Ministro da Educação, Milton Ribeiro, reconhece em entrevista [1] que a pandemia decorrente do coronavírus aumentou a desigualdade educacional do Brasil, mas alega que ‘não é um problema do MEC’ [2]. Ao ser questionado sobre crescimento da desigualdade, falta de acesso à internet por parte de alunos e reabertura de escolas no contexto da pandemia, Ribeiro isenta o Ministério da Educação (MEC) de responsabilidade e diz que o papel da pasta é ‘repassar recursos e divulgar protocolos de segurança’ [3]. Seguindo lógica discursiva do presidente Bolsonaro de eximir a esfera federal da responsabilidade de atuação na pandemia [veja aqui] [veja aqui], o ministro da Educação defende que estados e municípios que têm a competência para lidar com tais problemas educacionais [4]. Sobre o crescimento da desigualdade educacional, ele afirma que ‘não é um problema do MEC, é um problema do Brasil’ e que a ‘sociedade brasileira é desigual e não é agora que a gente, por meio do MEC, vai conseguir deixar todos iguais’ [5]. Na entrevista, o ministro também promete mudanças na educação sexual dos jovens e atribui a homossexualidade a ‘famílias desajustadas’ [6] [veja aqui]. Ribeiro foi nomeado por Bolsonaro para ministro da Educação por ‘apreço à família’ e aos seus? ‘valores’ [veja aqui]; em oportunidades pretéritas, o ministro disse que jovens não religiosos são ‘zumbis existenciais’ [veja aqui], e nomeu assessora ao MEC defensora de ‘princípios bíblicos’ na educação [veja aqui]. Sob o comando do ministro da Educação anterior, o ministério também já lançou campanha publicitária durante a pandemia que desconsiderava as desigualdades de acesso ao estudo [veja aqui] e insistiu em manter a data original do Exame Nacional do Ensino Médio [veja aqui].