Tipo de Poder
Poder Informal
Esfera
Executivo
Nível
Federal

Bolsonaro recomenda chá para combater a covid-19 e faz comentário homofóbico

Tema(s)
Gênero e orientação sexual, Negacionismo, Saúde
Medidas de emergência
Flexibilização de controle

Em sua live semanal, o presidente Jair Bolsonaro critica a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da covid-19, faz comentário homofóbico sobre o vice-presidente da comissão e recomenda chá para combater a covid-19 [1]. O diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, depõe na CPI da covid e diz que Bolsonaro recusou 100 milhões de doses da vacina Coronavac em outubro de 2020; estima-se que com essas vacinas mais 80 mil mortes poderiam ter sido evitadas [2] [veja aqui]. Anteriormente, o representante da Pfizer também disse que houve demora na negociação das vacinas com o governo, que apenas fechou o contrato na sétima proposta da empresa [veja aqui]. Durante a live Bolsonaro diz que os indígenas evitaram morte por covid tomando chá de raízes e compara com a hidroxicloroquina – remédio sem eficácia contra a doença [3] – , ‘não mata, pessoal. Não mata. Assim como esse chá aqui não mata’ [4]. O presidente critica o projeto de lei (PL) apresentado pelo senador Omar Aziz (PSD-AM), presidente da CPI, que tipifica como crime a prescrição de remédios sem comprovação científica e afirma que o propósito do PL era lhe atingir [5]. Bolsonaro também menciona o vice-presidente da CPI, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), referindo-se a ele no feminino e fazendo comentário homofóbico relacionado ao requerimento apresentado pelo senador para convocar o presidente para a CPI, ‘agora, tem uma saltitante na comissão que queria me convocar. É brincadeira, né? Ô, saltitante, está de brincadeira’ [6]. Por fim, o presidente volta a questionar a necessidade do isolamento social, ‘ninguém aguenta mais esses lockdowns, estes isolamentos por aí.’ [7]. Neste mesmo dia, Bolsonaro aciona o Supremo Tribunal Federal a fim de suspender os decretos de lockdown e toque de recolher em Pernambuco, Paraná e Rio Grande do Norte [8] [veja aqui]. Em 26/05, o YouTube removeu mais de 12 vídeos feitos por Bolsonaro da plataformas, pois eles violavam a regra que proíbe a circulação de conteúdos que indicam o uso da ivermectina ou hidroxicloroquina contra a Covid-19 [9]. Em 31/05 a vereadora Erika Hilton (PSOL-SP) e o deputado distrital Fábio Felix (PSOL), pedem à Procuradoria-Geral da União que investigue o presidente Bolsonaro por homofobia devido ao uso da expressão ‘saltitante’ ao se referir ao senador Randolfe [10]. O Brasil, já contabiliza mais de 470 mil mortos por covid [11]; muitas vidas poderiam ter sido salvas se o governo federal não tivesse duvidado da eficiência das vacinas [veja aqui] [veja aqui] e nem negligenciado sua compra [veja aqui]. O presidente continuamente desrespeita as medidas sanitárias [veja aqui] e recomenda a população medicamentos ineficientes contra a covid-19 [veja aqui].

27 maio 2021
 
Tipo de Poder
Poder Informal
Esfera
Executivo
Nível
Federal

Bolsonaro diz que o ministro da Sáude, Marcelo Queiroga, irá soltar parecer que desobrigará uso de máscaras para quem já se contaminou ou se vacinou

Tema(s)
Informação, Saúde
Medidas de emergência
Flexibilização de controle

O presidente da República Jair Bolsonaro afirma que o atual ministro da Saúde irá publicar um parecer que desobriga a utilização de máscaras para quem já foi contaminado pela covid-19 ou vacinado, o pronunciamento ocorre durante evento no Palácio do Planalto [1]. Após a fala, o ministro da Saúde Marcelo Queiroga afirma que Bolsonaro solicitou à pasta a realização de estudos sobre a flexibilização do uso de máscara em meio ao avanço da vacinação no país [2]. No mesmo dia, Bolsonaro diminui o tom e declara em live que Queiroga se comprometeu em efetuar estudos sobre o uso de máscara [3]. A dispensa da utilização de máscaras contraria os pareceres de especialistas [4] e da Organização Mundial da Saúde (OMS) [5]. Pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) alerta para possibilidade de transmissão pelos vacinados, já que a imunização diminui as chances de desenvolvimento da forma grave da doença [6]. Vale lembrar que durante oitiva da CPI da covid-19 no dia 08/06, Queiroga defendeu o uso de máscara e salientou os esforços do Ministério da Saúde em prol do combate ao vírus [7]. Bolsonaro e seus aliados, constantemente desestimulam o uso de máscara pela população e não a utilizam [8] [veja aqui] [veja aqui]: em 2020, Bolsonaro vetou o uso obrigatório de máscaras no combate a pandemia da covid-19 [veja aqui]. Em 11/03 deste ano, Eduardo Bolsonaro rechaçou o uso de máscara [veja aqui]. Em 17/05, o vice-líder do governo na Câmara dos Deputados vincula a morte do ex-prefeito de São Paulo ao uso de máscaras [veja aqui]. Durante aglomerações promovidas por Bolsonaro a apoiadores no Maranhão e São Paulo, o presidente é multado nos dois estados por não usar máscaras e por promover aglomerações [9] [10].

Leia sobre como a dispensa da máscara não é viável e entenda a importância do uso de máscaras por imunizados.

10 jun 2021
 
Tipo de Poder
Poder Formal
Esfera
Executivo
Nível
Federal

Bolsonaro e Ministério da Saúde são investigados por irregularidades e superfaturamento no contrato de compra da vacina Covaxin

Tema(s)
Administração, Saúde, Transparência
Medidas de emergência
Flexibilização de controle

O Ministério Público Federal (MPF) encontra indícios de irregularidade e superfaturamento no contrato de compra da vacina Covaxin firmado entre o Ministério da Saúde (MS) e a Precisa Medicamentos, empresa que intermediou a venda da vacina [1]. A compra da vacina ocorreu em tempo recorde e o valor por dose foi o mais caro em relação aos demais imunizantes adquiridos, o contrato assinado em 25/02 previa a entrega de 20 milhões de doses da vacina no prazo de 70 dias, entretanto nenhuma dose chegou no país ainda [2]. Em depoimento ao MPF, Luis Ricardo Miranda, chefe da divisão de importação do MS afirmou ter sofrido pressão ‘atípica’ para aprovação do contrato e importação da vacina Covaxin [3]. Segundo o MPF, não haveria motivo aparente para o MS assumir risco tão grande na compra do imunizante ‘a não ser para atender a interesses divorciados do interesse público’ [4]. Em 23/06, o deputado federal Luis Miranda (DEM-DF) afirma ter alertado junto com o seu irmão, Luis Ricardo, o presidente Bolsonaro sobre as irregularidades no processo de compra da vacina no dia 20/03, o qual disse que acionaria a Polícia Federal (PF) para investigar a situação; entretanto, os irmãos não receberam retorno sobre o caso [5]. Em contrapartida, o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Onyx Lorenzoni, anuncia que o presidente acionou a PF para que investigue os irmão Miranda e que o governo abrirá um processo disciplinar contra Luis Ricardo [6]. Em 25/06, o depoimento dos irmãos Miranda na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid reforça que o presidente estava ciente das irregularidades no contrato e o responsável por isso seria o deputado Ricardo Barros (PP-PR), aliado de Bolsonaro no Congresso Nacional [7]. No mesmo dia, Bolsonaro diz que a PF irá investigar o caso da Covaxin e que estão tentando responsabilizá-lo por um crime de corrupção onde ‘não foi gasto um centavo, porque estamos há dois anos e meio sem corrupção’ [8]. Em 28/09, os senadores Randolfe Rodrigues (Rede-AP), Jorge Kajuru (Podemos-GO) e Fabiano Contarato (Rede-ES) entregam notícia-crime ao Supremo Tribunal Federal, na qual acusam o presidente Bolsonaro de crime de prevaricação -quando um agente público falta com dever ao seu cargo- no contrato da Covaxin [9]. Em 29/06, o governo suspende o contrato para a aquisição da vacina até que todas as irregularidades sejam esclarecidas [10]. Em 30/06, a PF abre inquérito para apurar a compra da Covaxin pelo MS [11] e o Ministério Público Federal abre um procedimento investigatório criminal [12]. A Procuradoria-Geral da República investiga suposta prevaricação cometida por Bolsonaro na compra do imunizante [13] e pede ao STF abertura de inquérito [14], que é determinado pela Ministra Rosa Weber [15] e a PF passa a investigar [16]. Segundo servidora do MS [17], em depoimento à CPI da covid-19, o processo de compra da Covaxin ficou um mês sem fiscal [18] – ela só foi nomeada após as primeiras suspeitas de irregularidades – mas afirma que ‘não havia nada de atípico’ no contrato [19]. A Controladoria Geral da União conduz investigações distintas para apurar suspeitas de corrupção nos contratos de vacina [20], como o da Covaxin e da cobrança de propina na intermediação com a Davati [21], e conduz algumas diligências sigilosas [22]. No final de julho, o contrato da Covaxin é definitivamente cancelado pelo MS [23], que impõe sigilo sobre os documentos que tratam da compra [24]. Levantamento da imprensa aponta que Luis Carlos Heinze, senador governista que defende Bolsonaro na CPI da covid-19, fez lobby para incluir empresas veterinárias na produção de vacinas e atuou como intermediário para a Precisa medicamentos [25].

Entenda as irregularidades na contrato da Covaxin e ouça o podcast sobre o papel do irmãos Miranda no caso.

22 jun 2021
 
Tipo de Poder
Poder Informal
Esfera
Executivo
Nível
Federal

Diretor do MS pediu propina de US$ 1,00 por dose de vacina, segundo apuração jornalística

Tema(s)
Administração, Saúde
Medidas de emergência
Flexibilização de controle

Apuração jornalística desta data afirma que o diretor de Logística do Ministério da Saúde (MS), Roberto Dias, condicionou a compra de 400 milhões de doses da vacina Astrazeneca ao pagamento de propina de US$ 1 por dose [1]. A apuração, que resulta na exoneração de Dias [2], parte de afirmações de Luiz Paulo Dominghetti, representante da empresa que intermediaria a negociação [3]. A fabricante da vacina, contudo, afirma que ‘as vacinas são disponibilizadas por meio de acordos com o Ministério da Saúde e com a Fiocruz’ e nega usar intermediários na venda de doses, o que levanta ainda mais suspeitas sobre a negociação, de acordo com o senador Randolfe Rodrigues (REDE-AP), vice-presidente da CPI da covid-19 [4]. Em 1/7 e 7/7, respectivamente, Dominghetti [5] e Dias [6] são ouvidos pela CPI da covid-19 e ambos confirmam o encontro, que ocorreu em 25/2, mas divergem sobre a cobrança de proprina, que é negada por Dias [7]. O ex-diretor do MS tem prisão em flagrante decretada pelo senador Omar Aziz (PSD-AM), presidente da CPI, sob alegação de que mentiu à comissão [8] [veja aqui]. A susposta exigência de propina resulta em pedidos de investigações enviados ao STF [9] e ao Ministério Público Federal [10] e, em 23/7, a Procuradoria Geral da República abre inquérito civil para investigar possíveis atos de improbidade administrativa praticados por Dias e outros agentes públicos e privados [11]. Vale lembrar que Bolsonaro e Ministério da Saúde já são investigados por irregularidades e superfaturamento no contrato de compra da vacina Covaxin [veja aqui].

Leia mais acerca da suspeita de corrupção na negociação da vacina Astrazeneca pelo Ministério da Saúde e veja análise sobre estas suspeitas em plena pandemia.

29 jun 2021
 
Tipo de Poder
Poder Formal
Esfera
Executivo
Nível
Federal

Ex-coordenadora do Programa Nacional de Imunizações (PNI) deixa cargo por falta de vacinas e de campanha publicitária contra o coronavírus e aponta ‘politização’ do assunto pelo governo

Tema(s)
Ciência, Negacionismo, Posicionamento político, Publicidade e propaganda
Medidas de emergência
Flexibilização de controle

Ex-coordenadora do Programa Nacional de Imunizações (PNI) afirma ter deixado o cargo pela falta de vacinas e de campanha publicitária contra o coronavírus e considera existir ‘politização’ do assunto pelo governo [1]. Em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da covid-19, Francieli Fantinato afirma que ‘ter uma politização do assunto por meio do líder da nação (…) vai trazer dúvidas à população brasileira’ [sobre a necessidade da vacinação], e que ‘o PNI, estando sob qualquer coordenação, não consegue fazer uma campanha exitosa sem vacinas e sem comunicação’ [2]. Ela atribui sua saída do Ministério da Saúde (MS) a ‘motivos pessoais’ e diz que a ‘politização’ da vacina ‘chegou num limite’ [3]. Na portaria de exoneração de Fantinato, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, informa que a dispensa ocorreu ‘a pedido’ da servidora [4]. O depoimento de Francieli se soma a outros na CPI da covid-19 que confirmam negligência do governo federal em compras de vacinas [veja aqui]. Em outra oportunidade, o governo desviou verba destinada a publicidade sobre a covid-19 para fazer propaganda de outras ações [veja aqui]. A CPI da covid-19 é constantemente atacada por Bolsonaro [veja aqui] e seus aliados [veja aqui], e a Procuradoria-Geral da República pediu suspensão de inquérito que investiga Bolsonaro por crime de prevaricação, sob fundamento de aguardar o desfecho da CPI da Covid-19, o que é rejeitado pelo STF [veja aqui].

Leia análises sobre como o presidente atacou a atrasou a vacinação durante a pandemia e sobre as lacunas do plano de vacinação do governo federal.

01 jul 2021
 
Tipo de Poder
Poder Formal
Esfera
Executivo
Nível
Federal

Quase 20% da verba extraordinária para covid foram destinados sem justificativa ao Ministério da Defesa

Tema(s)
Saúde, Transparência
Medidas de emergência
Flexibilização de controle

Parte do dinheiro destinado ao Sistema Único de Saúde (SUS) no combate a covid-19 vem sendo utilizado para atender despesas ordinárias dos militares das Forças Armadas, conforme aponta relatório [1]. O documento encaminhado à CPI da covid pela procuradora do Ministério Público de Contas de São Paulo, Élida Graziane Pinto [2] afirma que a Defesa obteve R$ 435,5 milhões dos R$ 715 bilhões previstos para o combate da pandemia [3]. Segundo o relatório R$ 130 milhões foram usados para abastecer mantimentos a unidades militares com leitos reservados aos próprios militares e seus dependentes [veja aqui] e que não aceitaram tratar de doentes civis com covid-19 [4]. Cerca de R$ 58 mil são gastos com material odontológico, R$ 25,5 mil com material de uso zootécnico, R$ 1 milhão com uniformes, além de gastos milionários com material de cama, mesa e banho [5], material esportivo e veterinário, comprados com o orçamento de combate à doença [6]. Até mesmo o Orçamento de Guerra, que deveria servir no combate à pandemia, embora não fosse do SUS, foi utilizado pela pasta da Defesa na compra de veículos de tração mecânica e uniformes [7]. Créditos extraordinários são recursos aprovados pelo Congresso Nacional que não entram no cálculo do teto de gastos e somente pode ser admitido para atender a despesas imprevisíveis e urgentes, como as decorrentes de guerra, ou calamidade pública [8]. Estes recursos estão sendo utilizados para cobrir despesas usuais, e funcionando como ‘cheques em branco’ para gastos que não são emergenciais e nem extraordinários [9]. Para a Procuradora, trata-se de desvio de recursos da saúde, enquanto órgãos militares são aparelhados [10].

Leia análise sobre como recursos extraordinários para a vacinação foram utilizados pelas Forças Armadas em gastos dispensaveis.

06 jul 2021
 
Tipo de Poder
Poder Formal
Esfera
Executivo
Nível
Federal

Apesar de proibida, caça segue em expansão no país com agenda armamentista do governo

Tema(s)
Controle de armas, Meio Ambiente
Medidas de estoque autoritário
Flexibilização de controle

Caça de animais se expande nas florestas brasileiras, segundo apuração da imprensa desta data, embora seja proibida desde 1967 [1]. A flexibilização do porte e venda de armas é uma pauta do presidente desde o início de seu mandato, e o grupo dos caçadores, atiradores e colecionadores (CACs) tem se favorecido nesse apoio [2]. A partir de 2013 a legislação brasileira autoriza a caça somente para ‘controle’ do javali europeu, e do javaporco – espécie resultante do cruzamento com porco doméstico -, considerados pragas para plantações [3]. Atualmente os caçadores não se restringem ao controle dos porcos, também caçam tatus, gambás, pacas, capivaras e outras espécies de animais silvestres [4]. O crescimento exponencial da caça é também estimulado pela procura por carne de caça, consideradas iguarias por muitos [5], embora repletas de potenciais doenças [6]. Nos últimos dez anos, o grupo de CACs cresceu cerca de 737%, com aumento significativo no primeiro ano de Bolsonaro no governo [7]. Decreto de 2019 [8] promoveu mudanças favorecendo essa categoria, com aumento na cota de armas de uso permitido e de uso restrito, como fuzis semi automáticos [9], ampliação da quantidade de pólvora para recarga de munição [veja aqui] autorizações de importação de armamentos [veja aqui]. Para cada arma de uso permitido o caçador pode comprar até 5.000 munições por ano, e 1.000 para as armas de uso restrito [10]. Atualmente, sete projetos de lei buscam no Congresso flexibilizar mais ainda a caça esportiva no país [11]. Organizações da sociedade civil se manifestam contrárias a esta flexibilização da caça, e alertam para as perdas na biodiversidade e a ameaça à saúde pública [12].

12 jul 2021
 
Tipo de Poder
Poder Formal
Esfera
Executivo
Nível
Federal

ONG autorizada pelo Ministério da Saúde negociou compra de vacinas com empresa norte-americana fantasma

Tema(s)
Administração, Saúde, Transparência
Medidas de emergência
Flexibilização de controle

Levantamento da CPI da covid-19, aponta que a Senah, uma organização não governamental (ONG) denominada Secretaria Nacional de Assuntos Humanitários, negocia a compra de vacinas com empresa americana [1] a pedido do Ministério da Saúde (MS) [2]. Segundo os documentos, a Senah discute a compra das vacinas Pfizer e AstraZeneca, além de luvas e seringas [3]. A empresa americana com quem ela negocia é gerenciada por policial aposentado, que foi afastado por suspeita de corrupção [4], está aberta há seis meses e está registrada no endereço de um escritório de advocacia especializado em pequenas causas indenizatórias [5]. A ONG, por sua vez, é administrada pelo reverendo Amiltron Gomes de Paula [6], que também discute a compra 400 milhões de doses da AstraZeneca por intermédio de outra empresa localizada nos EUA, a Davati Medical Supply, intermediadas pelo policial militar Luiz Paulo Dominghetti, outro investigado pela CPI da covid-19 no caso da cobrança de propina para compra de vacinas [veja aqui] [7]. Em janeiro, a AstraZeneca divulga nota afirmando que não venderá vacinas para empresas privadas [8], mas companhias brasileiras continuam negociando com fundos privados [9]. Outras suspeitas de irregularidades em compras de vacina pelo governo Bolsonaro são investigadas, como o caso da Covaxin [veja aqui]. O Brasil teve queda em ranking internacional sobre a capacidade de combate à corrupção em 2020 [veja aqui], Bolsonaro cortou a verba para o sistema anticorrupção no orçamento de 2021 [veja aqui] e seu governo negociou um orçamento ‘secreto’ no valor de R$ 3 bilhões para assegurar apoio do congresso [veja aqui].

Entenda quem são os atores envolvidos nas negociações de compra de vacina com emprseas privadas.

01 ago 2021
 
Tipo de Poder
Poder Informal
Esfera
Executivo
Nível
Estadual

Bolsonaro cometeu ao menos 02 atos contra recomendações médicas e sanitárias na primeira semana de agosto, em meio à pandemia

Tema(s)
Distanciamento social, Saúde
Medidas de emergência
Flexibilização de controle
Estado
Santa Catarina

Como no mês [veja aqui] e semana [veja aqui] anteriores, o presidente Jair Bolsonaro descreditou recomendações médicas e sanitárias. Em 06/08, o presidente, sem máscara e em meio a aglomeração no espaço público, convoca apoiadores para uma manifestação em Florianópolis (SC) [1]. A convocação é feita através de vídeo publicado nas redes sociais de um empresário do comércio varejista que estava ao lado de Bolsonaro [2]. Na publicação, os dois chamam manifestantes pró governo para uma ‘motocaiada’, manifestação que reúne pessoas conduzindo motocicletas, sem qualquer tipo de menção a medidas de proteção a transmissão do coronavírus [3]. O encontro, que acontece no dia seguinte, causa aglomeração e alterações no trânsito [4]. Na mesma data , o boletim do governo do estado de SC divulga um total de 1.123.341 pacientes com teste positivo para covid-19 e registra também a marca de 18.703 mortes [5]. Na data da manifestação o estado estava classificado com risco alto de contaminação [6]. Vale lembrar que em Santa Catarina é obrigatório o uso de máscara em qualquer lugar por prevenção contra o coronavírus, seja ele público, privado ou ao ar livre, com exceção do interior das residências [7]. Em 06/08 o País contabilizou 561.807 óbitos e 20.108.448 casos de coronavírus, segundo dados do consórcio de veículos de imprensa [8].

Leia sobre a atuação do governo federal na pandemia causada pela covid 19.

07 ago 2021
 
Tipo de Poder
Poder Formal
Esfera
Executivo
Nível
Estadual

Apesar de avanço de variante, Estado de São Paulo flexibiliza medidas sanitárias e Governador reduz conselho de especialistas

Tema(s)
Negacionismo, Saúde
Medidas de emergência
Flexibilização de controle
Estado
São Paulo

O governo do Estado de São Paulo anuncia o início da flexibilização das regras sanitárias, apesar da permanência da crise da covid-19 [1]. A medida, voltada para os setores do comércio e de serviços, que voltarão a funcionar sem restrições de ocupação ou horário, contraria a recomendação de órgão do próprio governo [2][3]. Na mesma ocasião, foi divulgada a dissolução do Centro de Contingência do coronavírus, comissão de 21 especialistas em infectologia e saúde pública que recomendavam medidas ao governo paulista baseadas em estudos e no avanço da vacinação [4]. Antes da dissolução, marcando posicionamento de contraponto à gestão da crise pelo governo federal, o Palácio dos Bandeirantes sempre afirmou o respeito à ciência e às recomendações de especialistas [5]. A posição gerou, inclusive, diversos conflitos públicos com o presidente Bolsonaro, que já afirmou ser contrário à adosão de medidas sanitárias além de cogitar desobrigar o uso de máscaras pela população vacinada ou que já tenha contraído o vírus [veja aqui]. A nova comissão estabelecida terá 7 membros, todos egressos do comitê dissolvido. Em relação a flexibilização, por exemplo, o comitê havia desaconselhado o governador João Doria (PSDB-SP), a diminuir o regramento sanitário à época, antes de o estado atingir 80% de pessoas adultas vacinadas com as duas doses das vacinas [6]. Estudos demonstram, inclusive, uma baixa eficácia de uma única dose à variante delta do vírus [7]. O Executivo estadual, porém, não segueiu a recomendação do centro de contingência, garantindo apenas a manutenção das exigências no uso de máscaras e no distanciamento social de 1 metro [8].

17 ago 2021
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