Presidente da República, Jair Bolsonaro, afirma que fará auditoria privada das eleições e ameaça que os resultados podem colocar o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e seus ministros em ‘situação bastante complicada [1]. Apurações jornalísticas apontam, contudo, que, segundo análise de ministros do TSE, a auditoria é ‘inviável’ [2] e que o Partido Liberal (PL), que abriga o presidente, tem encontrado impedimentos legais para promover a auditoria proposta [3]. A fala é realizada na mesma data em que o general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, ministro da Defesa, pede ao TSE a divulgação dos questionamentos sobre as eleições formulados pelas Forças Armadas [4]. Vale lembrar que Bolsonaro tem defendido a participação das Forças Armadas no processo eleitoral, principalmente na apuração final dos votos, que ocorre no dia das eleições [veja aqui][veja aqui]. O presidente acumula diversos eventos de rejeição ao sistema eleitoral, principalmente de ataque às urnas eletrônicas e de defesa do voto impresso [veja aqui]: em março de 2020, voltou a acusar fraude nas eleições de 2018, mas sem apresentar provas [veja aqui]; em maio de 2021, o presidente chegou a dizer que não haveria eleições em 2022 caso não houvesse voto impresso [veja aqui]; em fevereiro de 2022, disse que o ‘sistema eleitoral brasileiro não é da confiança de todos’ e que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) estava evitando dar respostas [veja aqui].