Tipo de Poder
Poder Formal
Esfera
Executivo
Nível
Federal

Bolsonaro critica repetidas vezes a exigência de passaporte vacinal

Tema(s)
Negacionismo, Saúde
Medidas de emergência, Medidas de estoque autoritário
Redução de controle e/ou centralização

O presidente Jair Bolsonaro (PL) tem criticado publicamente a exigência de comprovante de vacinação a pessoas vindas do exterior para o Brasil [1]. Segundo o presidente, tal obrigatoriedade violaria direitos fundamentais de quem decidiu não tomar o imunizante [2]. Bolsonaro também critica políticos que querem adotar a regra em seus estados, caso do governador do estado de São Paulo, João Doria (PSDB), contrapondo tal iniciativa à lei aprovada no estado de Rondônia, governado pelo aliado Marcos Rocha (PSL), que proíbe a exigência do comprovante de vacinação [3]. Em 09/12, o governo federal publica portaria que estabelece a apresentação do comprovante de vacinação ou o cumprimento de cinco dias de quarentena, a critério de escolha do brasileiro ou estrangeiro que chegue ao país pelos aeroportos [4]. Um teste negativo para a covid-19 também deve ser exigido no desembarque ao Brasil [5]. Entretanto, em ação proposta pelo partido Rede Sustentabilidade que questiona a medida, o ministro do STF José Roberto Barroso decidiu que a substituição de imunização por quarentena só pode ocorrer em casos excepcionais [6]. A decisão é confirmada por maioria no plenário virtual do tribunal, e determina a exigência do passaporte vacinal a partir do dia 11/12 a todos [7]. Vale lembrar que, além do presidente Bolsonaro, outras pastas do governo federal já haviam se oposto à cobrança do certificado de vacinação, casos do Ministério da Justiça [veja aqui] e da Cultura [veja aqui].

Saiba mais sobre a adoção do passaporte vacinal pelo mundo.

09 dez 2021
 
Tipo de Poder
Poder Formal
Esfera
Executivo
Nível
Federal

Governo vacina apenas 44% dos indígenas, percentual abaixo da população em geral

Tema(s)
Povos indígenas, Saúde
Medidas de estoque autoritário
Ataque a pluralismo e minorias

O Ministério da Saúde não completou a imunização nem de metade da população que vive em Terras Indígenas (TI), segundo apuração desta data [1]. Apesar do grupo ser prioritário para a vacinação, apenas 44% dos que vivem aldeados receberam as duas doses da vacina contra a covid-19 [2]. O ritmo da vacinação é lento, mais lento do que o da população geral, uma vez que 65% dos brasileiros já estão com as duas doses da vacina [3]. A lentidão se deve à veiculação de desinformações e à influência de igrejas evangélicas nas TIs; há casos de equipes de vacinação que foram expulsas a flechadas [4]. Os discursos anti-vacinas circulam rápido onde o poder público não chega, dizem especialistas em saúde e lideranças indígenas [5]. ‘Nós kayapós ficamos com medo de tomar a vacina. Vimos notícias nos grupos de WhatsApp falando que a vacina não é boa’, conta Patkore Kayapó, presidente da Associação Floresta Protegida (AFP) [6]. Segundo pesquisadora, historicamente a vacinação em indígenas costumava ter um ritmo acelerado e boa aceitação e, na campanha contra influenza em 2020, por exemplo, foram vacinados 94% dos indígenas acima de 6 meses em 90 dias [7]. A gestão da pandemia que o governo Bolsonaro aplica a povos tradicionais é de ataques [veja aqui], e de desmonte [rer id=286] e [veja aqui].

Veja o posicionamento do Ministerio da Saúde.

10 dez 2021
 
Tipo de Poder
Poder Formal
Esfera
Executivo
Nível
Federal

MS tem dois ataques hackers seguidos, em razão da falta de segurança de seus sistemas

Tema(s)
Administração, Saúde
Medidas de estoque autoritário
Redução de controle e/ou centralização

O Ministério da Saúde (MS) sofre dois ataques virtuais em menos de uma semana [1]; especialistas apontam falhas no sistema de segurança cibernética da pasta [2]. O primeiro ataque ocorre nesta data,quando a página do MS é retirada do ar por um grupo de hackers e o conteúdo do site é substituído pela seguinte mensagem: ‘os dados internos dos sistemas foram copiados e excluídos. 50 TB de dados está em nossas mãos. Nos contate caso queiram o retorno dos dados’ [3]. O Portal Covid e o portal Conecte Sus também são derrubados pelos criminosos virtuais [4]. O segundo ataque ocorreu entre os dias 12 e 13 de dezembro de 2021; na oportunidade os emails institucionais do MS são retirados do ar [5]. Logo após o segundo incidente, o MS informa em nota que a queda dos sistemas se dá em decorrência de manutenção interna, porém horas após o comunicado o Ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, admite que o real motivo da queda é a recuperação de sistemas internos afetados por ataque virtual [6]. A Polícia Federal e o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) são acionados para apurar o caso [7]. Especialistas afirmam que falhas na contratação de serviços de segurança por parte do MS facilitaram a invasão [8]. Nessa data, outro site do governo, a plataforma lattes, também ficou fora do ar devido a ataque cibernético [veja aqui]

Leia sobre a questão da segurança cibernética no caso dos ataques virtuais ao Ministério da Saúde.

10 dez 2021
 
Tipo de Poder
Poder Informal
Esfera
Executivo
Nível
Federal

Bolsonaro diz que é proibido usar máscaras no Planalto

Tema(s)
Negacionismo, Saúde
Medidas de estoque autoritário
Construção de inimigos

O presidente Jair Bolsonaro (PL) diz a visitantes do Palácio do Planalto, em cerimônia que celebrou o nascimento do músico Luiz Gonzaga, que é proibido usar máscara no local [1]. No momento da fala, Bolsonaro participava de uma transmissão nas redes sociais ao lado de grupos de forró [2], mas não fica claro a quem ele se dirige ao reclamar do uso do equipamento de proteção [3]. Desde o começo da pandemia da covid-19, o presidente e sua equipe desestimulam o uso de máscaras e fazem críticas ao distanciamento social [veja aqui] e [veja aqui], aglomeram [veja aqui], distorcem dados sobre a eficácia da vacina, ignoram a oferta para compra da vacina [veja aqui] e defendem o uso de medicamentos sem eficácia científica no combate ao vírus [veja aqui] [veja aqui]. Entre 06/12 e 13/12, o número de infectados pela covid-19 no país subiu de 22.146.004 milhões para mais de 22.189.214 milhões e as mortes atingiram o patamar de 616.980 pessoas, de acordo com dados do consórcio de veículos da imprensa.

Saiba mais sobre a eficácia das máscaras.

13 dez 2021
 
Tipo de Poder
Poder Informal
Esfera
Executivo
Nível
Federal

Bolsonaro usa termo discriminatório para se referir às pessoas vivendo com hanseníase

Tema(s)
Pessoa com Deficiência, Saúde
Medidas de estoque autoritário
Ataque a pluralismo e minorias

O presidente da República, Jair Bolsonaro, utiliza as expressões ‘lepra’ e ‘leproso’ para se referir à hanseníase [1]. Os termos são usados em discurso realizado em cerimônia oficial da Presidência da República, em Chapecó/SC, a qual foi transmitida pela TV Nacional do Brasil [2]. Diante da fala, o Movimento de Reintegração dos Acometidos pela Hanseníase (Morhan) ajuiza ação alegando que os termos detêm teor discriminatório e estigmatizante em relação às pessoas atingidas pela hanseníase e seus familiares, que no passado eram submetidos a isolamento e internação compulsória em hospitais-colônia [3]. Em janeiro de 2022, o juízo da 3ª Vara Federal do Rio de Janeiro profere decisão proibindo Bolsonaro de voltar a usar os termos mencionados, por violarem o princípio da dignidade da pessoa humana [4]. A decisão se fundamenta na Lei 9.010/1995, que dispõe sobre a terminologia oficial da hanseníase, à qual o julgador do caso afirma representar significativo avanço na luta contra a discriminação e o preconceito em face das pessoas vivendo com a doença [5]. A Sociedade Brasileira de Hansenologia (SBH) lança nota repudiando a declaração do presidente [6].

Leia mais sobre a discriminação às pessoas vivendo com hanseníase

20 dez 2021
 
Tipo de Poder
Poder Formal
Esfera
Executivo
Nível
Federal

Governo abre consulta pública para vacinação infantil, ao contrário do que técnicos defenderam

Tema(s)
Negacionismo, Saúde
Medidas de estoque autoritário
Redução de controle e/ou centralização

O Ministério da Saúde abre consulta pública sobre a aplicação de vacinas contra o coronavírus na população de 5 a 11 anos de idade [1]. A medida, assinada pela Secretaria Extraordinária de Enfrentamento à Covid-19, estabelece o período de 23 de dezembro de 2021 a 2 de janeiro de 2022 para que os cidadãos brasileiros possam opinar sobre o tema [2]. Especialistas criticam a decisão da pasta, pois a consulta pública ocasiona uma maior demora para que as crianças comecem a se vacinar e questionam o fato de que essa é uma decisão técnica que deve ser tomada por órgãos especializados e não uma escolha da opinião pública [3]. Após ser criticado por especialistas por apoiar a consulta pública sobre a vacinação, o ministro da Saúde Marcelo Queiroga diz que não vê problema em consultar a população [4]. Após o anúncio da consulta pública, o Queiroga confirmou que a vacinação de crianças será realizada, porém condiciona a à prescrição médica e autorização dos pais [veja aqui].

Leia sobre consulta pública da vacinação infantil.

22 dez 2021
 
Tipo de Poder
Poder Informal
Esfera
Executivo
Nível
Federal

Bolsonaro diz que não vacinará sua filha

Tema(s)
Negacionismo, Saúde
Medidas de estoque autoritário
Construção de inimigos

O Presidente Jair Bolsonaro (PL) declara que não vacinará sua filha Laura, de 11 anos, pois, segundo ele, há ‘muita dúvida’ sobre a imunização de crianças contra a covid-19 [1]. O presidente afirmou ainda que espera não haver ‘interferência’ do judiciário no calendário de vacinação estabelecido pelo próprio governo [2]. A fala vem após seguidas críticas do presidente e de autoridades da saúde pública a respeito da vacinação de menores, já testada e recomendada pela OMS [3], mas que é objeto de descrédito nas declarações públicas alinhadas ao discurso negacionista de Bolsonaro [4]. Mesmo sob aprovação da vacinação de crianças e adolescentes maiores de 5 anos pela Anvisa, o presidente persiste nos questionamentos sobre a segurança da imunização nessa população [5]. Nesse sentido, o ministro da Saúde, Marcelo Quiroga, afirmou que a vacinação dos menores só poderia ocorrer mediante prescrição médica, exigência esta posteriormente negada pelo Conselho Nacional de Secretários de Saúde [6]. Além deste conselho, houve relevante contrariedade à posição negacionista do governo também por parte da secretária extraordinária de enfrentamento à Covid-19, Rosana Leite de Melo, que atesta em nota técnica enviada ao STF a segurança da vacina contra a covid-19 para crianças, além de ser o imunizante uma ferramenta de proteção que pode, consequentemente, atenuar interrupções de aulas na pandemia [7].

Saiba mais sobre a segurança e importância da vacinação infantil, e entenda como Bolsonaro a usa politicamente.

27 dez 2021
 
Tipo de Poder
Poder Formal
Esfera
Executivo
Nível
Federal

Ministro da Educação veta passaporte da vacina para retorno presencial às universidades

Tema(s)
Educação, Saúde
Medidas de estoque autoritário
Construção de inimigos

O Mministro da Educação, Milton Ribeiro, veta a exigência de comprovante de vacinação pelas universidades federais em parecer [1]. O documento, elaborado após solicitação do Ministério da Educação (MEC) à Advocacia-Geral da União (AGU) e à Controladoria Geral da União (CGU), diz que a exigência do comprovante só pode ocorrer após regulamentação por legislação federal [2]. Entretanto, o governo federal tem assumido postura contrária à vacinação da população [veja aqui], além de desincentivar a adoção de medidas sanitárias tanto pelas autoridades políticas quanto pela sociedade civil , medidas essas que o MEC admite como as únicas permitidas que as universidades adotem [3]. Diversos especialistas em saúde e política pública, entidades de representação das universidades, estudantes e gestores das instituições afetadas pela medida manifestaram contrariedade e repúdio à norma, principalmente por ferir a autonomia administrativa das universidades [4]. Eles também afirmam que a medida conflita com regramentos estaduais ou municipais que exigem o ‘passaporte vacinal’ para entrada em ambientes como salas de aula [5]. Em 18/02/2022, o caso é levado ao STF, que decide pela manutenção da autonomia das instituições sobre a exigência ou não do comprovante de imunização em detrimento ao veto do Ministério da Educação [6].

Leia análise sobre quais os desafios do enfrentamento da pandemia diante do negacionismo, além do posicionamento das entidades contrárias ao parecer do MEC

30 dez 2021
 
Tipo de Poder
Poder Informal
Esfera
Executivo
Nível
Federal

Bolsonaro afirma desconhecer morte de crianças por covid-19, apesar dos dados

Tema(s)
Negacionismo, Saúde
Medidas de estoque autoritário
Construção de inimigos

O Presidente Jair Bolsonaro, afirma não ter conhecimento de mortes de crianças causadas pela covid-19 [1]. Ele questiona o interesse da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) liberação do imunizante em crianças e afirma que a real intenção do órgão não seria o de preservar a vida [2]. Após a aprovação da vacinação para crianças de 5 a 11 anos, técnicos da Anvisa receberam diversas ameaças através de e-mails, que estão sendo investigados [3]. É importante lembrar que o Brasil registrou 301 mortes de crianças por covid-19 desde o começo da pandemia até o final de 2021, tendo sido a principal causa de morte dessa faixa etária, depois de acidentes de trânsito [4]. Além disso, vale salientar que a vacina foi aprovada por diversos órgãos de saúde, como a Anvisa, e é considerada segura para crianças [5]. Vale salientar que não é a primeira vez que o presidente profere discursos infundados em relação a crianças. Em fevereiro de 2021, Bolsonaro citou um suposto estudo alemão que indicando que o uso de máscara seria prejudicial para essa faixa etária [veja aqui]. Ocorre que o documento citado era, na verdade, uma enquete online realizada por pais, pedagogos e médicos e que foi criticada pelos cientistas.

Confira aqui as respostas para as principais dúvidas referentes à imunização infantil da covid-19

06 jan 2022
 
Tipo de Poder
Poder Informal
Esfera
Executivo
Nível
Federal

Bolsonaro desestimula a vacinação infantil e chama agentes da Anvisa de ‘tarados por vacina’

Tema(s)
Negacionismo, Saúde
Medidas de estoque autoritário
Construção de inimigos

O presidente Jair Bolsonaro, durante entrevista de TV, teceu criticas ao Ministério da Saúde, após autorização da vacinação de crianças entre 5 e 11 anos contra a covid-19 [1]. O órgão, ao incluir crianças e adolescentes no Plano Nacional de Imunização contra a covid-19 decidiu que a vacinação para este público não será obrigatória [2]. O presidente também afirma desconhecer crianças dentro dessa faixa etária que tenham morrido em decorrência da covid-19 [3]. Bolsonaro faz um alerta para supostos efeitos colaterais da vacina em crianças – cita falta de ar e palpitações -, e questiona qual o interesse da Agência Nacional da Vigilância Sanitária (Anvisa) com vacinação infantil e chama os agentes da órgão de ‘pessoas taradas por vacina’ [4]. Ao contrário das declarações feitas pelo presidente, a Anvisa reitera que as vacinas contra a covid-19 são eficazes e seguras para crianças [5]. De acordo com dados do Ministério da Saúde, até o momento, cerca de 1.148 crianças de até 9 anos vieram a óbito em razão da covid-19 [6]. Em sua live nas redes sociais, Jair Bolsonaro critica prefeitos e governadores, afirmando que estes não podem impedir a matricula escolar de crianças que não tiverem tomado a vacina contra a covid-19 ante a não obrigatoriedade da vacinação infantil [7]. O chefe do poder executivo afirma que não se vacinou contra a covid-19 e que não vacinará a sua filha Laura, de 11 anos [8]. Bolsonaro diz aos seus espectadores, ainda, que ‘se você quiser seguir meu exemplo, tudo bem’ [9]. Em critica direta à Anvisa, Bolsonaro diz que a agência ‘virou outro poder no Brasil. É a dona da verdade’ [10]. Em nota, a Sociedade Brasileira de Pediatria afirmou que ‘negar este benefício às crianças sem evidências científicas sólidas, bem como desestimular a adesão dos pais e dos responsáveis à imunização dos seus filhos, é um ato lamentável e irresponsável’ [11]. Em seguida, o senador Randolf Rodrigues (Rede) encaminha ao ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, um pedido para que as declarações do presidente sejam apuradas no inquérito das fake news [veja aqui] e questiona qual o interesse do presidente em ‘sabotar a vacinação das crianças brasileiras’ [12]. O senador pede que o STF defira uma medida cautelar restritiva para que o presidente — e pessoas próximas a ele —, seja proibido de veicular informações falsas sobre a vacinação infantil [veja aqui] e a atuação Anvisa contra a covid-19 [13].

Leia mais sobre mau exemplo do chefe do poder executivo brasileiro e o consequente desestimulo a vacinação representam um risco a saúde de crianças no Brasil

06 jan 2022
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