O presidente Jair Bolsonaro afirma, em live nas redes sociais , que ‘se não tiver voto impresso, é sinal que não vai ter eleição! E completa, ‘acho que o recado está dado’ [1]. A declaração responde uma entrevista do dia anterior, na qual Luís Roberto Barroso, presidente do Tribunal Superior Eleitoral e ministro do Supremo Tribunal Federal, aponta para riscos de judicialização do resultado das eleições e avalia que ‘o nosso sistema de voto em urna eletrônica é totalmente confiável’ [2]. No dia 09/05, Bolsonaro volta a defender o voto impresso e reitera ‘ganhe quem ganhar, mas na certeza, e não da suspeição da fraude’ [3]. Atualmente está em tramitação um projeto de lei [4], de autoria da deputada Bia Kicis (PSL-DF), que prevê a impressão de cédulas eleitorais [5]. Por meio de suas redes sociais, a deputada convida Barroso para um ‘debate’ sobre o voto impresso [6]. A declaração se relaciona com uma série de outros ataques do presidente ao sistema eleitoral brasileiro, ele fez acusações de ocorrência de fraudes nas eleições de 2018 [veja aqui], mencionou a construção de um ‘sistema confiável’ [veja aqui] e que ‘não deixe dúvidas’ [veja aqui] para as eleições de 2022, além de ressaltar a importância do voto impresso e alegar que no Brasil teremos problema piores, no contexto da invasão do Capitólio, Congresso dos Estados Unidos, por apoiadores do ex-presidente Trump contrários à sua derrota eleitoral [veja aqui]. Em 13/05, Bolsonaro afirma que Arthur Lira (PP-1L) é o ‘pai do voto impresso’ [7], após o presidente da Câmara dos Deputador ler ato de instação da comissão que analisará o assunto [8]. No mesmo dia, Barroso assegura a confiança nas unas eletrônicas e diz que ‘nunca se documentou uma fraude sequer’ [9].
Veja análise do debate acerca do voto impresso no Brasil e os principais argumentos sobre o tema.