Tipo de Poder
Poder Formal
Esfera
Executivo
Nível
Federal

Governo nomeia presidentes com posturas prévias intolerantes para a Fundação Nacional das Artes e Biblioteca Nacional

Tema(s)
Cultura, Liberdade Artística
Medidas de estoque autoritário
Violação da autonomia institucional

O governo de Jair Bolsonaro nomeia novos presidentes para a Fundação Nacional de Artes (Funarte) e a Biblioteca Nacional [1], Rafael Alves da Silva e Dante Mantovani. A antiga presidente da Biblioteca Nacional, em carta aberta, afirma não ter recebido qualquer comunicado oficial, sendo informada de sua substituição pela imprensa [2]. Seu sucessor se alinha às ideias de Olavo de Carvalho, apoia Bolsonaro [3] e associa cantores como Caetano Veloso e Gabriel O Pensador ao analfabetismo [4]. Na mesma linha, o novo presidente da Funarte defende o conservadorismo na arte e associa o rock às drogas, ao sexo, ao aborto e ao satanismo [5]. Seu antecessor havia sido exonerado em novembro depois de defender publicamente a atriz Fernanda Montenegro, que havia sido atacada pelo Secretário Especial de Cultura, Roberto Alvim [veja aqui]. As substituições em cargos ligados à cultura fazem parte de um movimento promovido por Alvim de tentar impor projetos culturais alinhados com as visões do governo, como demonstrado em vídeo anunciando o Prêmio Nacional das Artes com referências nazistas [veja aqui]. As substituições são criticadas por artistas, que alegam estar havendo ações ilegais de censura e restrições à liberdade de expressão [6]. Em novembro, Bolsonaro nomeia militante que promove ataques ao movimento negro para presidir a Fundação Palmares [veja aqui], novo secretário de Fomento e Incentivo à Cultura acusou a Lei Rouanet de ‘marxismo cultural’ [7] e apoiadora de Bolsonaro sem perfil técnico-acadêmico é nomeada para presidir a Fundação Casa de Rui Barbosa [veja aqui]. No ano seguinte, Mantovani é exonerado em março, volta em maio ao cargo por nomeação do Chefe da Casa Civil – e tem no mesmo dia sua nomeação tornada sem efeito pelo presidente [8] [9]. Em seguida, assume a diretoria Funarte o ex-assessor de Carlos Bolsonaro, Luciano Querido, que em setembro é exonerado em favor de coronel da reserva [10] [11].

Leias as análises sobre os atos do governo vistos como censura na área da cultura e como sua atuação sufoca o setor.

02 dez 2019
Mês Filtros