Tipo de Poder
Poder Informal
Esfera
Executivo
Nível
Federal

Secretário de Cultura ameaça reprovar contas da reforma do Museu do Ipiranga por conflitos políticos com o governo de SP

Tema(s)
Cultura
Medidas de estoque autoritário
Construção de inimigos
Estado
São Paulo

Nas redes sociais, o secretário de Cultura do governo federal, Mario Frias, chama o governador do estado de São Paulo, João Dória, de ‘farsa patética’ e ameaça reprovar as contas da reforma do Museu do Ipiranga, forçando a devolução do investimento, caso o político reinaugure-o sem sua permissão [1]. O secretário de Cultura do estado de São Paulo, Sérgio Sá Leitão, responde à publicação de Frias, afirmando que ‘funcionários do governo federal tem feito o possível para prejudicar o andamento do projeto’ do museu e que o estado ‘não deixará que este devaneio autoritário prevaleça’ [2]. O secretário estadual disse também que o restauro e ampliação do Museu do Ipiranga teve participação do governo de SP, da USP, da prefeitura de São Paulo e de dezenas de parceiros e patrocinadores públicos e privados, com recursos próprios e advindos da Lei Rouanet [3]. Doria também se manifesta, afirmando que iria ‘lutar para reinaugurar o Museu do Ipiranga contra os negacionistas da cultura’ e que não tem medo de enfrentar ‘essa gente que joga contra o país e vive num roteiro de show de horrores’ [4]. Desde o início do ano, Mario Frias tem criticado a gestão Dória pelas obras no Museu, afirmando que foram custeadas com dinheiro do governo federal [5], e chegou a bloquear Sérgio Sá Leitão nas redes sociais [6]. Em julho, o governo Bolsonaro baixou decreto que determina que a inauguração, divulgação e promoção de projetos que utilizaram recursos da Lei Rouanet só poderiam ocorrer após autorização do governo federal [veja aqui], movimento que foi entendido como reação às obras do Museu do Ipiranga [7]. Vale lembrar que Mario Frias também ameaçou cortar verbas do Museu da Língua Portuguesa [veja aqui].

Leia sobre o andamento das obras no Museu do Ipiranga e sobre o projeto de restauro do prédio. Veja mais sobre o conflito das autoridades em torno do museu.

02 set 2021
 
Tipo de Poder
Poder Formal
Esfera
Judiciário
Nível
Estadual

Relatório aponta violações a pessoas LGBTQIA+ nas prisões de São Paulo

Tema(s)
Gênero e orientação sexual, Sistema penal e socioeducativo
Medidas de estoque autoritário
Ataque a pluralismo e minorias
Estado
São Paulo

Estado de São Paulo possui celas para a população LGBTQIA+ com lotação acima da média dos demais estabelecimentos prisionais, segundo reportagem desta data [1]. As prisões paulistas são, no geral, superlotadas, mas as áreas dedicadas à população LGBTQIA+ encontram-se frequentemente mais cheias se comparadas com as demais – por exemplo, No Centro de Detenção Provisória de São Vicente, a cela destinada a essa população foi apontada com superlotação de 300% acima da capacidade [2]. Os dados foram divulgados em documento elaborado pelo Núcleo Especializado de Defesa da Diversidade e da Igualdade Racial da Defensoria Pública do Estado de São Paulo, que e constata, além da superlotação, discriminações diversas contra pessoas LGBTQIA+ presas, como o corte de cabelo obrigatório, desrespeito ao nome social e falta de tratamento hormonal [3]. Procurada, a Secretaria de Administração Penitenciária (SAP) afirma que oferece condições adequadas à população LGBTQIA+, respeitando a identidade de gênero e orientação sexual de custodiados [4]. Especialistas apontam que um dos principais fatores para a ocorrência desta situação é a negligência do estado em fornecer mais celas para esta população, que necessita de isolamento para que seus direitos sejam garantidos, pois além das vulnerabilidades impostas pelo cárcere, enfrenta diariamente discriminações em razão de sua orientação sexual e identidade de gênero, por parte de presos e agentes das unidades prisionais [5]. Em 2019 levantamento apontou aumento expressivo nas denúncias de tortura em presidios de São Paulo em relação ao ano anterior [veja aqui].

Leia sobre a situação da população LGBTQIA+ nos presídios masculinos e veja manual do Conselho Nacional de Justiça com orientações para o tratamento de tal população privada de liberdade.

03 set 2021
 
Tipo de Poder
Poder Formal
Esfera
Executivo
Nível
Estadual

Policial Militar algema homem negro a moto em movimento em São Paulo

Tema(s)
Raça e etnia, Segurança pública
Medidas de estoque autoritário
Restrição a direitos fundamentais
Estado
São Paulo

Policial Militar algema homem negro a moto em movimento em Sao Paulo [1]. Após ser perseguido e detido pela polícia, um motoqueiro que furou o bloqueio montado por policiais é algemado a uma moto da corporação e arrastado por ciclovia pelo agente que conduzia o veículo [2]. Motoristas que passavam pelo local do incidente, localizado na zona leste da capital paulista, filmam a ação policial que teve grande repercussão nas redes sociais [3]. A Polícia Militar de São Paulo divulga nota informando que será aberta uma investigação para apurar a conduta do policial e afirma que o militar já foi afastado das ruas [4]. As associações Educafro e Centro Santo Dias de Direitos Humanos da Arquidiocese de São Paulo, ajuízam uma ação civil pública contra o governo de São Paulo pedindo ‘reparação de dano moral coletivo’ contra a população negra, pelo que classificaram como caso de ‘racismo estrutural e institucional’ [5]. Especialistas em segurança pública que analisaram as imagens criticam a conduta do policial militar que, segundo eles, comete tortura, racismo e abuso de autoridade [6]. No depoimento dos policiais na delegacia, os militares omitiram que o jovem foi algemado a moto e arrastado em via pública [7].

Leia sobre o racismo estrutural e o caso onde policiais militares de São Paulo arrastam jovem negro algemado a moto da corporação.

30 nov 2021
 
Tipo de Poder
Poder Informal
Esfera
Executivo
Nível
Estadual

Mortes por PM são 16% dos homicídios em SP

Tema(s)
Militarização, Segurança pública
Medidas de estoque autoritário
Legitimação da violência e do vigilantismo
Estado
São Paulo

Apuração jornalística aponta que policiais militares (PMs) são responsáveis por 16% dos homicídios no estado de São Paulo [1]. A porcentagem corresponde ao período de janeiro a outubro de 2021 [2]. Os dados analisados pela reportagem mostram que, no mês de outubro houve 43 homicídios decorrentes de intervenção policial em São Paulo [3]. Para especialistas em segurança pública, o percentual demonstra uso excessivo da força policial A PM de São Paulo é responsável por notáveis casos de violência policial: em dezembro de 2019, uma ação da PM matou 9 jovens em Paraisópolis [veja aqui],; em abril de 2021, Thiago Aparecido Duarte de Souza foi morto por um policial à paisana [veja aqui],; no mês seguinte, outros dois jovens foram mortos pela polícia após suspeita de roubo [veja aqui]. Ainda cabe ressaltar que o governador de São Paulo já defendeu a truculência da polícia [veja aqui][4]; afirmando que a polícia iria ‘atirar para matar’ [5]. João Dória, disse que a política de segurança pública não iria mudar[veja aqui], ainda que confirmado que os homicídios em Paraisópolis foram em decorrência da ação da PM.

Leia análises sobre a influência do racismo nas práticas de policiamento, entenda como a vida de jovens negros são destruídas pelo policiamento preditivo, e como estamos longe de dimunir a letalidade policial em territorios racializados.

16 dez 2021
 
Tipo de Poder
Poder Formal
Esfera
Judiciário
Nível
Estadual

Presidente do TJ-SP triplica auxílio-saúde para magistrados

Tema(s)
Economia, Orçamento
Medidas de estoque autoritário
Redução de controle e/ou centralização
Estado
São Paulo

Ricardo Mair Anafre, novo presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP), eleva reembolso de gastos com saúde dos magistrados de 3% para até 10% dos salários e os valores podem alcançar R$3.500,00 mensais [1]. Questionado sobre o aumento, o TJSP afirma que a alteração dos limites observa os critérios de disponibilidade orçamentária [2]. Contudo, enquanto o aumento pros magistrados foi 300%, pros servidores foi apenas de 10%. Desde 2019 o tribunal tem enfrentado problemas em suas despesas com pessoal para honrar os limites previstos na Lei de Responsabilidade Fiscal [3]. No ano passado, o Tribunal de Contas Estadual (TCE) flexibilizou um acordo com o TJSP para a redução progressiva do percentual de suas despesas com pessoal até 2023 [4].

10 jan 2022
 
Tipo de Poder
Poder Informal
Esfera
Legislativo
Nível
Estadual

Deputado estadual paulista faz áudios discriminatórios e machistas sobre mulheres ucranianas

Tema(s)
Gênero e orientação sexual, Relações internacionais
Medidas de estoque autoritário
Ataque a pluralismo e minorias
Estado
São Paulo

O deputado estadual paulista Arthur do Val (Podemos-SP) grava áudios com falas sexistas sobre mulheres ucranianas: ‘são fáceis porque são pobres’, afirma o pré-candidato ao governo de São Paulo [1]. As mensagens vazadas de uma plataforma de mensagens instantâneas ocorrem durante viagem do deputado estadual à Ucrânia, para acompanhar a guerra contra a Rússia [2]. Mamãe Falei, como também é conhecido do Val, envia aos colegas do Movimento Brasil Livre (MBL) outros diversos comentários machistas ao se deparar com uma fila de mulheres refugiadas deixando o país: ‘Imagina uma fila sei lá, de 200 metros, só deusa. Sem noção, inacreditável, fora de série. Se pegar a fila da melhor balada do Brasil, na melhor época do ano, não chega aos pés da fila de refugiados aqui’ [3]. Após ter os áudios vazados, o Podemos desfilia o deputado e pelo menos dez pedidos de cassação do seu mandato são enviados para o Conselho de Ética da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) [4]. Nesta data, do Val tem seu mandato cassado após Alesp decidir sua cassação por unanimidade, tornando o deputado também inelegível por oito anos, segundo a Lei de Inelegibilidade [5]. Senadoras da bancada feminina disseram que as declarações do deputado são “repugnantes, asquerosas” e “agridem as mulheres, envergonham o Brasil e enxovalha a política [6]. A Sociedade Ucraniana do Brasil divulgou nota onde classificou as falas de do Val como “repugnantes e tenebrosos” e ainda afirmou que o parlamentar se aproveitou de uma situação de fragilidade para proferir comentários abusivos [7].

Leia sobre o processo de cassação do deputado Arthur do Val

04 mar 2022
 
Tipo de Poder
Poder Informal
Esfera
Legislativo
Nível
Estadual

Deputado estadual por São Paulo afirma que deputada teve ‘sorte’ ao ser assediada na Alesp

Tema(s)
Gênero e orientação sexual, Prerrogativas da função
Medidas de estoque autoritário
Ataque a pluralismo e minorias
Estado
São Paulo

O deputado estadual por São Paulo, Delegado Olim (PP), diz que a deputada Isa Penna (PCdoB) teve ‘sorte’ ao ser assediada pelo também deputado Fernando Cury (União Brasil) [1]. A fala é feita em entrevista a um podcast e se refere ao assédio de Cury a Penna durante sessão da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), em dezembro de 2020, o qual levou o afastamento do deputado por 6 meses e à expulsão do Cidadania, seu partido na época [2]. Durante a entrevista, Olim minimiza o assédio sexual sofrido por Isa Penna e defende Cury dizendo que ele é ‘um cara do bem’ [3]. Olim é membro do Conselho de Ética da Alesp e relator do processo de cassação do deputado, Arthur do Val, conhecido por ‘Mamãe Falei’ (União Brasil) [4], que renunciou ao cargo depois de áudios vazados com comentários sexistas sobre ucranianas [veja aqui][5]. Questionado pela fala, o parlamentar alega que se ‘expressou mal’, mas que os dois casos de importunação sexual ‘não podem ser comparados’ [6]. No Twitter, Isa Penna diz que irá pedir o afastamento de Olim de seu cargo no Conselho de Ética, que avalia entrar com uma representação contra ele por quebra de decoro parlamentar e também acionar o Ministério Público [7][8]. Sobre o caso, a presidente do Conselho de Ética, Maria Lúcia Amary, afirma que ‘a fala foi absolutamente inoportuna, inconsequente em relação ao momento que estamos vivendo. O empoderamento das mulheres não se faz por essa vertente’ [9]. Vale lembrar que um levantamento jornalístico, publicado em 13/04 deste ano, constatou o crescimento de queixas por quebra de decoro parlamentar nas casas legislativas, mencionando, inclusive, o caso do assédio praticado por Cury [veja aqui].

Veja análise sobre a decisão do caso de assédio contra a deputada Isa Penna

20 abr 2022
 
Tipo de Poder
Poder Informal
Esfera
Executivo
Nível
Estadual

Delegado bolsonarista posta vídeo abrindo fogo para dizer que vai às ruas dia 07 de setembro

Tema(s)
Controle de armas, Segurança pública
Medidas de estoque autoritário
Legitimação da violência e do vigilantismo
Estado
São Paulo

O delegado da Polícia Civil paulista, Paulo Bilynskyj, publica uma sequência de ações de treinamento de tiro, em que se refere à manifestação bolsonarista no próximo 07/09 [1]. A comemoração se refere ao bicentenário da independência do Brasil [2]. Nos vídeos, Bilynskyj declara que ‘não podemos deixar a esquerda voltar’, enquanto dispara tiros contra um alvo [3]. O delegado-geral da Polícia Civil de São Paulo, Osvaldo Nico Gonçalves, informa que a Corregedoria da corporação irá investigar a conduta de Bilynskyj [4]. Em um dos vídeos, a partir da pergunta de um seguidor: ‘o capitão já convocou para irmos às ruas, qual sua opinião sobre um possível ataque?’, responde ‘É fogo’, atirando e se escondendo atrás de um automóvel [5]. Em outro momento, o delegado divulgou uma ameaça ao ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva, mostrando ‘livros recheados’ com armas de fogo, em resposta a uma declaração do petista, segundo a qual clubes de tiro seriam transformados em clubes de leitura. Mostrando revólveres, diz em vídeo ‘Oi, Lula. A gente já começou o clube do livro no TZB, em Goiânia. A gente adora você, cara. Olha que livro bonito’ [6]. O delegado ficou conhecido no caso da morte de sua ex-namorada, quando ela deu 6 tiros em Paulo e depois se matou, sendo ciúmes a alegação do motivo da briga [7]. O bicentenário da Independência, ocasião citada pelo delegado, é marcado por manifestações em apoio a Bolsonaro e por falas antidemocráticas e de apologia à ditadura do presidente [veja aqui] [veja aqui]. Vale lembrar que durante o governo Bolsonaro, o número de armas com registro ultrapassou 1,3 milhão [veja aqui] e dobrou a quantidade de pistolas liberadas pela Polícia Federal (PF) [veja aqui]. Além disso, o próprio presidente já defendeu o uso de armas para preservar a democracia [veja aqui] e disse que ‘se precisar, iremos à guerra pela liberdade’ convocando seus apoiadores [veja aqui].

27 jul 2022
 
Tipo de Poder
Poder Formal
Esfera
Legislativo
Nível
Estadual

Ligações interceptadas pela polícia ligam presidente da Alesp a condenado por desvios na saúde

Tema(s)
Administração, Saúde
Medidas de estoque autoritário
Redução de controle e/ou centralização
Estado
São Paulo

Grampos telefônicos da Polícia Civil relacionam o presidente da Alesp, Carlão Pignatari (PSDB-SP), a chefe de organização criminosa acusada de desvio de verbas na Saúde [1]. A Polícia Civil de São Paulo intercepta ligações telefônicas que mostram Pignatari intermediando a entrega da administração de dois hospitais para organizações sociais do grupo do médico Cleudson Garcia Montali, condenado a 200 anos de prisão por liderar organização criminosa envolvida no desvio de R$ 500 milhões relacionados a fraudes em hospitais [2]. Em uma das ligações grampeadas pela polícia, o deputado, [com a anuência do prefeito da cidade de Santa Fé (SP) (PSL) solicita a Cleudson que coloque umas de suas organizações sociais (OS) para administrar hospitais no município [3]. De acordo com a legislação, se tivesse de conceder a administração de unidades de saúde a organizações sociais, a prefeitura de Santa Fé deveria fazê-lo por meio de processo público aberto à concorrência de outros interessados sem acerto anterior com as partes [4]. Segundo o Ministério Público, o grupo de Cleudson usava notas frias para desviar grande parte dos recursos repassados às suas organizações sociais por meio de superfaturamento de compras e serviços não executados [5].

Leia sobre a operação policial que liga o deputado Carlão Pignatari (PSDB), a organização criminosa

15 set 2022
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