Em entrevista de rádio, Bolsonaro chama de ‘leviana’ as perguntas da jornalista Amanda Klein sobre ‘rachadinhas’, funcionários fantasmas e compra de imóveis em dinheiro vivo [1]. Ao ser questionado sobre a apuração da imprensa de que cerca de metade do patrimônio da família Bolsonaro foi pago em dinheiro vivo, o presidente da República diz à jornalista ‘(…) você é casada com uma pessoa que vota em mim. Não sei como está teu convívio na tua casa com ele. Mas não tenho nada a ver com isso’ [2]. Os casos citados pela jornalista se referem a uma série de eventos, investigados pelo Ministério Público (MP) e pela Polícia Federal (PF), envolvendo a família Bolsonaro. Por exemplo, Klein relembra o caso do caso de Walderice da Conceição, que teve cargo comissionado no gabinete de Bolsonaro na Câmara dos Deputados por mais de 15 anos, mas nunca exerceu a função e sequer foi à Brasília [3]. O candidato rebate as acusações: ‘Que fantasma meu, Amanda? Que acusação leviana é essa?’ e continua ‘Você quer me rotular de corrupto?’ [4]. Vale lembrar outras ocasiões em que Bolsonaro adotou postura agressiva em relação à imprensa, por exemplo, ao ser questionado sobre o esquema de ‘rachadinhas’ disse ao jornalista que que tinha ‘vontade de encher a sua boca de porrada’ [veja aqui]. Os ataques são, em geral, mais recorrentes e alarmantes quando direcionados a profissionais pertencentes a minorias, como mulheres e pessoas LGBTQIA+ [veja aqui] . Alguns exemplos são os insultos com insinuação sexual à Patrícia Campos Mello [veja aqui] e a fala homotransfóbica à repórter que questionou sobre o caso das rachadinhas [veja aqui].
Veja apuração da imprensa sobre os imóveis da família Bolsonaro e análise sobre a relação do uso de dinheiro vivo e o esquema de ‘rachadinhas’
Atos que trazem como justificativa o enfrentamento da pandemia de covid-19 ou outra emergência. Sob o regime constitucional democrático, atos de emergência devem respeitar a Constituição e proteger os direitos à vida e à saúde. Mesmo assim, por criarem restrições excepcionais ligadas à crise sanitária, requerem controle constante sobre sua necessidade, proporcionalidade e limitação temporal. A longo prazo, demandam atenção para não se transformarem em um 'novo normal' antidemocrático fora do momento de emergência.
Atos que empregam ferramentas da constante reinvenção autoritária. Manifestações autoritárias que convivem com o regime democrático e afetam a democracia como sistema de escolha de representantes legítimos, como dinâmica institucional que protege direitos e garante o pluralismo.