Tipo de Poder
Poder Formal
Esfera
Executivo
Nível
Federal

Caixa Econômica Federal cria novas regras para avaliação de projetos culturais e inclui a verificação de posicionamento político de artistas

Tema(s)
Cultura, Liberdade Artística
Medidas de estoque autoritário
Ataque a pluralismo e minorias

A Caixa Econômica Federal cria novo sistema de regras para avaliar projetos culturais a serem realizados em seus espaços ao redor do país [1]. As novas regras, segundo funcionários da Caixa, solicitam informações sobre afinamento político dos artistas e seu comportamento em redes sociais, a constar em relatórios internos avaliados pela empresa estatal, antes de conceder aval para que exposições, debates e peças de teatro entrem em cartaz [2]. A mudança é vista pela classe artística como uma continuidade de práticas de censura e cerco a liberdade de expressão na cultura [3]. O presidente Jair Bolsonaro, que nega praticar censura, já afirmou em inúmeras situações que seu governo observará o conteúdo das produções artísticas para alocação de recursos públicos, e que a cultura do Brasil seria dominada por doutrinação marxista [4]. Em resposta aos cancelamentos culturais, o Ministério Público apresenta representação no Tribunal de Contas da União visando apurar irregularidades nas tomadas de decisão realizadas pelas estatais [5]. Vale lembrar que no mês anterior, o Itamaraty pediu a retirada de filme sobre Chico Buarque de festival internacional [veja aqui], e que foi censurada em Porto Alegre exposição de charges críticas a Bolsonaro [6]. Em continuidade, no mês de novembro, o Secretário de Cultura afirma em discurso na UNESCO que a arte brasileira favoreceu projeto da esquerda [veja aqui].

Leia análise das estratégias do governo Bolsonaro vistas como censura a produções culturais e cartilha com orientações sobre como proceder em caso de censura.

01 out 2019
 
Tipo de Poder
Poder Informal
Esfera
Executivo
Nível
Federal

Bolsonaro diz que interesse na Amazônia não se relaciona aos indígenas e à riqueza vegetal, em discurso a garimpeiros

Tema(s)
Ditadura e memória, Forças Armadas, Meio Ambiente, Povos indígenas
Medidas de estoque autoritário
Ataque a pluralismo e minorias

Em discurso no Palácio do Planalto o presidente Jair Bolsonaro declara a grupo de garimpeiros presentes que o interesse internacional sobre a Amazônia ‘não é no índio nem na porra da árvore, é no minério’, o presidente também acusa empresas internacionais de desmatarem a floresta, ataca a atuação política do cacique Raoni Metuktire, elogia a ditadura militar e inclui promessas de ampliação da mineração no Pará [1]. As manifestações ocorrem no mesmo dia que Bolsonaro recebe representantes da Cooperativa de Mineração dos Garimpeiros de Serra Pelada (Coomigasp), a qual desde setembro critica a fiscalização do Ibama sobre garimpo ilegal e pede ao presidente o acionamento das Forças Armadas (FAs) para realizar a ‘proteção’ da atividade de mineração em região de floresta no Pará [2]. No discurso, o presidente elogia a legislação ambiental do ‘tempo do Figueiredo’, o último presidente militar da ditadura, e confirma que ‘se tiver amparo legal’, acionará as FAs [3]. Vale notar que essa não é a primeira vez que o presidente defende o garimpo e ataca líderes indígenas [veja aqui], e que se manifesta favorável à exploração mineral na Amazônia [veja aqui]. Em setembro, o superintendente do Ibama foi demitido por se manifestar favoravelmente à fiscalização de equipamentos utilizados para o garimpo ilegal no Pará [veja aqui]. Em 2020, o presidente assina projeto de lei que autoriza a exploração mineral em terras indígenas [veja aqui].

Leia análise sobre o discurso de Bolsonaro na disputa pela mineração na Serra Pelada e entenda os riscos de liberação da atividade na região

01 out 2019
 
Tipo de Poder
Poder Informal
Esfera
Executivo
Nível
Federal

Bolsonaro veta notificação compulsória de serviços de saúde à polícia em casos de violência contra mulher

Tema(s)
Gênero e orientação sexual, Saúde
Medidas de estoque autoritário
Ataque a pluralismo e minorias

O presidente Jair Bolsonaro veta [1] projeto de lei (PL) [2] que modifica a Lei Maria da Penha (Lei 11.340/2006) para determinar a notificação compulsória de serviços de saúde pública e privada à polícia em 24h em casos de suspeita da prática de violência contra a mulher [3]. A lei já obrigava a notificação em caso de risco à vítima ou à comunidade; o PL de autoria da deputada Renata Abreu (PTN-SP) inova ao determinar o registro de indícios de violência no prontuário médico da paciente, o que segundo a parlamentar ajudaria a produzir dados estatísticos na ausência de boletim de ocorrência [4]. Segundo Bolsonaro, o veto integral é respaldado pelos Ministérios da Saúde e da Mulher, Família e Direitos Humanos que veêm ‘contrariedade ao interesse público’, uma vez que a notificação implicaria na identificação da vítima sem seu consentimento [5]. Igualmente, promotora especializada no enfrentamento à violência doméstica sinaliza ‘efeitos colaterais’ do PL, uma vez que o registro policial é um dos elementos que inibem as mulheres de procurarem ajuda [6]. Já para advogada criminalista, o veto é um ‘erro’, na medida em que o PL teria o potencial de aprimorar diagnósticos da política pública de enfrentamento à violência [7]. No mês seguinte, o Congresso Nacional derruba o veto presidencial, garantindo a obrigatoriedade da notificação por servidores da saúde [8]. Vale lembrar que em 2019, o governo federal retira compromisso de não violência contra mulher de edital de livros didáticos [veja aqui], extingue órgãos colegiados de prevenção à violência de gênero [veja aqui], o termo gênero deixa de ser usado pelo Itamaraty [veja aqui], e informações sobre a política de gênero são censuradas [veja aqui]. Em 2020, o governo tenta barrar medidas que ampliam direitos das mulheres na ONU [veja aqui], e promove conferência anti-aborto [veja aqui].

Leia análise sobre os efeitos da notificação obrigatória de violência doméstica por serviços de saúde.

10 out 2019
 
Tipo de Poder
Poder Formal
Esfera
Ministério Público
Nível
Federal

PGR pede arquivamento de ação para indenização de indígenas pela construção de hidrelétrica na época da ditadura militar

Tema(s)
Ditadura e memória, Povos indígenas
Medidas de estoque autoritário
Ataque a pluralismo e minorias

O Procurador Geral da República (PGR), Augusto Aras, requer desistência de ação cível [1] para a responsabilização do Estado brasileiro e da usina hidrelétrica binacional Itaipu por danos causados ao povo indígena Awa-Guarani, decorrentes da construção das obras na ditadura militar [2]. O pedido é acatado pelo STF. A ação foi proposta no mês anterior pela ex-PGR, Raquel Dodge, para indenizar os índios por remoção forçada [3] e estava fundamentada em relatório produzido por grupo de trabalho do Ministério Público Federal (MPF), o qual concluiu que à época da construção da usina hidrelétrica, órgãos governamentais realizaram fraude nos registros de identificação étnica das populações indígenas da região, além de identificar ameaças violentas, discriminações e precarização das condições de vida dos povos indígenas [4]. Já o fundamento do pedido de desistência de Aras se baseou no argumento de ‘risco de inefetividade’ dos pedidos ‘consideradas as dificuldades para a fiel identificação dos sujeitos beneficiários’ [5]. Ressalte-se que o número de sobreviventes diretamente afetados à época da construção da usina se limita a 12 pessoas, conforme alegado pela Comissão Yvyrupa, representante dos Awa-Guarani [6]. Moraes acata o pedido de Aras porque, o Código de Processo Civil possibilita a desistência de ação quando as partes não tiverem sido citadas, o que se confirma no caso concreto [7]. Em reação, os Awa-Guarani solicitam que sejam incluídos como parte interessada do processo, e recorrem, sem sucesso, da decisão [8] [9], pois o STF considera que os ‘índios’ são apenas ‘em tese prejudicados’ o que impede seu reconhecimento como parte representativa [10]. Em nota, integrantes do MPF e da Comissão Arns lamentam a postura de Aras e a decisão de Moraes [11]. Vale notar que o pedido de Aras ocorre em seu primeiro mês no cargo e soma-se a outras atuações afinadas com interesses do presidente [veja aqui].

Leia análises sobre os motivos que fundamentaram o pedido de indenização para os Awa-Guarani, entenda os resquícios da ditadura militar sobre o imaginário dos povos indígenas hoje e leia entrevista sobre as graves violações de direitos humanos perpetradas contra os povos indígenas no período militar.

29 out 2019
 
Tipo de Poder
Poder Formal
Esfera
Executivo
Nível
Federal

Governo edita Medida Provisória que flexibiliza direitos trabalhistas

Tema(s)
Trabalho
Medidas de estoque autoritário
Ataque a pluralismo e minorias

Apelidada de ‘Programa Verde e Amarelo’, a Medida Provisória (MP) nº 905 [1] cria incentivos para a contratação de jovens trabalhadores ao diminuir encargos para os empregadores [2]. Além disso, altera substancialmente o regime de multas a empresas por infrações à legislação trabalhista e liberaliza o trabalho em geral aos domingos [3]. Em reação, o Supremo Tribunal Federal (STF) recebe duas Ações Diretas de Inconstitucionalidade (ADI), uma ajuizada pelo PDT (ADI 6265) [4] e outra pelo Solidariedade (ADI 6261) [5]. Os requerentes do PDT alegam que a matéria só poderia ser regulada por Lei Complementar, e que a MP não teria cumprido requisitos constitucionais de relevância e urgência, bem como o princípio da isonomia, o que também é alegado pelo Solidariedade. Em janeiro do ano seguinte, o Procurador Geral da República ajuíza nova ADI no STF (ADI 6306) contra a MP [6], alegando violação da independência do Ministério Público do Trabalho. Em março, a Comissão Mista do Congresso aprova parecer do relator da MP, que altera diversos pontos da proposta original [7]. Em abril, a Câmara aprova o texto-base da MP, com mudanças em relação à crise da covid-19 [8], mas, em seguida, após acordo com Senado [9], o presidente revoga a MP por meio da edição da MP 955 [10]. Ressalta-se que em março 2020 são editadas novas MPs para flexibilização de direitos trabalhistas [veja aqui] sob a justificativa de crise sanitária [veja aqui].

Leia as análises sobre a MP nº 905/2019 e seu impacto segundo juristas, acadêmicos e economistas.

12 nov 2019
 
Tipo de Poder
Poder Informal
Esfera
Executivo
Nível
Federal

Ministro da Educação afirma que Proclamação da República foi ‘o primeiro golpe de estado no Brasil’, faz elogios à Monarquia e provoca feministas

Tema(s)
Gênero e orientação sexual, Posicionamento político
Medidas de estoque autoritário
Ataque a pluralismo e minorias

Abraham Weintraub, ministro da Educação, por meio das redes sociais, tece elogios à Monarquia e questiona as comemorações destinadas a homenagear os 130 anos da Proclamação da República: ‘O que diabos estamos comemorando hoje?’ [1]. O ministro caracteriza a Proclamação como ‘o primeiro golpe de estado no Brasil’ [2] e se refere a ela como uma ‘infâmia’ contra o imperador D. Pedro II, classificando-o como ‘um dos melhores gestores e governantes da História’ [3]. Em outra publicação feita no mesmo dia, Weintraub provoca o movimento feminista ao exaltar a princesa Isabel e Maria Leopoldina como ‘mulheres educadas, inteligentes e honestas’ que foram responsáveis por assinar os ‘dois principais atos’ do Império, governando bem antes da ex-presidente Dilma Rousseff, conforme apontado por ele [4]. Após críticas direcionadas a essas declarações e ataques promovidos pelo ministro, o presidente Jair Bolsonaro afirma que não pretende retirá-lo do cargo e que ‘todos os ministros têm liberdade de expressão, só não pode criticar o governo’ [5]. Vale lembrar que o ministro costuma utilizar termo escravocrata próprio da aristocracia colonial para se referir a opositores políticos [veja aqui] e que Sérgio Camargo, presidente da Fundação Palmares, já exaltou a figura da Princesa Isabel em detrimento de Zumbi de Palmares [veja aqui].

Leia as análises sobre o que é uma monarquia e como a República foi proclamada no Brasil, bem como o significado de seu conceito.

15 nov 2019
 
Tipo de Poder
Poder Informal
Esfera
Executivo
Nível
Federal

O Palácio do Planalto e o Presidente Bolsonaro não celebram o Dia da Consciência Negra

Tema(s)
Raça e etnia
Medidas de estoque autoritário
Ataque a pluralismo e minorias

O Palácio do Planalto não marca nenhuma cerimônia para celebrar o dia da Consciência Negra, comemorada no dia 20 de novembro em razão da morte de Zumbi dos Palmares, líder da luta pela igualdade racial no Brasil [1], e o Presidente Jair Bolsonaro não publica nada em suas redes sociais, diferentemente do que fez no Dia da Bandeira e no Dia Internacional da Mulher [2]. Nos governos Temer [3], Dilma [4], Lula [5] e Fernando Henrique [6], a data sempre foi relembrada por iniciativas institucionais do Palácio do Planalto, em discursos dos ex-presidentes ou nas suas redes sociais. No mesmo dia, deputado federal quebra placa com charge que denuncia a violência policial contra a população negra em exposição e Bolsonaro prefere não se manifestar [veja aqui]. Em dezembro, Sergio Camargo, nomeado por Bolsonaro para ocupar a presidência da Fundação Palmares, defende o fim do Dia da Consciência Negra, pois a data promoveria ‘vitimismo e ressentimento racial’ e seria restrita a ‘minorias empoderadas pela esquerda’ [7]. Camargo também já afirmou que não há ‘racismo real’ no Brasil [veja aqui]. Em 2020, Camargo ironiza Zumbi e enaltece a data comemorativa da Lei Áurea (13 de maio), que coloca em primeiro plano a princesa Isabel em detrimento de outras personalidades que lutaram pela abolição da escravidão [veja aqui]. Em outros momentos, Bolsonaro [veja aqui] e o Ministro da Educação [veja aqui] utilizam-se de expressões racistas.

Leia mais sobre o que é consciência negra e sobre o Dia da Consciência Negra e veja documentário sobre o tema; ouça também sobre o passado e presente da consciência negra.

20 nov 2019
 
Tipo de Poder
Poder Formal
Esfera
Executivo
Nível
Federal

Incra paralisa assentamentos em 66 projetos disponíveis de reforma agrária

Tema(s)
Reforma Agrária, Segurança e meio ambiente
Medidas de estoque autoritário
Ataque a pluralismo e minorias

Sob o governo Jair Bolsonaro, o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) não assenta nenhuma família nos 66 projetos de assentamento para reforma agrária que estão à disposição e que têm capacidade para 3.862 famílias [1]. Advogado da Comissão Pastoral da Terra (CPT), José Batista Afonso, afirma que essa ‘é a primeira vez que isso ocorre no Incra, num momento em que há milhares de famílias para serem inseridas no programa de reforma agrária’ [2]. Através da assessoria de imprensa, o Incra afirma que a situação ocorre ‘por restrições orçamentárias no exercício de 2019’ e que o programa voltará em 2020 [3]. Afonso atribui a paralisação às regras que vêm sendo implementadas desde o governo Temer e alerta para o fato de que, sem a regularização, as famílias não têm acesso a políticas de concessão de linhas de crédito, assistência técnica e demarcação de lotes [4]. A paralisação se insere num contexto de desmonte das políticas de reforma agrária promovido pelo governo Bolsonaro, com a suspensão reiterada desse procedimento [veja aqui] [veja aqui] e consequente redução no número de famílias assentadas [veja aqui], com indicações atécnicas para superintendência do Incra [veja aqui], discursos contrários à atuação do Movimento Sem Terra [veja aqui] e a desestruturação de programas sociais [veja aqui]. Paralelamente, ocorre o beneficiamento de ruralistas através de indicação para a presidência do Incra e aceleração da regularização fundiária [veja aqui].

Leia mais sobre o que é a reforma agrária e como a política fundiária, já datada de de alguns anos, promove a concentração de terras.

23 nov 2019
 
Tipo de Poder
Poder Formal
Esfera
Executivo
Nível
Federal

Parecer técnico encomendado pelo Conselho Nacional dos Direitos Humanos aponta 36 violações ao Plano Nacional de Direitos Humanos

Tema(s)
Administração
Medidas de estoque autoritário
Ataque a pluralismo e minorias

Parecer desta data encomendado pelo Conselho Nacional dos Direitos Humanos (CNDH) [1], órgão de promoção e defesa dos direitos humanos vinculado ao Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos (MMFDH) [2], aponta 36 violações do governo federal ao Plano Nacional de Direitos Humanos (PNDH-3) [3]. O PNDH-3 contém diretrizes, objetivos e ações programáticas para uma Política de Estado dos Direitos Humanos e deve pautar as ações da Administração Pública de forma transversal [4]. Uma das áreas destacadas no parecer é a proteção indígena e demarcação de terras, que foram atacadas, por exemplo, quando do discurso do presidente na ONU [veja aqui]. Neste mês, o presidente foi, inclusive, representando [5] no Tribunal Penal Internacional (TPI) por incitação ao genocídio indígena [6] [veja aqui]. Em dezembro, o CNDH expede a Recomendação nº 27 [7], sugerindo a adequação da Presidência da República ao PNDH-3 e a recriação de Comitê de Acompanhamento da execução do plano [8]. Também nesse mês o Ministério Público exonera sua representante no órgão, historicamente alinhada à defesa de pautas minoritárias [veja aqui]. Segundo levantamento [9], o trabalho do CNDH no primeiro ano de governo Bolsonaro foi mais intenso que nos dois anos anteriores: ele expediu 85 atos, entre recomendações, relatórios, notas públicas e missões.

Leia as análises sobre o PNDH-3, a primeira representação contra o governo Bolsonaro no TPI e a nova reputação do Brasil em relação a organizações internacionais.

26 nov 2019
 
Tipo de Poder
Poder Formal
Esfera
Executivo
Nível
Federal

Governo Federal nomeia como presidente da Fundação Palmares Sérgio Camargo, que já havia declarado em redes sociais que não há ‘racismo real’ no país

Tema(s)
Administração, Raça e etnia
Medidas de estoque autoritário
Ataque a pluralismo e minorias

O Governo Federal nomeia Sérgio Camargo como presidente da Fundação Palmares [1], instituição responsável pela promoção e preservação da cultura afro-brasileira e pelo reconhecimento de territórios quilombolas [2]. Camargo, militante bolsonarista, tem postagens afirmando que ‘sente vergonha e asco da negrada militante’ [3] e que não haveria racismo verdadeiro no Brasil [4]. Entidades do movimento negro protestam contra a indicação de Camargo ao cargo [5]. Em 04/12, a Justiça Federal suspende a nomeação de Camargo, decisão que é alvo de recurso [6]. No dia 12/02, o presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), João Noronha, suspende a decisão e permite a nomeação de Camargo [7], decisão que é alvo de novo recurso pela Defensoria Pública da União, que afirma que a nomeação de Camargo serviria para causar danos à proteção da igualdade racial [8]. Em 05/08 a Corte Especial do STJ mantém a decisão de Noronha e confirma Camargo na presidência [9]. Já como presidente da Fundação, Camargo ironiza a figura de Zumbi dos Palmares [veja aqui], chama o movimento negro de ‘escória maldita’ [veja aqui] e anuncia decisão de lançar ‘selo não-racista’ para pessoas ‘perseguidas’ pelo movimento negro [veja aqui].

Leia análises sobre o que significa a nomeação de Camargo na agenda do governo, racismo e o governo Bolsonaro, e a sociedade civil diante governo Bolsonaro.

27 nov 2019
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