Após corte orçamentário na Lei Orçamentária de 2021 aprovada pelo Congresso Nacional [1] [veja aqui], a Diretoria de Planejamento, Administração e Logística (Diplan) do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) emite ofício solicitando aumento de R$ 60 milhões no orçamento do órgão e sugerindo medidas de redução de custos e atividades caso o pedido não seja atendido [2]. O orçamento previsto para o ICMBio em 2021 é de R$ 177 milhões, com redução de 30% no valor comparado ao ano anterior e de 40% em relação ao orçamento de 2019 aprovado pelo governo Temer [3]. Dentre as medidas sugeridas pela Diplan destaca-se a suspensão das brigadas e aeronaves para combate dos incêndios florestais [4]. O período mais grave de incêndios no Pantanal e na Amazônia ocorre nos meses entre maio e novembro; as ações preventivas que deveriam ser realizadas a partir de abril para evitar os incêndios estão atrasadas ou paralisadas em decorrência da falta de recursos financeiros que viabilizem essas ações, colocando assim em risco a preservação das florestas do país [5]. Em 2020, o ministro do Meio Ambiente (MMA), Ricardo Sales, havia anunciado a suspensão de todas as operações de combates a incêndios por falta de verbas, mas logo em seguida voltou atrás na decisão [veja aqui]. A ex-presidente do Ibama, Suely Araújo, afirma que o ICMBio tem risco de morrer ‘por inanição’ [6]. Além da redução orçamentária, em 12/03 foi emitida portaria que obriga a necessidade de aprovação pela Diretoria antes da divulgação de qualquer produção científica do Instituto [veja aqui] e o ministro Ricardo Salles ,criou em outubro de 2020 um grupo de trabalho para estudar a possibilidade de fusão entre o ICMBio e o Instituo Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) [7] [veja aqui]. O Ibama também sofreu reduções orçamentárias [veja aqui], assim como toda a pasta do Ministério do Meio Ambiente em 2021 com o menor orçamento do século XXI [veja aqui]. A aprovação do orçamento federal de 2021 pelo presidente Jair Bolsonaro, em 22/04 [8], foi seguida de diversas críticas em relação aos cortes no MMA [9]. Em 24/04 o ministro Ricardo Sales, divulga nas redes sociais ofício encaminhado ao Ministério da Economia, em que solicita a recomposição de R$ 270 milhões no orçamento de seu ministério [10].
Leia a pesquisa sobre os desafios da gestão dos parques brasileiros.
O presidente Jair Bolsonaro edita medida provisória (MP) [1], a fim de ‘desburocratizar o ambiente de negócios’ no país [2] que permite a emissão de licenças ambientais, de segurança sanitária e de prevenção contra incêndio de forma robotizada e automática, ou seja, sem a necessidade de análise e aprovação prévias por uma pessoa encarregada [3]. De acordo com a MP caberá ao proprietário do local observar e assegurar que seu estabelecimento esteja de acordo com as ‘normas de segurança sanitária, ambiental e de prevenção contra incêndio’; posteriormente, o alvará e as licenças serão emitidas ‘automaticamente, por intermédio de sistema responsável pela integração dos órgãos e das entidades de registro’ [4]. Com isso, o governo não mais realizará fiscalizações preventivas de forma a evitar que acidentes, como o ocorrido em Brumadinho em 2019 [5], se repita. A ex-presidente do Ibama, Suely Araújo, afirma que a MP é uma ‘aberração jurídica’ somente possível em um governo que não valoriza a vida humana e nem a proteção ambiental [6]. A flexibilização ou redução das políticas de proteção ambiental se tornou uma constante no governo Bolsonaro, nos dois primeiros anos foram contabilizados mais de 150 eventos que contribuíram para a deterioração da política ambiental brasileira [veja aqui], como a flexibilização da proteção ambiental em unidades de conservação [veja aqui] e drástica redução orçamentária do Ministério do Meio Ambiente [veja aqui].
Leia a análise sobre as implicações da medida provisória e sobre a redução dos servidores ambientais na gestão Bolsonaro.
A deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP) – recém nomeada presidente da Comissão do Meio Ambiente (CMA) da Câmara dos Deputados – divulga informações falsas sobre a preservação da Amazônia durante live com a deputada federal Paula Belmonte (Cidadania-DF) [1] [2]. Zambelli ataca populações indígenas e originárias, declara que ‘o maior motivo do desmatamento ilegal são as pessoas que moram na Amazônia’ [3], o que é falso [4], e repete mentira já difundida pelo presidente Jair Bolsonaro em seu discurso na ONU de que ‘o índio e o caboclo’ são responsáveis pela queimadas na floresta [veja aqui]. A presidente da CMA também informa dados imprecisos sobre a preservação do bioma amazônico, dizendo que ‘85%,88% aproximadamente’ estariam preservados, o que não corresponde aos estudos do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), que estima que 20% da floresta já foi desmatada e que a cobertura vegetal restante (80%) está sendo degradada por outras atividades humanas [5]. No ano anterior, o vice-presidente Hamilton Mourão também divulgou dados equivocados sobre as queimadas na Amazônia, subestimando dados oficiais do Inpe [veja aqui]. Por fim, Zambelli ataca ONGs, prática já adotada por Bolsonaro em outras ocasiões [veja aqui], e defende o presidente e o ministro do Meio Ambiente (MA), Ricardo Salles, afirmando que ambos adotariam uma política de ‘tolerância zero com o desmatamento’ [6], o que é duvidoso visto que Bolsonaro já disse que as queimadas são ‘mentira’ [veja aqui] e já afirmou existir no Brasil uma ‘psicose ambientalista’ [veja aqui]. Igualmente, o ministro do MA anunciou suspensão de todas as operações de combate ao desmatamento ilegal e queimadas na Amazônia e Pantanal durante a pior crise de desflorestamento em 2020 [veja aqui], já autorizou a produção em áreas de preservação ambiental permanente [veja aqui], cancelou a criação de bases de proteção florestal [veja aqui], entre outras práticas que enfraqueceram a pauta ambientalista.
Leia explicação sobre as queimadas na Amazônia e veja gráfico interativo sobre a evolução do desmatamento da floresta nos últimos 30 anos.
Ministério Público (MP) do estado do Rio de Janeiro (RJ) promove reestruturação e extingue o Grupo de Atuação Especializada em Meio Ambiente (GAEMA) [1], por meio de resolução publicada nesta data [2]. O GAEMA é um órgão consolidado na defesa do meio ambiente no estado do RJ, e atuava conjuntamente com o MPRJ desde o ano de 2012 na prevenção e repressão de crimes ambientais [3]. Mais recentemente, a força tarefa fazia o acompanhamento dos problemas relacionados a concentração da geosmina no processo de abastecimento de água da Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro (Cedae) [4]. O grupo atuou também na capital do RJ no gerenciamento do impacto da mobilidade urbana em obras de interesse público, na fiscalização para a preservação da Mata Atlântica e das bacias hidrográficas na Baía de Guanabara e em outros casos envolvendo áreas de proteção ambiental [5]. Segundo MPRJ, a mudança, que extinguiu a maioria dos grupos especializados, tem o intuito de ‘aperfeiçoar a atuação do Ministério Público’ e que a instituição continuará atuando na área de meio ambiente sem qualquer prejuízo [6].
O Ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles e os presidentes do Ibama, Eduardo Bim, e do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Fernando Lorencini editam Instrução Normativa [1] que enfraquece a fiscalização ambiental [2]. A instrução estabelece mudanças nas regras de multas por crimes ambientais, que agora precisarão de autorização de um superior do fiscal que aplicar a multa para efetivá-la [3]. Segundo especialistas, a norma aumenta o poder de pessoas que ocupam cargos mais altos dentro da hierarquia do Ibama para aplicação de multas [4]. Além disso, a Instrução Normativa estabelece prazos muito curtos para a análise das infrações administrativas, impossibilitando o trabalho dos fiscais [5]. Servidores do Ibama [6] e do ICMbio [7] elaboram uma carta aberta, denunciando a falta de ‘meios necessários’ para o cumprimento do trabalho [8]. Alinhados com os servidores, deputados elaboram um decreto com a intenção de paralisar a mudança [9]. Segundo os parlamentares ‘a nova regra beneficia os infratores, coage os servidores’ [10]. O Senador Fabiano Contarato (Rede – ES) apresenta um projeto para interromper a aplicação das novas determinações [11]. Após a publicação da instrução normativa, o coordenador geral de proteção do ICMBio, Diego Bezerra Rodrigues, pede exoneração do cargo; segundo apuração da imprensa, sua saída se deu por conta das novas imposições feitas [12] A instrução normativa foi publicada no momento em que Ricardo Salles foi acusado pela Polícia Federal do Amazonas, de favorecer madeireiros e grileiros de terras [13], e atrapalharem as medidas de fiscalização ambiental [14] [veja aqui]. Em 29/04, Salles publica uma nova Instrução Normativa [15], que altera a primeira, mas mantém as dificuldades de fiscalização [16]. Este não foi um ataque isolado ao meio ambiente. Recentemente, Bolsonaro e Salles minimizaram as críticas dirigidas ao Brasil, na Cúpula do Clima [veja aqui]. Em 23/03, o ICMBio sofreu um corte de orçamento, tendo risco de extinguir as atividades de prevenção e combate a incêndios [veja aqui].
Ouça análise sobre democracia e autoritarismo na crise climática e assista programa sobre as milícias da Amazônia.
Alexandre Saraiva, chefe da Polícia Federal (PF) do Amazonas encaminha notícia-crime ao Supremo Tribunal Federal (STF) solicitando investigação do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, e do senador Telmário Mota (Pros-RR) por atrapalharem medidas de fiscalização ambiental [1]. Saraiva alega que Salles obstruiu apreensão de madeira ilegal, se referindo à operação da PF em dezembro do ano passado que bateu recorde histórico de apreensão de toras de madeira no Pará [2], e que o ministro dificulta a fiscalização ambiental e patrocinando interesses privados [3]. No mesmo dia, o diretor-geral da PF, Paulo Maiurino, exonera Alexandre Saraiva do cargo [4] e o substitui pelo delegado Leandro Almada [5], a justificativa oficial é de que o delegado já era sondado sobre a mudança [6]. Mensagens de celular trocadas por madeireiros investigados pela PF em inquérito sobre apreensão de madeira ilegal citam Alexandre como um ‘alvo a ser abatido’ [7]. Após receber a notícia sobre a exoneração, Saraiva critica Salles e reafirma que o ministro ‘promove a defesa de infratores ambientais’ [8]. Sub-procurador do Ministério Público (MP) do Tribunal de Contas da União (TCU) pede para que o TCU avalie o afastamento cautelar de Ricardo Salles do Ministério do Meio-Ambiente [9], o pedido do MP é baseado na notícia-crime encaminhada por Saraiva ao STF [10]. Vale notar que Salles já fez discurso apoiando madeireiros [veja aqui] e que recentemente se reuniu com empresários alvos da operação de maior apreensão de madeira da história [11]. Outras medidas do atual governo também favoreceram atividades ilegais de madeireiros, como a decisão do presidente do Ibama que extinguiu a necessidade de autorização do órgão para exportação de madeira do Brasil [veja aqui] e solicitou que o governo norte-americano aceitasse carregamento de madeira brasileira exportada sem autorização legal [veja aqui] e a flexibilização de multas sobre a compra de madeira ilegal [veja aqui].
Veja como a decisão de exoneração demonstra ausência de preocupação com a imagem da PF pelo novo diretor-geral da corporação, e como, um ano após a reunião ministerial em que Sérgio Moro alegou interferência na PF, o presidente dá as cartas na corporação.
Balanço do Ministério Público Federal (MPF) [1] aponta retrocessos em direitos adquiridos [veja aqui], falhas nas demarcações de terras, deterioração da Fundação Nacional do Índio (Funai) e omissões na adoção de políticas públicas em decorrência da pandemia da covid-19 [2] [veja aqui], promovidos pelo governo Bolsonaro. O cenário constitui um ‘quadro de violações sem precedentes na atual ordem institucional’, aponta a instituição [3]. Desde janeiro de 2019, houve a transferência da competência para demarcação de terras indígenas e quilombolas para o Ministério da Agricultura em duas ocasiões [veja aqui] [veja aqui], revertidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Congresso, mas que enfraqueceram a Funai [4]; os vetos do presidente Bolsonaro no dispositivo de lei que estabelecia plano de combate à covid-19 nas aldeias [5]; a resolução que implementou o sistema de heteroidentificação indígena – em detrimento da histórica autodeclaração [veja aqui]; a resolução junto ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) que ‘institucionaliza o arrendamento rural nos territórios indígenas’ [veja aqui] e a ausência de novas demarcações de terras em três anos [6]. O MPF elogia a atuação do STF [7] e a derrubada parcial do veto do presidente no plano de combate à covid-19 nas aldeias [8] e a rejeição da medida provisória que propunha anistia à ocupação e desmatamento em territórios indígenas [veja aqui] [9], ambos pelo Congresso Nacional [10]. A Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB) realiza o XVLL Acampamento Terra Livre (ATL) para ecoar as graves violações de direitos fundamentais que são incentivadas pelo governo, por agentes públicos e pelo presidente Jair Bolsonaro [11].
Leia a nota do MPF na íntegra. Veja mais sobre as manobras do governo Bolsonaro contra à demarcação de terras indígenas, entenda o que são essas terras, o aumento da violência contra os povos indígenas e ouça um podcast sobre os impactos da perda de índios anciãos.
Portaria assinada pelo presidente do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Fernando Lorencini, altera o plano de manejo -regras que visam a minimização do impacto ambiental- da área de proteção ambiental (APA) de Fernando de Noronha (FN) [1]. Não será mais necessária a autorização do ICMBio para a construção de qualquer empreendimento na zona urbana da APA [2], anteriormente as atividades de construção ou reforma acima de 450m² necessitavam de autorização prévia do órgão para assegurar que o ecossistema da ilha não fosse prejudicado. A portaria é embasada no parecer da Procuradoria Federal Especializada (PFE) do ICMBio que afirmou que o instituto estaria usurpando a competência legal da Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH-PE) de realizar o licenciamento ambiental na zona urbana da APA de Fernando de Noronha [3]. Servidores do ICMBio afirmam que a mudança é um ‘retrocesso para a proteção ambiental’ [4]. A ilha está sendo um dos alvos da política de deterioração da proteção ambiental do governo Bolsonaro [veja aqui]. Em 2019, o chefe do Parque Nacional Marinho de Fernando de Noronha, Felipe Mendonça, foi exonerado do cargo após ter criticado a permissão para construção de pousadas e o aumento de turistas na ilha [veja aqui]. Em 30/10/2020 a pesca de sardinhas foi liberada em FN sem levar em consideração os riscos para o ecossistema local [veja aqui].
Leia a reportagem sobre os impactos do aumento do turismo em Fernando de Noronha.
O presidente Jair Bolsonaro e o ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles minimizam as críticas proferidas à política ambiental brasileira horas depois do discurso do presidente na Cúpula do Clima [1] [veja aqui]. Em live, o presidente e Salles dizem que críticas feitas ao Brasil não se justificam e voltam a solicitar recursos internacionais para a preservação ambiental [2]. Na Cúpula do Clima, Bolsonaro afirmou a duplicação de recursos para a fiscalização ambiental, se comprometeu em acabar com o desmatamento ilegal na Amazônia até 2030, bem como a alcançar a neutralidade climática até 2050 [3]. A isso, críticas se seguiram: A ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva diz que o Brasil, ao contrário de outros países, apresenta metas menos ousadas [4]. O secretário-executivo do Observatório do Clima destacou o corte de verbas do Ministério do Meio Ambiente destinadas à fiscalização, se referindo ao Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) [5] [veja aqui], aprovada pelo presidente na véspera. Em live Bolsonaro diz que na atualidade o Brasil responde por apenas 3,4% das emissões globais de gases de efeito estufa, enquanto China e Estados Unidos a 26,7% e 12,6% respectivamente [6]. A isso o Observatório do Clima destaca ser correto, embora as emissões do país sejam maiores que a média mundial [7]. Desta forma, o presidente diz que as críticas à agenda ambiental brasileira não se justificam e afirma que buscam prejudicar a competitividade do agronegócio do país no exterior [8]. Esse tipo de argumento já foi utilizado por Bolsonaro quando afirmou que as críticas estariam relacionadas à interesses internacionais sobre as riquezas naturais do país [veja aqui]. Já Ricardo Salles diz que os compromissos e o alcance das metas climáticas pelo Brasil serão possíveis apenas se houver a oferta de recursos internacionais [9], e a imprensa internacional destaca as controvérsias do ministro quanto ao abrandamento da legislação ambiental brasileira para o avanço do agronegócio e da mineração [10]. Em 2019, Salles também pedia recursos internacionais para preservação do meio ambiente ao mesmo tempo que paralisava o Fundo Amazônia [veja aqui].Em outros momentos, Bolsonaro já disse que gostaria de ‘desfazer opiniões distorcidas’ sobre a política ambiental brasileira [veja aqui] e que as críticas realizadas são injustas pois há um interesse econômico de outros países na Amazônia [veja aqui].
Leia a entrevista do secretário-executivo do Observatório do Clima sobre o futuro da agenda climática com a eleição do presidente dos Estados Unidos Joe Biden, o discurso na íntegra do presidente Jair Bolsonaro na Cúpula do Clima e a análise dos dados citados pelo presidente em seu discurso.
O presidente Jair Bolsonaro faz promessas vagas e conta mentiras sobre a atual situação ambiental do Brasil durante discurso realizado na Cúpula de Líderes Sobre Clima, organizada pelo governo estadunidense [1] [2] [3]. Dentre as mentiras e inconsistências, Bolsonaro promete: zerar o desmatamento ilegal até 2030, mas não apresenta um plano efetivo para alcançar a meta; e duplicar recursos para os órgãos de fiscalização ambientais [4] [5]. O discurso de Bolsonaro é contestado por organizações da sociedade civil [6], parlamentares, especialistas [7] e lideranças indígenas [8], que questionam a inconsistência das promessas realizadas [9]. Com base nas mentiras contadas e se utilizando de dados de governos passados, Bolsonaro solicita recursos internacionais para cumprir a meta prometida [10]. Em 23/03, um dia após o discurso de Bolsonaro, o governo corta verbas para meio ambiente [veja aqui] [11]. Após o discurso, Bolsonaro e Salles minimizam as críticas dirigidas ao Brasil na Cúpula do Clima [veja aqui] e o Vice presidente Hamilton Mourão ironiza a meta climática anunciada por Bolsonaro [veja aqui]. Desde o início do governo Bolsonaro, o combate ao desmatamento ilegal na Amazônia e às queimadas no Pantanal sofreram diminuições [12]. Em agosto de 2020, Bolsonaro disse que incêndios na Amazônia eram mentiras [veja aqui]. Ademais, levantamento demonstrou que, em cada dez municípios da Amazônia onde o Ibama reduziu o número de multas desde 2019, oito registraram aumento no desmatamento [veja aqui]. No início de 2021 o governo cortou o orçamento do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), instituto responsável pelas divulgações de dados sobre o desmatamento .
Leia análises sobre como o governo Bolsonaro age ao lidar com o meio ambiente, sobre as promessas feitas por Bolsonaro na Cúpula do Clima, sobre as consequências de tal discurso Bolsonaro, sobre o desmonte na fiscalização ambiental durante o governo Bolsonaro, sobre a falta de transparência do governo com ONGs, e ouça podcast sobre o Brasil na Cúpula do Clima.