Como na semana [veja aqui] e no mês anteriores [veja aqui], o presidente da República, Jair Bolsonaro, descreditou recomendações médicas e sanitárias. Em 22/09, o presidente defendeu sua atuação na pandemia no discurso de abertura da Assembléia Geral das Nações Unidas (ONU), afirmando que sempre teria acreditado na gravidade pandemia e alertado para os riscos da situação econômica [veja aqui]. Em 24/09, o presidente defendeu, mais uma vez, o uso de hidroxicloroquina para o tratamento de covid-19 e disse: ‘não tem comprovação científica, e daí?’ [1]. Na mesma ocasião, ironizou a ‘alta cúpula de Brasília’, que usaria máscaras e cumpriria recomendações sanitárias: ‘não adianta’; segundo ele, todos viriam a contrair a doença, e ‘ficando em casa não resolve nada’ [2]. Desde o começo da pandemia ele defende o uso do medicamento, a despeito dos alertas médicos [veja aqui] e da interrupção de testes internacionais com tal droga [veja aqui]. Em 29/09, disse a apoiadores no Palácio da Alvorada que críticas sobre a situação brasileira deveriam ser feitas não a ele, mas a ‘quem destruiu o emprego de 20 milhões de pessoas’, em alusão a prefeitos e governadores que implantaram medidas de distanciamento social e enfrentamento da pandemia [3]. Desde março, ele também alega o prejuízo econômico em razão da preservação da saúde dos brasileiros [veja aqui]. Entre 22 e 30/09, o número de infectados pela covid-19 no país subiu de quase 4,6 milhões [4] para mais de 4,8 milhões [5] e as mortes atingiram o patamar de mais de 143 mil pessoas [6], segundo dados do consórcio de veículos da imprensa.
Veja as mentiras afirmadas pelo presidente no discurso da ONU.