Brasil perde 16.557km² de sua vegetação nativa no ano de 2021, aumento de 20% em relação a 2020 [1]. Segundo o Relatório Anual de Desmatamento no Brasil (RAD), publicado em julho de 2022, a destruição em todos os biomas em 2021 corresponde a 11 vezes a cidade de São Paulo [2]. O bioma mais afetado foi a Floresta Amazônica, que concentrou 59% da área desmatada em 2021 [3]. Em segundo lugar na lista aparece o cerrado, com cerca de 500 mil hectares desmatados, bioma que concentrou 30,2% do desmatamento [4]. Em seguida aparecem a Caatinga (7%), a Mata Atlântica (1,8%), o Pantanal (1,7%) e o Pampa (0,1%) [5]. Especialistas afirmam que o principal problema é a falta de fiscalização pois ‘os governos precisam fazer valer a Lei da Mata Atlântica e garantir o desmatamento ilegal zero por meio do combate às derrubadas não autorizadas’ [6]. O número de autuações ambientais durante o governo Bolsonaro é o menor registrado em 20 anos, enquanto o desmatamento segue batendo recordes [veja aqui]. Nesta data, o Instituto do Homem e do Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) lança relatório que evidencia o aumento do desmatamento e da grilagem de terras em razão de estímulos do governo federal e governos estaduais [veja aqui]. Também nesta data, sessenta e uma entidades não governamentais do Brasil enviam carta ao secretário-geral da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), Mathias Cormann, denunciando as políticas ambientais do governo federal [veja aqui]. Em setembro de 2021, organizações da sociedade civil denunciaram o presidente Jair Bolsonaro na Organização das Nações Unidas (ONU), por conta do desmonte da política ambiental [veja aqui].
Leia sobre os recordes de desmatamento no Brasil
Bolsonaro convoca embaixadores de pelo menos 40 países ao Palácio da Alvorada para atacar o sistema eleitoral [1]. Com o pretexto de debater o sistema eleitoral brasileiro, o presidente realiza uma reunião e repete a embaixadores de diversos países, teorias da conspiração que ele costuma sustentar em suas lives na internet [2] [veja aqui]. No encontro, Bolsonaro destaca que as suspeitas apresentadas por ele deveriam inviabilizar a realização de pleitos depois de 2018 e diz que ‘não poderíamos ter tido eleições de 2020, sem apuração total do que aconteceu lá dentro [se referindo ao Tribunal Superior Eleitoral – TSE), porque o sistema é completamente vulnerável [3]. O presidente relata também que o sistema utilizado no Brasil não permite auditoria, o que já foi desmentido pelo TSE [4]. As acusações feitas por Bolsonaro sobre a falta de segurança das urnas eletrônicas e a respeito do processo eleitoral vêm sendo desmentidas por agências de checagem e instituições oficiais, como o TSE e o Tribunal de Contas da União (TCU) [5]. Durante todo o mandato, Bolsonaro desacreditou o sistema eleitoral brasileiro, sem apresentar nenhuma prova sobre as supostas vulnerabilidades[veja aqui] [veja aqui]. Durante evento da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), o presidente do TSE, Edson Fachin, rebateu as acusações de Bolsonaro e classifica a fala do presidente como ‘grave acusação de fraude e má-fé’ [6]. Na avaliação do presidente da corte, esse tipo de declaração sobre as urnas tem o objetivo de ‘sequestrar’ a opinião pública e abalar a estabilidade política do país [7]. Em 30 de setembro, o TSE condena, por unanimidade, Bolsonaro ao pagamento de multa de R$ 20.000 por causa das declarações contra o sistema eleitoral, feitas durante a reunião com embaixadores [8].
Leia análise sobre a reunião de Bolsonaro com embaixadores para falar sobre sistema eleitoral
Uma operação policial contra grupo de criminosos deixa 18 mortos no Complexo do Alemão no Rio de Janeiro [1]. Além dos 16 integrantes da organização criminosa, outras duas pessoas foram mortas durante a ação, sendo elas Letícia Marinho Salles, de 50 anos, e o policial Bruno Paulo de Costa, de 38 anos, tendo alguns moradores apontado, inclusive, a invasão de residências pelos policiais [2]. O namorado de Letícia afirma que os agentes alvejaram o carro, que estava com os vidros abertos, mesmo após terem parado no sinal [3]. A ação foi considerada como a mais letal da comunidade e a quinta mais fatal do estado do Rio de Janeiro [4], já que, dois meses antes, outra operação deixou 25 mortos na Vila Cruzeiro [5]. O Ministério Público do estado do Rio de Janeiro (MPRJ) irá investigar a operação ocorrida no complexo relativa a denúncias recebidas pela ADPF (Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental) das favelas, um plantão instituído pelo Supremo Tribunal Federal (STF) que busca reduzir as mortes em ações policiais [6]. Além desse caso, vale lembrar que em junho de 2021, uma jovem grávida havia sido baleada em uma ação no Complexo do Lins [veja aqui] e, 4 meses depois, oito corpos foram encontrados após outra operação no Complexo do Salgueiro [veja aqui].
Conheça uma visão crítica acerca da segurança pública no Brasil
Com a flexibilização da legislação para adquirir o registro de CAC (caçador, atirador e colecionador), Exército aprova o certificado de posse de arma para um dos membros da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital) e o integrante da organização compra mais de 60 mil reais em armas [1]. A nota do Exército afirma que o suspeito conseguiu a aprovação com a autodeclaração de idoneidade e a certidão criminal do Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais para a análise, porém o sujeito tinha 16 processos em primeira instância que não foram apresentados, porque a certidão criminal era referente a processos de segunda instância [2]. Analistas dizem que essas flexibilizações deixam de impedir que pessoas criminosas consigam autorização para posse e são situações como essas que demonstram a fraqueza do controle militar sobre o processo do armamento civil [3]. Vale destacar outros movimentos do governo em prol do tema armamentista como: o aumento de posse de armas em 170% durante o governo Bolonaro [veja aqui] e a proposta pelo Ministério da Justiça de anistiar aqueles que possuem armas de fogo ilegal [veja aqui] .
O presidente da República, Jair Bolsonaro, convoca apoiadores para atos no bicentenário da Independência e profere ataques contra ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) [1]. Durante sua fala, Bolsonaro chama a população para ir às ruas ‘pela última vez’, afirma que a lei emana do povo e dos poderes Executivo e Legislativo, bem como se refere aos ministros da Corte como ‘surdos de capa preta’ [2]. Na mesma data, no ano anterior, o presidente já havia feito movimentações similares, momento no qual considerou que as manifestações seriam um ‘ultimato’ a ministros do Supremo [veja aqui] e afirmou, durante o ato na Avenida Paulista, que não seguiria as decisões de Alexandre de Moraes [veja aqui]. A situação foi amenizada após uma carta escrita pelo chefe do Executivo pedindo desculpas pelas falas e por meio de uma mediação promovida pelo ex-presidente Michel Temer entre Bolsonaro e Moraes [3][4]. Especialistas apontam que, durante os atos, Bolsonaro pode ter cometido crimes eleitorais ao utilizar o evento como ato de campanha, o que pode gerar desequilíbrio de forças entre os candidatos, apontam ‘O TSE verificará se houve a utilização de bens, recursos ou de serviço público com desvio de finalidade, ou seja, para indevido proveito eleitoral’ [5]. Além disso, ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) avaliaram que a postura do presidente, no dia 7 de setembro, foi mais pacífica que no ano anterior e com maior viés de campanha. Entretanto, criticam o silêncio do Ministério Público em relação a ataques contra a Corte, uma vez que Bolsonaro incitou oposição ao Supremo, criticou a investigação conduzida pelo ministro Alexandre de Moraes, ainda que não o tenha citado diretamente [6] e afirmou que ‘a história pode se repetir’, ao citar momentos de ruptura democrática, como o golpe militar de 1964 [veja aqui].
Leia análise sobre as repercussões do 7 de setembro nas eleições
“
Lindôra Araújo, vice-procuradora geral da República, pede o arquivamento de 70% dos inquéritos da CPI da covid que investigam a ação do governo federal durante a pandemia [1]. Araújo pede ao Supremo Tribunal Federal que sejam arquivadas 7 das 10 apurações preliminares que foram abertas com base no relatório final da CPI da covid-19 e que envolvem o presidente Jair Bolsonaro, ministros, ex-ministros e congressistas [2]. Os procedimentos investigavam a possível prática dos crimes de prevaricação, epidemia, charlatanismo, infração de medida sanitária preventiva e emprego irregular de verbas ou rendas públicas [3]. Além do arquivamento de uma apuração sobre suposta prevaricação do Ministro-Chefe da Controladoria-Geral da União, Wagner de Campos Rosário, quanto às apurações sobre irregularidades na negociação da compra da vacina indiana Covaxin [4]. Segundo apuração da imprensa, levando em conta só os inquéritos envolvendo Bolsonaro, a Procuradoria-Geral da República (PGR) arquivou outros 104 pedidos de investigação [5]. Especialistas apontam alinhamento injustificado da PGR com o governo federal, o que gera a consequente neutralização de um eixo legal para a responsabilização do presidente em casos onde o mandatário não age de acordo com as leis [veja aqui]. A blindagem da PGR ao presidente Jair Bolsonaro é um dos fatores que fez o Brasil perder posições no último Índice de Percepção da Corrupção (IPC), usado mundialmente para medir o nível de corrupção em diversos países, [veja aqui].
Leia sobre alinhamento da PGR com o presidente Jair Bolsonaro
Após flexibilização do governo Bolsonaro, licenças para a população civil adquirir pistolas crescem 170% [1]. A facilitação da compra de armas, uma das promessas de campanha do presidente, contribui para a emissão de 108 mil novos registros de pistolas pela Polícia Federal (PF) em 2021 [2]. Em 2018, antes da posse de Bolsonaro foram emitidas 40 mil licenças [2]. Até esta data, o governo federal editou 17 decretos, 19 portarias, duas resoluções, três instruções normativas que que relaxaram as regras de acesso a armas e munições para civis [3]. Além de estimular o cidadão a se armar, o governo Bolsonaro permite que a população tenha acesso a armas com maior potencial letal antes de uso exclusivos das forças de segurança [4]. Especialistas afirmam que retirar exclusividade do acesso a determinadas armas enfraquece a capacidade da polícia e do Exército de combaterem criminosos armados [5]. A medida dificulta também a investigação de eventuais desvios de munições pelas autoridades [6]. Em agosto de 2021, o presidente disse a apoiadores, durante conversa no Palácio da Alvorada, que todos os brasileiros tinham que comprar fuzis [veja aqui]. Na mesma linha das declarações do presidente, a atual gestão do governo federal vem adotando diversas medidas para flexibilizar as armas, como a elaboração de medida provisória que visa a anistiar quem possui armas de fogo irregulares [veja aqui].Estudo realizado pelo do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), aponta que a redução no número de homicídios no país entre 2019 e 2021, poderia ter sido ainda maior não fosse a política de liberação de armas de fogo e munições para a população civil durante o governo Bolsonaro [7].
Leia relatório sobre a política nacional de armas
Secretário nacional do Esporte, Marcelo Reis Magalhães, utiliza verba pública para passar feriados e fins de semana no Rio de Janeiro [1]. Desde que assumiu o cargo, Marcelo já gastou mais de R$ 332 mil com viagens, dessa quantia R$56 mil foram gastos com diárias em hotéis na cidade que Magalhães possui residência [2]. No total, foram 92 viagens pagas pelo governo, porém 82 sem registro na sua agenda pública e a maioria em períodos de fim de semana ou feriados prolongados [3]. O atual secretário entrou no lugar do general Décio Brasil e, segundo declarações do ex-funcionário, sua exoneração veio após negar o pedido do presidente Bolsonaro para incluir Magalhães na sua equipe [4]. Vale ressaltar que o atual secretário tem relações íntimas com a família Bolsonaro, por exemplo, foi padrinho de casamento do filho do presidente e atual senador Flávio Bolsonaro [5]. O Minstério da Cidadania, responsável pela pasta de esporte, afirma que as viagens se justificam pela necessidade de que o secretario esteja presente no Parque Olímpico da Barra [6]. O Ministério também afirma que o secretario deveria estar presente em eventos esportivos, porém estes compromisso não foram registrados em sua agenda oficial e de acesso público [7].
Em convenção do Partido Progressista (PP), o presidente Jair Bolsonaro critica a Carta em Defesa da Democracia que reúne juristas, banqueiros, empresários e artistas, organizado pela Faculdade de Direito da USP [1]. Bolsonaro diz que ‘não precisamos de nenhuma cartinha para falar que defendemos nossa democracia, para falar que cumprimos a Constituição, não precisamos de apoio ou sinalização de quem quer que seja para mostrar que nosso caminho é a democracia, a liberdade, o respeito à Constituição’ [2]. O evento acontece na Câmara dos Deputados e, apesar de o Congresso estar em recesso parlamentar, o auditório fica cheio, estando presente líderes do governo, como ministros, que reforçaram o clima de campanha eleitoral [3]. O documento, que não cita nominalmente o presidente, mas é citado por ele no discurso como ‘cartinha’, ressalta o perigo à normalidade democrática, realizando comparação dos ataques ao sistema eleitoral brasileiro ao dos Estados Unidos, quando ‘desvarios autoritários’ ocorreram [4]. O presidente já atacou anteriormente o sistema eleitoral [veja aqui]: em março de 2020, voltou a acusar fraude nas eleições de 2018, mas sem apresentar provas [veja aqui], voltando em novembro do mesmo ano a atacar o sistema fazendo paralelo com a derrota de Trump, admirado por ele, nos Estados Unidos [veja aqui]. Em maio de 2021, o presidente chegou a dizer que não haveria eleições em 2022 caso não houvesse voto impresso [veja aqui], além de ser antidemocrático recusando apurações de inquéritos contra ele [veja aqui]. O presidente afirmou. em fevereiro de 2022, que o ‘sistema eleitoral brasileiro não é da confiança de todos’ e que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) estava evitando dar respostas [veja aqui]. Bolsonaro também defende a participação das Forças Armadas nas eleições como ‘último obstáculo contra o socialismo’. [veja aqui].
Ouça podcast sobre o tema
O presidente da República, Jair Bolsonaro, outra vez defende o uso de remédios sem eficácia comprovada contra a covid-19 [1]. Em discurso no Conselho Federal de Medicina, o presidente afirmou ter tomado os remédios do chamado ‘tratamento precoce’ e que acredita que isso foi o que o fez ficar melhor da doença [2]. A declaração é dada dois dias após o pedido de arquivamento de parte da investigação promovida pela CPI da Covid, com a justificativa de que o chefe do Executivo acreditava sinceramente que os remédios eram preventivos à infecção [3]. Além de criticar os congressistas da CPI da Covid, o presidente já defendeu as pessoas que não queriam tomar a vacina e a liberdade cada um para escolher sobre a vacinação [veja aqui]. O presidente repete uma série de discursos para descreditar a vacinação [veja aqui] [veja aqui], principalmente infantil, que registrou atraso de entregas [red id = 5343], deixando inclusive de reconhecer a existência de mortes de crianças pela doença [veja aqui].
Leia mais sobre como o Conselho Federal de Medicina acatou o negacionismo do presidente Jair Bolsonaro sobre a covid-19
O delegado da Polícia Civil paulista, Paulo Bilynskyj, publica uma sequência de ações de treinamento de tiro, em que se refere à manifestação bolsonarista no próximo 07/09 [1]. A comemoração se refere ao bicentenário da independência do Brasil [2]. Nos vídeos, Bilynskyj declara que ‘não podemos deixar a esquerda voltar’, enquanto dispara tiros contra um alvo [3]. O delegado-geral da Polícia Civil de São Paulo, Osvaldo Nico Gonçalves, informa que a Corregedoria da corporação irá investigar a conduta de Bilynskyj [4]. Em um dos vídeos, a partir da pergunta de um seguidor: ‘o capitão já convocou para irmos às ruas, qual sua opinião sobre um possível ataque?’, responde ‘É fogo’, atirando e se escondendo atrás de um automóvel [5]. Em outro momento, o delegado divulgou uma ameaça ao ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva, mostrando ‘livros recheados’ com armas de fogo, em resposta a uma declaração do petista, segundo a qual clubes de tiro seriam transformados em clubes de leitura. Mostrando revólveres, diz em vídeo ‘Oi, Lula. A gente já começou o clube do livro no TZB, em Goiânia. A gente adora você, cara. Olha que livro bonito’ [6]. O delegado ficou conhecido no caso da morte de sua ex-namorada, quando ela deu 6 tiros em Paulo e depois se matou, sendo ciúmes a alegação do motivo da briga [7]. O bicentenário da Independência, ocasião citada pelo delegado, é marcado por manifestações em apoio a Bolsonaro e por falas antidemocráticas e de apologia à ditadura do presidente [veja aqui] [veja aqui]. Vale lembrar que durante o governo Bolsonaro, o número de armas com registro ultrapassou 1,3 milhão [veja aqui] e dobrou a quantidade de pistolas liberadas pela Polícia Federal (PF) [veja aqui]. Além disso, o próprio presidente já defendeu o uso de armas para preservar a democracia [veja aqui] e disse que ‘se precisar, iremos à guerra pela liberdade’ convocando seus apoiadores [veja aqui].
Bolsonaro volta a atacar o Supremo Tribunal Federal (STF) e seus ministros enquanto convoca seus seguidores para as manifestações e passeatas no 7 de setembro, dia da Independência do Brasil [1]. Além de declarações contra seu adversário na corrida da eleição presidencial, Bolsonaro diz que o STF o tirou o direito de governar na pandemia e que não fez nada de errado quantos às medidas de saúde pública na época [2]. No período, o presidente não só declarou abertamente apoio a remédios ineficazes contra a covid-19 [veja aqui], como também tomou medidas que destimulavam a vacinação [veja aqui] e promovia argumentos para as pessoas desconfiarem da procedência da vacina [veja aqui], além de atrasos na compra e na entrega das injeções [veja aqui]. Houve também outros ataques à Suprema Corte, alegando que a sua atuação é uma ‘ditadura das canetas’ [veja aqui], que seus membros fazem censura [veja aqui], além ofensas abertas aos ministros que a compõe [veja aqui] [veja aqui]. No 7 de setembro deste ano, Bolsonaro se vale de ato oficial e faz discurso de campanha, fala machista e ofende adversários [veja aqui] e diz que ‘a história pode se repetir’ ao citar momentos de ruptura democrática [veja aqui].
Segundo apuração desta data, cerca de 1,3 milhão de armas possuem registro vencido no Sistema Nacional de Armas (Sinarm), controlado pela Polícia Federal (PF) [1]. O armamento irregular na mão de civis é correspondente a 703 mil revólveres, 456 mil espingardas e 213 mil pistolas e a PF não sabe do paradeiro de tais armas [2]. Isso porque o registro tanto pode não ter sido renovado por esquecimento, como também pode significar furto e desvio para o crime, perdendo o paradeiro físico da arma [3]. Quando questionada, a PF não faz declarações [4]. Vale lembrar que, no âmbito das novas normas flexibilizadoras do acesso à armas, o prazo de renovação da licença, passou de 5 anos para 10 anos, com o governo de Jair Bolsonaro (PL) [5]. Além disso, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu que a posse ilegal de arma de fogo é uma irregularidade apenas administrava e não criminosa [6]. Desde 2019, o Executivo dispõe de uma série de alterações nas legislações sobre armamento, como ampliação da quantidade de pólvora para recarga de munição [veja aqui] e autorizações de importação de armamentos [veja aqui]. Em setembro, Bolsonaro critica decisão do Supremo que coloca obstáculos à agenda pró-armas do governo e revoga decretos presidenciais. Na ocasião, o presidente ameaça a corte e diz ‘Acabando as eleições, a gente resolve a questão dos decretos em uma semana. Todo mundo tem que jogar dentro quatro linhas da Constituição. Encerra por aqui o assunto dos decretos.’ [veja aqui].