Bolsonaro diz que não aceitará ‘intimidações’ [1], referindo-se ao inquérito instaurado contra ele pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e à notícia-crime enviada pela corte ao Supremo Tribunal Federal, ambos em 02/08 [2], no sentido de apurar possíveis crimes nas declarações do presidente contra o sistema eleitoral feitas em live do dia 29/07 [veja aqui], transmitida na TV Brasil [veja aqui]. O inquérito a que se refere Bolsonaro, instaurado pela unanimidade dos ministros do TSE, tem o objetivo de apurar se o presidente cometeu, na live, condutas de ‘abuso do poder econômico e político, uso indevido dos meios de comunicação social, corrupção, fraude, condutas vedadas a agentes públicos e propaganda extemporânea’ [3]. Em 04/08, a notícia-crime enviada pelo TSE ao STF é acatada e o ministro Alexandre de Moraes inclui Bolsonaro como investigado do inquérito das fake news [4][veja aqui], que tem como objetivo investigar possiveis crimes de ‘denunciações caluniosas e ameaças’ contra o STF, seus membros e familiares [5]. Mesmo na condição de investigado, Bolsonaro segue fazendo ataques contra o próprio sistema constitucional [veja aqui], tribunais [veja aqui] e ministros [veja aqui], especialmente Luís Roberto Barroso, presidente do TSE [veja aqui]. Diante disso, em 05/08, o ministro Luiz Fux, presidente do STF, cancela reunião marcada com os líderes dos três poderes da República [6].
Leia mais sobre as reações institucionais às críticas sem provas de Bolsonaro ao sistema eleitoral.
O presidente Jair Bolsonaro ameça que ‘se começar a chegar algo fora das 4 linhas [da Constituição], eu sou obrigado a sair das 4 linhas’ [1]. A fala, feita em live, faz referência à decisão do ministro Alexandre de Moraes de incluí-lo como investigado no inquérito das fake news [veja aqui], que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF) [veja aqui]. O presidente acusa de inconstitucionalidade a atuação do ministro e diz que o inquérito, instaurado pelo próprio STF, é ‘inquérito da mentira’ e ‘nasce sem qualquer embasamento jurídico’ [2]. Bolsonaro também critica a ausência de participação do procurador-geral da República, Augusto Aras, que seria ordinariamente responsável por pedir investigações contra o presidente [3]. Ele reafirma que ‘o antídoto para isso também não é dentro das quatro linhas da Constituição’ [4]. Especialistas divergem acerca da inclusão de Bolsonaro como investigado do inquérito [5], mas aqueles que a defendem falam em ‘leniência’ do PGR, ‘legítima defesa institucional’ do STF e afirmam que a omissão de Aras contribui para a crise entre os poderes [6]. Em 05/08, Bolsonaro ironiza a investigação: ‘vão mandar quem aqui? PF ou Forças Armadas?’ [7]; e diz novamente que ‘o momento [de sair das quatro linhas da Constituição] está chegando’ [8]. Em 06/08, o presidente do STF, Luiz Fux, em reunião com Aras, cobra que o PGR cumpra seu papel institucional em investigações [9]; subprocuradores lançam manifesto que cobra ação da PGR sobre ataques de Bolsonaro ao Judiciário [10] [veja aqui]. Nas mesmas datas, Bolsonaro permanece com ataques ao STF [veja aqui] e aos ministros Luís Roberto Barroso [veja aqui] e Alexandre de Moraes [veja aqui].
Ouça episódio de podcast que analisa os movimentos recentes de ameaças de Bolsonaro à democracia.
Em endosso à campanha de Bolsonaro ao voto impresso, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), afirma apoiar uma ‘auditagem de forma mais transparente’ das eleições [1]. Entretanto, ele refuta a possibilidade de ter havido fraude e diz não desconfiar do sistema que foi eleito [2]. Durante entrevista, Lira também declara que o debate sobre a modificação do sistema eleitoral brasileiro está ‘muito polarizado’ e que vem ‘gerando atritos entre instituições’ [3]. Em 13/05, a Câmara dos Deputados criou comissão para debater a proposta do voto impresso no Brasil [veja aqui]. No mesmo dia do pronunciamento de Lira, Bolsonaro o elogia e afirma que a pauta que modifica a forma das eleições conta com o apoio do presidente da Câmara dos Deputados [4]. Em outra ocasião, Bolsonaro já se referiu a Lira como ‘pai do voto impresso’ [veja aqui]. A modificação do sistema eleitoral brasileiro é uma das principais pautas defendidas por Bolsonaro, que tem construído uma escalada de ameaças ao pleito de 2022 [veja aqui] e a boa convivência com os demais poderes [veja aqui]. Em 06/05, Bolsonaro afirmou que ‘se não tiver voto impresso, é sinal que não terá eleições’ [veja aqui]. Em 07/08, ele voltou a condicionar as eleições de 2022 à adoção do voto impresso [veja aqui]. Em diversas ocasiões, Bolsonaro tensionou as relações entre o executivo e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ao afirmar que o sistema eleitoral é fraudulento [veja aqui] [veja aqui] [veja aqui] e ao questionar a imparcialidade e integridade do presidente do tribunal, ministro Luís Roberto Barroso [veja aqui] [veja aqui]. O TSE já enviou duas notícias-crimes ao STF solicitando que Bolsonaro seja investigado por propagar ataques ao sistema eleitoral [veja aqui] e por vazar inquérito sigiloso da Polícia Federal como forma de provar as fraudes eleitorais [veja aqui]. O STF acatou ambas as notícias-crimes e agora Bolsonaro integra o rol de investigados do inquérito das fake news [veja aqui]. Em mais um aceno a Bolsonaro, no dia 10/08, Lira coloca a PEC do voto impresso na pauta de votação do plenário da Câmara dos Deputados, mesmo a matéria tendo sido rejeitada na comissão no dia 05/08 [veja aqui]. A matéria que modifica o funcionamento eleitoral no país, também é rejeitada na casa legislativa por 229 votos favoráveis a 218 contra [veja aqui].
Leia sobre o ataque de Bolsonaro as instituições.
O presidente da República, Jair Bolsonaro, afirma em entrevista que Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), é ‘arbitrário’, ‘ditatorial’ e ‘a própria mentira dentro do STF’ [1]. Bolsonaro ainda intimida o ministro, a quem acusa de agir de forma inconstitucional, dizendo que ‘a hora dele vai chegar’ e repete [veja aqui] a ameaça de ‘sair das quatro linhas [da Constituição]’ [2]. A fala de Bolsonaro faz referência à atuação de Moraes na relatoria do inquérito das fakes news [veja aqui], no qual o presidente passou, em 04/08, a ser investigado pelos ataques às urnas eletrônicas, após pedido unânime dos ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) [veja aqui]. Mesmo na condição de investigado, Bolsonaro ironiza o inquérito: ‘vão mandar quem aqui? PF ou Forças Armadas?’ [3]. Moraes reage às falas do presidente, chamando-as de ‘ameaças vazias e agressões covardes’ e reafirmando a atuação do STF na ‘defesa e manutenção da democracia’ [4]. Na mesma ocasião, Bolsonaro volta [veja aqui] a atacar o presidente do TSE, Luís Roberto Barroso [5]. Diante das sucessivas ameaças e desqualificações do presidente aos ministros, Luís Fux, presidente do STF, desmarca a reunião entre os chefes dos Poderes da República [6]. Apesar disso, em 14/08, Bolsonaro fala que pedirá o impeachment dos ministros Moraes e Barroso [7], o que é classificado como ‘inconsequente’ por Celso de Mello, ex-ministro do STF [8]. Em 20/08, Bolsonaro formaliza pedido de impeachment contra Moraes [9], o que é visto por especialistas como prática de crime de responsabilidade [10]. Em 22/08, dez partidos divulgam notas em defesa da democracia e em apoio a Moraes [11].
Leia mais sobre os inquéritos contra o presidente da República no STF e no TSE e ouça episódio de podcast acerca do atual tensionamento do conflito entre os Poderes Executivo e Legislativo.
O procurador-geral da República (PGR), Augusto Aras, em nota emitida após reunião com o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luis Fux, omite-se em relação aos ataques do presidente Jair Bolsonaro [1]. Bolsonaro tem repetido falas golpistas [veja aqui], citado a possibilidade de atuar ‘fora das quatro linhas da Constituição’ [veja aqui], ameaçado as eleições em 2022 [veja aqui], atacado o próprio STF [veja aqui] e seus ministros, especialmente Luís Roberto Barroso, presidente do TSE [veja aqui], e Alexandre de Moraes, relator de inquérito que investiga Bolsonaro [veja aqui]. Na reunião, o PGR, que é ordinariamente responsável por pedir investigações contra o presidente, é cobrado para que cumpra seu papel institucional [2], mas sua nota se limita a afirmar que ele e Fux ‘renovaram o compromisso da manutenção de um diálogo permanente’ [3]. A omissão de Aras destoa da conduta de seus antecessores no cargo, que já se manifestaram contra o voto impresso em ações no STF [4] e provoca o lançamento de manifestor por 31 subprocuradores da República que cobram ação do PGR sobre ataques de Bolsonaro ao Judiciário [5] [veja aqui]; e, em 14/08, grupo de subprocuradores-gerais da República aposentados pede ao Conselho da PGR que investigue Aras por prevaricação [6], crime que ocorre quando um funcionário público dificulta ou falta com os deveres de seu cargo. Em 16/08, Aras pede o arquivamento de inquérito do STF sobre as declarações do presidente Bolsonaro contra as urnas eletrônicas [veja aqui] e informa a abertura de investigação preliminar, que tramita apenas internamente na PGR e não é submetida ao crivo do STF, inclusive para ser arquivada [7]. Em 18/08, os senadores Alessandro Vieira (Cidadania-SE) e Fabiano Contarato (Rede-ES) apresentam notícia-crime contra Aras por se omitir quanto aos ataques de Bolsonaro contra o sistema eleitoral brasileiro [8]. Diante da omissão de Aras, o STF e TSE têm instaurado investigações contra o presidente sem provocação do Ministério Público, que deveria ocorrer em regra [veja aqui]. Em julho deste ano, Bolsonaro propôs a recondução de Augusto Aras ao cargo de PGR, desrespeitando a lista tríplice do MPF [veja aqui]. O PGR é responsável por investigações sensíveis ao Planalto e, apesar disso, tem conduta de alinhamento e blindagem do presidente [veja aqui], inclusive com a perseguição de opositores [veja aqui] [veja aqui]. Em junho, Aras solicitou o arquivamento do inquérito que investigava atos antidemocráticos [veja aqui].
Leia análise sobre a postura omissa do procurador-geral da República em relação às investigações contra o presidente Bolsonaro.
Presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), coloca a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) do voto impresso na pauta de votação do plenário, apesar da matéria já ter sido rejeitada na comissão especial [veja aqui] por 23 votos a 11 [1]. Lira justifica, em coletiva de imprensa, que a PEC será votada no plenário sob justificativa de que ‘o voto impresso está pautando o Brasil’ e por isso é necessário uma decisão ‘inquestionável e suprema’ na ‘alçada máxima de decisão’ [2]. A matéria é então votada em 10/08 e rejeitada no plenário por 229 votos a favor e 219 contra; eram necessários ao menos 308 votos para que a proposta pudesse ser aprovada [3]. No mesmo dia da votação da PEC no plenário da Câmara dos Deputados, Bolsonaro participa de um desfile de blindados militares em frente a Praça dos Três Poderes, o que é interpretado como uma demonstração de força [veja aqui]. Lira se manifesta sobre o ocorrido como apenas uma ‘coincidência trágica’ [4]. Em meio a elevação do tom sobre a modificação do sistema eleitoral atual, deputados contrários à pauta alegam estar recebendo telefonemas e emails com ameaças de apoiadores de Bolsonaro [5]. Dois dias após a rejeição da PEC do voto impresso, o TSE anuncia medidas para aumentar a transparência das urnas eletrônicas e do sistema eleitoral [6]. Mesmo diante da derrota da pauta na Câmara dos Deputados, Bolsonaro afirma que continuará sua ‘luta’ em favor do voto impresso, porém com ‘menos pressão’ [7]. A tentativa de modificação do sistema eleitoral brasileiro é uma das principais agendas de Bolsonaro e de sua base governista, que tem construído uma escalada de ataques e insultos à lisura e credibilidade das eleições [8]. Desde 2020, Bolsonaro faz declarações que incitam a desconfiança no sistema eleitoral [veja aqui] e questionam resultados . Entretanto, em 2021, as falas de Bolsonaro e de seus aliados se tornaram mais assertivas e mais constantes: em junho, Bolsonaro disse que houve fraudes e que tem provas [veja aqui], questionou a imparcialidade do presidente do Tribunal Superior Eleitoral [veja aqui]. Em julho e agosto, Bolsonaro afirmou que Aécio ganhou o pleito de 2014 [veja aqui], se negou a expor as provas que evidenciam as fraudes [veja aqui], protagonizou transmissão ao vivo com ataques às eleições [veja aqui] e vazou inquérito sigiloso sobre as urnas eletrônicas [veja aqui]. Em diversas ocasiões, condicionou a realização das eleições de 2022 à adoção do voto impresso [veja aqui] [veja aqui] [veja aqui] e tensionou as relações com o TSE [veja aqui] [veja aqui]. A justificativa da base bolsonarista para a modificação do sistema para o voto impresso é a possibilidade do voto ser auditável; contudo o Tribunal de Contas da União (TCU) já apresentou relatório que afirma a auditabilidade e confiabilidade das urnas eletrônicas [9].
Leia sobre a derrota da PEC do voto impresso no plenário da Câmara dos Deputados e sobre a atuação de Arthur Lira como presidente da casa.
O presidente Jair Bolsonaro afirma, em discurso a empresários e apoiadores, que ‘parte’ do Supremo Tribunal Federal (STF) deseja a ‘volta da corrupção e da impunidade’, em referência a governos anteriores do Partido dos Trabalhadores (PT) [1], e que a apuração dos votos eletrônicos é feita por ‘meia-dúzia de pessoas sem compromisso com a liberdade’ [2]. Na mesma ocasião, o presidente chama, ainda, Luiz Fux, presidente do STF, de ‘desinformado’ por buscar informações junto à mídia [veja aqui], fazendo menção ao cancelamento da reunião dos chefes de dos poderes da República [3]. O discurso acontece em momento de sucessivos ataques de Bolsonaro ao sistema eleitoral [veja aqui], ao TSE [veja aqui], ao STF [veja aqui] e seus ministros: Luiz Fux, presidente da corte [veja aqui]; Luís Roberto Barroso, que é também presidente do TSE [veja aqui]; e Alexandre de Moraes, relator de inquéritos em que Bolsonaro é investigado [veja aqui]. Bolsonaro já afirmou anteriormente que Barroso pretendia a volta de Luís Inácio Lula da Silva, do PT, à presidência da República [veja aqui], apesar do histórico de votos do ministro no STF ser contrário aos intereres de Lula [4]. Nos últimos dias, Bolsonaro repetiu falas golpistas [veja aqui] e citou a possibilidade de atuar ‘fora das quatro linhas da Constituição’ [veja aqui] em meio à sua cobrança para implantação de voto impresso e à sua ameaça de não serem realizadas eleições em 2022 [veja aqui]. Vale lembrar que, em 10/08, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que institui o voto impresso foi rejeitada pelo plenário da Câmara dos Deputados [5] [veja aqui].
Presidente da República, Jair Bolsonaro, compartilha inquérito sigiloso da Polícia Federal (PF) que investigava possível comprometimento do sistema eleitoral, em rede social [1]. De acordo com Bolsonaro, os documentos vazados evidenciam que ‘o sistema eleitoral brasileiro foi invadido e, portanto, é violável’ [2]. Bolsonaro afirma que um servidor não autorizado teria acessado o sistema do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) entre abril e novembro de 2018 [3]. No dia seguinte, o TSE afirma em nota que o inquérito não é informação nova e que o acesso irregular não colocou em risco as eleições [4]. O inquérito teria sido passado pela PF para o deputado federal e relator da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) do voto impresso [veja aqui], Filipe Barros (PSL-PR) [5]. Especialistas afirmam que o inquérito não evidencia fraude eleitoral ou possível modificação de resultados das eleições [6]. O compartilhamento de informações sigilosas por Bolsonaro ocorre em meio a uma movimentação reiterada do presidente e de seus aliados para descredibilizar o sistema eleitoral brasileiro e forçar a adoção do voto impresso para as eleições de 2022 [veja aqui]. Só em 2021, Bolsonaro alegou que as urnas eletrônicas são fraudulentas sem apresentar provas [veja aqui] [veja aqui] [veja aqui], disse que não haveria eleições se não houvesse a modificação do sistema eleitoral atual [veja aqui] [veja aqui] [veja aqui], xingou o presidente do TSE e questionou sua imparcialidade [veja aqui] [veja aqui]. Bolsonaro também já vinculou o TSE como responsável pelas possíveis fraudes eleitorais [veja aqui] [veja aqui] e afirmou que Aécio Neves havia ganho o pleito de 2014 [veja aqui]. Em reação ao compartilhamento de inquérito sigiloso, no dia 09/08, os ministros do TSE encaminham notícia-crime ao Supremo Tribunal Federal (STF) para abrir investigação contra Bolsonaro e Filipe, por suspeita de divulgação de dados sigilosos [7]. Ademais, o TSE também requer a exclusão das postagens de Bolsonaro e a investigação da possível irregularidade cometida pelo delegado da PF que repassou o documento [8]. Em 12/08, o ministro do STF, Alexandre de Moraes, aceita a notícia-crime do TSE e decide investigar Bolsonaro por vazar informações sigilosas [9]. Moraes declara que a investigação é ‘imprescindível’, visto que a publicação do inquérito por Bolsonaro é uma tentativa de ‘expandir a narrativa fraudulenta que se estabelece contra o processo eleitoral brasileiro’ [10]. No mesmo dia, Bolsonaro defende a publicidade do inquérito sigiloso, afirma que colocar esse documento em segredo de justiça é ‘um crime contra a democracia’ e minimiza a determinação de retirada da publicação por Moraes [11]. Vale lembrar que Bolsonaro é investigado em outros inquéritos no STF e no TSE por divulgar fake news acerca do sistema eleitoral brasileiro [veja aqui].
Leia sobre como Bolsonaro ataca a transparência do país.
O presidente Jair Bolsonaro desfila [1] com tanques e veículos blindados da Marinha [2] no mesmo dia em que a Câmara dos Deputados vota a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) sobre o voto impresso [3], que é defendida por ele [4] [veja aqui] [veja aqui]. A. Rede Sustentabilidade, partido de oposição tentou barrar o desfile na Justiça [5], mas o ministro do Supremo Tribunal Federal Dias Toffoli rejeitou o pedido [6]. Parlamentares criticam o ocorrido [7], afirmando que se trata de ‘uma tentativa de constrangimento ao Congresso Nacional e ao povo’ [8] e relatam ofensas e intimidações por telefone pressionando para um voto favorável à PEC [9]. A imprensa internacional também critica o episódio [10]. Segundo a Marinha, o desfile não tem relação com a votação [11]. Bolsonaro acusa Luis Roberto Barroso, ministro do STF, de ‘apavorar’ parlamentares contra o voto impresso [12]; em outra ocasião, questionou a imparcialidade do ministro [veja aqui]. No mesmo dia, a PEC é rejeitada pela Câmara [13]. Ela já havia sido rejeitada em uma comissão especial [14], mas o presidente da casa levou a votação para plenário mesmo assim [veja aqui]. Militares revelam constrangimento pelo desfile [15]. Bolsonaro defende a possibilidade de fraude por voto eletrônico [veja aqui] [veja aqui] [veja aqui] – atacando o sistema eleitoral em TV pública [veja aqui] – apesar de nunca ter apresentado provas [veja aqui] [veja aqui], e critica a atuação do Tribunal Superior Eleitoral [veja aqui] [veja aqui] [veja aqui]. Segundo o presidente, o sistema brasileiro não é confiável [veja aqui]; ele e afirmou reiteradas vezes que se não houver modificações no sistema eleitoral não haverá eleições [veja aqui] [veja aqui] [veja aqui] [veja aqui] ou que Lula só ganharia na fraude [veja aqui]. O TSE abriu inquérito administrativo contra Bolsonaro e enviou notícia-crime ao STF pedindo investigações pelos ataques insistentes ao sistema eleitoral [veja aqui].
Leia mais sobre como o desfile lembra o último ato público de intimidação da Ditadura Civil Militar.
O presidente Jair Bolsonaro concede cargo público à coronel da reserva que apareceu ao seu lado durante live onde denunciava supostas fraudes no processo eleitoral [1] [veja aqui]. O coronel da reserva Eduardo Gomes da Silva assume a Secretaria Especial de Modernização do Estado (Seme) [2], que tem dentre as principais atribuições de modernizar os serviços públicos através da introdução e expansão de tecnologias digitais [3]. A nomeação é realizada pelo presidente duas semanas após transmissão ao vivo nas redes sociais que ocorreu em 29 de julho [4], onde Bolsonaro apresentou o militar como ‘analista de inteligência’, além de ter feito falsas acusações à lisura do processo eleitoral [5]. Durante a live, Eduardo explicou vídeos de 2018 que seriam supostas provas de que as urnas eletrônicas poderiam ter sido fraudadas para computar o voto de um candidato para outro, sem apresentar provas [6]. Segundo o Tribunal Superior Eleitoral TSE, esse tipo de fraude não é possível, ainda afirmou que os vídeos apresentados, que inclusive circulam na internet, provam qualquer tipo de irregularidade nas urnas eletrônicas [7] As críticas de Bolsonaro contra as urnas eletrônicas fizeram com que ele fosse incluído no inquérito das fake news [8] .Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal, acolheu notícia-crime apresentada pelo TSE para investigar Bolsonaro por suspeita de vazamento de dados sigilosos da Polícia Federal, que teriam sido usados para criticar as urnas eletrônicas durante a live transmitida no final de julho [9].
Leia sobre as acusações feitas pelo presidente Jair Bolsonaro ao processo eleitoral.