Parlamentares continuam ocultando informações de repasses do chamado orçamento secreto [veja aqui], apesar de decisão [1]. De acordo com os dados do site do Congresso Nacional, foram destinados R$ 4,3 bilhões em indicações, valor muito abaixo dos R$ 6,6 bilhões reservados para emendas de relator-geral no período entre 13 e 31 de dezembro [2]. Além disso, em 48% dos casos não há informação sobre os congressistas que realizaram os pedidos [3]. Sem indicar os políticos responsáveis, nem os critérios que adotou para aprovar os pedidos, o relator-geral do orçamento, senador Márcio Bittar (PSL-AC), apenas listou como autores prefeitos, vereadores, representantes de entidades sem fins lucrativos e pessoas sem cargo público, os quais representam quase metade das indicações [4]. Como maiores beneficiários dos repasses estão o Partido Progressista (PP), ao qual pertencem o presidente da Câmara, Arthur Lira (AL), e o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira; seguido pelo Partido Social Liberal (PSL), que abriga o relator-geral do Orçamento; e o Partido Social Democrático (PSD), sigla do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (MG), cujo nome não aparece nos documentos [5][6]. Além do Congresso, os Ministérios da Saúde, Educação, Ciência e Tecnologia, Cidadania e Agricultura, que mais receberam verbas do orçamento secreto em 2021 [7], não divulgaram as informações sobre repasses do governo, descumprindo decreto presidencial [id ref=5448] [8]. Segundo especialistas, a falta de transparência ‘demonstra a captura do orçamento público para atender tão somente a curto prazo os que almejam se reeleger a qualquer custo [9].
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