Tipo de Poder
Poder Informal
Esfera
Executivo
Nível
Federal

Bolsonaro cometeu ao menos 06 atos contra recomendações médicas e sanitárias nos últimos dez dias de outubro, em meio à pandemia

Tema(s)
Distanciamento social, Negacionismo
Medidas de estoque autoritário
Construção de inimigos

Como na semana [veja aqui] e no mês [veja aqui] anteriores, o presidente da República, Jair Bolsonaro, descreditou recomendações médicas e sanitárias. Em 24/10, poucos dias após desautorizar fala do Ministério da Saúde sobre compra de vacinas [veja aqui], ele ironizou que apenas cachorros poderiam ser alvos de vacinação obrigatória em redes sociais [1]. Em 26/10, questionou a pressa pela vacina e defendeu o tratamento precoce da doença com hidroxicloroquina, ivermectina ou nitazoxanida: ‘pelo que tudo indica, todo mundo que tratou precocemente com uma dessas três alternativas aí foi curado’ [2]. Também, afirmou que seria melhor investir na cura medicamentosa do que em vacinas. Em 28/10, disse em conversa com apoiadores que não entendia medidas de distanciamento social adotadas na França e Alemanha em razão da covid-19: ‘tá aí o vírus. Vai ter que enfrentá-lo’ [3]. Tais países vivem uma segunda onda de contágio e vêm adotando medidas de distanciamento defendidas pela Organização Mundial da Saúde [4]. O discurso se alinha a outros do presidente sobre a infecção com a doença ser inevitável [veja aqui] e o dever de ‘enfrentar’ o vírus como ‘homem’ e não ‘moleque’ [veja aqui]. Na mesma oportunidade, sugeriu que a pandemia seria fruto de uma ‘guerra nuclear bacteriológica’ e que o vírus poderia ter escapado de um laboratório [5]. No dia seguinte, defendeu que o governo não comprará vacina chinesa e rivalizou com o governador de São Paulo, reiterando que é contra a obrigatoriedade da vacinação [veja aqui]. Nas semanas anteriores, ele já havia se posicionado assim [veja aqui] [veja aqui]. Em 30/10, afirmou que a pandemia estaria chegando ao fim e voltou a criticar o posicionamento do governador de São Paulo sobre vacinas [6]. Em 31/10, fez passeio de motocicleta no Guarujá (litoral paulista) sem máscara, tirou fotos e conversou com a população [7]. Entre 22/10 e 31/10, o número de infectados pela covid-19 no país subiu de mais de 5,3 milhões [8] para mais de 5,5 milhões [9] e as mortes se aproximaram da marca de 160 mil pessoas [10], segundo dados do consórcio de veículos da imprensa.

31 out 2020
Mês Filtros