Tipo de Poder
Poder Formal
Esfera
Ministério Público
Nível
Estadual

Ministério Público do Rio de Janeiro extingue Grupo de Atuação Especializada em Meio Ambiente

Tema(s)
Meio Ambiente
Medidas de estoque autoritário
Redução de controle e/ou centralização
Estado
Rio de Janeiro

Ministério Público (MP) do estado do Rio de Janeiro (RJ) promove reestruturação e extingue o Grupo de Atuação Especializada em Meio Ambiente (GAEMA) [1], por meio de resolução publicada nesta data [2]. O GAEMA é um órgão consolidado na defesa do meio ambiente no estado do RJ, e atuava conjuntamente com o MPRJ desde o ano de 2012 na prevenção e repressão de crimes ambientais [3]. Mais recentemente, a força tarefa fazia o acompanhamento dos problemas relacionados a concentração da geosmina no processo de abastecimento de água da Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro (Cedae) [4]. O grupo atuou também na capital do RJ no gerenciamento do impacto da mobilidade urbana em obras de interesse público, na fiscalização para a preservação da Mata Atlântica e das bacias hidrográficas na Baía de Guanabara e em outros casos envolvendo áreas de proteção ambiental [5]. Segundo MPRJ, a mudança, que extinguiu a maioria dos grupos especializados, tem o intuito de ‘aperfeiçoar a atuação do Ministério Público’ e que a instituição continuará atuando na área de meio ambiente sem qualquer prejuízo [6].

11 abr 2021
 
Tipo de Poder
Poder Formal
Esfera
Judiciário
Nível
Estadual

Justiça anula decretos com medidas restritivas de circulação no Rio de Janeiro, a despeito da alta de casos e mortes por covid-19 na cidade

Tema(s)
Distanciamento social, Saúde
Medidas de estoque autoritário
Centralização de poder
Estado
Rio de Janeiro

Justiça anula o decreto da Prefeitura do Rio de Janeiro (RJ) que instaurava medidas restritivas de circulação para o combate da covid-19 [1]. A decisão se dá em ação ajuizada pelo deputado estadual Anderson Moraes (PSL), que requeria a suspensão das medidas restritivas sob justificativa de que estas violam os direitos fundamentais dos cidadãos e que são ‘arbitrárias, abusivas e inconstitucionais’ [2]. A magistrada responsável pelo caso não só suspende a validade do decreto vigente, mas também impede ‘eventuais futuros decretos’ que dissertem sobre restrições a circulações de pessoas e fechamento de comércios [3]. Dentre as medidas suspensas, estão a proibição do funcionamento de boates, rodas de samba, salões de dança, entrada de ônibus fretados na cidade e o toque de recolher de 23h às 5h [4]. A anulação ocorre no dia que o estado do Rio de Janeiro tem o segundo maior recorde de novos casos de toda a pandemia e 350 novas mortes [5]. Ademais, já foi comprovado cientificamente que as medidas restritivas reduzem consideravelmente a transmissão do vírus [6]. Em 20/04, a mesma juíza havia suspendido quatro decretos da Prefeitura do RJ sobre ações de combate a covid-19 [7]. A presidente do Instituto Questão de Ciência discorda da decisão judicial e afirma que: ‘(…) impedir que pessoas se encontrem vai com certeza impedir que pessoas transmitam o vírus para outras pessoas’ [8]. A anulação das ações de combate a covid-19 no RJ segue a mesma linha de decisão judicial do Distrito Federal, que estabeleceu o afrouxamento das medidas de distanciamento social em meio a alta de casos e mortes [veja aqui]. Horas depois da decisão, o presidente do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro a derruba e determina a retomada das medidas restritivas na capital carioca [9].

Leia sobre o como as medidas de restrições oferecem resultados positivos no combate a covid-19 e ouça como elas são as principais ações no enfrentamento ao vírus.

05 maio 2021
 
Tipo de Poder
Poder Formal
Esfera
Judiciário
Nível
Estadual

Maior chacina da história do estado, operação policial mata 28 pessoas no Rio de Janeiro

Tema(s)
Conflito de poderes, Raça e etnia, Segurança pública
Medidas de estoque autoritário
Legitimação da violência e do vigilantismo
Estado
Rio de Janeiro

Operação policial realizada pela Polícia Civil do Rio de Janeiro (PC-RJ) mata 28 pessoas na comunidade do Jacarezinho, sendo esta a maior chacina da história do estado [1]. Segundo a PC-RJ, a operação, batizada de ‘Exceptis’, tinha como objetivo a prisão de 21 investigados pela Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) por aliciamento de crianças e adolescentes para a Faccção do Comando Vermelho [2]. A Exceptis descumpriu a liminar do Supremo Tribunal Federal (STF) que proíbe operações policiais em comunidades do RJ durante a pandemia [veja aqui], exceto em casos excepcionais, que deveriam ser informados e justificados previamente ao Ministério Público (MP), neste caso, a operação começa às 06h e o MP só é comunicado por volta das 09h, três horas após o início da operação [3]. Dos 28 mortos, 27 eram civis, dentre os quais apenas três estão na lista dos 21 investigados pela PC-RJ; também falece o policial civil André Frias [4]. Balas perdidas atingem a estação de mêtro próximo a região e deixam 2 passageiros feridos [5]. Os moradores de Jacarezinho relatam a extrema violência dos policiais, que já ‘chegaram atirando’; há relatos de tortura, de invasão de domicílios e de deslocamento de corpos pela polícia [6]. No dia seguinta a operação, o ministro do STF Edson Fachin encaminha ao Ministério Público supostos vídeos da operação que contêm ‘indícios de atos que, em tese, poderiam configurar execução arbitrária’ [7]. O MP do Rio de Janeiro afirma que irá investigar as irregularidades e abusos na ação Exceptis [8].O delegado Rodrigo Oliveira, responsável pelo comando da operação, afirma que esta ocorreu dentro da legalidade e em concordância com a decisão do STF; ele também critica o ‘ativismo judicial’ que estaria ‘dificultando’ a a ação policial, resultando no fortalecimento do tráfico de drogas [9]. O Deputado Marcelo Freixo (PSOL-RJ) crítica a falta de inteligência e planejamento nas operações do polícia que ocasionam a morte de inocentes, a política de segurança deveria promover a cidadania e ‘não o terror e a morte’ [10]. O presidente Jair Bolsonaro criticou a mídia por chamar os mortos de Jacarezinho de ‘vítimas’ e elogiou a operação policial [veja aqui] [11] e seu vice Mourão afirmou que todos os mortos eram ‘marginais’ [veja aqui]. A chacina teve repercurssão internacional com a Organizações das Nações Unidas (ONU) e a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) solicitando que seja feita uma investigação rigorosa por um órgão independente e imparcial a fim de punir os responsáveis e reparar as famílias das vítimas [12]. Em março, o Grupo de Atuação Especializada em Segurança Pública (Gaesp) do RJ que investigava abusos policiais foi extinto [13] [veja aqui]. O país tem vivenciado um aumento da violência e de mortes causadas por agentes do estado, em 2019, foram identificadas 6.357 mortes causadas pelo uso de força de agentes estatais no Brasil [veja aqui]. Em abril de 2020 houve um aumento de 43% nas mortes cometidas por policiais no RJ durante a pandemia [veja aqui] e o estudo do Instituto de Segurança Pública (ISP), mostra que em média a polícia do Estado do Rio mata 873 pessoas por ano em conflitos armados [14]. No dia 13/05 – dia Nacional de denúncia contra o racismo- a Coalizão Negra por Direitos, instigados pelo caso do Jacarezinho, promove manifestação nacional contra a continua chacina e genocídio do povo preto [15]. Em 24/05 é revelado que a Polícia Civil classificou como sigilosos todos os documentos referentes a operação Exceptis [veja aqui].

Leia a análise sobre as implicações da decisão do STF e ouça o podcast sobre a chacina do Jacarezinho.

06 maio 2021
 
Tipo de Poder
Poder Formal
Esfera
Executivo
Nível
Estadual

Mourão descredita gravidade de operação policial no RJ e diz que todos os mortos seriam ‘marginais’

Tema(s)
Prisões, Segurança pública
Medidas de estoque autoritário
Legitimação da violência e do vigilantismo
Estado
Rio de Janeiro

O vice-presidente Hamilton Mourão afirma que vítimas da operação da polícia na favela do Jacarezinho [veja aqui] eram todos ‘bandidos’ [1] [2], apesar da imprensa apurar que ao menos um terço dos mortos não eram réus em processos criminais [3]. A afirmação ocorre durante entrevista [4], um dia após a chacina e antes da divulgação da identidade das vítimas [5]. Segundo ele, o Rio de Janeiro passa por um sério problema e compara a situação do estado à de uma guerra, inclusive faz menção à possibilidade de intervenção das forças armadas [6]. Três dias após os comentários sobre os mortos no Jacarezinho, o vice-presidente volta a afirmar que as vítimas da chacina seriam todos ‘marginais’ e complementa que não tem ‘muitas informações sobre a ação policial’ [7]. A ex-presidenta Dilma Rousseff critica as falas de Mourão e afirma em redes sociais: ‘A chacina no Jacarezinho, durante a pandemia com já 420 mil mortes, mostra um país em completo desgoverno onde reina a ignóbil e distorcida mentalidade expressa na frase do general Mourão [8]. Além das falas de Mourão, Bolsonaro também desacredita a gravidade da operação [veja aqui] [9]. Em 07/05, a Defensoria Pública do Rio de Janeiro, e o Partido Socialista Brasileiro (PSB) questionam, no STF, a legalidade da operação [10]. A ONU cobra do Ministério Público, em 07/05, investigação independente da operação do Jacarézinho [11] [veja aqui]. Segundo o porta – voz de Direitos Humanos da ONU, Rubert Colville, ‘há um histórico de uso desproporcional e desnecessário da força pela polícia’ [12].

Leia análises sobre a guerra as drogas à luz da pandemia, sobre a política da criminalização da pobreza no governo Bolsonaro, sobre a violência policial no Brasil, sobre o massacre do Jacarezinho e o projeto miliciano de 2022.

07 maio 2021
 
Tipo de Poder
Poder Informal
Esfera
Executivo
Nível
Estadual

Bolsonaro elogia a operação policial que resultou na maior chacina do Rio de Janeiro

Tema(s)
Militarização, Raça e etnia, Segurança pública, Sistema penal e socioeducativo
Medidas de estoque autoritário
Legitimação da violência e do vigilantismo
Estado
Rio de Janeiro

Jair Bolsonaro parabeniza a Polícia Civil (PC) pela operação no Bairro Favela do Jacarezinho [1], maior chacina da história do estado do Rio de Janeiro que resultou em 28 mortes [veja aqui]. Segundo o presidente, os mortos são ‘traficantes que roubam, matam e destroem família e que ‘a mídia e a esquerda’ os igualam ao cidadão comum, honesto, que respeitas as leis e o próximo’ [2]. Hamilton Mourão, vice-presidente, também afirmou que os mortos eram ‘bandidos’ [veja aqui]. No entanto, dos 28 mortos, 27 eram civis e apenas 3 constavam na lista de investigados pela PC [veja aqui]. O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) no Rio de Janeiro afirma que nem todos os mortos têm antecedentes criminais e que: ‘Independente disso, podem ser todos bandidos ou inocentes, nada justifica uma operação desastrosa [3]. A Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) também condenou a violência e expressou sua preocupação com a permanência de uma violência policial no país, instando o Brasil a reformar sua política de segurança pública [4]. Durante o governo, Bolsonaro já comparou ‘bandidos’ a baratas e defendeu uma ‘retaguarda jurídica’ para policiais [veja aqui], chamou tortura em presídios de ‘besteira’ [veja aqui], ampliou as atribuições do Advogado Geral da União para incluir a defesa de agentes de segurança [veja aqui], elogiou policial que mata em serviço [veja aqui], defendeu a excludente de ilicitude para policiais e militares [veja aqui] [veja aqui], aprovou o pacote anticrime que reitera a legitimação do uso excessivo da força por policiais [veja aqui] [veja aqui], e concedeu indulto de natal apenas a agentes da segurança pública e das Forças Armadas que praticaram crimes culposos [veja aqui]. Nos últimos anos, houve o crescimento da violência policial e de mortes causadas por agentes da segurança pública [veja aqui] [veja aqui] [veja aqui] [veja aqui], segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, em 2019, o Brasil atingiu o patamar mais alto desde 2013, quando o número passou a ser monitorado, totalizando 6.357 mortes [veja aqui], apesar da redução no número total de assassinatos [5].

Leia relatório da CIDH sobre a situação dos Direitos Humanos no Brasil e sobre como o regime de exceção é a regra nas periferias brasileiras.

09 maio 2021
 
Tipo de Poder
Poder Formal
Esfera
Executivo
Nível
Estadual

Polícia Civil do RJ impõe sigilo a todos os documentos relacionados às operações realizadas no úlitmo ano, inclusive a do Jacarezinho

Tema(s)
Segurança pública, Transparência
Medidas de estoque autoritário
Redução de controle e/ou centralização
Estado
Rio de Janeiro

Polícia Civil do Rio de Janeiro (PC-RJ) impõe sigilo por cinco anos a todos os documentos de operações policiais desde junho de 2020 [1], período no qual entrou em vigor a liminar do Supremo Tribunal Federal (STF) que proíbe operações policiais em comunidades do RJ durante a pandemia [veja aqui]. O sigilo da documentação é descoberto após a solicitação de jornalistas para acesso ao relatório final da operação do Jacarezinho, maior chacina da história do RJ [veja aqui], ser negado [2]. Somente o Ministério Público, que está investigando a operação, continuará a ter acesso aos documentos [3]. A decisão de classificar os documentos como ‘reservado’ é do delegado Rodrigo Oliveira, subsecretário de planejamento e Integração operacional da PC; de acordo com ele, a divulgação dos dados pode ‘comprometer atividades de inteligência, bem como de investigação ou fiscalização em andamento’ [4]. O delegado comandou a operação no Jacarezinho e criticou o ‘ativismo judicial’ do STF que estaria ‘dificultando’ a ação policial [veja aqui]. Oficialmente, o sigilo se baseia na regulamentação da Lei de Acesso à Informação (LAI) no RJ, que permite a restrição do acesso a documentos que possam ‘causar risco a planos ou operações estratégicos dos órgãos de segurança do estado’ [5]. A organização Human Rights Watch afirma que há um ‘conflito de interesses’, uma tentativa de ocultar dados e pede que o sigilo seja revisto por uma ‘autoridade independente’ [6]. O presidente da comissão de direitos humanos da Ordem dos Advogados do Brasil-RJ, Álvaro Quintão, afirma que o sigilo ‘viola tratados de direitos humanos dos quais o Brasil é signatário’ [7]. Em 04/03, o Grupo de Atuação Especializada em Segurança Pública (Gaesp) do RJ que investigava abusos policiais foi extinto [veja aqui]. Na esfera nacional, outras alterações na LAI já ocorreram para limitar o acesso da sociedade civil a informações e dados públicos relevantes, reduzindo assim a transparência do governo. Em 23/01/19, o vice-presidente, General Hamilton Mourão, alterou a LAI para ampliar o rol de agentes públicos que podem classificar dados e documentos como ‘ultrassecretos’ [veja aqui]. Em março de 2020, foi criada medida provisória que alterava a LAI e suspendia os prazos da Administração Pública para responder a pedidos de informação durante a pandemia [veja aqui].

Leia o relatório sobre o cumprimento da LAI em 2020.

24 maio 2021
 
Tipo de Poder
Poder Informal
Esfera
Legislativo
Nível
Estadual

Deputado estadual anuncia projeto para extinguir UERJ

Tema(s)
Educação, Liberdade Acadêmica, Posicionamento político
Medidas de estoque autoritário
Construção de inimigos
Estado
Rio de Janeiro

Anderson Moraes (PSL-RJ), deputado estadual do Rio de Janeiro, anuncia projeto de lei para extinção da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ). A justificativa apresentada por ele é o ‘nítido aparelhamento ideológico e viés socialista na Universidade’ [1], em suas redes sociais, afirma que a não irá aceitar a ‘BALBÚRDIA nas universidades custeadas com o dinheiro do povo’ [2]. No dia seguinte, o presidente da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), André Ceciliano (PT), descarta a proposta [3] e afirma que é inconstitucional [4]. Moraes, que é apoiador declarado do presidente Jair Bolsonaro, teve perfis vinculados ao seu gabinete excluídos pelo Facebook por conta de disseminação de notícias falsas [5], emprega ex-mulher de Bolsonaro [6] e conseguiu anular judicialmente um decreto da prefeitura do Rio de Janeiro que determinava medidas restritivas de circulação contra a covid-19 [veja aqui]. Os ataques de Bolsonaro e outras autoridades públicas que o apoiam às universidades envolvem a criação de um ambiente hostil as publicações [veja aqui], alertas contrários as manifestações políticas [veja aqui] [veja aqui], cortes em orçamentos de pesquisa [veja aqui] [veja aqui] [veja aqui], posicionamentos contrários à autonomia universitária [veja aqui], afirmações de que universidade federais têm plantações de maconha [veja aqui], cortes por conta das ‘Balbúrdias’ [veja aqui], descentralização de investimento em cursos ‘menos vantajosos economicamente’ [veja aqui] e extinção de bolsas em áreas consideradas não prioritárias [veja aqui].

Leia mais sobre os ataques realizados às universidades pelo governo de Bolsonaro, veja relatório sobre a liberdade acadêmica no Brasil (em inglês) e assista vídeo que explica por que o acesso ao ensino superior é importante para a democracia.

26 maio 2021
 
Tipo de Poder
Poder Formal
Esfera
Executivo
Nível
Estadual

Polícia Militar invade ONG Ponta dos Pés, que promove aulas de balé, teatro e lutas

Tema(s)
Cultura
Medidas de estoque autoritário
Legitimação da violência e do vigilantismo
Estado
Rio de Janeiro

No Complexo do Alemão, cinco policiais militares invadem a sede da ONG Na Ponta dos Pés, fundada pela bailarina Tuany Nascimento em 2012, e que ensina balé, teatro e lutas para 250 crianças [1]. Pouco antes da ação policial, as crianças tinham saído para um passeio organizado pela ONG em parceria com o Corpo de Bombeiros [2]. De acordo com a fundadora, ela e mais duas funcionárias estavam no local quando os policiais entraram e exigiram seus documentos falando forma hostil, violenta e xingando-as [3]. Um dos policiais afirma que o imóvel é uma doação e fica na favela, portanto, eles não teriam a ‘obrigação de serem educados’ [4]. Tuany Nascimento afirma que o terreno é comprado e que o programa ‘Caldeirão do Huck’ ajudou na fase final com materiais para a sala de balé [5]. Em nota, a assessoria de imprensa da PM diz que as representantes da ONG foram ouvidas sobre suas colocações e que os policiais militares relatam que ‘revistaram materiais de construção que estavam no local aparentemente vazio’ [6]. O episódio ocorre dias antes da exibição da série documental ‘Impact with Gal Gadot’ na National Geographic que trata sobre o projeto da ONG [7]. Em outras oportunidades, gravação de clipe da artista trans foi interrompida por policiais [veja aqui] e a PM terminou show que se posicionava contra a violência policial [veja aqui].

27 maio 2021
 
Tipo de Poder
Poder Informal
Esfera
Executivo
Nível
Estadual

Jornalista sofre ação truculenta de seguranças do governador do Rio de Janeiro

Tema(s)
Imprensa, Segurança pública
Medidas de estoque autoritário
Legitimação da violência e do vigilantismo
Estado
Rio de Janeiro

Jornalista do jornal O Globo é vitima de uma ação truculenta de seguranças do governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PSC-RJ), ao tentar questioná-lo sobre a decisão de sediar a Copa América de Futebol no Estado [1]. O episodio ocorre na quadra da escola de samba Salgueiro na capital fluminense, e é gravado por um participante [2]. Na gravação é possível ver o momento em que o jornalista Rafael Nascimento é empurrado pelos seguranças, sendo impedido de se aproximar do governador através de uma barreira feita por eles, para evitar perguntas relacionadas a escolha de sediar a Copa com a ameaça de uma próxima onda da covid-19 [3]. Antes das filmagens, o repórter relata ter sido puxado pelo pescoço por um dos seguranças [4]. Em nota, o governador nega ter havido qualquer agressão ao repórter, mas se desculpa pelo que classificou como ‘incidente com o repórter’ [5]. O jornal Globo afirma que repudia ações truculentas e demais tentativas de inviabilizar a prestação de contas à sociedade por parte dos agentes do Estado [6]. A situação ocorre em contexto de aumento de ataques a jornalistas: segundo relatório de organização especializada, as agressões a jornalistas cresceram 168% em 2020, se comparado com o ano anterior; os ataques são corroborados pelo presidente Jair Bolsonaro, que acumula casos de ofensas diretas a jornais ou jornalistas [veja aqui].

03 jun 2021
 
Tipo de Poder
Poder Formal
Esfera
Executivo
Nível
Estadual

PM mata jovem grávida de 24 anos em operação no Rio de Janeiro

Tema(s)
Raça e etnia, Segurança pública
Medidas de estoque autoritário
Legitimação da violência e do vigilantismo
Estado
Rio de Janeiro

Jovem grávida é atingida por tiro durante ação policial no Complexo do Lins, na zona norte do Rio (RJ) [1]. Kathlen Romeu, jovem negra de 24 anos, design de interiores e modelo, é a 15ª grávida baleada desde 2017, de acordo com a plataforma Fogo Cruzado [2]. O episódio ocorre durante a tarde, período em que a movimentação de pessoas no Lins é intensa [3]. No momento do tiro, o ambiente na comunidade estava calmo e Kathlen caminhava por uma das vias com sua avó, quando cai no chão atingida pelo tiro de fuzil no tórax [4]. De acordo com apurações da Comissão de Direitos Humanos da OAB-RJ na própria comunidade, um grupo de policiais militares da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) desceu por um beco do Lins atirando [5]. A avó da jovem afirma que os policiais somente socorrem Kathlen após sua solicitação desesperada [6]. Policiais envolvidos na morte da jovem recolhem os cartuchos no local e apresentam na delegacia antes da realização da perícia, inviabilizando o trabalho investigativo [7]. Peritos constatam a falta de preservação no local do ocorrido, o que pode indicar fraude processual [8]. As investigações estão em andamento para apurar a conduta dos militares envolvidos na ação que resultou na morte da modelo [9]. A morte da jovem gera protestos e manifestantes pedem pelo fim da frequente violência policial na favela [10]. Os policiais envolvidos no caso são afastados das ruas e passam a atuar na área administrativa [11]. Kethlen é mais uma vítima da violência policial no estado; sua morte ocorre um mês após a maior chacina da história do RJ, momento em que 28 pessoas foram mortas em Jacarezinho durante operação policial [veja aqui]. Vale lembrar que liminar do Supremo Tribunal Federal (STF) de maio de 2020 proibiu operações policiais em comunidades do RJ durante a pandemia da covid-19 [veja aqui].

Leia análise sobre como os casos de jovens negros mortos pela policia impactam a população negra.

08 jun 2021
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