O presidente Jair Bolsonaro, em encontro com líderes evangélicos no Palácio da Alvorada, afirma que irá dirigir a nação para o lado que eles desejarem [1]. Bolsonaro diz que ‘seria muito fácil estar do outro lado. Mas, como eu acredito em Deus, se fosse para estar do outro lado, nós não seríamos escolhidos. Eu falo ‘nós’ porque a responsabilidade é de todos nós. Eu dirijo a nação para o lado que os senhores assim o desejarem’ [2]. O encontro, que conta com a presença de 280 religiosos – sendo noventa deputados federais, 22 pastores e oito senadores – não tem uma justificativa definida, mas são registradas menções à reeleição de Bolsonaro [3]. Em seu discurso, o presidente fala também do episódio de facada que recebeu em 2018, dizendo que foi milagre ter sobrevivido e que ‘quem me tira daqui é somente Deus’ [4]. Outros atos do presidente já feriram o princípio da laicidade do Estado, como quando disse que ‘o Estado é laico, mas eu sou cristão’ [veja aqui] e quando indicou, em julho de 2021, pastor da Igreja Presbiteriana do Brasil, André Mendonça, ao cargo de ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), sob a justificativa de ser ‘terrivelmente evangélico’ [veja aqui]. Especialistas em educação apontaram também riscos à laicidade estatal quando o ministro Milton Ribeiro, escolhido por Bolsonaro, nomeou assessora do MEC que defende princípios biblicos na educação [veja aqui].
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