Como na semana [veja aqui] e mês anteriores [veja aqui], o presidente da República, Jair Bolsonaro, descreditou recomendações médicas e sanitárias. Em 10/12, o presidente afirmou que estaríamos vivendo ‘um finalzinho de pandemia’ em um evento em Porto Alegre. Segundo ele, o país teria tido o melhor desempenho no combate à pandemia por ter se preocupado com a economia [1]. Também elogiou, mais uma vez, o uso de cloroquina para tratamento de doentes e a recomendação de seu uso pelo governo federal [2]. A declaração é desmentida prontamente pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que reafirma a continuidade da pandemia ‘em todos os lugares’ [3] e contrasta com a recente alta do número de mortes pela covid-19 no país [4]. Desde o início da pandemia, o presidente fala sobre uma suposta necessidade de priorização da economia em relação à saúde [veja aqui], além de criticar a OMS [veja aqui], minimizar a gravidade da emergência sanitária [veja aqui] e chamar a doença de ‘gripezinha’ [veja aqui]. Entre 08/12 e 14/12, o número de infectados pela covid-19 no país subiu de mais de 6,6 milhões [5] para mais de 6,9 milhões [6] e as mortes ultrapassaram a marca de 181,9 mil pessoas [7], segundo dados do consórcio de veículos da imprensa.
Leia as análises sobre as ações do presidente nessa semana e a semelhança entre seu discurso sobre a grave situação sanitária e a empregatícia.