Prefeitura de São Paulo remove grafite do muro da Escola Municipal de Educação Infantil (EMEI) Santos Dumont após críticas do vereador Delegado Palumbo (MDB) por ter sido considerada desrespeitosa [1]. A pintura consiste em uma mulher envolta em um manto mostrando o dedo do meio com a inscrição ‘Nossa Senhora do Matriarcado’ e as frases ‘minha crista é minha coroa’ e ‘queremos nossos filhos vivos’ [2]. Nas redes sociais, o vereador pediu a retirada do grafite afirmando que não permitirá ‘desrespeito a nenhuma religião’ e que a imagem ‘não é arte’ e ameaça pintá-la caso a prefeitura não tome providências [3]. Ainda, de acordo com Palumbo, a pintura retrata Nossa Senhora Aparecida fazendo um ‘gesto obsceno’ e equipara a pintura a um crime [4]. Em nota, a Secretaria Municipal de Educação declara que ‘a imagem foi removida e reafirma o seu respeito a todas as religiões’ [5]. A grafiteira Mãe Correria, autora da pintura, explica que a EMEI não tem relação com os grafites do muro, uma vez que a pintura estava lá desde 2019 como parte de um evento organizado pelo Centro Cultural Pompeia [6]. Além disso, a artista nega que a imagem seja de Nossa Senhora Aparecida, afirma que ‘é a Nossa Senhora do Matriarcado’ e que o rosto da figura é de sua avó [7]. Ela ressalta que há uma ‘conotação simbólica’ no uso do manto que remete à santa, mas que a imagem não fala sobre religião ‘e sim sobre o matriarcado’, e que a figura ‘representa a padroeira das mães correria e abençoa o matriarcado de quebrada’ [8]. Mãe Correria relata que Palumbo fez ameaças à escola, que o conselho da instituição fez uma reunião para discutir o tema que foi hackeada e que pais e moradores a apoiaram [9]. Com a autorização da artista, a escola desenha uma flor em cima do dedo da Nossa Senhora do Matriarcado, mas a Prefeitura cobre com tinta a pintura e é lavrado Boletim de Ocorrência contra a escola [10]. Coordenador-geral do Centro Cultural Pompeia afirma que ‘a manifestação artística tem que ser livre’ e que ‘a comunidade não se sentiu desrespeitada’ [11]. A grafiteira cria petição online para que as pessoas ‘se manifestem contra esse episódio de censura e de falta de diálogo’ [12] [13]. Em setembro de 2019, grafite com o rosto de Greta Thunberg foi apagado [14] e, em janeiro de 2021, pintura em mural foi alvo de investigação por caligrafia de pixo [veja aqui].
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