Em ano de eleições, Jair Bolsonaro, presidente da República, alega que militares encontraram ‘mais de uma dezena de inconsistências’ no processo eleitoral de 2018, do qual saiu vitorioso [1]. Em entrevista deà TV, Bolsonaro diz que ‘as Forças Armadas [FA] peticionaram ao ministro Barroso sobre essas vulnerabilidades. Ele não nos respondeu em tempo hábil, dizendo que estava em recesso. Foi reiterada agora, essa questão. Cabe ao TSE, agora, mostrar e comprovar que estão certos, ou onde poderão corrigir essas inconsistências’ [2]. O episódio faz parte de uma série de ofensivas ao sistema eleitoral e às pesquisas de intenção de voto, perpetradas pelo presidente e apoiadores durante todo o mandato [veja aqui][veja aqui]. O discurso se tornou mais agressivo ao longo de 2021, em ocasiões nas quais Bolsonaro ameaçou interromper as eleições de 2022 se não fosse adotado o voto impresso [veja aqui][veja aqui]. Vale lembrar que o descrédito às urnas eletrônicas, mesmo sem provas, migrou para o campo formal da política com a proposta de emenda à constituição (PEC) que pretende adotar a impressão nas eleições, plebiscitos e referendos [veja aqui]. Apesar de a PEC ter sido rejeitada por maioria apertada na Câmara dos Deputados [3], Bolsonaro continua a defender medidas de interferência nas eleições de 2022, como a participação dos militares no processo eleitoral [veja aqui].
Saiba mais sobre a participação de militares nas eleições e veja vídeo sobre a segurança das urnas eletrônicas