Após um ano de serviço militar, José Pereira Neto, também conhecido como Big Bllakk, ao chegar no Centro Conjunto de Operações de Paz no Rio de Janeiro é expulso do Exército e tem seu certificado de reservista retido por dois anos, como revela reportagem desta data [1]. O ex-soldado é cantor de rap e uma de suas músicas foi utilizada em um vídeo que viralizou entre a tropa, no qual outro soldado, vestindo a farda, exibia armas ao som de uma das músicas do cantor [2]. Big Bllakk foi uma das novidades do hip hop em 2020, seguindo uma tendência de produtores cariocas que misturam elementos do funk e do rap britânico [3]. O artista afirma que, apesar de não aparecer no vídeo, seus superiores alegaram que ‘o outro soldado estava errado por ter exposto o quartel e que eu estava errado por ter feito a música’ [4]. O cantor também diz que as letras têm conteúdos ‘pesados’, mas que são uma ‘interpretação, uma história’, e que vinha sendo perseguido por colegas de patente mais alta [5]. Além disso, entre os soldados, circula a informação de que é preciso ter cuidado com as condutas fora do quartel, pois haveria dentro do setor de inteligência das Forças Armadas uma vigilância online entre militares de baixa patente [6]. O Centro Conjunto de Operações de Paz não se pronunciou sobre a existência desse setor, mas confirmou que a expulsão decorreu da publicação do vídeo [7]. Em outubro de 2020, caso semelhante ocorreu com o rapper Patriick RL [veja aqui]. Vale lembrar que, durante o Carnaval, a Polícia Militar tentou restringir shows em Recife [veja aqui] e em Belo Horizonte [veja aqui]. Em 2020, órgãos do governo federal [veja aqui] e a Controladoria-Geral da União [veja aqui] alertaram sobre a possibilidade de punir funcionários que se manifestassem em redes sociais e o Ministério da Justiça realizou dossiê sobre o posicionamento político de 579 servidores [veja aqui].
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