Tipo de Poder
Poder Informal
Esfera
Executivo
Nível
Federal

Bolsonaro ataca novamente o Tribunal Superior Eleitoral

Tema(s)
Conflito de poderes, Eleições
Medidas de estoque autoritário
Construção de inimigos

Presidente da República, Jair Bolsonaro, afirma, em live nas redes sociais, que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) tem adotado ‘medidas arbitrárias contra Estado Democrático de Direito’ [1]. Na fala, Bolsonaro também repercute o fato de o TSE ter ganho o prêmio ‘Faz a Diferença’ ironizando que: ‘O TSE é uma maravilha’ [2], além de criticar o tribunal por convidar observadores internacionais para acompanhar as eleições presidenciais [3]. O presidente ainda elogia decisão do ministro Kássio Nunes Marques, indicado por ele ao Supremo Tribunal Federal (STF), que suspendeu a decisão do TSE de cassar o mandato do deputado estadual Fernando Franscischini (União Brasil-PR) [4], condenado por difundir notícias falsas durante as eleições municipais e estaduais de 2018 [veja aqui]. O episódio faz parte de uma série de ofensivas ao sistema eleitoral e às pesquisas de intenção de voto, perpetradas pelo presidente e apoiadores durante todo o mandato [veja aqui][veja aqui]. Vale lembrar que Bolsonaro já ameaçou interromper as eleições de 2022 se não fosse adotado o voto impresso [veja aqui][veja aqui], bem como já defendeu outras medidas de interferência nas eleições de 2022, como a participação dos militares no processo eleitoral [veja aqui].

02 jun 2022
 
Tipo de Poder
Poder Informal
Esfera
Executivo
Nível
Federal

Em motociata, Bolsonaro conovoca seus apoiadores diz que ‘se precisar, iremos à guerra’ pela liberdade

Tema(s)
Posicionamento político, Segurança pública
Medidas de estoque autoritário
Legitimação da violência e do vigilantismo

O presidente da República, Jair Bolsonaro, declara em evento no Paraná que ‘se precisar, iremos à guerra’ [1]. A declaração ocorre em Umuarama (PR) em visita a um trecho da BR-487, ocasião na qual Bolsonaro discursa para eleitores [2]. No discurso, o presidente aponta uma ‘nova classe’ de ladrões no país e pede prontidão aos seus apoiadores: ‘não mais os ladrões de dinheiro do passado, surgiu uma nova classe de ladrão: aqueles que querem roubar a nossa liberdade. Peço para que vocês cada vez mais se interessem por esse assunto. Se precisar, iremos à guerra, mas quero um povo ao meu lado consciente do que está fazendo e por quem está lutando’ [3]. Para finalizar o evento, Bolsonaro também lança críticas aos ministros do Supremo Tribunal Federal, tema recorrente em sua campanha eleitoralm: ‘e termino dizendo que poucos naquela Praça dos Três Poderes podem muito, mas nenhum dele pode tudo. A nossa liberdade não tem preço, e parece que alguns não querem entender’ [4]. Após o fim do comício, Bolsonaro participa de uma motociata junto com o deputado e líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR) [5]. Ambos, ocupantes de cargos públicos, andam na mesma moto, sem capacete, equipamento obrigatório para pilotar motocicleta [6]. Vale lembrar que Bolsonaro já ameaçou as instituições democráticas em outras ocasiões neste ano, por exemplo, em fevereiro [veja aqui] [veja aqui], disse que o ‘sistema eleitoral brasileiro não é da confiança de todos’ e que cabe às Forças Armadas ‘decidir se o povo vai viver em uma democracia ou ditadura ‘ [veja aqui]; em maio [veja aqui] ameaça o TSE e seus ministros afirmando que resultados das eleições podem colocá-los em ‘situação bastante complicada’ [veja aqui] e defendeu o uso de armas para preservar a democracia [veja aqui]; em junho, quando disse que ‘não podemos fazer eleições com suspeições’ se referindo às urnas eletrônicas [veja aqui].

03 jun 2022
 
Tipo de Poder
Poder Informal
Esfera
Executivo
Nível
Federal

Bolsonaro mente sobre o uso das urnas eletrônicas e ataca ministros do Supremo Tribunal Federal

Tema(s)
Conflito de poderes, Eleições
Medidas de estoque autoritário
Construção de inimigos

Presidente Jair Bolsonaro (PL) critica o sistema eleitoral brasileiro, sugerindo haver ‘algo esquisito lá dentro’ e questiona porque só ‘Brasil, Bangladesh e Butão’ faz uso do sistema eletrônico [1]. A informação, contudo, já foi desmentida oficialmente pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que afirma que ’23 países usam urnas com tecnologia eletrônica para eleições gerais e outros 18 as utilizam em pleitos regionais’ [2]. Na entrevista, Bolsonaro também se nega a responder se aceitaria o resultado das eleições presidenciais, afirma que ‘dá tempo ainda de ter eleições limpas’ e ataca ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) por quererem ‘botar a esquerda no poder novamente’ [3]. O presidente ainda critica a decisão que cassou o mandato do deputado estadual Fernando Francischini (União Brasil-PR) [4], condenado por difundir notícias falsas durante as eleições municipais e estaduais de 2018 [veja aqui]. O episódio faz parte de uma série de ofensivas ao sistema eleitoral e às pesquisas de intenção de voto, perpetradas pelo presidente e apoiadores durante todo o mandato [veja aqui][veja aqui]. Vale lembrar que Bolsonaro já ameaçou interromper as eleições de 2022 se não fosse adotado o voto impresso [veja aqui][veja aqui], bem como já defendeu outras medidas de interferência nas eleições de 2022, como a participação dos militares no processo eleitoral [veja aqui].

07 jun 2022
 
Tipo de Poder
Poder Formal
Esfera
Executivo
Nível
Federal

Ministério da Saúde edita cartilha que afirma que ‘todo aborto é crime’

Tema(s)
Gênero e orientação sexual, Informação
Medidas de estoque autoritário
Ataque a pluralismo e minorias

Segundo apuração jornalística publicada nesta data, o Ministério da Saúde (MS) disponibilizou em sua biblioteca virtual e no site da Secretaria de Atenção Primária à Saúde cartilha entitulada ‘Atenção Técnica para Prevenção, Avaliação e Conduta nos Casos de Abortamento’, a qual que afirma que ‘todo aborto é um crime’ e que sugere uma investigação policial para os procedimentos feitos nos casos de excludente de ilicitude [1]. O manual, que serve como diretriz aos profissionais do Sistema Único de Saúde (SUS), aponta o secretário nacional de Atenção Primária, Raphael Câmara, como ‘editor geral’ do documento [2]. Segundo especialista, a negação da existência do aborto legal pela cartilha é ‘um argumento retórico muito torto para justificar a carga de moralidade em cima dessas condutas’, pois a negativa não condiz com o conteúdo da legislação, a qual garante que procedimento não é crime em três hipóteses: no caso de risco de morte materna, em casos de estupro e em caso de feto anencefálico [3]. Vale lembrar que a defesa da investigação policial em casos de aborto por estupro remete a uma portaria do Ministério da Saúde, editada em 09/2020 e ainda em vigor, a qual exige a notificação do estupro à autoridade policial em caso de atendimento de saúde à vítima [veja aqui]. Em 15/06, a organização Milhas pela Vida das Mulheres protocola requerimento para que o Ministério Público Federal (MPF) investigue e denuncie o caso, justificando que o MS ‘tem criado bombas que são absolutamente inconstitucionais e inaplicáveis, com o objetivo de gerar medo. Nossa ideia, com o pedido ao MPF, foi de reagir a isso legalmente já que, na prática, essa cartilha empurra mulheres para a clandestinidade’ [4]. Em decorrência do pedido, o ministro Edson Fachin, relator da ação no Supremo Tribunal Federal (STF), solicita ao governo federal maiores informações sobre o documento, sob o fundamento de existir um aparente ‘padrão de violação sistemática do direito das mulheres’ [5]. Em 09/09, o MS edita nova versão do documento, a qual deixa de negar a existência do aborto legal, mas relativiza riscos da gravidez na adolescência, o que vai contra a visão de médicos especialistas [6]. A nova edição do documento é lançada dias após mobilização social para impedir que uma garota de 11 anos, vítima de estupro, realizasse o procedimento abortivo [7]. O governo federal já agiu anteriormente contra a autonomia feminina, como quando baixou o decreto que defende ‘direito à vida desde a concepção’ [veja aqui], bem como quando o Brasil, representado pela ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves, assinou declaração internacional contra o aborto [veja aqui].

Leia mais sobre aborto legal no Brasil

08 jun 2022
 
Tipo de Poder
Poder Informal
Esfera
Executivo
Nível
Federal

Bolsonaro defende descumprimento de decisão do STF sobre marco tempora e ataca ministros da Corte

Tema(s)
Conflito de poderes, Povos indígenas
Medidas de estoque autoritário
Construção de inimigos

O presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), sugere, em discurso a empresários, que poderá não cumprir decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) acerca do marco temporal para demarcação de terras indígenas [1]. A tese do marco temporal, que está com julgamento pendente no STF, prevê que as populações indígenas só tenham direito à demarcação de terras ocupadas na data da promulgação da Constituição, em 5 de outubro de 1988 [2]. Segundo Bolsonaro, caso não reconhecida a tese do marco temporal, o território nacional demarcado por terras indígenas no país seria equivalente às regiões Sudeste e Sul [3]. Na fala, Bolsonaro ainda ataca o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e ministro do STF, Edson Fachin, a quem acusa de perseguir deputados bolsonaristas, além de defender a suspeição do juiz para julgar a tese, visto já ter sido advogado Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MTST) e ter anulado as condenações impostas ao ex-presidente Lula (PT) [4]. Na mesma data, em discurso no Palácio do Planalto, Bolsonaro volta a associar uma eventual rejeição da tese do marco temporal com o fim do agronegócio e o aumento da insegurança alimentar no país [5][veja aqui]. Vale lembrar que Bolsonaro paralisou as demarcações em seu governo [veja aqui] e desestruturou órgãos de fiscalização ambiental [veja aqui], além de ser crítico das multas ambientais e defensor do garimpo em terras indígenas [veja aqui].

08 jun 2022
 
Tipo de Poder
Poder Informal
Esfera
Executivo
Nível
Federal

Bolsonaro defende a participação das nas eleições como ‘último obstáculo contra o socialismo’

Tema(s)
Conflito de poderes, Eleições, Forças Armadas
Medidas de estoque autoritário
Construção de inimigos

O presidente da República, Jair Bolsonaro, defende a participação das Forças Armadas (FA) nas eleições deste ano e diz que ‘aqui no Brasil são o último obstáculo para o socialismo‘ [1]. Bolsonaro defende que a politização entre os militares é positiva e volta a criticar o ministro Edson Fachin, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), onde alega que foi ele quem permitiu que o ex-presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, concorresse nas eleições de 2022 e acrescenta que o tribunal deveria seguir sugestões das Forças Armadas [2]. O presidente já criticou o posicionamento do ministro, em dezembro de 2021, sobre o debate do marco temporal para a demarcação de terras indígenas, alegando que Fachin era ‘trotskista’ e contra o agronegócio [veja aqui]. Em 2019, durante cerimonia de formatura no Instituto Militar de Engenharia (IME), o presidente reafirmou a mesma fala sobre as FAs [3] e a reforçou em 2021, onde acrescentou que ‘quem decide se o povo vai viver em uma democracia ou ditadura são as suas forças armadas’ [veja aqui].

12 jun 2022
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