Segundo levantamento jornalístico desta data, o presidente Jair Bolsonaro, atacou a imprensa em 86% das lives presidenciais de 2021 [1]. A porcentagem corresponde a 78 manifestações críticas aos veículos de comunicação [2]. Os principais alvos delas são: a rede Globo, incluindo o jornal O GLOBO, a Folha de São Paulo e o jornal Estado de São Paulo [3].As falas de Bolsonaro são no sentido de descredibilizar o trabalho da mídia, afirmando que eles promovem desinformação: em live no dia 05/08, Bolsonaro disse que ‘se você lê jornal, você não tem informação. Se você lê você está desinformado’[veja aqui] [4]. Também parabenizou os jornalistas no dia 1º de abril, data conhecida como o dia da mentira [5]. Ainda, acusa a mídia de publicar notícias mentirosas sobre o Brasil, e que elas fomentam a percepção negativa do país no exterior [6]. Bolsonaro também ataca constantemente: em abril ele xingou um jornalista de ‘idiota’, após ser questionado sobre o número de mortes por covid-19; em junho chamou a apresentadora da CNN Brasil de ‘quadrúpede’ [veja aqui], também insultou as jornalistas Vera Magalhães [veja aqui], Constança Rezende [veja aqui] e Mirian Leitão [veja aqui]. Outra forma utilizada por apoiadores para perseguir jornalistas, é a prática de distribuir vários processos judiciais contra um mesmo jornalista em todo território nacional [7]. Essa prática tem por objetivo dificultar a defesa dos jornalistas, bem como intimidá-los, já que é impossível se programar em tempo hábil para comparecer em diversos locais do país para efetuar sua defesa [8]. A Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) ingressou no Supremo Tribunal Federal com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) contra essa prática de assédio judicial, a ADI tem por objetivo fazer com que os processos em série sejam reunidos e julgados na comarca de residência do jornalista para viabilizar sua defesa [9].
Leia análise sobre como o governo Bolsonaro ataca o direito à liberdade de expressão de jornalistas através do monitoramento de redes sociais de comunicadores e parlamentaresl; sobre como o funcionamento do governo, o processo eleitoral e as liberdades civis servem para medir o índice de democracia; e sobre a piora da América Latina no índice que mede a qualidade das democracias no mundo.