Federal [1]. Gomes diz não acreditar na possibilidade de impeachment, mas fala sobre fortes movimentações para a alteração de alguns campos, como tempo de mandato e composição do Supremo [2]. Além disso, Bolsonaro afirma se preocupar mais com as duas vagas abertas no Tribunal do que propriamente com as eleições [3]. Vale lembrar que já foram indicados, nessa gestão, Kassio Nunes Marques e André Mendonça, sendo que, no próximo ano, mais duas novas vagas estarão abertas com a saída de Rosa Weber e Ricardo Lewandowiski [4]. Bolsonaro já havia se referido a Mendonça como “terrivelmente evangélico” e, ainda, solicitou que ele introduzisse as reuniões do Supremo com orações [veja aqui]. Além disso, o presidente da República também chegou a afirmar que teria 10% de si com o ministro agora integrando o Tribunal [veja aqui], sendo que já havia feito pronunciamento similar ao afirmar que com a presença de Mendonça ele teria 20% daquilo que gostaria que fosse aprovado no Supremo [veja aqui]. Dentro da onda de mudanças, o senador também menciona uma possível revisão da PEC da Bengala, projeto de lei responsável por fixar em 70 anos a idade para aposentadoria compulsória de servidores públicos [5]. Vale lembrar que não é a primeira vez que o governo traz a questão de indicações e seus critérios como forma de centralização de uma ideologia de governo. Em outubro de 2021, o presidente já havia falado que, se reeleito, exerceria nomeações para promover um tribunal alinhado à política de sua gestão [veja aqui]. Ainda nessa linha, é importante salientar que Nunes vem apresentando diversas opiniões contrárias às dos demais ministros, se alinhando às pautas do chefe do Executivo, como em relação ao voto impresso, à realização de cultos presenciais durante a pandemia de covid-19, bem como à promoção de perseguições a opositores do governo [veja aqui].