Tipo de Poder
Poder Formal
Esfera
Executivo
Nível
Federal

Governo Bolsonaro já gastou ao menos R$ 550 milhões em missões de Garantia da Lei e da Ordem para conter o desmatamento e as queimadas na Amazônia desde 2019

Tema(s)
Forças Armadas, Meio Ambiente
Medidas de estoque autoritário
Redução de controle e/ou centralização

Desde 2019, o governo já gastou R$ 550 milhões em missões de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) para conter o desmatamento e as queimadas na Amazônia [1]; foram três – uma em dezembro de 2019 [veja aqui]; outra de maio de 2020 [veja aqui] e uma última entre junho e agosto de 2021 [veja aqui]. No entanto, o desmatamento na região continua batendo recordes: o acumulado entre agosto de 2020 e julho de 2021 foi o segundo maior da gestão Bolsonaro e o terceiro maior da década, segundo os mais recentes dados do sistema Deter do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) [2]. A atuação de militares para o combate ao desmatamento é cercada de controvérsias, como a falta de atuações na operação em 2020 [veja aqui], afirmações equivocadas do vice-presidente, Hamilton Mourão [veja aqui] [veja aqui], distorção de dados [veja aqui] e falta de fiscalização contra o garimpo ilegal [veja aqui] [veja aqui]. O Plano de Metas do Conselho Nacional da Amazônia Legal previu, em setembro de 2020, a atuação das Forças Armadas na região até 2022 [veja aqui]. Em junho deste ano, a atuação dos militares na Amazônia foi prorrogada até agosto [veja aqui] a despeito do fracasso da anterior, a Operação Verde Brasil 2 [veja aqui]. De acordo com apuração, o montante gasto pelos militares nesse período equivale a seis vezes o total do orçamento de 2020 do Ibama para gastos com fiscalização ambiental, licenciamento e gestão da biodiversidade [3]. Nos últimos anos, o orçamento para fiscalização ambiental no Ibama e ICMBio reduziu em mais de 100 milhões [veja aqui] [veja aqui], e, o governo estuda fusão entre os órgãos [veja aqui]. O Ibama sofre com o enfraquecimento da fiscalização ambiental [veja aqui], em decorrência de mudança nas regras de aplicação de multas [veja aqui], e menor contingente de fiscais desde 1989 [veja aqui]. O orçamento do MMA de 2021 é o menor do século XXI [veja aqui] e a pasta já anunciou a suspensão de todas as operações de combate ao desmatamento e queimadas sob justificativa de corte orçamentário, mas horas depois voltou atrás [veja aqui].

Leia relatório sobre os gastos orçamentários na região da Amazônia e a série de reportagens sobre o legado das operações militares de garantia da lei e da ordem (GLO) encabeçadas pelas Forças Armadas na região.

26 out 2021
 
Tipo de Poder
Poder Formal
Esfera
Executivo
Nível
Federal

Brasil é denunciado na Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) por violência contra ativistas ambientais

Tema(s)
Meio Ambiente, Participação da sociedade civil
Medidas de estoque autoritário
Construção de inimigos

Governo Bolsonaro é denunciado à Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) por sua política ambiental e o tratamento dado à ativistas desta pauta [1]. A denúncia é apresentada no 181º período de audiências públicas da CIDH por treze ONGs atuantes na defesa do meio ambiente e dos povos indígenas e quilombolas, afetados pelas ações e omissões ambientais do Estado brasileiro [2]. As entidades afirmam haver uma política de desmonte na área ambiental, além do alto risco à segurança gerado a ativistas ambientais [3]. Nesse sentido, as entidades reclamantes afirmam que a postura negacionista, virulenta e preconceituosa do presidente Jair Bolsonaro colabora para agravar o quadro [4]. Além da retórica governamental, a principal e mais danosa ferramenta utilizada pelo governo se daria no aspecto formal, mais especificamente das legislações que desregulam o arcabouço legal já existente em matéria ambiental [5]. Leis e atos administrativos que limitam direitos de comunidades indígenas e quilombolas e privilegiam interesses de ruralistas – uma das bases de apoio do governo federal –  sendo, inclusive, classificadas como medidas racistas com as populações afetadas, segundo o pedido [6]. Vale lembrar que o atual governo federal tem amplo histórico de ataques à direitos de comunidades indígenas e quilombolas [red id=285][red id=1024] e à ecoativistas [veja aqui][red id=5130].

Assista a audiência da denúncia ao CIDH na íntegra e saiba mais sobre o histórico de desmonte de políticas ambientais no governo Bolsonaro.

26 out 2021
 
Tipo de Poder
Poder Formal
Esfera
Executivo
Nível
Federal

Ministério do Meio Ambiente nomeia novo chefe do ICMBio que já atuou para cancelar multas ambientais

Tema(s)
Meio Ambiente, Militarização
Medidas de estoque autoritário
Redução de controle e/ou centralização

Coronel da Polícia Militar de São Paulo, Marcos de Castro Simanovic, é nomeado chefe substituto do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) [1]. Pelo regimento, Simanovic fica no cargo como presidente-substituto pelo prazo de 30 dias e, se nenhuma nova nomeação for feita neste período, torna-se presidente interino [2]. Simanovic atua na diretoria de Criação e Manejo de Unidades de Conservação do ICMBio e passa a acumular os dois cargos [3]. O coronel atuou diretamente para cancelar processos concluídos de autuações ambientais contra infratores, questionando pareceres de áreas técnicas do próprio ICMBio [4]. No órgão desde maio de 2019, Simanovic faz parte do processo de militarização de cargos que tem ocorrido durante o governo Bolsonaro [veja aqui] [veja aqui] [veja aqui] [veja aqui]. O número de militares da ativa em exercício de funções no governo federal subiu 122% desde a eleição de Bolsonaro em 2018, segundo o Tribunal de Contas da União (TCU) [veja aqui].

Leia análises sobre o retorno dos militares ao meio ambiente e a militarização da pauta ambiental desde 2019.

29 out 2021
 
Tipo de Poder
Poder Formal
Esfera
Executivo
Nível
Federal

Governo anuncia redução das emissões de gás de efeito estufa, mas é acusado de ‘pedalada climática’

Tema(s)
Meio Ambiente
Medidas de estoque autoritário
Redução de controle e/ou centralização

Em discurso transmitido no pavilhão do Brasil na Conferência do Clima (COP-26), principal evento para debater mudanças climáticas da ONU, o presidente Jair Bolsonaro e o ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, anunciam aumento na previsão de cortes de emissão de gases de efeito estufa de 43% para 50% até 2030 [1]. Para especialistas, trata-se de uma ‘pedalada climática’ [2]. A meta de 43% foi estabelecida no Acordo de Paris e toma como base os lançamentos de gases estufa na atmosfera em 2005, projetados na época em 2,1 bilhões de toneladas de dióxido de carbono (CO2) [3]. O governo federal revisou o cálculo, mas não indicou a base utilizada para aplicar o novo porcentual [4] [5]. Na prática, a manobra contábil não aumenta a ambição climática brasileira em números absolutos e permite que o Brasil relaxe sua meta de corte nas emissões CO2 [6]. Essa é mais uma tentativa do governo de passar uma imagem de ambição ambiental ao mundo: às vésperas da COP26, Bolsonaro propôs agenda de medidas voltadas ao meio ambiente mas foi acusado de oportunismo [veja aqui]. Em outubro, foi processado por plano climático insuficiente [veja aqui]. O governo foi apontado, pelo TCU, como responsável pelo desmatamento e queimadas da Amazônia [veja aqui], que é o maior desde 2012 [veja aqui], convergindo com entraves na fiscalização ambiental [veja aqui], exploração de atividades econômicas em áreas de proteção ambiental [veja aqui] e a alta recorde de pedidos de mineração em terras indígenas .

Entenda a manobra do Brasil para relaxar as metas climáticas.

01 nov 2021
 
Tipo de Poder
Poder Formal
Esfera
Executivo
Nível
Federal

Coordenador do Fórum Brasileiro de Mudança do Clima pede demissão por falta de abertura do governo com sociedade civil

Tema(s)
Administração, Meio Ambiente
Medidas de estoque autoritário
Redução de controle e/ou centralização

O coordenador-executivo do Fórum Brasileiro de Mudança do Clima, Oswaldo dos Santos Lucon, pede demissão do cargo nesta data [1]. O pedido acontece em meio ao início das negociações da 26ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 26), a principal cúpula da ONU para debate sobre questões climáticas [2]. Lucon, que foi nomeado para a função ainda em maio de 2019 pelo presidente Jair Bolsonaro, diz que pede demissão por tentar colocar o governo federal em contato com a sociedade civil, de maneira transparente, baseado na ciência e no reforço das instituições, porém, segundo ele, ‘não foi o que aconteceu’ [3]. Apesar de os representantes brasileiros na conferência estarem assumindo compromissos para acabar com o desmatamento e reduzir a emissão de gases do efeito estufa, especialistas desconfiam que não vai haver decisões efetivas devido à ausência de planos concretos para implementá-los [4]. O governo federal também já diminuiu a fiscalização ambiental [veja aqui], foi denunciado à Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) por desmantelar políticas ambientais [veja aqui], e responsabilizado por especialistas devido a recordes de desmatamento na Amazônia [veja aqui].

Leia balanço da COP 26.

02 nov 2021
 
Tipo de Poder
Poder Formal
Esfera
Executivo
Nível
Estadual

Ibama é denunciado por omissões em relação ao setor de licenciamento de atividades marítimas de petróleo e gás no Rio de Janeiro

Tema(s)
Meio Ambiente
Medidas de estoque autoritário
Redução de controle e/ou centralização
Estado
Rio de Janeiro

Ibama é denunciado ao Ministério Público Federal (MPF) por omissões em relação ao setor de licenciamento de atividades marítimas de petróleo e gás no Rio de Janeiro [1]. A denúncia é apresentada pelos próprios servidores do órgão, por meio da Associação dos Servidores da Carreira de Especialista em Meio Ambiente e do Ibama (Asibama) [2]. Segundo o documento encaminhado, o Ibama se absteve na tomada de decisão para a aprovação de ações de prevenção, controle e monitoramento da espécie exótica invasora Coral-Sol, praga marinha com alto poder de devastação [3]. Dado o forte poder de proliferação desse coral, sua presença é combatida em partes do litoral da Bahia, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo e Santa Catarina [4]. A Asibama afirma que dezenas de documentos foram produzidos pela equipe técnica do Ibama com orientações para a remoção, limpeza de casco, controle e monitoramento do Coral-Sol em plataformas de petróleo, mas que estes foram retidos deliberadamente pelo Coordenador-Geral de Licenciamento de Empreendimentos Marinhos e Costeiros, Alex Garcia de Almeida [5]. Para a Asibama, este cenário é agravado pela exclusão da participação da equipe técnica do Ibama e de demais atores da sociedade nessa discussão, além da nomeação de servidores para cargos de chefia sem as qualificações técnicas exigidas [6]. Vale lembrar que em maio de 2019, o presidente Bolsonaro alterou composição do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) e reduziu a participação de entidades civis [veja aqui]. Além disso, diversos comandos das superintendências do Ibama nos estados são ocupados por profissionais sem as devidas qualificações técnicas, a exemplo do Amapá [veja aqui], Amazonas [veja aqui], Bahia [red id=1349], Ceará [veja aqui], Espírito Santo [veja aqui], Maranhão , Pará [veja aqui] e Santa Catarina [veja aqui]. Durante o governo Bolsonaro, centenas de cargos comissionados têm sido ocupados por militares [veja aqui]. Somente em órgãos socioambientais, o governo Bolsonaro já conta, até outubro de 2020, com 99 militares em cargos comissionados [veja aqui].

Leia análises sobre o retorno dos militares ao meio ambiente e a militarização da pauta ambiental desde 2019.

03 nov 2021
 
Tipo de Poder
Poder Formal
Esfera
Executivo
Nível
Federal

Durante governo Bolsonaro, Brasil tem menor número de autuações por crimes ambientais dos últimos 20 anos

Tema(s)
Meio Ambiente
Medidas de estoque autoritário
Redução de controle e/ou centralização

O número de autuações ambientais durante o governo Bolsonaro é o menor registrado em 20 anos enquanto o desmatamento segue batendo recordes [1] [2]. Segundo apuração, em 2019, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) registrou 12.375 multas [3]. Em 2020, esse número ficou em 11.064 [4]. Neste ano, até setembro, foram emitidas 9.182 multas [5]. Nos anos 2000 a 2010, por outro lado, o órgão ambiental emitia entre 20 mil e 25 mil autos de infração por ano, em média [6]. A redução das fiscalizações é resultado do progressivo processo de sucateamento dos órgãos de controle ambientais: nos últimos anos, o orçamento para fiscalização ambiental no Ibama e ICMBio reduziu em mais de 100 milhões [veja aqui] [veja aqui], e o governo estuda fusão entre os órgãos [veja aqui]. O Ibama sofre com o enfraquecimento da fiscalização ambiental [veja aqui], em decorrência de mudança nas regras de aplicação de multas [veja aqui] e menor contingente de fiscais desde 1989 [veja aqui]. O orçamento do MMA de 2021 é o menor do século XXI [veja aqui] e a pasta já anunciou a suspensão de todas as operações de combate ao desmatamento e queimadas sob justificativa de corte orçamentário, mas horas depois voltou atrás [veja aqui]. Vale lembrar também que o pagamento de multas ambientais caiu 93% nos primeiros anos do governo Bolsonaro, se comparado aos anos anteriores [veja aqui]. Esses números se contrapõem à postura do governo federal durante a Cúpula do Clima (COP-26), onde autoridades brasileiras têm feitos promessas de reduzir emissões de gases de efeito estufa [veja aqui] [veja aqui].

Leia sobre a relação do desmonte dos órgãos ambientais e o aumento das queimadas e do desmatamento.

08 nov 2021
 
Tipo de Poder
Poder Informal
Esfera
Executivo
Nível
Federal

Bolsonaro ataca a COP-26 e afirma que faz o possível para mitigar as mudanças climáticas

Tema(s)
Meio Ambiente, Relações internacionais
Medidas de estoque autoritário
Construção de inimigos

Em Dubai, Bolsonaro critica a Conferência do Clima (COP-26), principal evento para debater mudanças climáticas da ONU, dizendo que na COP ‘todo mundo tem a solução para o problema apontando o dedo para os outros’, e afirma que o Brasil é o que mais contribui para não emissão de gases estufa [1]. Criticado internacionalmente por sua política ambiental, Bolsonaro decidiu não comparecer ao evento e ainda atacou Txai Suruí, liderança indígena que discursou na abertura da conferência [veja aqui]. Contrariamente à fala do presidente, a pesquisa feita pela organização internacional Carbon Brief mostra que o país é o 4º no mundo em ranking de emissão de gases poluentes [2]. Essa é mais uma tentativa do governo de passar uma imagem de ambição ambiental: durante a COP 26, o Governo foi acusado de ‘pedalada climática’ [veja aqui] e, às vésperas do evento, propôs agenda de medidas de preservação do meio ambiente consideradas oportunistas [veja aqui]. Vale lembrar que a política ambiental do governo Bolsonaro já foi denunciada à Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) [veja aqui] e o governo foi apontado, pelo TCU, como responsável pelo desmatamento e queimadas da Amazônia [veja aqui]. Em outubro, foi processado por plano climático insuficiente [veja aqui].

Leia sobre a transição do Brasil de protagonista à pária internacional no debate sobre meio ambiente.

13 nov 2021
 
Tipo de Poder
Poder Informal
Esfera
Executivo
Nível
Federal

Bolsonaro diz que Amazônia está preservada ‘como em 1500’

Tema(s)
Meio Ambiente, Negacionismo
Medidas de estoque autoritário
Construção de inimigos

Durante evento para investidores em Dubai, Bolsonaro diz que a Amazônia está ‘exatamente igual quando [o Brasil] foi descoberto no ano de 1500’ e que as críticas que recebe não são justas [1]. O presidente afirma ainda que a floresta não enfrenta problema das queimadas porque é naturalmente úmida e que o país está de ‘portas abertas’ para investimentos na agricultura [2]. Apesar do esforço em melhorar a imagem ambiental do Brasil no mundo, o discurso de Bolsonaro contraria os fatos [3]. Pesquisas mostram que, em 2020, o bioma amazônico no Brasil já tinha 19% de sua vegetação convertida para pastagem, mineração e infraestrutura, entre outros [4]. Além disso, os alertas de desmatamento na Amazônia bateram recorde durante o governo Bolsonaro [veja aqui] [5]. Não é a primeira vez que o presidente e seus aliados distorcem informações sobre a situação ambiental do país: Bolsonaro criticou decreto que proíbe queimadas controladas e acusou indígenas pelos incêndios [veja aqui] e disse, em reunião com presidentes de outros países, que os incêndios na Amazônia seriam mentira [veja aqui]. Já Mourão divulgou dados falsos sobre desmatamento [veja aqui], disse junto ao ministro do Meio Ambiente que não existiriam queimadas na Amazônia [veja aqui] e que opositor do governo no Inpe seria responsável por divulgar dados negativos sobre queimadas [veja aqui]. Bolsonaro também já chegou a afirmar que o Brasil ‘está de parabéns’ pela preservação ambiental [veja aqui].

Ouça podcast sobre a visão de Bolsonaro sobre a Amazônia.

15 nov 2021
 
Tipo de Poder
Poder Informal
Esfera
Executivo
Nível
Federal

Governo omite dados sobre desmatamento na Conferência do Clima da ONU

Tema(s)
Informação, Meio Ambiente, Transparência
Medidas de estoque autoritário
Construção de inimigos

Durante a Conferência do Clima da ONU (COP 26), o ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, diz que não conhece os números do desmatamento na Amazônia [1]. As estimativas anuais, medidas pelo programa PRODES do Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe), só vêm a público no dia 18 de novembro, cinco dias após o final do evento [2]. No entanto, segundo apuração, o Inpe concluiu os dados de desmatamento da Amazônia e inseriu o relatório no sistema eletrônico de informações do governo federal em 27 de outubro, 4 dias antes do início da COP 26 [3]. A informação contraria a declaração dada pelo ministro da Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes, de que os dados não foram divulgados antes da Conferência do Clima da ONU porque ele ‘estava de férias’: a agenda oficial do ministro registra férias no período de 8 a 19 de novembro [4]. A taxa de desmatamento medida pelo Inpe é a maior já registrada desde 2006 e contraria relatório oficial levado pelo governo Bolsonaro à COP 26 [5]. O documento, que compõe as diretrizes para neutralidade climática no Brasil, aponta redução de 5% de desmatamento na Amazônia [6]. Essa é mais uma tentativa do governo de passar uma imagem de ambição ambiental: durante a COP 26, o Governo foi acusado de ‘pedalada climática’ [veja aqui] e, às vésperas do evento, propôs agenda de medidas de preservação do meio ambiente consideradas oportunistas [veja aqui]. Vale lembrar que a política ambiental do governo Bolsonaro já foi denunciada à Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) [veja aqui] e o governo foi apontado, pelo TCU, como responsável pelo desmatamento e queimadas da Amazônia [veja aqui]. Em outubro, foi processado por plano climático insuficiente [veja aqui].

Leia sobre as tentativas do governo para passar uma imagem ‘ambientalista’ na COP 26.

18 nov 2021
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