Bolsonaro diz que Ministro da Saúde estuda rebaixar a classificação da pandemia de covid-19 para endemia [1]. Mesmo sem nenhum embasamento científico, o presidente afirma em suas redes sociais que ‘em virtude da melhora do cenário epidemiológico, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, estuda rebaixar para endemia a atual situação da covid-19 no Brasil [2]. O conceito de endemia, citado pelo presidente, considera a presença de uma doença de forma recorrente em uma determinada região, mas que não apresenta aumentos significativos no número de casos [3]. Na véspera do anúncio, o Brasil atingiu a marca de 650 mil mortes por covid-19, segundo o próprio Ministério da Saúde e registrou 30.995 novos casos da doença, elevando para 28.842.160 o total de casos desde o início da pandemia [4]. Especialistas criticaram o rebaixamento de classificação de pandemia para endemia e afirmam, ou que a mudança é uma decisão bastante complexa e que, diante do atual cenário, seria ‘arriscada’, ‘precipitada’ e de um ‘otimismo preguiçoso’ [5]. Caso de fato a situação do Brasil seja alterada para endemia, a covid-19 deixa de ser uma emergência sanitária e medidas como uso de máscaras, restrições, proibição de aglomerações e exigência do passaporte vacinal podem deixar de serem recomendadas [6]. Desde o início da pandemia Bolsonaro vem desacreditando medidas sanitárias [veja aqui] [veja aqui], o presidente já desautorizou a compra de vacinas [veja aqui], e estimulou a aglomeração da população [veja aqui] e defendeu a utilização de medicamentos contra a covid-19 de ineficácia comprovada [veja aqui].
Leia sobre as consequências da mudança de classificação de pandemia para endemia