Levantamento desta data revela que o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos usou apenas 2% da verba disponível para ações afirmativas e de promoção da igualdade racial neste ano [1]. Dos R$ 3,1 milhões reservados para o tema, somente R$ 65 mil foram empenhados até o momento [2]. A pasta argumenta que tem desenvolvido políticas transversais sobre o assunto, mesmo que elas não enfatizem o termo ‘racismo’ em suas descrições [3]. Há mais de dois meses, a Secretaria Nacional de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (SNPIR), vinculada ao Ministério, está sem chefia [4]. Em agosto, a pasta cancelou mandatos de integrantes do Conselho Nacional de Promoção da Igualdade Racial ligados a organizações da sociedade civil opositoras ao governo [veja aqui]. Outro relatório divulgado em setembro mostrou que somente metade da verba disponível para políticas públicas de proteção das mulheres foi implementada [veja aqui]. Em 2019, também houve queda na aplicação de verba para promoção da igualdade racial e superação do racismo: o governo federal empenhou 70% a menos do que o valor gasto em 2018 com o tema [5]. Apesar da escalada ne violência contra negros e negras no país [6], autoridades já deram declarações públicas negando a existência do racismo [veja aqui] [veja aqui] [veja aqui] e o presidente da República, Jair Bolsonaro, minimizou o debate durante reunião da cúpula do G-20 [veja aqui].
Leia análise sobre a persistência do racismo no país e a adoção de discursos e práticas racistas pelas autoridades.