Tipo de Poder
Poder Formal
Esfera
Executivo
Nível
Federal

Governo Federal paga pelo menos R$ 124 milhões a empresas acusadas de envolvimento com garimpo ilegal em terras indígenas em Roraima

Tema(s)
Meio Ambiente, Povos indígenas, Saúde
Medidas de estoque autoritário
Ataque a pluralismo e minorias

O governo federal pagou R$ 124 milhões a empresas acusadas de garimpo ilegal em terras indígenas no estado de Roraima, segundo reportagem desta data [1]. Desse valor, R$ 75 milhões foram pagos durante o governo Jair Bolsonaro [2]. As empresas, que atuam como ‘taxis aéreos’, são contratadas para atender às necessidades logísticas dos chamados Distritos Sanitários Indígenas (DSEIs), transportando equipes de saúde e medicamentos [3]. No entanto, operação da Polícia Federal junto à Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) e ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) interditou mais de 60 aeronaves suspeitas de atuação em mineração na terra Yanomami [4]. Foram encontrados motores, maquinários usados em garimpo e uma quantidade de minério [5]. Embora os pagamentos ocorram desde 2014, foram intensificados durante a gestão de Bolsonaro [6]. Vale ressaltar o avanço das políticas do governo federal direcionadas à exploração de atividades econômicas em áreas de proteção ambiental [veja aqui] e a alta recorde de pedidos de mineração em terras indígenas . Além disso, o descaso com os povos indígenas é frequente no governo: em maio de 2020, o povo Yanomami sofreu ataques de garimpeiros por um mês e não recebeu proteção dos órgãos responsáveis [veja aqui]. Ainda, relatório demonstrou que indígenas de Roraima receberam remédios ineficazes para o tratamento da covid-19 e aponta também a possibilidade de vacinas terem sido destinadas a garimpeiros em troca de ouro [veja aqui].

Leia mais sobre os conflitos com o garimpo na região, a escalada da mineração durante o governo de Jair Bolsonaro e os problemas que ameaçam a Terra Indígena Yanomami.

22 set 2021
 
Tipo de Poder
Poder Formal
Esfera
Executivo
Nível
Federal

Presidente da Funai desobedece acordo judicial referente à demarcação de terra indígena e é acusado de improbidade administrativa

Tema(s)
Povos indígenas, Regularização de Terras
Medidas de estoque autoritário
Ataque a pluralismo e minorias

O presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai), Marcelo Xavier, descumpre acordo judicial que obriga o órgão a avançar a demarcação do território indígena Munduruku, em Santarém (PA) [1]. De acordo com o Ministério Público Federal (MPF), a Funai tem disponibilidade orçamentária e condições materiais para cumprir as decisões sobre a demarcação da terra Munduruku e já deve R$ 270 mil em multas por descumprir os termos do acordo judicial [2]. Dessa forma, o não cumprimento do acordo é enquadrado como improbidade administrativa pelo Ministério Público [3]. Xavier é delegado da Polícia Federal e atuou na assessoria de parlamentares ruralistas na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Funai, que investigou o órgão e o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) [4]. Não é a primeira vez que a Funai, principal órgão indigenista do governo, vem atuando na contramão da efetivação dos direitos dos povos indígenas: em março, a Funai acusou lideranças indígenas de difamação contra o governo federal [veja aqui]; e em agosto, defendeu a tese do marco temporal, que dificulta demarcação de terras para populações indígenas [veja aqui].

Leia sobre o presidente da FUNAI Marcelo Xavier e os motivos que fazem da sua gestão um símbolo da desarticulação da política indigenista no governo Bolsonaro.

23 set 2021
 
Tipo de Poder
Poder Informal
Esfera
Executivo
Nível
Federal

Bolsonaro é denunciado na ONU por ataques sistemáticos contra o meio ambiente e povos indígenas

Tema(s)
Administração, Meio Ambiente, Povos indígenas
Medidas de estoque autoritário
Ataque a pluralismo e minorias

Organizações da sociedade civil denunciam o presidente Jair Bolsonaro na Organização das Nações Unidas (ONU) [1] por conta da política de desmonte ambiental e das violações sistemáticas contra povos indígenas em curso pelo governo [2]. A denúncia contradiz a fala do presidente no discurso de abertura da Assembleia Geral da entidade [3], que usou dados distorcidos para exaltar a política ambiental [veja aqui], e chama atenção para a ‘grave situação dos direitos humanos e socioambientais’ [4]. Michelle Bachelet, Alta Comissária da ONU, aponta que ‘os povos indígenas estão sob ataque físico e institucional no Brasil’ [5]. O Projeto de Lei da Grilagem, que dificulta a demarcação de terras indígenas [veja aqui], e a flexibilização do licenciamento ambiental [veja aqui] [veja aqui] são mencionados na denúncia [6]. Bolsonaro afirmou que defenderia o marco temporal para a demarcação de terras indígenas na ONU [veja aqui], supostamente necessário para a continuidade do agronegócio [veja aqui], e, apesar de não mencionar especificamente a questão, apontou que não haveria necessidade de mais demarcações territoriais e defendeu atividades extrativistas em terras indígenas [7]. O marco temporal também é defendido pela Fundação Nacional do Índio (Funai) [veja aqui], que organizou plano de localização de indígenas isolados, contrariando recomendações [veja aqui], autorizou a ocupação de terras que aguardam demarcação [veja aqui] e mudou critérios de identificação de indígenas [veja aqui] – medida suspensa pelo Supremo Tribunal Federal (STF). A política ambiental do governo Bolsonaro foi denunciada à Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) [veja aqui], além de haver dossiê elaborado por servidores [veja aqui] acusando-o de estimular a grilagem [veja aqui] e flexibilizar leis ambientais [veja aqui]. Bolsonaro também é alvo de representações no Tribunal Penal Internacional pelos crimes de genocídio e contra humanidade por implementar políticas predatórias contra indígenas [veja aqui] [veja aqui]. E o governo foi apontado, pelo TCU, como responsável pelo desmatamento e queimadas da Amazônia [veja aqui], que é o maior desde 2012 [veja aqui], convergindo com entraves na fiscalização ambiental [veja aqui], exploração de atividades econômicas em áreas de proteção ambiental [veja aqui] e a alta recorde de pedidos de mineração em terras indígenas . O orçamento do Meio Ambiente em 2021 é o menor do século [veja aqui], com o aumento do montante destinado à atuação militar na Amazônia [veja aqui], somado à redução financeira em mais de 100 milhões [veja aqui] [veja aqui], e de fiscalização [veja aqui] [veja aqui] do Ibama e do ICMbio, cujas autarquias o governo estuda fusão [veja aqui].

Leia mais sobre a política de autoritarismo ambiental e os riscos da grilagem de terras (em inglês).

30 set 2021
 
Tipo de Poder
Poder Formal
Esfera
Executivo
Nível
Federal

Funai autoriza obra que atravessa terra indígena, sem o consentimento dos povos afetados

Tema(s)
Participação da sociedade civil, Povos indígenas
Medidas de estoque autoritário
Ataque a pluralismo e minorias

O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama), autoriza a construção de linha de transmissão de energia elétrica, conhecida como ‘Linhão de Tucuruí’, sobre terras indígenas, sem acordo de compensação para reparar os danos à população local [1]. A emissão da licença ambiental para o começo da obra veio depois que o presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai), Marcelo Xavier, deu aval para o início da construção [2]. A linha de transmissão terá 720 Km de extensão – dos quais 123 atravessam território que pertence ao povo indígena Waimiri Atroari – e fica entre Manaus (AM) e Boa Vista (RR) [3]. Em nota, o Ibama afirmou que ‘a avaliação de critérios socioambientais, e aspectos relacionados aos meios físico, biótico e socioeconômico, possibilitou a emissão da referida licença’ [4]. Contudo os representantes dos Waimiri Atroari dizem que não foram consultados antes do início de qualquer obra em seu território, como estipula a Constituição [5]. Advogado da Associação Comunidade Waimiri Atroari, afirma que os indígenas desconhecem a autorização e que a proposta de compensação pelos impactos ao território ainda não foi respondida pelo governo [6]. O Ministério de Minas e Energia afirma que o linhão é de valor estratégico, já que atualmente Roraima depende da energia da Venezuela [7]. O prazo para conclusão da obra é de 36 meses, assim a expectativa é que a operação comece no 1º semestre de 2024 [8].

Leia sobre ameaças do governo federal para os povos indígenas.

30 set 2021
 
Tipo de Poder
Poder Formal
Esfera
Executivo
Nível
Federal

Presidente da Funai é denunciado na Justiça Federal por violações jurídicas e administrativas

Tema(s)
Povos indígenas
Medidas de estoque autoritário
Construção de inimigos

O presidente da Funai, Marcelo Xavier, é denunciado na Justiça Federal por violações jurídicas e administrativas [1]. A Ação Civil Pública foi elaborada pela Articulação dos Povos Indígenas (APIB) e pela Defensoria Pública da União (DPU) e pede a saída de Xavier do órgão [2]. De acordo com a APIB, a atual gestão da Funai pratica ‘uma política indigenista totalmente voltada contra os povos indígenas’ [3]. Dentre alguns exemplos, a APIB demonstra que a Funai foi responsável por retardar processos de demarcação de Terras Indígenas que já estavam em andamento [4] [veja aqui] [veja aqui]. Em atuação articulada com o Ministério da Justiça e da Segurança Pública, pelo menos 27 processos de demarcação que já estavam em seus trâmites finais foram devolvidos pela pasta à autarquia para uma nova análise [5]. Além disso, a APIB cita o atraso da Funai em apresentar um plano de ação visando a proteção dos povos indígenas durante a pandemia [veja aqui] e a intimação de lideranças indígenas para depor após acusação de difamação do governo federal feita pela Funai [veja aqui]. Vale lembrar que Xavier está à frente do órgão indigenista desde 2019 e sua nomeação agradou o setor ruralista . Em setembro de 2021, foi acusado pelo Ministério Público Federal (MPF) por improbidade administrativa, ao desobedecer acordo judicial referente à demarcação de terra indígena [veja aqui]. Além disso, o próprio presidente Jair Bolsonaro já se disse contra demarcações de terras repetidas vezes [veja aqui] [veja aqui].

Confira a linha do tempo produzida pela APIB sobre a atuação de Marcelo Xavier e as falhas da sua gestão.

05 out 2021
 
Tipo de Poder
Poder Formal
Esfera
Executivo
Nível
Estadual

Governo Federal fecha os olhos para garimpo ilegal em Roraima e duas crianças morrem na Terra Indígena Yanomami

Tema(s)
Povos indígenas
Medidas de estoque autoritário
Ataque a pluralismo e minorias
Estado
Roraima

Duas crianças Yanomami morrem afogadas por ação do maquinário usado para garimpo no Rio Parima, em Roraima [1]. Segundo lideranças indígenas, a morte das crianças é mais um resultado trágico da exploração ilegal de minério no território indígena e reflete a negligência do governo Bolsonaro em retirar os garimpeiros do local [2]. Na região, onde vivem cerca de 27.000 indígenas, a luta contra o garimpo ilegal acontece desde a década de 1980 [3]. Porém, nos últimos anos, a atividade tem se intensificado junto com a violência e a degradação ambiental [4]. A falta de fiscalização pelo governo federal estimulou o garimpo na Terra Yanomami – impulsionados pela valorização do ouro no mercado internacional, mais de 20 mil garimpeiros atuam na região [5]. Em março, o Supremo Tribunal Federal (STF) determinou ao governo federal a retirada dos invasores da área por conta do risco da atividade e da violência promovida contra as comunidades indígenas [6]. O governo Bolsonaro, entretanto, não vem cumprindo essa determinação [7]. Em maio, o povo Yanomami sofreu ataques de garimpeiros e não recebeu proteção dos órgãos responsáveis [veja aqui]. Além disso, a violência contra os indígenas dobrou no primeiro ano do governo Bolsonaro, houveram 825 casos de mortalidade infantil decorrentes de ‘omissão do poder público’ [veja aqui] e em 08/02/21 o governo de Roraima autorizou o garimpo no estado com a utilização de mercúrio, metal altamente tóxico [veja aqui].

Leia entrevista com Dario Kopenawa, liderança e vice-presidente da associação Hutukara Yanomami, sobre a situação do garimpo na região.

14 out 2021
 
Tipo de Poder
Poder Formal
Esfera
Executivo
Nível
Federal

Presidente da Funai dá início a investigação contra servidor que defendeu indígenas em parecer

Tema(s)
Posicionamento político, Povos indígenas
Medidas de estoque autoritário
Construção de inimigos

Marcelo Xavier, presidente da Funai, provoca abertura de inquérito para investigar o procurador federal Ciro de Lopes e Barbuda, servidor do próprio órgão [1]. Barbuda elaborou um parecer jurídico a favor dos indígenas, dentro de um processo que trata de uma ocupação do povo tupinambá na Bahia [2]. Xavier afirmou que o parecer contraria recomendações técnicas e jurídicas já existentes e implica apologia do crime ‘por defender a retomada de terras indígenas em desconformidade com as previsões legais’ [3]. De acordo com o Ministério Público Federal (MPF), a postura do presidente da FUNAI é crime de constrangimento ilegal [4]. Em 08/09, o MPF pediu à Justiça Federal o arquivamento do caso [5]. Xavier é delegado da PF e preside a Funai desde julho de 2019 e sua nomeação agradou o setor ruralista . Em setembro de 2021, foi acusado pelo Ministério Público Federal (MPF) por improbidade administrativa, ao desobedecer acordo judicial referente à demarcação de terra indígena [veja aqui] e em outubro foi denunciado na Justiça Federal por violações jurídicas e administrativas [veja aqui].

Confira a linha do tempo produzida pela APIB sobre a atuação de Marcelo Xavier e as falhas da sua gestão.

23 out 2021
 
Tipo de Poder
Poder Informal
Esfera
Executivo
Nível
Federal

Bolsonaro diz que ‘índia’ foi levada à COP 26 para ‘atacar o governo’

Tema(s)
Povos indígenas
Medidas de estoque autoritário
Construção de inimigos

Em meio à Conferência do Clima (COP-26), principal evento para debater mudanças climáticas da ONU, Bolsonaro afirma que ‘índia’ foi levada para ‘atacar o Brasil’ [1]. O alvo é a ativista brasileira Txai Suruí que, na abertura da COP, discursou sobre a preservação da Amazônia e a importância de se ouvir os povos indígenas [2]. Em sua fala Txai disse: ‘vamos frear as emissões de promessas mentirosas e irresponsáveis; vamos acabar com a poluição das palavras vazias, e vamos lutar por um futuro e um presente habitáveis’ [3]. Vale lembrar que Bolsonaro, criticado internacionalmente por sua política ambiental, decidiu não comparecer ao evento . Esta também não é a primeira vez que lideranças indígenas são alvo de intimidações pelo governo: em março, Sonia Guajajara e Almir Suruí foram intimados a depor após acusação de difamação do governo federal feita pela Funai [veja aqui]. Além disso, Joenia Wapichana, única parlamentar indígena, teve fala silenciada e foi alvo de discriminação na Câmara dos Deputados [veja aqui]. As intimações de lideranças ocorrem em contexto em que a violência contra os povos indígenas bate recordes [veja aqui].

Leia sobre a ativista Txai Suruí.

03 nov 2021
 
Tipo de Poder
Poder Formal
Esfera
Executivo
Nível
Federal

Número de indígenas assassinados em 2020 é o maior em 25 anos

Tema(s)
Povos indígenas
Medidas de estoque autoritário
Legitimação da violência e do vigilantismo

Em 2020, 183 indígenas foram assassinados no Brasil, o maior número em 25 anos [1]. De acordo com o Conselho Missionário Indigenista (CIMI), a situação foi agravada pela omissão do governo em controlar a pandemia [veja aqui] e promover conflitos territoriais [2]. No segundo ano de governo, foram registrados 263 casos de invasões possessórias, exploração ilegal de recursos e danos ao patrimônio, um aumento de 137% na comparação com 2018 [3]. Vale ressaltar que nos primeiros meses da gestão de Bolsonaro houve queda de 70% nas operações de fiscalização efetuadas pelo Ibama na Amazônia e redução de 58% em todo o país, em comparação com o mesmo período do ano passado [veja aqui]. O então ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, também foi alvo de críticas ao apoiar ataques à servidores do Ibama em ações de fiscalização de extração de madeira ilegal em terras indígenas em Rondônia [veja aqui]. Desde a eleição de Bolsonaro, o Brasil vive uma ascensão de conflitos armados nas áreas rurais [4] e uma ampliação e facilitação do porte de arma para a população do campo [veja aqui] [veja aqui]. A violência contra os povos indígenas mais que dobrou no primeiro ano do governo de Bolsonaro [veja aqui]. Também por estes motivos o Brasil foi eleito o quarto país mais perigoso para ativistas ambientais em 2020 [veja aqui]. Além disso, Bolsonaro é alvo de representação no Tribunal Penal Internacional pelos crimes de genocídio e contra humanidade por implementar políticas predatórias contra indígenas [veja aqui]. Nesse cenário, cita-se que a Funai autorizou a ocupação de terras indígenas que aguardam demarcação [veja aqui] e o coordenador do órgão falou em fala em ‘meter fogo’ em indígenas isolados no Amazonas [veja aqui].

Leia o relatório completo sobre violência contra os povos indígenas do Brasil em 2020 e escute entrevista com Juma Xipaya, primeira cacica do médio Xingu, e ameaçada de morte.

04 nov 2021
 
Tipo de Poder
Poder Formal
Esfera
Executivo
Nível
Estadual

Funai restringe reserva indígena no Ceará

Tema(s)
Povos indígenas
Medidas de estoque autoritário
Redução de controle e/ou centralização
Estado
Ceará

A Fundação Nacional do Índio (FUNAI) reduz em cerca de cem hectares a terra indígena do povo tabeba, no Ceará [1]. Segundo reportagem desta data, o ‘encolhimento’ da reserva foi descoberto após denúncia de extração ilegal de argila, areia e madeira na região [2]. Ao apurar o crime, fiscais do Instituto do Meio Ambiente de Caucaia (Imac), acompanhados pela Guarda Civil e Polícia Militar, constataram que o mapa da área à disposição da coordenação regional da FUNAI era diferente do apresentado pela Agência Nacional de Mineração [3]. Pelo mapa da FUNAI regional, a área do crime era indígena, já no segundo mapa, elaborado pela FUNAI de Brasília, não [4]. Segundo apuração, a redução do território aconteceu após o coordenador-geral de geoprocessamento da FUNAI de Brasília, Evandro Marcos Biesdorf, chefiar no começo do ano nova medição da reserva, alegando que as anteriores, de 1996 e de 2013, valeram-se de aparelho comum de GPS e não de equipamento mais preciso [5]. No entanto, a ação da equipe de Biesdorf não foi comunicada à coordenação regional da FUNAI e ao povo tapeba, contrariando o procedimento de demarcação de terras indígenas no país [6]. Essa não é a primeira vez que a FUNAI atua na contramão dos direitos indígenas: em março, o órgão acusou lideranças indígenas de difamação contra o governo federal [veja aqui]; e em agosto, defendeu a tese do marco temporal, que dificulta demarcação de terras para populações indígenas [veja aqui]. Ainda, em setembro, o presidente Marcelo Xavier desobedeceu acordo judicial referente à demarcação de terra indígena e foi acusado de improbidade administrativa [veja aqui].

Leia sobre as disputas e discursos sobre a demarcação de terras indígenas no Brasil.

14 nov 2021
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