Tipo de Poder
Poder Formal
Esfera
Executivo
Nível
Federal

MEC ameaça cortes orçamentários de universidades federais por ‘balbúrdia’ e depois anuncia corte geral de 30% dos recursos das instituições federais de ensino

Tema(s)
Educação, Liberdade Acadêmica, Orçamento
Medidas de estoque autoritário
Construção de inimigos

O Ministro da Educação (MEC) anuncia cortes orçamentários em universidades federais com baixo desempenho acadêmico e que estivessem realizando ‘balbúrdia’ nos campi, em referência a manifestações partidárias, eventos políticos e festas: ‘A universidade deve estar com sobra de dinheiro para fazer bagunça e evento ridículo’, diz o ministro da Educação, Abraham Weintraub, e complementa ‘Sem-terra dentro do câmpus, gente pelada dentro do câmpus’ [1]. A princípio, cortes ocorreriam na Universidade de Brasília (UnB), na Universidade Federal da Bahia (UFBA) e na Universidade Federal Fluminense (UFF) [2]. As três instituições, no entanto, apresentaram melhora na avaliação de ranking universitário internacional e estão entre as principais universidades do país responsáveis pela produção acadêmica [3]. No mesmo dia, após repercussão negativa da fala de Weintraub, o MEC recua da decisão de cortar os recursos das três universidades por ‘balbúrdia’ e anuncia corte de 30% nos orçamentos de todas as universidades e institutos federais, alegando critério ‘operacional, técnico e isonômico’ para todas as instituições de ensino [4]. O MEC também anuncia cortes no Colégio Pedro II, IFRJ e Cefet em torno de 30% dos orçamentos [5]. Entidades acadêmicas [6], sindicais [7], e conselhos universitários [8] emitem notas de repúdio aos cortes na educação e em defesa da autonomia universitária. Protestos e paralisações são mobilizados por instituições e organizações estudantis [9] e ocorrem em todos os estados do país [10], em prol da educação e contra os cortes realizados pelo MEC [11]. São apresentadas diversas ações judiciais questionando os cortes orçamentários [12] [13]. Enquanto a Justiça Federal acolhe pedidos e determina o bloqueio dos cortes [14], o Supremo Tribunal Federal, através de decisão monocrática, rejeita o bloqueio [15]. Em setembro, o MEC desbloqueia mais de R$ 1,99 bilhão na pasta, correspondendo a metade do valor bloqueado das universidades federais [16]. Em outubro, novo desbloqueio é realizado no valor de R$ 1,1 bilhão, e o MEC afirma que ‘100% do que foi contingenciado do custeio está sendo descontingenciado neste momento’ [17]. Em outros episódios de ataques às universidades, o ministro da Educação disse que as federais teriam plantações de maconha [veja aqui], e o presidente Bolsonaro se posicionou contra a autonomia universitária [veja aqui].

Leia explicação do que é um corte orçamentário e como ele é usado, análises sobre ações do governo Bolsonaro contra as universidades e as investidas realizadas pelo ministro da educação

30 abr 2019
 
Tipo de Poder
Poder Formal
Esfera
Executivo
Nível
Federal

Ministério do Meio Ambiente faz cortes no Ibama e no ICMBio e reduz 95% do orçamento da Política Nacional sobre Mudança do Clima

Tema(s)
Meio Ambiente, Orçamento
Medidas de estoque autoritário
Redução de controle e/ou centralização

Após decreto [1] do governo federal que contingenciou R$187 milhões de reais do Ministério do Meio Ambiente (MMA), o PSOL obteve, através do Sistema Integrado de Orçamento e Planejamento (SIOP), os cortes orçamentários pormenorizados referentes a cada programa do ministério [2]. O programa mais afetado é a Política Nacional sobre Mudança do Clima (PNMC), responsável por implementar medidas para combater as mudanças climáticas, cujo corte foi de 95% dos recursos [3]. Outro programa que sofre um corte significativo é a Política Nacional de Resíduos Sólidos, cuja redução é de 83% em seus recursos [4]. O ICMBio reduz 26% do total de seu orçamento, e o programa que perde o maior valor bruto, um total de 45 milhões de reais, é o de gestão das Unidades de Conservação Federais [5]. O Ibama tem uma redução de 24% de seu orçamento; os recursos destinados ao programa de fiscalização ambiental têm corte de 24% de seus valores e o de avaliação da periculosidade de produtos e resíduos químicos tem um corte de 60% [6]. Em nota, o MMA afirma que revisará as despesas de custeio ‘como aluguéis, limpeza, segurança’ e que o MMA está entre os ministérios menos afetados pelo contingenciamento [7]. Em outra nota, o MMA afirma que os cortes são ‘devido ao desequilíbrio das contas públicas geradas pela má gestão e desvios de dinheiro público ocorridos sobretudo nas gestões petistas’ [8]. Especialista afirma que os cortes são ‘escolhas políticas’ e que o governo tenta negar a existência de mudanças climáticas e quer explorar áreas protegidas como solução econômica [9]. As medidas inserem-se num contexto de descrença, por parte do governo federal, de questões climáticas [veja aqui] e ambientais [veja aqui], e na redução das autuações por crimes ambientais [veja aqui]. Ainda, o governo ameaçou cortes nas universidades federais [veja aqui], bloqueou bolsas de pós graduação [veja aqui] e reduziu concessões do Programa Bolsa Família [veja aqui].

Leia mais sobre o que é um corte orçamentário, qual o papel exercido pelo Brasil em relação às mudanças climáticas e como era o funcionamento da Política Nacional de Mudança do Clima

02 maio 2019
 
Tipo de Poder
Poder Formal
Esfera
Executivo
Nível
Federal

Advocacia-Geral da União defende reintegração de posse de prédios públicos sem autorização judicial

Tema(s)
Movimentos Sociais, Segurança pública
Medidas de estoque autoritário
Legitimação da violência e do vigilantismo

A Advocacia-Geral da União (AGU), liderada por André Mendonça, emite orientação normativa aconselhando os órgãos federais a procederem com a reintegração de posse dos imóveis públicos ocupados por manifestantes sem decisão judicial [1]. Na regra anterior, os gestores dos prédios deveriam solicitar à AGU que ajuizasse uma ação de reintegração de posse; agora, os responsáveis podem entrar diretamente em contato com a polícia, que realizará o procedimento [2]. A nova orientação normativa tem como base um parecer elaborado no governo Temer, que foi resgatado por Mendonça no início deste ano [3]. O parecer rechaça que a medida poderia ‘ferir o direito de expressão ou mesmo de manifestação dos invasores’, pois as ações tomadas pelo poder público garantiriam os ‘princípios democráticos e republicanos’ ao impedir o prejuízo na ‘prestação dos serviços públicos’ [4]. Nas redes sociais, o presidente defende que as ações de reintegração devem ocorrer ‘sem aguardar demoradas decisões, agilizando os serviços’ e Mendonça enfatiza que a medida serve para que os administradores atuem evitando ‘de modo imediato os eventuais danos ao bem público, por meio de requisição da força policial’ [5]. A normativa da AGU implica diretamente a atuação de movimentos sociais que costumam ocupar prédios como forma de manifestação, por exemplo, o Movimento Sem Terra (MST) [6], grupos indígenas e estudantes das universidades federais [7]. Em nota, movimentos sociais repudiam a medida e acusam Bolsonaro de utilizar-se do ‘discurso da segurança para sustentar posicionamentos em geral violentos e insuflar o ódio entre grupos’ [8]. No mês anterior, o presidente defende tipificar as ações do MST como atos terroristas [veja aqui] e isentar de punição aqueles que reajam violentamente a ‘invasores’ de terras [veja aqui] e, em agosto, chama o MST de terrorista [veja aqui].

Leia nota técnica do Instituto Brasileiro de Direito Urbanístico sobre a nova medida do governo e a análise sobre a constitucionalidade da normativa emitida pela AGU

02 maio 2019
 
Tipo de Poder
Poder Formal
Esfera
Executivo
Nível
Federal

Ministério da Saúde proíbe termo ‘violência obstétrica’ em documentos sobre políticas públicas

Tema(s)
Administração, Gênero e orientação sexual
Medidas de estoque autoritário
Ataque a pluralismo e minorias

O Ministério da Saúde (MS) veta, por despacho [1], o uso do termo ‘violência obstétrica’ pelo governo. A expressão é utilizada pela literatura científica e pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para definir a violência física ou psicológica durante o parto; já de acordo com o ministério, o termo teria conotação ‘inadequada’ e não ‘agrega valor’ [2]. Ainda, o novo posicionamento teria sido feito a pedido de entidades que emitiram pareceres contra o uso do termo [3], como o Conselho Federal de Medicina [4]. Especialistas veem o veto ao termo como cerceamento à liberdade de expressão dos servidores e técnicos do governo, alertando que poderia ser uma forma de o governo negar a existência do problema [5]; também explicam que ‘violência obstétrica’ não serviria para culpabilizar ou seria direcionado a uma categoria profissional específica [6]. O despacho gera reações da sociedade civil, especialmente grupos de mulheres [7]. Além disso, parlamentares pedem explicações à pasta [8] e o Ministério Público Federal apresenta recomendação para que o MS reconheça o termo [9]. Em 07/06, a pasta da Saúde publica ofício que reconhece o direito de mulheres utilizarem o termo, mas reitera o fim de seu uso pelo governo [10]. Vale lembrar que em outras ocasiões o governo federal se posicionou de maneira oposta à grupos de mulheres quanto a direitos reprodutivos [veja aqui], além de exonerar funcionários que trataram de recomendações técnicas sobre o tema durante a pandemia da covid-19 [veja aqui].

Leia análises sobre o direito e o veto ao termo, o que é a violência obstétrica, como o conceito se estrutura na saúde pública brasileira, como a violência obstétrica está presente no debate de políticas públicas do país e como é tratado pela legislação.

03 maio 2019
 
Tipo de Poder
Poder Formal
Esfera
Executivo
Nível
Federal

Bolsonaro baixa decreto que flexibiliza porte de armas no país

Tema(s)
Controle de armas, Segurança e meio ambiente
Medidas de estoque autoritário
Legitimação da violência e do vigilantismo

O presidente Jair Bolsonaro baixa Decreto 9.785 [1] que muda regulamento do Estatuto do Desarmamento [2] e revoga Decreto 9.685 [3] anterior editado em janeiro que também tratava da temática, mas de forma menos abrangente [veja aqui]. O Decreto flexibiliza consideravelmente o porte de armas no país, ampliando as pessoas beneficiadas, como parlamentares durante o mandato, advogados públicos, residentes em área rural e jornalistas que atuam na cobertura policial [4], diante de requisitos básicos como ser maior de 25 anos, apresentar autodeclaração de ‘efetiva necessidade’ e passar em exame de ‘aptidão psicológica’ [5]. O decreto também aumenta em quase 4 vezes a energia de disparo permitida para a aquisição das armas, de modo a liberar armamentos e munições até então restritos a policiais e membros das Forças Armadas [6]. Além disso, o decreto autoriza a aquisição de até 4 armas de defesa pessoal permitidas [7] e, em agosto, a Polícia Federal publica norma para formalizar a autorização [8]. Entidades de defesa dos direitos humanos e especialistas se posicionam contrariamente às alterações, apontando a possível piora da situação de segurança pública [9] e denunciando a tentativa do presidente de legislar por meio de decreto [10]. A Câmara dos Deputados elabora parecer [11] denunciando ilegalidades e o Senado apresenta nota informativa [12] alegando que o Decreto é ilegal. No mesmo sentido, o Ministério Público Federal emite nota técnica para denunciar a sua inconstitucionalidade [13]. O Decreto é também questionado no Supremo Tribunal Federal em 10/05 [14]. Em 21/05, Bolsonaro baixa novo decreto para alterar pontos controvertidos [veja aqui], mas os dois são revogados posteriormente pelo Decreto 9.844 [veja aqui].

Leia as análises sobre a flexibilização no porte de armas proporcionada pelo Decreto, o estado de confusão no controle das armas, o vai e vem dessa política, seu impacto no país e o crescimento vertiginoso no registro de novas armas.

07 maio 2019
 
Tipo de Poder
Poder Formal
Esfera
Executivo
Nível
Federal

Governo federal bloqueia bolsas de pós-graduação oferecidas pela Capes

Tema(s)
Educação, Orçamento
Medidas de estoque autoritário
Construção de inimigos

O governo de Jair Bolsonaro bloqueia novas bolsas de pós-graduação oferecidas pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) que não estavam sendo utilizadas no mês de abril, sem comunicar previamente as instituições e os pesquisadores [1]. Com os cortes, estudantes que já haviam sido aprovados para receber a bolsa na pós-graduação são afetados [2]. A medida atinge, por exemplo, o Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo (USP), que tem 38 bolsas cortadas e a Universidade Federal do Ceará, com corte em 61 bolsas [3]. Professores criticam a medida, ressaltando que ela atrapalha a formação de pesquisadores e a produção de conhecimento [4] e universidades públicas afirmam que o momento é de preocupação [5] e criticam a ‘insensatez’ da medida [6]. No dia 10/05, a Capes envia e-mail informando que a decisão anterior foi reconsiderada e que programas avaliados com notas 6 e 7 tiveram as bolsas restituídas ao sistema [7] e, em nota, o MEC declara que a medida foi tomada para conter gastos e teve como intuito a economia racional de recursos [8]. Em junho, a Capes deixa de oferecer 2,7 mil bolsas em cursos com baixa avaliação [veja aqui] e, em setembro, corta 5.613 bolsas [veja aqui]. Vale notar que os cortes se alinham à política do governo federal que, em abril, ameaçou realizar cortes orçamentários em universidades federais por ‘balbúrdia’ e anunciou corte geral de 30% dos recursos [veja aqui] e, em maio, Bolsonaro declara que estudantes em manifestação contra o corte de verbas destinadas à educação são ‘idiotas úteis’ e ‘imbecis’ [veja aqui].

Leia as análises sobre o corte das bolsas na pós-graduação e os efeitos de curto e longo prazo na ciência.

08 maio 2019
 
Tipo de Poder
Poder Formal
Esfera
Executivo
Nível
Federal

Decreto presidencial altera processo de nomeação de cargos de direção em universidades federais

Tema(s)
Educação, Liberdade Acadêmica
Medidas de estoque autoritário
Violação da autonomia institucional

Presidente Jair Bolsonaro edita Decreto [1] que pode retirar poderes de dirigentes universitários federais para nomeação de cargos comissionados e funções de confiança, dentre os quais pró-reitores e diretores de áreas específicas. A medida alteraria a competência das nomeações, anteriormente pertencente aos reitores, passando-a para a Secretaria do Governo, Casa Civil e Ministério da Educação [2]. O Decreto, contudo, não deixa clara a efetividade das mudanças. Em 16/05, o partido de oposição PSB apresenta projeto de decreto legislativo visando a suspender o decreto presidencial e retomar a autonomia universitária das nomeações em [3]. Pouco tempo depois, em julho de 2019, é editada nova Portaria [4] que confirma as mudanças trazidas pelo Decreto: os dirigentes universitários perdem o poder de nomeação de cargos de direção, que passam a ser feitas pela Casa Civil com crivo prévio da Secretaria do Governo [5]. Em agosto de 2019, é editado novo Decreto [6] que retoma a competência das nomeações dos cargos de chefia pelas instituições de ensino superior federais e exclui a competência de análise prévia pela Secretaria do Governo. Em dezembro de 2019, o presidente edita a MP 914 que altera o processo de escolha dos reitores universitários, com exclusão de consulta à comunidade acadêmica. Em junho do ano seguinte, a MP perde validade por falta de aprovação pelo Congresso Nacional [veja aqui].

Leia análise sobre os efeitos do decreto presidencial que alterou a nomeação de cargos de chefia nas universidades federais.

14 maio 2019
 
Tipo de Poder
Poder Formal
Esfera
Executivo
Nível
Federal

Bolsonaro baixa decreto que exclui preocupação com turismo LGBT

Tema(s)
Gênero e orientação sexual
Medidas de estoque autoritário
Ataque a pluralismo e minorias

O presidente Jair Bolsonaro edita Decreto [1] que institui o Plano Nacional de Turismo 2018-2022. O plano trata de uma republicação, agora em forma de decreto, daquele anunciado durante o governo Michel Temer [2]. O Decreto mantém o plano inalterado [3], exceto pela exclusão do ‘público LGBT’ da estratégia de ‘sensibilizar o setor para a inclusão desse grupo no turismo [4]. Em abril, Bolsonaro disse que não havia problema em estrangeiros virem ao país para ‘fazer sexo com uma mulher’, mas que o Brasil ‘não pode ser o País do turismo gay’ [5], o que gerou reações de repúdio nas redes sociais [6] e lançamento de campanhas oficiais dos estados contra o turismo sexual [7]. De acordo com os dados do plano original, 10% dos viajantes no mundo são turistas LGBTs, representando 15% do faturamento do setor [8]. Vale notar que os ataques do governo aos LGBTs são recorrentes. Em agosto, a Ministra da Família, da Mulher e dos Direitos Humanos extingue órgãos colegiados como Gênero e Diversidade e Inclusão [veja aqui] e, em 2020, cria o Observatório Nacional da Família com apagamento dos direitos da população LGBT [veja aqui]. Além disso, o Ministro da Cidadania suspende edital federal para televisão por apresentar produções com temática LGBT [veja aqui].

Leia as análises sobre a trajetória e as conquistas do movimento LGBTI no Brasil, os retrocessos enfrentados por essa população em 2019 e o repúdio à apologia feita por Bolsonaro à exploração sexual.

14 maio 2019
 
Tipo de Poder
Poder Formal
Esfera
Executivo
Nível
Federal

Ministério da Educação sai do Pacto Universitário pela Promoção de Respeito à Diversidade, Cultura da Paz e Direitos Humanos

Tema(s)
Educação, Gênero e orientação sexual
Medidas de estoque autoritário
Ataque a pluralismo e minorias

Sob o governo Jair Bolsonaro, o Ministério da Educação (MEC) abandona o Pacto Universitário pela Promoção do Respeito à Diversidade, Cultura da Paz e Direitos Humanos [1]. Criado em 2016 pelo MEC em parceria com a Secretaria da Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão (Secadi), ele previa adesão voluntária das Instituições de Educação Superior com o objetivo de aprofundar a educação em Direitos Humanos por meio do estímulo a atividades, pesquisas e formações na área [2]. Com 333 instituições envolvidas, o Pacto foi responsável, por exemplo, por promover um programa de formação de professores em direitos humanos e instaurar, na Universidade Federal da Paraíba, uma política de segurança baseada na humanização entre a vigilância do campus e a comunidade [3]. Desde janeiro, o Pacto não possui equipe responsável pela sua gestão, o portal online para submissão de relatórios está desativado e o MEC não produz mais boletins para acompanhar as ações. No entanto, o órgão não avisou as instituições aderidas a respeito da descontinuidade do programa [4]. Para o secretário de educação da Associação Brasileira de Gays, Lésbicas e Trasgêneros, o Pacto exerce um papel importante na construção de uma cultura de paz e de valorização da diversidade, contribuindo para eliminar atitudes discriminatórias [5]. O esvaziamento ocorre em um contexto de reformas administrativas no MEC [6], como a extinção da Secadi [veja aqui] e a alteração do edital de livros didáticos, retirando compromisso com diversidade étnica e cultural e contra a violência de gênero [veja aqui].

Leia a análise sobre as principais ações da Secadi, incluindo o estabelecimento do Pacto Universitário para a promoção dos direitos humanos.

14 maio 2019
 
Tipo de Poder
Poder Formal
Esfera
Executivo
Nível
Federal

Coronel da Polícia Militar assume presidência do Ibama

Tema(s)
Meio Ambiente, Militarização
Medidas de estoque autoritário
Redução de controle e/ou centralização

Tenente-coronel da Polícia Militar de São Paulo (PM-SP), Luis Carlos Nagao, é nomeado para o cargo de diretor de planejamento, administração e logística do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) [1]. Nagao é coronel da reserva da PM-SP, e atuava como dirigente do Centro Integrado de Apoio Financeiro e do Centro de Processamento de Dados da corporação [2], mas não tem nenhuma experiência anterior na área ambiental, ou mesmo qualificações técnicas necessárias ao cargo [3]. Em agosto de 2020, Nagao é indicado para compor o Conselho Deliberativo do Fundo Nacional do Meio Ambiente como titular [4]. Enquanto diretor de planejamento, o militar, que é muito próximo do ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles, já concentra a tomada de certas decisões no órgão envolvendo contratos, nomeações de coordenadores, e mudanças de regimentos [5]. Mais recentemente, com o afastamento de Eduardo Bim do cargo por decisão do ministro do STF, Alexandre de Moraes [veja aqui], o militar assume a direção do Ibama [6]. As pastas do Meio Ambiente sofrem interferências e são alvo de militarização desde 2019, e em outubro de 2020, 99 militares já ocupavam cargos comissionados na gestão socioambiental [veja aqui].

14 maio 2019
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