Tipo de Poder
Poder Formal
Esfera
Executivo
Nível
Federal

Ministro do Meio Ambiente propõe reduzir meta de diminuição de desmatamento

Tema(s)
Meio Ambiente
Medidas de estoque autoritário
Redução de controle e/ou centralização

Ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, propõe ao ministério da Economia a diminuição na meta de redução do desmatamento ilegal do país [1], mesmo em meio ao aumento do desmatamento na Amazônia [2]. A proposta é para substituição da meta de redução em 90% dos incêndios e desmatamento ilegal até 2023 para nova meta de preservação de somente 390 mil hectares de vegetação da Amazônia até o final da atual gestão [3]. A área representa somente cerca de um terço do total que foi desmatado na Amazônia entre agosto de 2018 e julho de 2019 [4]. Justificando a proposta, o ministério do Meio Ambiente afirma que se trata de um objetivo intermediário e que a principal meta adotada pelo governo é de redução de 100% do desmatamento ilegal até 2030 [5]. De início, a área técnica do ministério da Economia rejeita a proposta, alegando ‘não enfrentar, com abrangência e grau de efetividade necessários, a causa do problema’ [6], mas depois assume postura mais dúbia, afirmando concordar com outras sugestões da pasta do Meio Ambiente e mantendo silêncio sobre a meta [7]. Para coordenadora de políticas públicas do Greenpeace, essa medida só comprova a intenção do governo de implementar um projeto antiambiental no país [8] e o secretário-executivo do Observatório do Clima afirma que é uma tentativa do ministério do Meio Ambiente de abandonar a meta de preservação [9]. Após críticas, Salles desiste da redução de meta [10].

Leia a análise sobre os beneficiários da redução da meta do desmatamento na Amazônia e veja os vídeos explicando sobre os principais aspectos da proposta de Salles

04 ago 2020
 
Tipo de Poder
Poder Formal
Esfera
Executivo
Nível
Federal

Presidente do Ibama solicita que Governo norte-americano aceite carregamento de madeira brasileira exportada sem autorização legal

Tema(s)
Meio Ambiente, Relações internacionais
Medidas de estoque autoritário
Redução de controle e/ou centralização

Eduardo Bim, presidente do Ibama, envia ofício ao chefe do Serviço de Pesca e Vida Silvestre dos Estados Unidos solicitando que ele não apreenda e destrua cargas de madeira que, conforme investigação das autoridades norte-americanas, foram exportadas ilegalmente do Brasil [1]. Ele também intercede em favor das empresas investigadas através de ofício encaminhado ao embaixador do Brasil nos EUA, Nestor Foster [2]. As cargas foram apreendidas por, dentre outras coisas, não contarem com a autorização do Ibama para deixarem o porto [3]. Em fevereiro de 2020, dias depois de receber notificação das autoridades americanas sobre o início das investigações e após se reunir com representantes das empresas afetadas, Bim alterou a norma que exigia tal autorização [veja aqui] [4]. O ofício enviado diretamente à autoridade americana informa sobre a recente modificação da regulamentação, indica a legalidade da exportação e sugere que a incineração da carga seja evitada [5]. Em resposta, o chefe do Serviço de Pesca e Vida Silvestre informa Bim que as investigações concluíram que a madeira foi exportada ilegalmente e que as cargas foram de fato confiscadas [6]. Em novembro de 2019, Bim já havia flexibilizado a aplicação de multas para quem compra madeira ilegal [veja aqui]. As informações das autoridades americanas foram posteriormente utilizadas como ponto de partida da operação Akuanduba da Polícia Federal, que acarretou na suspensão de Bim da presidência do Ibama por 90 dias por suspeita do cometimento dos crimes de facilitação ao contrabando e advocacia administrativa [veja aqui]. A investigação da PF também indica que representantes de uma das empresas beneficiadas pelo ofício encaminhado por Bim, a Tradelink, realizaram ligações para as autoridades ambientais de países europeus, como a Bélgica e a Dinamarca, a partir de telefones da Superintendência do Ibama no Pará; as ligações tinham como objetivo regularizar a entrada da madeira brasileira exportada ilegamente também nestes países [7].

10 ago 2020
 
Tipo de Poder
Poder Informal
Esfera
Executivo
Nível
Federal

Bolsonaro diz que incêndios na Amazônia são mentira em reunião com presidentes de outros países

Tema(s)
Meio Ambiente
Medidas de estoque autoritário
Construção de inimigos

Em reunião com presidentes de países que detêm a Amazônia, Jair Bolsonaro alega não existirem incêndios na Amazônia e utiliza dados parciais para dizer que desmatamento diminuiu [1]. O Presidente Bolsonaro participa da 2ª Cúpula do Pacto de Letícia, acordo entre países para proteger a Amazônia [2] e diz que a Amazônia não pega fogo por ser floresta úmida, ignorando, através de sua fala, os incêndios ocorridos no ano passado [3] e os dados apresentados pelo Inpe, como já havia feito anteriormente o vice presidente Mourão [veja aqui] [4]. O presidente comemora a diminuição em 28% nos incêndios e desmatamento em julho, se comparado ao ano passado, mas não menciona o aumento em 34% entre agosto de 2019 e julho de 2020 [5]. Bolsonaro se queixa ao afirmar que as críticas feitas aos governos presentes na conferência são injustas, justificando-as com o interesse econômico de outras nações na Amazônia [6]. Não é a primeira reunião, com outros presidentes, em que Bolsonaro critica opiniões de outros países em relação às políticas ambientais brasileiras [veja aqui].

Leia a análise sobre os erros nas falas do Bolsonaro durante a conferência do Pacto de Letícia.

11 ago 2020
 
Tipo de Poder
Poder Formal
Esfera
Executivo
Nível
Federal

Ibama tem menor contingente de fiscais desde 1989

Tema(s)
Administração, Meio Ambiente
Medidas de estoque autoritário
Redução de controle e/ou centralização

Levantamento desta data revela que o Ibama apresenta o menor contingente de fiscais desde sua criação, em 1989 [1]. Os dados informam que o órgão dispõe de apenas 591 agentes ambientais para atuarem nas operações contra o desmatamento em todo o território nacional, número que representa queda de 55% em relação ao contingente de 2010 [2]. O número de funcionários para fiscalização representa um terço do contingente considerado ideal pelo Ibama [3]. O levantamento ocorre no contexto de piora dos índices de desmatamento [veja aqui] e queimadas [veja aqui] observados nas regiões amazônica e pantaneira em relação ao ano anterior. Em 2019, o Tribunal de Contas da União já havia realizado recomendação ao governo federal para que atendesse ‘carências operacionais’ do órgão [4]. Em junho deste ano, a presidência do Ibama também enviou um pedido oficial ao ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, para que fosse autorizada a abertura de novo concurso de servidores do órgão [5]. Em setembro, em audiência pública no Supremo Tribunal Federal sobre agenda climática [veja aqui], pesquisadores reiteram a necessidade de abertura de novo concurso do Ibama [6]. Em outubro, o cenário é agravado pelo pedido de demissão do chefe do Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Federais do Ibama [7], a segunda troca de chefia do cargo em menos de 2 meses [8]. Ainda, em 21/10, o Ibama suspende as atividades de combate a incêndios em razão de ausência de recursos e de acumular R$19 milhões em pagamentos atrasados [veja aqui]. Em outras oportunidades, o governo atrasou dois meses para publicar edital de contratação de brigadistas para o combate às queimadas florestais no país [veja aqui], cortando em mais da metade as verbas para brigadistas [veja aqui], e anunciou a suspensão de operações de combate ao desmatamento ilegal e queimadas na Amazônia e Pantanal, e depois voltou atrás [veja aqui].

Ouça entrevista sobre o desmonte da política ambiental e entenda o que faz o Ibama.

13 ago 2020
 
Tipo de Poder
Poder Informal
Esfera
Executivo
Nível
Federal

Vice-Presidente da República divulga dados falsos sobre desmatamento

Tema(s)
Informação, Meio Ambiente, Negacionismo
Medidas de estoque autoritário
Construção de inimigos

O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, publica artigo [1] divulgando dados errados a respeito das queimadas na Amazônia [2]. Mourão divulga que as atividades da Operação Verde Brasil 2 [veja aqui] e o decreto que proíbe as queimadas [veja aqui] auxiliaram na diminuição de 7,6% dos incêndios na Amazônia entre 1º de maio e 31 de julho deste ano [3]. No entanto, de acordo com dados divulgados pelo Inpe, houve aumento de 22,7% dos incêndios na Amazônia no período citado pelo vice presidente [4]. Mourão também defende que incêndios ocorreriam de forma natural, principalmente durante o verão na região Amazônica, devido ao clima e à vegetação mais seca, fato que de acordo com o Instituto de Pesquisa Ambiental na Amazônia (Ipam), em nota técnica, é extremamente raro, pelo clima úmido, estimando-se que aconteça a cada 500 anos aproximadamente [5]. O presidente Jair Bolsonaro também fez a mesma afirmativa [veja aqui], e estudos da Nasa demonstram a falsidade da afirmação, comprovando que as queimadas advêm do desmatamento [6]. Mourão já havia distorcido dados anteriormente relacionados aos incêndios na Amazônia [veja aqui], assim como o Ministério da Defesa, ao divulgar dados sobre o combate ao desmatamento [veja aqui].

Leia a análise sobre os tipos de incêndios que ocorrem na Amazônia.

19 ago 2020
 
Tipo de Poder
Poder Informal
Esfera
Executivo
Nível
Federal

Vice-Presidente da República nega queimadas em área de floresta na Amazônia e critica Leonardo DiCaprio, defensor do meio ambiente

Tema(s)
Meio Ambiente, Negacionismo
Medidas de estoque autoritário
Construção de inimigos

O vice presidente da República, Hamilton Mourão, ao participar de uma reunião da Confederação Nacional da Indústria (CNI) sobre desenvolvimento sustentável na Amazônia, afirma que a floresta não está pegando fogo e que são áreas humanizadas, áreas habitadas por pessoas, que sofrem com as queimadas [1]. Mourão alega também que mesmo mostrando mapas da Nasa e do Inpe as comunidades internacional e nacional não aceitam os dados [2]. O vice presidente já havia feito alegação similar [veja aqui], afirmando que os incêndios ocorrem de forma natural, assim como o presidente Jair Bolsonaro [veja aqui]. No entanto, de acordo com estudos divulgados pela Nasa, essa alegação é falsa; os dados demonstram que os incêndios acontecem na floresta devido a ações humanas, sendo muito raro os incêndios naturais [3]. Mourão, durante a Confederação, critica o ator Leonardo DiCaprio, como também já havia feito o presidente em outras circunstâncias [veja aqui], por conta da sua postagem nas redes sociais a respeito do desmatamento na Amazônia [4]. O ator divulgou em sua rede social [5] o aumento das queimadas na Amazônia e critica a postura do presidente Jair Bolsonaro [6]. Mourão refuta a crítica e diz que irá convidar o ator para vir à Amazônia [7].

Veja a nova ferramenta para monitorar as queimadas na Amazônia – em inglês.

19 ago 2020
 
Tipo de Poder
Poder Formal
Esfera
Executivo
Nível
Federal

Ibama nomeia Coordenador de Inteligência de Fiscalização sem qualificações técnicas

Tema(s)
Meio Ambiente, Transparência
Medidas de estoque autoritário
Redução de controle e/ou centralização

O presidente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis (Ibama) nomeia Coordenador de Inteligência de Fiscalização sem qualificações técnicas na área [1]. Para o cargo, foi escolhido o oficial da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), André Heleno Silveira [2]. Segundo os requisitos do cargo, ou deve haver algum tipo de experiência prévia na área (profissional ou acadêmica) ou ocupação de cargo em comissão, função de confiança, cargo efetivo de nível superior ou militar oficial ou oficial-general [3]. A nomeação ignora avisos feitos por servidores do órgão que, em nota técnica, recomendaram que não fosse colocada uma pessoa de fora do Instituto à frente da unidade, pois a área produz dados sigilosos e eventuais vazamentos ameaçariam o sucesso de fiscalizações [4]. Além disso, o regulamento do Ibama determina que as atividades da Coordenadoria de Inteligência de Fiscalização sejam exercidas por servidores de carreira [5]. Uma das atribuições da deste cargo é elaborar relatório que classifica os crimes ambientais, as áreas em que ocorreram e os impactos ao meio ambiente. É com base nesse documento que o Ibama planeja as operações contra garimpeiros, madeireiros, entre outros [6]. Como André foi oficial da inteligência, não existem informações públicas sobre sua carreira e nem sobre o período em que ocupou tal cargo. No entanto, fiscais do Ibama suspeitam que o funcionário atue a serviço de uma ‘inteligência paralela’ contra atuação do órgão [7]. Segundo relatório do Tribunal de Contas da União (TCU), há indícios de que esta nomeação, entre outras, desrespeitou as exigências legais de experiência profissional e acadêmica [8]. Essa nomeação ocorre após a exoneração de superintendentes regionais do Instituto [veja aqui] e da nomeação de militares para cargos nos Estados do Pará [veja aqui], Amazonas [veja aqui], Amapá [veja aqui].

20 ago 2020
 
Tipo de Poder
Poder Formal
Esfera
Executivo
Nível
Federal

Ibama reduz em 34% multas em 2019 e 80% dos municípios menos multados apresentam alta de desmatamento no período

Tema(s)
Administração, Meio Ambiente
Medidas de estoque autoritário
Redução de controle e/ou centralização

Levantamento desta data revela que, em cada dez municípios da Amazônia onde o Ibama reduziu o número de multas em 2019, oito registraram aumento no desmatamento [1]. Dos 9 estados pertencentes à Amazônia Legal, 7 apresentaram queda de multas e desses, 6 apresentam aumento de desmatamento, com destaque para o Pará. Questionado a respeito, o Ibama não respondeu. Levantamento paralelo aponta que, em 2019, o órgão multou 34% menos que no ano anterior [2]. Concomitante a essa diminuição, existe uma paralisação nos processos administrativos de cobrança de tais multas [3]. Segundo especialistas, a redução das multas contribui para sensação de impunidade no que se refere aos crimes ambientais [4]. Novas barreiras no procedimento de cobrança seriam os ‘núcleos de conciliação’, criados pelo governo e que podem anular as autuações expedidas por órgãos de fiscalização ambiental [veja aqui]. Esses núcleos, desde sua criação, só contaram com cinco audiências, o que contribui para paralisia da cobrança das multas e para que nenhuma empresa ou pessoa autuada tenha aderido a algum projeto de recuperação ou preservação ambiental [5]. Além das multas, foram reduzidas as operações de fiscalização [veja aqui]. Vale notar que, durante os seis primeiros meses de 2019, o governo já havia diminuído multas contra a flora ambiental em 23% [veja aqui], e, no ano seguinte, reduziu em 60% termos de embargo em comparação ao ano anterior [veja aqui]. O Ibama também já arquivou multas por desmatamento ilegal após reunião com empresários e políticos [veja aqui] e flexibilizou multas para quem compra madeira ilegal [veja aqui]. Além disso, o servidor público que multou Bolsonaro por pesca irregular foi exonerado de seu cargo [veja aqui] e fiscais que multaram o presidente da Embratur foram realocados [veja aqui].

24 ago 2020
 
Tipo de Poder
Poder Informal
Esfera
Executivo
Nível
Federal

Ministro do Meio Ambiente anuncia suspensão de todas as operações de combate ao desmatamento ilegal e queimadas na Amazônia e Pantanal; horas depois, volta atrás

Tema(s)
Meio Ambiente, Orçamento
Medidas de emergência
Flexibilização de controle

Ministério do Meio Ambiente (MMA) anuncia interrupção de todas as operações [veja aqui] [veja aqui] de combate ao desmatamento ilegal e queimadas na Amazônia e Pantanal [1]. A pasta justifica a suspensão por conta de bloqueio orçamentário realizado pela Secrataria de Orçamento Federal, que atinge o ICMBio no montante de R$ 39,8 milhões e o Ibama em R$ 20,9 milhões [2]. Segundo os dois órgãos, o bloqueio desmobiliza mais de 1,5 mil brigadistas, 300 fiscais e instrumentos (caminhões, helicópteros e aeronaves) de conteção das queimadas e combate ao desmatamento ilegal [3]. A previsão de início da suspensão seria na segunda, 31/08 [4]. No mesmo dia em que o anúncio é feito pelo ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, o vice-presidente da República, Hamilton Mourão, nega o bloqueio e diz que Salles ‘se precipitou’ [5]. Mourão alega que o governo busca recursos para pagar o auxílio emergencial e, por conta disso, está retirando recursos de todos os Ministérios, mas defende que não haveria bloqueio financeiro do Ibama e ICMBio [6]. Salles rebate Mourão e diz que não houve precipitação, por o bloqueio ‘constar no sistema’ [7]. Após repercussão midiática negativa, críticas de entidades ambientais [8] e pronunciamento contra a suspensão pelo presidente da Câmara dos Deputados [9], o MMA divulga, no mesmo dia do anúncio, o desbloqueio orçamentário da pasta e o prosseguimento das operações [10]. Ainda em fevereiro deste ano, o Conselho Nacional da Amazônia foi transferido do MMA à vice-presidência [veja aqui] e desde então Mourão vem dando contribuições controversas na área, afirmando que o desmatamento na Amazônia diminuiu [veja aqui] e embasando-se em dados falsos [veja aqui]. Em outras oportunidades, o MMA autorizou a produção em áreas de preservação ambiental permanente [veja aqui] e cancelou a criação de bases de proteção florestal [veja aqui]; e o ministro do Meio Ambiente propôs redução na meta de diminuição de desmatamento [veja aqui].

Leia análise crítica à suspensão das operações na Amazônia, entenda as principais causas dos incêndios e veja plataforma de monitoramento das queimadas – em inglês.

28 ago 2020
 
Tipo de Poder
Poder Informal
Esfera
Executivo
Nível
Federal

Bolsonaro diz que ONGs da Amazônia são ‘câncer’

Tema(s)
Meio Ambiente, Negacionismo, Participação da sociedade civil
Medidas de estoque autoritário
Construção de inimigos

Em meio uma nova crise ambiental, devido às queimadas no Pantanal [1] e na Amazônia [2], o presidente Jair Bolsonaro diz, ao defender sua política ambiental, que não consegue matar ‘esse câncer chamado ONGs’ em videoconferência semanal [3]. Ele critica o financiamento internacional das organizações e diz que as queimadas só ocorreriam em cinturões da floresta, e não em toda a sua extesão, o que não comprova com dados científicos. A fala é repudiada por organizações como o Greenpeace [4] e a Human Rights Watch [5], que denunciam a negligência do governo no combate ao desmatamento. Na mesma semana, uma campanha internacional – DefundBolsonaro [6] – com críticas à atuação do presidente na área ambiental, toma as redes sociais e é compartilhada por Leonardo DiCaprio [7], ator e ambientalista que já foi vítima de ataques do presidente [veja aqui]. Segundo reportagem publicada em novembro, o governo Bolsonaro pretende estabelecer um marco regulatório para ter o ‘controle’ de 100% das ONGs que atuam na Amazônia. O plano, elaborado pelo Conselho Nacional da Amazônia Legal, pretende bloquear ou limitar as atividades de ONGs que atuem ‘contra os interesses nacionais’ [8]. Em outras oportunidades, Bolsonaro já acusou, sem provas, as ONGs de serem culpadas pelos incêndios na Amazônia [veja aqui] – bem como índios [veja aqui] – e já editou medidas para dificultar sua atuação [veja aqui]. Em novembro passado, inclusive, a Polícia Civil do Pará prendeu brigadistas de ONGs que atuavam no Pará sob acusação de terem iniciado incêndios [veja aqui]. O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, também já culpou ONGs pelo vazamento de óleo no Nordeste [veja aqui].

Veja as análises sobre a política ambiental do governo Bolsonaro e os impactos do avanço do fogo no Pantanal

04 set 2020
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