Com a abertura de inquérito para investigação de possível interferência sua na Polícia Federal (PF) [veja aqui], presidente envia ofícios à PF requerendo relatórios de produtividade por estados [1]. A iniciativa, inédita até então, é encarada como meio de justificar possíveis investidas contra a autonomia da instituição, que teriam levado ao pedido de demissão de Sérgio Moro [veja aqui]. Com a divulgação de prova apontada pelo ex-ministro Moro no inquérito [veja aqui], aumentam as suspeitas de ingerência não apenas na PF, mas também em outras áreas, como a Inteligência. Segundo Bolsonaro, seu sistema pessoal de inteligência funcionaria melhor que o institucional, coordenado pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin). Levantamento aponta, porém, que a Abin forneceu 1.272 relatórios de inteligência ao presidente entre 2019 e 2020, o que contradiz a acusação de ineficiência [2]. No mês seguinte, outro levantamento aponta contradição do presidente: segundo apurado, a produtividade na Superintendência da Polícia Federal no Rio de Janeiro aumentou em agosto do ano passado, quando o presidente ameaçou, pela primeira vez, trocar o comando da instituição [3].
Leia análise sobre os limites de sistemas de inteligência no governo.