Tipo de Poder
Poder Informal
Esfera
Executivo
Nível
Federal

Vice-presidente da República diz que inquérito sobre interferência do presidente na Polícia Federal é ‘o tipo de negócio que não dá em nada’

Tema(s)
Conflito de poderes
Medidas de estoque autoritário
Redução de controle e/ou centralização

Hamilton Mourão, vice-presidente da República, declara em coletiva de imprensa no Palácio do Planalto que o inquérito que apura a possível interferência do presidente Jair Bolsonaro no comando da Polícia Federal (PF) [1] ‘é o tipo de negócio que não dá em nada’ [2]. A declaração de Mourão ocorre um dia após a Advocacia Geral da União (AGU), responsável pela defesa do presidente, anunciar que Bolsonaro não irá comparecer presencialmente para prestar depoimento conforme determinado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) [veja aqui] [3]. Vale lembrar que a investigação foi instaurada em abril no STF por solicitação do Procurador-Geral da República após o ex-ministro da Justiça, Sérgio Moro, afirmar que o motivo de sua renúncia estaria relacionado ao fato de Bolsonaro ter tentando interferir no processo de substituição do diretor geral da PF [veja aqui] [4]. Na época, o presidente chegou a admitir que teria feito solicitações à PF [veja aqui]. Em agosto, o ex-ministro do STF, Celso de Mello, negou a Bolsonaro a possibilidade de realizar seu depoimento por escrito [5]. A fala de Mourão repete a opinião da AGU e de Bolsonaro, segundo a qual as acusações realizadas no âmbito do inquérito seriam ‘infundadas’ e não deveriam prosseguir [6]. No mesmo dia da declaração do vice-presidente, o ministro do STF Alexandre de Moraes decide prorrogar por 60 dias as investigações por considerar necessária a realização de outras providências [7].

27 nov 2020
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