Tipo de Poder
Poder Informal
Esfera
Executivo
Nível
Federal

Presidente da Fundação Palmares culpa vítima pela própria morte e diz que foi ’vagabundo morto por vagabundos mais fortes’

Tema(s)
Raça e etnia, Trabalho
Medidas de estoque autoritário
Ataque a pluralismo e minorias

Sérgio Camargo, presidente da Fundação Palmares, diz em sua rede social que o congolês Moïse Mugenyi Kabagambe foi ‘vagabundo morto por vagabundos mais fortes’ [1]. O assassinato de Moïse ocorreu em um quiosque no Rio de Janeiro, em 24 de janeiro de 2022 quando o congolês cobrava o pagamento por dois dias trabalhados sem receber [2]. Camargo nega homenagem ao jovem, alegando que ele ‘andava e negociava com pessoas que não prestam’ e que ‘a cor da pele nada teve a ver com o brutal assassinato. Foram determinantes o modo de vida indigno e o contexto de selvageria no qual vivia e transitava’ [3]. Camargo escreve também que ‘Moïse foi morto por selvagens pretos e pardos – crime brutal. Mas isso não faz dele um mártir da luta antirracista nem um herói dos negros’ [4]. Houve repercursão de repúdio às postagens, como a do deputado Marcelo Freixo (PSB-RJ), alertando que acionará o Ministério Público [5]. O procurador da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil no Rio de Janeiro (OAB-RJ), Rodrigo Mondego, anuncia que abrirá um processo legal contra Camargo [6]. Atitudes que minimizam o racismo no Brasil já foram realizadas anteriormente por Camargo, como quando anunciou lançar ‘selo não racista’ para ‘restaurar a reputação’ de pessoas que foram ‘tachadas de racistas’ [veja aqui], ou quando disse que ‘movimento negro é ‘escória maldita’ [veja aqui].

12 fev 2022
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