Tipo de Poder
Poder Formal
Esfera
Executivo
Nível
Federal

Ministério da Saúde divulga nota técnica dedicada a fornecer argumentos jurídicos para sustentar que a vacinação de crianças não deve ser obrigatória

Tema(s)
Criança e Adolescente, Saúde
Medidas de estoque autoritário
Construção de inimigos

A secretária extraordinária de Enfrentamento à covid-19, ligada ao Ministério da Saúde, divulgou uma nota [1] esclarecendo a diferenciação entre o Plano Nacional de Operacionalização(PNO) e o Plano Nacional de Imunizações (PNI) como argumento para justificar a não obrigatoriedade da vacinação pediátrica no Brasil. Segundo a nota assinada, os planos de vacinação contra a covid-19 foram desenhadas dentro do PNO, e não no PNI [2]. Portanto, os responsáveis das crianças não podem sofrer penalização, como prevê o ECA, pois são dois Planos diferentes, sendo o PNI um plano obrigatório, ao contrário do PNO [3]. Vale ressaltar que desorganizações como esta já foram realizadas propositalmente para desencorajar e dificultar a vacinação contra a covid-19 em diversos outros momentos [veja aqui] [veja aqui] [veja aqui] [veja aqui] [veja aqui], já que, segundo especialistas [4], o PNO deveria estar inserido no PNI.

27 jan 2022
 
Tipo de Poder
Poder Formal
Esfera
Executivo
Nível
Federal

Governo federal justifica veto à contraindicação de kit covid por ‘assédio da imprensa’

Tema(s)
Ciência, Imprensa, Negacionismo, Saúde
Medidas de estoque autoritário
Construção de inimigos

Em resposta à ação promovida pelo Movimento Democrático Brasileiro (MDB) no Supremo Tribunal Federal (STF), que solicita a fixação de uma diretriz nacional para o combate à covid, a Advocacia Geral da União (AGU), reproduz alguns dos pontos da nota divulgada pelo ministério da Saúde [veja aqui] para justificar o veto do secretário de Ciência e Tecnologia da Saúde, Hélio Angotti, às orientações da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias ao Sistema Único de Saúde (Conitec), que contraindicam o uso dos medicamentos do kit covid [veja aqui] [1]. Dentre os pontos que justificam a decisão do secretário estão a ‘incerteza e incipiência do cenário científico diante de uma doença em grande parte desconhecida’, a ‘necessidade de não se perder a oportunidade de salvar vidas’ e, especialmente, os ‘repetidos vazamentos de informações com intenso assédio da imprensa e de agentes políticos da Comissão Parlamentar de Inquérito sobre membros da Conitec’ [2]. Além disso, a AGU afirma que, em 2021, o governo adotou instruções relativas ao uso de oxigênio e sobre a necessidade de intubação orotraqueal e ventilação mecânica de pacientes, bem como aprovou a utilização das vacinas da Fiocruz e Pfizer/Wyeth como medidas de controle da doença [3]. A decisão de veto às diretrizes Conitec coaduna com o posicionamento do presidente Jair Bolsonaro que, em oportunidades anteriores, defendeu o uso de remédios sem eficácia [veja aqui] e fez postagens nas redes sociais exaltando um suposto ‘tratamento precoce’ [veja aqui] [4].

Leia mais sobre o negacionismo de Bolsonaro aqui

28 jan 2022
 
Tipo de Poder
Poder Informal
Esfera
Executivo
Nível
Federal

Bolsonaro apoia podcaster apontado como disseminador de notícias falsas sobre a covid-19

Tema(s)
Ciência, Informação, Negacionismo, Saúde
Medidas de emergência
Construção de inimigos

Na sua conta do Twitter, o presidente da República, Jair Bolsonaro, alegando a defesa da liberdade de expressão, manifesta apoio ao podcaster americano Joe Rogan, acusado por cientistas e profissionais de saúde de disseminar notícias falsas sobre a Covid-19, além de desincentivar a vacinação e promover o uso de remédios sem comprovação científica [1]. Até o momento, Rogan, que está marcado na publicação, não respondeu a mensagem, escrita em inglês, do presidente [2]. Cantores como Neil Young e Joni Mitchell ameaçaram retirar suas músicas da plataforma diante da inércia da empresa em combater a divulgação de notícias no programa de Rogan, o mais ouvido do Spotify [3]. Ainda que manifeste apoio à liberdade de expressão, Bolsonaro, que durante a pandemia teve postagens apagadas em redes sociais por causarem desinformação [veja aqui], frequentemente ofende profissionais da imprensa [veja aqui], especialmente mulheres, como as jornalistas Constança Rezende [veja aqui], Patrícia Campos Mello [veja aqui] e Vera Magalhães [veja aqui] [4]. Somente em 2019, foram registrados 116 ataques à imprensa [veja aqui], tendo o presidente sido denunciado no Conselho de Direitos Humanos da ONU por ataques a mulheres jornalistas em 2020 [veja aqui] [5].

Conheça mais o podcaster que Bolsonaro defendeu em publicação no Twitter

02 fev 2022
 
Tipo de Poder
Poder Informal
Esfera
Executivo
Nível
Federal

Bolsonaro repete notícias falsas sobre pessoas comerem animais domésticos em Araraquara, supostamente em razão do isolamento social de combate à pandemia

Tema(s)
Distanciamento social, Informação, Negacionismo, Saúde
Medidas de estoque autoritário
Construção de inimigos

Em transmissão ao vivo no Youtube, o presidente da República, Jair Bolsonaro, volta a afirmar que, por conta do isolamento social, os moradores de Araraquara tiveram que comer carne de cães e gatos, equiparando a situação da cidade com a da Venezuela [1]. Na ocasião, Bolsonaro critica as medidas de isolamento adotadas durante a pandemia [2]. No ano passado, o município teve que restringir, em duas ocasiões, a circulação de pessoas, fechando estabelecimentos e comércios, como forma de conter a alta no número de mortes pela Covid-19 [3]. As medidas reduziram o número de casos da doença na época [veja aqui] [veja aqui] [4]. Essas afirmações já haviam sido desmentidas em outras oportunidades no ano passado [5]. No entanto, diante da repetição dessas notícias, a prefeitura de Araraquara emite um novo comunicado, em repúdio à fala do presidente, informando que não foram registradas denúncias sobre o uso de carne de animais domésticos como alimento e reiterando sua atuação no combate à insegurança alimentar [6].

Leia mais sobre como o lockdown em Araraquara salvou vidas

03 fev 2022
 
Tipo de Poder
Poder Formal
Esfera
Executivo
Nível
Federal

Ministério da Saúde cria ‘atestado genérico’ para desestimular a vacinação de crianças contra a covid-19

Tema(s)
Negacionismo, Saúde
Medidas de estoque autoritário
Construção de inimigos

O Ministério da Saúde prevê a possibilidade de qualquer médico produzir um atestado com ‘contraindicações relativas’ para a vacinação de crianças contra a covid-19 [1]. O Plano Nacional de Operacionalização (PNO) inclui esta nova medida em sua 12ª alteração e permite que qualquer problema de saúde seja passível de ser utilizado como justificativa para a não vacinação de crianças contra a covid-19 [2]. Especialistas dizem que a definição de contraindicações deve ser competência exclusiva do órgão de regulação do país, no caso do Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária(Anvisa) e que a medida deve ser revista imediatamente [3]. Esta faz parte de uma série de medidas realizadas pelo governo federal para desencorajar a vacinação de crianças, tal como a divulgação de uma nota técnica para sustentar que a vacinação de crianças não deve ser obrigatória [veja aqui].

Saiba mais sobre nota técnica do Ministério da Saúde para desencorajar vacinação infantil contra covid-19 com argumentos jurídicos

03 fev 2022
 
Tipo de Poder
Poder Formal
Esfera
Ministério Público
Nível
Federal

100 dias depois de publicado, relatório da CPI da Covid não resulta em nenhum inquérito

Tema(s)
Saúde, Segurança pública
Medidas de estoque autoritário
Redução de controle e/ou centralização

O procurador-geral da República (PGR), Augusto Aras, não solicita a abertura de nenhuma investigação para investigar os funcionários do alto escalão do governo – dentre os quais estão o chefe do Executivo, Jair Bolsonaro, e outros quatro ministros -, após cem dias depois da publicação do relatório da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid [veja aqui][1]. Vale notar que Aras foi nomeado por Bolsonaro em 2019, sob fortes críticas da categoria, uma vez que seu nome estava fora da lista tríplice elaborada pela Associação Nacional do Ministério Público [veja aqui] [2]. Parlamentares temem que a postura do PGR seja proposital e nada seja feito para responsabilizar o governo em relação aos crimes verificados na Comissão [3]. De acordo com Simone Tebet (MDB-MS), senadora que atuou na CPI, ‘o PGR não tem se mostrado solícito em relação a essa pauta, retardando de forma injustificada o avanço’ [4]. Renan Calheiros (MDB-AL), também membro da Comissão, afirma que a postura do procurador já era esperada, por isso, na tentativa de pressioná-lo, o colegiado decidiu entregar diretamente ao procurador a parte do relatório referente aos agentes que possuiam foro por prerrogativa de função [5]. Em mais uma tentativa de pressão para que o procurador exerça a sua função, os parlamentares criam a Frente Parlamentar ‘Observatório da Pandemia’, que trabalha junto à Comissão de Direitos Humanos do Senado, para dar efetividade aos trabalhos desenvolvidos pela CPI [6]. O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) anuncia em suas redes sociais que irá recolher assinaturas com o objetivo de protocolar um pedido de impeachment contra Aras e continuará o diálogo com outras instituições que receberam o relatório [7]. Em nota, Aras afirma que nenhum dos processos sob sua responsabilidade estão parados e que enviou ao STF todas as manifestações sobre indiciados que possuem prerrogativas de foro [8]. Aras apenas pediu a abertura de inquério no STF quando a ministra Rosa Weber o questionou, após receber notícia crime de senadores [9]. Ainda assim, em março, Aras pede pede o arquivamento de três apurações contra Bolsonaro, que ocorrem no Supremo, com base no relatório da CPI, mas a ministra Rosa Weber recusa o pedido [10]. As apurações investigam o cometimento de crimes nvolvem os crimes de charlatanismo, emprego irregular de verba pública e prevaricação no curso da pandemia [11]. Em julho, o Senado aciona o STF para que o PGR e a vice-procuradora, Lindôra Araújo, sejam investigados por crime de prevaricação, alegando que as autoridades não realizam atos de seu trabalho por interesses políticos e pessoais [12]. Segundo a peça enviada ao Supremo, ‘a atuação da gestão Aras após quase 3 anos deixa evidente o modus operandi da blindagem: abertura de procedimentos preliminares para não envolver a Polícia Federal, que participaria, se houvesse inquérito aberto, e, após o caso esfriar, pedir para arquivar. A conduta sorrateira, sempre ganhando tempo para, após, arquivar, sem jamais ter sequer aberto um inquérito, deve ser combatida’ [13]. Vale lembrar outras ocasiões em que Aras agiu conforme interesses de Bolsonaro [veja aqui].

Entenda melhor o que faz o PGR

05 fev 2022
 
Tipo de Poder
Poder Informal
Esfera
Executivo
Nível
Federal

Bolsonaro usa inauguração de obra pública como ato de campanha com discurso negacionista e ofensivo a opositores

Tema(s)
Eleições, Posicionamento político, Saúde
Medidas de estoque autoritário
Construção de inimigos

O presidente, Jair Bolsonaro, em visita oficial ao Rio Grande do Norte para a vistoria de obras públicas de segurança hídrica, afirma não ter errado durante a pandemia, mesmo havendo indícios apontados no relatório da ‘CPI da covid’ que sugerem o contrário [veja aqui] [1] . Na mesma ocasião, Bolsonaro ofende opositores políticos, especialmente o ex-presidente Lula e a ex-presidente Dilma Rousseff [2]. No evento de conclusão das obras de transposição do rio São Francisco na cidade de Jardim Piranhas (RN), em que ele estava presente, o ex-senador Magno Malta (PL-ES) defende a reeleição de Bolsonaro à presidência em 2022 e pede votos ao público, o que é proibido pela Justiça Eleitoral [3]. Ele ainda participa de uma ‘jeguiata’ com apoiadores que, em sua maioria, não usam máscaras, provocando aglomerações no local [4]. A ida ao estado faz parte de uma série de visitas ao Nordeste, ‘reduto político’ do partido de seu principal oponente nas eleições presidenciais, o ex-presidente Lula, e é apontada como estratégia política de Bolsonaro para diminuir a rejeição na região e reclamar para si a responsabilidade pela conclusão das obras de transposição do rio, iniciada anos atrás nos governos petistas [5].

Saiba mais sobre o papel do governo Bolsonaro na transposição do São Francisco

09 fev 2022
 
Tipo de Poder
Poder Formal
Esfera
Executivo
Nível
Federal

Responsável por nota antivacina assume a chefia da secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação no Ministério da Saúde

Tema(s)
Negacionismo, Saúde
Medidas de estoque autoritário
Construção de inimigos

O Ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, nomeia Angotti Neto como secretaário de Gestão do Trabalho e da Educação do Ministério da Saúde [1]. O cargo era ocupado por Mayra Pinheiro, conhecida como ‘capitã cloroquina’, que, atualmente, disputa as eleições como candidata a deputada federal [2]. Angotti Neto é conhecido por ser a favor do ‘kit covid-19’ e por sua nota técnica, publicada em janeiro, que duvida da eficácia da vacina [veja aqui] [3]. O novo secretário foi questionado pelo Supremo Tribunal Federal pelo posicionamento favorável a métodos não comprovados cientificamente eficazes contra a covid-19 e obriga esclarecimentos do Ministério da Saúde [4]. Porém, o posicionamento do Ministério da Saúde evita contraindicar o uso do ‘kit covid’ e afirma existir ‘assédio da imprensa’ sob o veto às orientações da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias ao Sistema Único de Saúde (Conitec) .

16 fev 2022
 
Tipo de Poder
Poder Informal
Esfera
Executivo
Nível
Federal

Bolsonaro afirma que o cenário epidemiológico brasileiro melhorou e que estuda alterar a situação sanitária no país para endemia

Tema(s)
Negacionismo, Saúde
Medidas de estoque autoritário
Construção de inimigos

Bolsonaro diz que Ministro da Saúde estuda rebaixar a classificação da pandemia de covid-19 para endemia [1]. Mesmo sem nenhum embasamento científico, o presidente afirma em suas redes sociais que ‘em virtude da melhora do cenário epidemiológico, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, estuda rebaixar para endemia a atual situação da covid-19 no Brasil [2]. O conceito de endemia, citado pelo presidente, considera a presença de uma doença de forma recorrente em uma determinada região, mas que não apresenta aumentos significativos no número de casos [3]. Na véspera do anúncio, o Brasil atingiu a marca de 650 mil mortes por covid-19, segundo o próprio Ministério da Saúde e registrou 30.995 novos casos da doença, elevando para 28.842.160 o total de casos desde o início da pandemia [4]. Especialistas criticaram o rebaixamento de classificação de pandemia para endemia e afirmam, ou que a mudança é uma decisão bastante complexa e que, diante do atual cenário, seria ‘arriscada’, ‘precipitada’ e de um ‘otimismo preguiçoso’ [5]. Caso de fato a situação do Brasil seja alterada para endemia, a covid-19 deixa de ser uma emergência sanitária e medidas como uso de máscaras, restrições, proibição de aglomerações e exigência do passaporte vacinal podem deixar de serem recomendadas [6]. Desde o início da pandemia Bolsonaro vem desacreditando medidas sanitárias [veja aqui] [veja aqui], o presidente já desautorizou a compra de vacinas [veja aqui], e estimulou a aglomeração da população [veja aqui] e defendeu a utilização de medicamentos contra a covid-19 de ineficácia comprovada [veja aqui].

Leia sobre as consequências da mudança de classificação de pandemia para endemia

03 mar 2022
 
Tipo de Poder
Poder Informal
Esfera
Legislativo
Nível
Federal

Deputada federal, Carla Zambelli, lança site para apoiar pessoas a driblar exigência do comprovante de vacinação contra a covid-19

Tema(s)
Negacionismo, Saúde
Medidas de emergência
Flexibilização de controle

Carla Zambeli, deputada federal (PL), cria página na internet para auxiliar não vacinados a escaparem das exigências de comprovação de imunização [1]. Nesta data, a deputada lança site com orientações para que pessoas que não se vacinaram contra a covid-19 driblem a exigência do passaporte vacinal para entrar em escolas, creches e outros estabelecimentos [2]. A plataforma conta com uma nota que explica que os documentos disponibilizados no site ‘darão suporte para formular o pedido administrativo de suspensão da exigência de apresentação do passaporte vacinal’ [3]. Apesar das recomendações de especialistas que garantem que a imunização contra o coronavírus é segura e com base em evidências científicas, Zambelli diz que a proposta visa a ‘fortalecer a defesa da liberdade individual’ de quem optou por não se vacinar [4]. Em dezembro de 2020, o Supremo Tribunal Federal decidiu que a vacinação contra o coronavírus é obrigatória [5]. A deputada, que é uma das principais aliadas de Bolsonaro, se alinha ao presidente nas críticas à vacinação, sobretudo infantil [6]. Nesta data, Zambelli encaminha ofício à Anvisa, ao Ministério da Saúde, à Secretaria da Saúde do Estado da Paraíba, à Secretaria de Saúde do Município de Lucena, e ao Ministério Público Federal solicitando a suspensão da vacinação infantil no Brasil [veja aqui]. Nesta data, durante audiência pública do Ministério da Saúde, sociedades médicas e conselhos federais defenderam a vacinação contra a covid-19 inclusive em crianças [7].

Leia sobre o movimento antivacina no Brasil

06 mar 2022
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