Após seu pedido de demissão, [veja aqui], em 2 de maio o ex-ministro Sergio Moro comparece à Polícia Federal de Curitiba para prestar depoimento [1] em investigação que apura se o Presidente tentou interferir na PF [veja aqui]. No dia, o Presidente Jair Bolsonaro o chama de ‘Judas’ e afirma que ninguém daria um golpe em seu governo [2]. A defesa do ex-juiz federal abriu mão do sigilo sobre o depoimento [3]. Segundo Moro depôs, o presidente teria afirmado querer apenas a superintendência da PF no Rio de Janeiro [veja aqui]; ainda, o ex-ministro diz que Bolsonaro teria dito em reunião com o primeiro escalão do governo, que foi gravada, querer interferir em todos os ministérios, além de tratar sobre a superintendência da PF do RJ [4]. Em 5 de maio, Bolsonaro acusa Moro de vazar informações sigilosas à imprensa, o que poderia resultar em enquadramento conforme a Lei de Segurança Nacional; também afirma que jamais pediu dados sobre inquéritos e que o RJ é ‘seu estado’ [5]. No mesmo dia, o STF requer que o governo apresente cópias das reuniões citadas por Moro [6], decisão da qual a Adovcacia Geral da União recorre [7]. Em 8 de maio, a Advocacia Geral da União entrega o vídeo ao STF. Um dia depois, o ministro Celso de Mello libera a gravação para a PGR, a defesa de Moro e a PF [8] [veja aqui]. Em 19/05 diretor-executivo da Polícia Federal presta depoimento sugerindo que a mudança no comando no Rio estava definida por Alexandre Ramagem e Bolsonaro [9].
Leia reportagem sobre Bolsonaro e a Polícia Federal do Rio de Janeiro e análise sobre o depoimento de Moro.