O Governo federal recusa oferta de vacina contra o coronavírus, oferecida pela Pfizer a 50% do valor pago pelos EUA e países europeus segundo apuração da imprensa desta data [1]. Como afirmou em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da covid do ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, o governo classificou a proposta feita em agosto de 2020 pela farmacêutica como ‘agressiva’ e apontou entraves em cláusulas do contrato [2]. Pazuello afirmou também ter considerado muito elevado o preço de US$ 10 por dose, porém tanto os Estados Unidos quanto o Reino Unido pagaram cerca de US$ 20 por cada doses da Pfizer [3]. Consideradas caras em agosto de 2020, até 70 milhões de doses da Pfizer poderiam ter sido entregues ao Brasil a partir de dezembro de 2020 [4]. Em abril de 2021, o governo federal quebrou cláusula de confidencialidade com a farmcêutica ao publicar na internet o contrato assinado com a empresa para a compra dos imunizantes [5]; apenas neste mês chegaram as primeiras doses de vacinas da farmacêutica [6]. O gerente-geral da Pfizer para a América Latina, Carlos Murillo, ao depor na CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da covid em maio, disse que governo brasileiro recebeu 6 sete propostas para comprar vacinas da Pfizer contra a covid-19 até fechar contrato com a farmacêutica [7] [veja aqui]. O vice-presidente da CPI da covid, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), afirma poucos dias depois à apuração da imprensa que o governo federal ignorou 81 e-mails sobre a proposta de aquisição das vacinas da Pfizer; o primeiro deles em 17/03/2020, no início da pandemia [8]. Já em depoimento à CPI da covid no fim de junho, epidemiologista afirma que cerca de 400 mil mortes poderiam ter sido evitadas no Brasil se não fosse o desestímulo do presidente ao uso de máscaras e atraso na compra de vacinas [9].
Leia análise de especialistas da área da Saúde sobre a avaliação das ações do governo federal durante a pandemia.