Tipo de Poder
Poder Formal
Esfera
Legislativo
Nível
Estadual

Assembleia Legislativa de Rondônia aprova nova diminuição nas unidades de conservação do estado

Tema(s)
Meio Ambiente, Povos indígenas
Medidas de estoque autoritário
Redução de controle e/ou centralização
Estado
Rondônia

Assembleia Legislativa de Rondônia (RO) aprova mais diminuições nas unidades de conservação do estado (UCs) [1]. A mudança é realizada por meio de dois projetos de lei complementar: um deles revoga a criação do Parque Estadual Ilha das Flores, que compreenderia 89.789 mil hectares; e o outro reduz limites de extensão da Reserva do Desenvolvimento Sustentável do Limoeiro, ao sul do estado [2]. As alterações são promovidas após a mesma assembleia aprovar redução na proteção ambiental que afetou mais de 200 mil hectares de UCs antes protegidos [veja aqui] [3]. A Assembleia também revogou a criação do Parque Estadual Ilha das Flores, criado por lei aprovada em maio deste ano, como meio de ‘compensação’ para essa redução anterior nas áreas de reserva [4]. Ambas as propostas foram discutidas em menos de 10 minutos e aprovadas pela maioria dos parlamentares [5]. Comunidades tradicionais e os povos indígenas atingidos por essas alterações não são consultados, mas invasores que se estabeleceram nestas UCs de forma ilegal são beneficiados [6]. Os projetos ainda dependem da sanção do Governador Marcos Rocha (PSL) [7]

06 jul 2021
 
Tipo de Poder
Poder Formal
Esfera
Legislativo
Nível
Federal

Presidente da CPI da covid-19 manda prender ex-diretor de logística do Ministério da Saúde

Tema(s)
Conflito de poderes, Segurança pública
Medidas de estoque autoritário
Legitimação da violência e do vigilantismo

O presidente da CPI da covid-19, Omar Aziz (PSD-AM), decreta a prisão em flagrante de Roberto Dias, ex-diretor de logística do Ministério da Saúde, durante depoimento deste à CPI da covid-19 [1]. Aziz diz que Dias mentiu à CPI e determina a sua prisão pelo crime de falso testemunho [2], decisão da qual discordam outros senadores [3]. Dias prestava depoimento à CPI da covid-19 acerca das suspeitas de que haveria exigido propina como condição para compra de doses da vacina Astrazeneca [veja aqui] e pressionado servidor pela execução de contrato irregular, referente à vacina Covaxin [veja aqui]. Segundo especialistas, embora Dias tenha sido convocado como testemunha à CPI, ele é, na prática. um investigado, com direito de não produzir provas contra si mesmo, não se aplicando, portanto, o crime de falso testemunho [4]. O presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco (DEM-MG) diz que confia em Aziz e na CPI, e não declara a nulidade da prisão [5]. Dias passa horas detido na sede da Polícia do Senado Federal, paga fiança, é liberado e responderá pela acusação em liberdade [6]. Em 27/07, a Polícia Federal instaura inquérito para investigar suspeita de cobrança de propina por Dias [7].

Leia mais sobre o caso e veja mais opiniões de especialistas acerca da prisão de Roberto Dias.

07 jul 2021
 
Tipo de Poder
Poder Informal
Esfera
Executivo, Legislativo
Nível
Federal

Ministro da Defesa condiciona eleições de 2022 à aprovação voto impresso

Tema(s)
Conflito de poderes, Ditadura e memória, Eleições, Forças Armadas, Militarização
Medidas de estoque autoritário
Redução de controle e/ou centralização

General Walter Braga Netto, ministro da Defesa e responsável pela direção superior das Forças Armadas, determina a um intermediário que comunique ao presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AP), que, sem a aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que institui o voto impresso, não haverá eleições em 2022, segundo apuração jornalística de 21/07 [1]. A PEC tramita em comissão especial da Câmara [veja aqui] e tem relatório rejeitado em 05/08 [2]. Apesar disso, em 06/08, Lira anuncia que levará PEC à votação pelo plenário da Câmara [3]. Segundo a apuração, diante do aviso, o presidente da Câmara, em conversa com o presidente Bolsonaro, diz que ‘não contasse com ele para qualquer ato de ruptura institucional’ [4]. Vale lembrar que, também nesta data, Bolsonaro ameaça as eleições de 2022, condicionando-a à aprovação do voto impresso [veja aqui], o que já fez em outras datas [veja aqui]. Em nota, Braga Netto não nega a ameaça, mas diz que ‘não se comunica com os Presidentes dos Poderes, por meio de interlocutores’ [5] e Lira afirma que haverá eleições em 2022 com ‘voto popular, secreto e soberano’ [6]. O jornal, por sua vez, mantém a apuração publicada [7]. Autoridades do Judiciário, do Legislativo e do Executivo, em reação à ameaça de Braga Netto, falam em ‘tentativa de golpe’ [8] e defendem eleições [9] [10] [11]. Já especialistas avaliam que Braga Netto pode ter cometido crime de responsabilidade, passível de impeachment [12], e que ele não teria apoio em ‘aventura golpista’ [13]. Em 03/08, Comissão da Câmara aprova convocação de Braga Netto para depor sobre a suposta ameaça à eleições de 2022 [14] e, em 29/09, o procurador-geral da República, Augusto Aras, anuncia a abertura de invetigação preliminar para apurar possíveis crimes na conduta do ministro [15], apuração esta que tramita apenas internamente na Procuradoria Geral da República (PGR) e não é submetida ao crivo do Supremo Tribunal Federal (STF), inclusive para ser arquivada [veja aqui]. Além disso, à frente da Procuradoria Geral da República (PGR), Aras tem apresentado postura de alinhamento aos interesses do governo federal [veja aqui]. O descrédito ao sistema eleitoral [veja aqui] – ainda que sem provas [veja aqui], a defesa do voto impresso [veja aqui], as ameaças às eleições [veja aqui] e o desrespeito aos resultados dos pleitos anteriores [veja aqui] e às demais instituições da república [veja aqui] têm sido recorrentes no governo Bolsonaro.

Leia mais sobre a suposta ameaça de Braga Netto e sobre como ela se localiza num contexto de sucessivas ameaças à democracia.

08 jul 2021
 
Tipo de Poder
Poder Informal
Esfera
Executivo, Legislativo
Nível
Federal

Presidentes da República e da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, ministro da Ciência e Tecnologia e deputado federal se reúnem com deputada alemã investigada por defesa de ideias neonazistas

Tema(s)
Posicionamento político, Relações internacionais, Xenofobia
Medidas de estoque autoritário
Construção de inimigos

O presidente Jair Bolsonaro [1], o ministro da Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes [2] e os deputados federais Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) e Bia Kicis (PSL-DF) [3], presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados, se reúnem com a deputada alemã Beatrix von Storch. Storch é vice-presidente do partido de extrema-direita Alternativa para a Alemanha, além de ser neta do ministro das Finanças do governo nazista de Adolf Hitler [4]. Em 2018, ela foi investigada por defender ideias neoazistas e xenofóbicas, por conta de publicações que incitavam o ódio contra mulçumanos [5]. O Museu do Holocausto [6] e instituições judaicas [7] criticam o encontro do presidente e dos deputados com Storch, mas em resposta os deputados minimizam as críticas, afirmando que o que os une à parlamentar alemã são as pautas conservadoras [8]. Em 27/7, o Ministério da Ciência e Tecnologia apaga fotos de Marcos Pontes com deputada [9] e, em 03/08, o presidente da CPI da covid-19, Omar Aziz (PSD-AM), critica Bolsonaro por receber Storch [10]. Vale lembrar que o presidente Bolsonaro, que nega que houve ditadura no Brasil [veja aqui], já afirmou ser possível ‘perdoar’ o Holocausto [veja aqui] e também já compartilhou vídeo em alusão a bordão fascista [veja aqui]. Em 2020, o então Secretário de Cultura do governo lançou vídeo de divulgação do Prêmio Nacional das Artes com referências ao Ministro da Propaganda de Hitler, Joseph Goebbels [veja aqui]. Kicis, que é presidente da comissão mais importante da Câmara dos Deputados [veja aqui], já defendeu intervenção militar pró-governo e apontou as Forças Armadas como ‘poder moderador’[veja aqui]. Eduardo Bolsonaro, por sua vez, já afirmou que um ‘novo AI-5’ – ato do período ditatorial que iniciou o período mais repressivo do regime – seria solução para a oposição política [veja aqui] e já discursou em defesa de líderes mundiais autoritários [veja aqui].

Leia mais sobre quem é Beatrix von Storch, sobre a aproximação do governo Bolsonaro com representantes da extrema-direita mundial e o que isto significa no cenário internacional.

22 jul 2021
 
Tipo de Poder
Poder Informal
Esfera
Legislativo
Nível
Federal

Deputado federal defende trabalho infantil, após atleta de 13 anos ganhar medalha olímpica

Tema(s)
Criança e Adolescente, Trabalho
Medidas de estoque autoritário
Ataque a pluralismo e minorias

O deputado federal Sóstenes Cavalcante (DEM-RJ) defende em rede social a permissão do trabalho infantil, sob justificativa de que a skatista e campeã olímpica, Rayssa Leal, de 13 anos ao se dedicar ao esporte e participar de competições, está trabalhando e entregando bons resultados [1]. No dia seguinte, Sóstenes volta fazer postagem sobre o tema, afirmando que defende a revisão do artigo 60 do Estatuto da Criança e Adolescente (ECA), que proíbe a prática de trabalho infantil no Brasil [2]. Mas segundo advogados trabalhistas e do desporto, Rayssa não está trabalhando quando compete no esporte de alto nível, já que não tem vínculo empregatício, não cumpre carga horária e recebe autorização dos pais para participar de competições [3]. A Lei Pelé [4] determina que o esporte de alto nível pode ser exercido de maneira formal e informal, sendo essa última a exercida por Rayssa, que tem liberdade de prática e inexistência de contrato de trabalho [5]. Vale ressaltar, que o trabalho infantil é designado pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) como uma ‘grave violação aos direitos humanos e aos princípios do trabalho’ [6]. A defesa da permissão do trabalho infantil no Brasil já foi levantada em outras ocasiões pelo presidente Bolsonaro: em 2019 ele afirmou que o trabalho não prejudicava e sim dignificava [veja aqui] e editou decreto que reduzia a participação de representantes no Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda) [veja aqui]. Em 2020, Bolsonaro criticou a proibição do trabalho infantil [veja aqui].

Leia sobre como o trabalho infantil é prejudicial, como suas raizes são profundas e ouça a música Sementes, de autoria de Emicida e Drik Barbosa, que é um manifesto contra o trabalho infantil no país.

26 jul 2021
 
Tipo de Poder
Poder Informal
Esfera
Legislativo
Nível
Federal

Presidente da Câmara dos Deputados, Artur Lira, endossa as falas de Bolsonaro sobre sistema eleitoral e fala em ‘auditagem transparente’

Tema(s)
Eleições, Posicionamento político
Medidas de estoque autoritário
Construção de inimigos

Em endosso à campanha de Bolsonaro ao voto impresso, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), afirma apoiar uma ‘auditagem de forma mais transparente’ das eleições [1]. Entretanto, ele refuta a possibilidade de ter havido fraude e diz não desconfiar do sistema que foi eleito [2]. Durante entrevista, Lira também declara que o debate sobre a modificação do sistema eleitoral brasileiro está ‘muito polarizado’ e que vem ‘gerando atritos entre instituições’ [3]. Em 13/05, a Câmara dos Deputados criou comissão para debater a proposta do voto impresso no Brasil [veja aqui]. No mesmo dia do pronunciamento de Lira, Bolsonaro o elogia e afirma que a pauta que modifica a forma das eleições conta com o apoio do presidente da Câmara dos Deputados [4]. Em outra ocasião, Bolsonaro já se referiu a Lira como ‘pai do voto impresso’ [veja aqui]. A modificação do sistema eleitoral brasileiro é uma das principais pautas defendidas por Bolsonaro, que tem construído uma escalada de ameaças ao pleito de 2022 [veja aqui] e a boa convivência com os demais poderes [veja aqui]. Em 06/05, Bolsonaro afirmou que ‘se não tiver voto impresso, é sinal que não terá eleições’ [veja aqui]. Em 07/08, ele voltou a condicionar as eleições de 2022 à adoção do voto impresso [veja aqui]. Em diversas ocasiões, Bolsonaro tensionou as relações entre o executivo e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ao afirmar que o sistema eleitoral é fraudulento [veja aqui] [veja aqui] [veja aqui] e ao questionar a imparcialidade e integridade do presidente do tribunal, ministro Luís Roberto Barroso [veja aqui] [veja aqui]. O TSE já enviou duas notícias-crimes ao STF solicitando que Bolsonaro seja investigado por propagar ataques ao sistema eleitoral [veja aqui] e por vazar inquérito sigiloso da Polícia Federal como forma de provar as fraudes eleitorais [veja aqui]. O STF acatou ambas as notícias-crimes e agora Bolsonaro integra o rol de investigados do inquérito das fake news [veja aqui]. Em mais um aceno a Bolsonaro, no dia 10/08, Lira coloca a PEC do voto impresso na pauta de votação do plenário da Câmara dos Deputados, mesmo a matéria tendo sido rejeitada na comissão no dia 05/08 [veja aqui]. A matéria que modifica o funcionamento eleitoral no país, também é rejeitada na casa legislativa por 229 votos favoráveis a 218 contra [veja aqui].

Leia sobre o ataque de Bolsonaro as instituições.

05 ago 2021
 
Tipo de Poder
Poder Formal
Esfera
Legislativo
Nível
Federal

Apesar de rejeitada em comissão especial, PEC do voto impresso vai à votação plenária por decisão de Lira

Tema(s)
Eleições, Posicionamento político
Medidas de estoque autoritário
Redução de controle e/ou centralização

Presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), coloca a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) do voto impresso na pauta de votação do plenário, apesar da matéria já ter sido rejeitada na comissão especial [veja aqui] por 23 votos a 11 [1]. Lira justifica, em coletiva de imprensa, que a PEC será votada no plenário sob justificativa de que ‘o voto impresso está pautando o Brasil’ e por isso é necessário uma decisão ‘inquestionável e suprema’ na ‘alçada máxima de decisão’ [2]. A matéria é então votada em 10/08 e rejeitada no plenário por 229 votos a favor e 219 contra; eram necessários ao menos 308 votos para que a proposta pudesse ser aprovada [3]. No mesmo dia da votação da PEC no plenário da Câmara dos Deputados, Bolsonaro participa de um desfile de blindados militares em frente a Praça dos Três Poderes, o que é interpretado como uma demonstração de força [veja aqui]. Lira se manifesta sobre o ocorrido como apenas uma ‘coincidência trágica’ [4]. Em meio a elevação do tom sobre a modificação do sistema eleitoral atual, deputados contrários à pauta alegam estar recebendo telefonemas e emails com ameaças de apoiadores de Bolsonaro [5]. Dois dias após a rejeição da PEC do voto impresso, o TSE anuncia medidas para aumentar a transparência das urnas eletrônicas e do sistema eleitoral [6]. Mesmo diante da derrota da pauta na Câmara dos Deputados, Bolsonaro afirma que continuará sua ‘luta’ em favor do voto impresso, porém com ‘menos pressão’ [7]. A tentativa de modificação do sistema eleitoral brasileiro é uma das principais agendas de Bolsonaro e de sua base governista, que tem construído uma escalada de ataques e insultos à lisura e credibilidade das eleições [8]. Desde 2020, Bolsonaro faz declarações que incitam a desconfiança no sistema eleitoral [veja aqui] e questionam resultados . Entretanto, em 2021, as falas de Bolsonaro e de seus aliados se tornaram mais assertivas e mais constantes: em junho, Bolsonaro disse que houve fraudes e que tem provas [veja aqui], questionou a imparcialidade do presidente do Tribunal Superior Eleitoral [veja aqui]. Em julho e agosto, Bolsonaro afirmou que Aécio ganhou o pleito de 2014 [veja aqui], se negou a expor as provas que evidenciam as fraudes [veja aqui], protagonizou transmissão ao vivo com ataques às eleições [veja aqui] e vazou inquérito sigiloso sobre as urnas eletrônicas [veja aqui]. Em diversas ocasiões, condicionou a realização das eleições de 2022 à adoção do voto impresso [veja aqui] [veja aqui] [veja aqui] e tensionou as relações com o TSE [veja aqui] [veja aqui]. A justificativa da base bolsonarista para a modificação do sistema para o voto impresso é a possibilidade do voto ser auditável; contudo o Tribunal de Contas da União (TCU) já apresentou relatório que afirma a auditabilidade e confiabilidade das urnas eletrônicas [9].

Leia sobre a derrota da PEC do voto impresso no plenário da Câmara dos Deputados e sobre a atuação de Arthur Lira como presidente da casa.

06 ago 2021
 
Tipo de Poder
Poder Informal
Esfera
Legislativo
Nível
Estadual

Deputado de Rondônia defende que polícia deve ‘cortar a cabeça’ de criminosos

Tema(s)
Segurança pública, Sistema penal e socioeducativo
Medidas de estoque autoritário
Legitimação da violência e do vigilantismo
Estado
Rondônia

O deputado estadual de Rondônia Geraldo da Rondônia (PSC) defende que a polícia militar (PM) possa decapitar e esquartejar autores de crimes [1]. Durante sessão na Assembleia Legislativa de Rondônia (ALER), o deputado diz: ‘vai lá, corta a cabeça do meliante, deixa sem cabeça, sem braço e sem perna’, tendo também apresentado projeto de lei de lei para que policiais sejam autorizados a portar facões para esquartejar criminosos [2]. A fala se dá quando o deputado comenta o que segundo ele deveria ser feito com suspeito de assassinar policial no estado [3]. O deputado eleito em 2018 tem seu mandato marcado por episódios violentos e em dezembro de 2020 foi denunciado por uma bailarina por lesão corporal, constrangimento ilegal e abuso de autoridade [4]. No início deste ano, Geraldo foi novamente denunciado, mas dessa vez por desacato contra profissionais da saúde, ele teria invadido o Hospital Municipal de Ariquemes e insultado os profissionais, além de entrar, sem autorização, na ala onde estavam internados pacientes da covid-19, usando a máscara incorretamente [5]. Vale lembrar que nesta data, Geraldo da Rondônia teve diploma cassado por financiamento ilícito da campanha eleitoral [6]. Falas violentas contra infratores também já foram feitas por outros políticos; em 2019, o então governador do Rio de Janeiro Wilson Witzel disse que manteria ‘um míssil’ para explodir traficantes na favela [veja aqui], elogiou atuação que matou 15 pessoas [veja aqui], afirmou, ao comentar o aumento das mortes nas operações, que a ‘polícia mandou recado’ [veja aqui] e, após lamentar a morte de Ágatha Félix, menina de 8 anos assassinada por PM no Complexo do Alemão, declarou que a política de segurança do Estado estava no ‘caminho certo’ [veja aqui]. Em 2019 o presidente Jair Bolsonaro também comparou ‘bandidos’ a baratas [veja aqui] e elogiou policial que mata em serviço [veja aqui].

31 ago 2021
 
Tipo de Poder
Poder Informal
Esfera
Legislativo
Nível
Federal

Eduardo Bolsonaro reclama da abordagem policial a colecionadores, atiradores e caçadores, exigindo redução de controle à categoria

Tema(s)
Controle de armas, Segurança pública
Medidas de estoque autoritário
Legitimação da violência e do vigilantismo

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) promove uma reunião entre um representante de associação pró-armas e o diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF) [1] para tratar sobre como devem ser as abordagens a colecionadores, atiradores e caçadores (CACs), grupo a quem é permitido o porte de armas sob certas condições [2]. A reunião é motivada por uma reportagem de TV, que mostrou como é feita a abordagem e como é a fiscalização a CACs que estejam com armas no carro [3]. O filho do presidente critica a forma da abordagem e diz que se eles estiverem com a documentação, não precisam revelar o trajeto que estão fazendo [4]. A PRF informou que na reunião foram discutidas questões como o manual de fiscalização de Colecionador, Atirador e Caçador (CAC) [5]. Em publicação em suas redes sociais, a PRF diz que o manual está em fase final de elaboração e visa a trazer segurança jurídica e orientação aos policiais rodoviários federais [6]. O governo de Jair Bolsonaro defende interesses armamentistas e já manifestou que aos seus apoiadores que flexibilizaria o acesso [veja aqui]; seu governo editou 23 normas que flexibilizam o acesso a armas até agosto de 2020 [veja aqui]; para os CACs, já houve portaria que reduzem a burocracia para manutenção do registro de armamento [veja aqui].

Veja dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública e leia análise sobre o quanto o brasileiro apoiam a flexibilização de armas.

03 set 2021
 
Tipo de Poder
Poder Formal
Esfera
Executivo, Judiciário, Legislativo, Ministério Público
Nível
Federal

Brasil cai em rankings que avaliam qualidade democrática e de combate à corrupção e à violência

Tema(s)
Administração, Economia, Eleições, Segurança pública
Medidas de estoque autoritário
Redução de controle e/ou centralização

Brasil tem queda em rankings que medem a qualidade da democracia e da capacidade de combate à corrupção e à violência, segundo levantamento da imprensa desta data [1]. No ‘Índice de Democracia’, elaborado pelo grupo The Economist, o país, que ocupava a 47ª posição do ranking em 2010, passou ao 49º lugar em 2020 [2]. O índice considera as seguintes categorias: processo eleitoral e pluralismo; funcionamento do governo; participação política; cultura política e liberdades civis [3]. De acordo com especialista ligado à pesquisa, a queda está relacionada a escândalos de corrupção, os quais ele associa a ‘uma desilusão perigosa para o processo político, abrindo espaço para um ‘outsider’ como Bolsonaro’ [4]. Também foi registrada queda no ranking de capacidade de combate à corrupção, elaborado pela Transparência Internacional [5]. Neste ranking, feito com base na opinião de representantes do setor privado e analistas, o Brasil deixou a 72ª posição, registrada em 2007, passando a ocupar o 94º lugar em 2020 [6]. O relatório da instituição afirma que o país enfrenta ‘sérios retrocessos no combate à corrupção’ [7]. Vale lembrar que, em 06/2020, a mesma queda foi registra no Índice de Capacidade de Combate à Corrupção (CCC), produzido pela Americas Society/Council of the Americas e a Control Risks [veja aqui]. O levantamento da imprensa também aponta queda na avaliação brasileira no Índice de Paz Global, elaborado pelo Institute for Economics and Peace [8]. Neste ranking, que mede aspectos ligados à segurança no país, o Brasil passou da 97ª colocação, registrada em 2008, ao 128º lugar, em 2021 [9]. Há registros, ainda, de queda em rankings ligados a aspectos econômicos, tais como liberdade e complexidade econômicas, produtividade do trabalhador e renda per capita [10]. Em 10/2020, o Brasil teve recuo na percepção da liberdade de expressão e passou a ocupar 94ª posição em ranking mundial [veja aqui].

Leia relatórios que apontam queda do Brasil em rankings de qualidade da democracia (em inglês) e da capacidade de combate à corrupção e à violência.

02 out 2021
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