Tipo de Poder
Poder Formal
Esfera
Executivo
Nível
Federal

Bolsonaro critica imprensa por ter revelado irregularidades em processo de licitação do MEC

Tema(s)
Educação, Imprensa
Medidas de estoque autoritário
Construção de inimigos

O presidente Jair Bolsonaro (PL) critica a imprensa por noticiar uma licitação no âmbito do Ministério da Educação (MEC), preparada pelo governo federal, com risco de sobrepreço de mais de R$ 700 milhões [1]. O presidente ataca os jornalistas que revelaram o risco de sobrepreço na negociação e diz: ‘Ah, é fruto do jornalismo investigativo. Investigativo pipoca nenhuma, rapaz. Bando de sem-vergonha, jornalistas. Não investigam nada‘ e completa: ‘deixa a licitação acontecer pô’ [2]. Dias antes, durante evento promovido pelo Grupo Voto, Bolsonaro já havia atacado a imprensa pelas denúncias a respeito dos ônibus super faturados [veja aqui]. Na licitação em questão, o governo aceitou pagar até R$ 480 mil para adquirir ônibus escolares destinados a prefeituras que deveriam custar no máximo R$ 270,6 mil por unidade, usando recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) [3]. O órgão é presidido por Marcelo Ponte, que chegou ao cargo por indicação do ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP), considerado um dos ‘super-ministros’ de Bolsonaro [4]. A imprensa também revela que a FNDE atropelou as orientações do Tribunal de Contas da União (TCU) e da própria área técnica, que apontaram risco de sobrepreço nos valores dos ônibus [5]. O deputado Ivan Valente (PSOL-SP) protocolou pedidos no Ministério Público Federal do Distrito Federal e no Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União (TCU) para suspender a licitação e apurar a responsabilidade do presidente do FNDE, Marcelo Ponte, e do diretor da entidade, Garigham Amarante [6].

Leia sobre o superfaturamento na licitação para a compra de ônibus pelo governo federal

07 abr 2022
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