Como na semana [veja aqui] e no mês [veja aqui] anteriores, o presidente da República, Jair Bolsonaro, descreditou recomendações médicas e sanitárias. Em 24/02, volta a sugerir que a vacina da Pfizer seria perigosa [veja aqui], em visita ao Acre. No mesmo dia, promoveu aglomeração no Palácio do Planalto para cerimônia de posse do novo Ministro da Cidadania, João Roma (Republicanos-BA) [1]. No dia seguinte, em sua videoconferência semanal, criticou o uso de máscaras e a adoção de medidas de isolamento social [2]. Segundo ele, haveria estudo alemão indicando que máscaras seriam prejudiciais às crianças: haveria diversos efeitos colaterais do seu uso. O estudo apontando, entretanto, foi, na verdade, uma enquete online preenchida por pais, médicos e pedagogos, e criticada no meio científico [3]. Em 26/02, ao comparecer a evento no Ceará, voltou a criticar lockdowns contra a covid-19 e disse, novamente, que seria ‘imbrochável’ [4]. Dois dias depois, compartilhou vídeo em redes sociais recomendando que o governador do Distrito Federal desistisse de medidas de distanciamento social [5]. É comum o descrédito presidencial a medidas de distanciamento social [veja aqui] [veja aqui]. Em dezembro do ano passado, ele alertou que a vacina da Pfizer poderia trazer efeitos colaterais graves e ‘transformar pessoas em jacarés’ [veja aqui]. Em janeiro deste ano, também se chamou de ‘imbrochável’, descreditando tentativas de responsabilizá-lo pela pandemia e uma possível perda do cargo [veja aqui]. Entre 22/02 e 28/02, o número de infectados pela covid-19 no país subiu de quase 10,2 milhões [6] para mais de 10,5 milhões [7] e as mortes atingiram o patamar de mais de 255 mil pessoas [8], com média diária superior a mil há 32 dias, segundo dados do consórcio de veículos da imprensa.
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