Tipo de Poder
Poder Informal
Esfera
Executivo
Nível
Federal

Bolsonaro cometeu ao menos 02 atos contra recomendações médicas e sanitárias na primeira semana de fevereiro, em meio à pandemia

Tema(s)
Distanciamento social, Negacionismo
Medidas de estoque autoritário
Construção de inimigos

Como no mês [veja aqui] anterior, o presidente da República, Jair Bolsonaro, descreditou recomendações médicas e sanitárias. Em 01/02, comentou a apoiadores no Palácio da Alvorada que ‘cada vez mais se comprova que a política do ‘fique em casa’ destrói a economia’, apesar de não trazer qualquer dado científico a respeito [1]. Pesquisas nacionais [2] e internacionais [3] atestam que quanto menor a circulação de pessoas, menor a disseminação do vírus. No dia seguinte, o recém-eleito presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, realizou festa para centenas de pessoas. na qual poucos usaram máscaras, e o presidente não compareceu [4]. Em 04/02, em evento com caminhoneiros no Paraná, Bolsonaro disse que não se pode parar o país por causa da pandemia, pôs em xeque a correção de dados epidemiológicos e disse que ‘todos nós iremos embora um dia’, em alusão aos mortos pela doença [5]. Na ocasião, em que não usava máscara de proteção, também voltou a dizer que foi impedido de adotar medidas contra a covid-19, mas não citou expressamente o Supremo Tribunal Federal (STF). Em outras oportunidades [veja aqui], o presidente acusou o STF de barrar suas ações de enfrentamento à pandemia, deixando a cargo de municípios e estados essa responsabilidade; o tribunal deu autonomia às diversas esferas federativas para agir em decisão de março do ano passado [veja aqui], mas nunca impediu a esfera federal de tomar medidas, como ele próprio já esclareceu [6]. Também são corriqueiras as críticas do presidente às medidas de distanciamento social, em suposta defesa da volta da economia [veja aqui], inclusive quando ele próprio estava com o vírus [veja aqui]. Entre 01/02 e 07/02, o número de infectados pela covid-19 no país subiu de mais de 9,2 milhões [7] para mais de 9,5 milhões [8] e as mortes atingiram o patamar de mais de 231 mil pessoas [9], segundo dados do consórcio de veículos da imprensa.

07 fev 2021
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