Tipo de Poder
Poder Informal
Esfera
Executivo
Nível
Estadual

Governador de SC comparece a festa durante a pandemia e não usa equipamento de proteção

Tema(s)
Distanciamento social, Saúde
Medidas de estoque autoritário
Construção de inimigos
Estado
Santa Catarina

O governador de Santa Catarina, Carlos Moisés (PSL), aparece em vídeo em uma festa junina em um hotel de Gaspar, no Vale do Itajaí [1], durante a pandemia do novo coronavírus. Nas imagens, Carlos Moisés aparece sem máscara e em um ambiente com aglomeração [2]. Pelas regras de portaria estadual [3], os hotéis devem fechar as áreas de convivência e oferecer alimentação apenas via serviço de quarto [4]. O ministério público de Santa Catarina instaura um procedimento e recomenda a instauração de inquérito pela Polícia civil para verificar se houve descumprimento do decreto estadual que proíbe eventos, shows, espetáculos e reunião de pessoas em Santa Catarina [5]. A assessoria de comunicação do governo afirmou em nota que o governador realmente esteve hospedado em um hotel em Gaspar neste fim de semana [6]. Segundo a assessoria, no momento em que o governador jantava, um hóspede que fazia uma apresentação musical mencionou a presença dele, que passou a ser procurado por outras pessoas em sua mesa e, por cortesia, interrompeu por um momento a refeição e conversou brevemente com algumas delas [7]. Em Santa Catarina, os hotéis foram autorizados pela portaria a reabrir em 13/04/20 com diversas regras, como, por exemplo, os estabelecimentos só podem ter até 50% da lotação máxima. O estado tem 11.565 casos confirmados de coronavírus, com 171 mortes, conforme divulgado em boletim do governo do estado no final da noite deste domingo [8]. Desde março, o Brasil está em estado de quarentena e medidas de isolamento e fechamento do comércio ocorrem no país [veja aqui].

Leia mais sobre os numeros da pandemia do novo coronavírus no Brasil.

06 jun 2020
 
Tipo de Poder
Poder Formal
Esfera
Executivo
Nível
Federal

Ministério da Saúde retira do ar estudo sobre saúde da população negra

Tema(s)
Raça e etnia, Saúde
Medidas de estoque autoritário
Ataque a pluralismo e minorias

Em meio à pandemia da covid-19, apuração da imprensa revela que o Ministério da Saúde retirou do ar estudo [1] sobre saúde da população negra brasileira [2]. O levantamento, que demonstrava diversas disparidades entre negros e brancos, foi deletado entre abril e junho de 2020 [3]. Na página do Ministério dedicada à diversas publicações ainda constam várias pesquisas, incluindo relatório semelhante sobre a população brasileira no geral – somente a porção relativa à população negra foi apagada [4]. Servidores afirmam que a orientação do governo federal é que não haja políticas identitárias, razão pela qual o departamento que cuidava da diversidade dentro do Ministério teria sido rebaixado como coordenadoria [5]. A área responsável pela pesquisa é a mesma que sofreu intervenção do governo Bolsonaro quanto à divulgação de dados sobre a pandemia [6] [veja aqui]. Vale lembrar que a Fundação Palmares, órgão destinado a divulgar informações sobre a população negra, excluiu de seu site informações sobre referências importantes do movimento negro [veja aqui].

10 jun 2020
 
Tipo de Poder
Poder Informal
Esfera
Legislativo
Nível
Estadual

Parlamentares em pelo menos três estados invadem hospitais destinados ao tratamento da covid-19 após fala de Jair Bolsonaro recomendando fiscalização de hospitais

Tema(s)
Negacionismo, Saúde
Medidas de emergência
Aumento de poder de polícia
Estado
Bahia, Ceará, Espírito Santo

Parlamentares invadem hospitais destinados ao tratamento da covid-19 em pelo menos três estados após fala de Jair Bolsonaro recomendando vigilância de hospitais [veja aqui]. No Espírito Santo, em 12/06, cinco deputados (nenhum deles médico ou parte da Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa do estado) fazem inspeção em hospital de campanha [1]; posteriormente, a Procuradoria do Estado apresenta queixa-crime contra os parlamentares [2] e a Secretaria de Saúde repudia as invasões [3]. Na Bahia, em 17/06, um deputado bolsonarista também invade hospital [4], e, armado, ameaça os profissionais do local com voz de prisão [5]. No Ceará, em 13/06, três vereadores apoiadores do presidente tentam invadir hospital [6]. Antes da fala do presidente, parlamentares em São Paulo [veja aqui] e no Rio de Janeiro [veja aqui] já haviam invadido hospitais.

Leia análise sobre invasões de hospitais incentivadas pelo presidente.

12 jun 2020
 
Tipo de Poder
Poder Formal
Esfera
Executivo
Nível
Federal

Governo Federal completa um mês sem Ministro da Saúde em meio a pandemia de coronavírus

Tema(s)
Conflito de poderes, Saúde
Medidas de estoque autoritário
Violação da autonomia institucional

Completa-se um mês de governo sem ministro oficial da Saúde [1]. Desde o começo da pandemia, já foram dois os ministros da Saúde exonerados por divergências com o presidente sobre o enfrentamento da crise. Primeiro, o ministro Luiz Henrique Mandetta deixou o Ministério em abril, após ser exonerado pelo presidente [veja aqui]. Na época, eram 30.891 os infectados e 1.952 as mortes pela covid-19 [2]. No mês seguinte, Nelson Teich escolheu deixar a pasta [veja aqui], quando os números anteriores saltaram já para 220.291 casos confirmados e 14.962 mortes [3]. Com sua saída, assumiu o posto o general da ativa Eduardo Pazuello, que só é nomeado oficialmente ministro interino da Saúde após quase 20 dias no cargo [veja aqui]. Nesse meio tempo, o Ministério foi alvo de críticas, por ter sofrido incremento [veja aqui] em processo de militarização já em curso com Teich [veja aqui], ter aprovado amplo protocolo para uso de cloroquina em pacientes com covid-19 a despeito da incerteza científica [veja aqui], ter divulgado dados epidemiológicos com crescentes atrasos [veja aqui], que culminaram em ‘apagão de dados’ provisório, com sugestão de mudança de metodologia de contagem de infectados [veja aqui]. No mesmo dia em que se completa um mês sem ministro oficial da Saúde registram-se mais de 891 mil infectados pela doença e mais de 44 mil mortos [4]. Em coro às fragilidades do Ministério na pandemia, somente em 18/06, 100 dias após a OMS ter decretado a pandemia decorrente do coronavírus, a pasta oficializa pela primeira vez, através de Portaria [5], recomendações práticas para prevenção, controle e mitigação da doença [6]. Em 07/07, o presidente elogia o trabalho do interino – como já havia feito antes [veja aqui], mas admite que ele não ficará em definitivo no cargo. Em seguida, novo embate institucional revela os problemas da gestão militar na pasta [veja aqui].

Leia a análise sobre a gestão interina de Eduardo Pazuello.

15 jun 2020
 
Tipo de Poder
Poder Formal
Esfera
Executivo
Nível
Estadual

Governo Doria teria omitido 11 mil casos de covid-19 em SP

Tema(s)
Informação, Saúde, Transparência
Medidas de emergência
Flexibilização de controle
Estado
São Paulo

Há discrepância entre os números apresentados nos boletins epidemiológicos apresentados pelo município e o governo de São Paulo desde o dia 07/04, identificando a omissão, pelo governo de João Dória, de ao menos 11.060 casos confirmados de coronavírus na capital entre abril e junho, segundo levantamento desta data [1]. De acordo com a Prefeitura, o número de casos confirmados de covid-19 na capital era de 109.192 até 17/06, enquanto os dados do governo apontavam 98.132 casos para o mesmo período [2]. Em resposta, a Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo envia carta negando a denúncia e afirma que a apuração tem ‘erro’ ao utilizar a expressão omissão, mas admite que foi identificada instabilidade na plataforma E-SUS desde o dia 17/06 [3]. Vale lembrar que em 07/06 o governo federal divulgou dados divergentes sobre a situação da covid-19 no país, alterando a forma de divulgação e metodologia [4], após já ter suspendido a divulgação de dados relevantes e recuado [veja aqui]; e em abril foi apontada falta de transparência dos governos estaduais com relação aos dados da pandemia [veja aqui]. Dez dias depois, verifica-se que são retirados da plataforma on-line da Secretaria de Administração Pública do Estado de São Paulo dados sobre 812 casos confirmados de coronavírus nas prisões [5].

Leia análise sobre o impacto no atraso de dados na pandemia e iniciativas contra o ‘apagão de dados’ da covid-19.

19 jun 2020
 
Tipo de Poder
Poder Formal
Esfera
Judiciário
Nível
Federal

Ministra do STF nega pedido de habeas corpus coletivo pela não internação de jovens infratores durante a pandemia, em desatenção à Recomendação 62 do CNJ

Tema(s)
Saúde, Sistema penal e socioeducativo
Medidas de emergência
Restrição a direitos fundamentais
Estado
Amapá

A Ministra Rosa Weber do Supremo Tribunal Federal (STF) nega pedido em habeas corpus (HC 187477) [1] impetrado pela Defensoria Pública da União (DPU) em prol da não internação de adolescentes infratores durante a pandemia no estado do Amapá [2]. Em abril, juiz de primeiro grau decidiu suspender a execução de mandados de busca e apreensão em aberto contra jovens infratores sentenciados, de modo a cumprir a Recomendação 62 do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) [3], que prevê, por exemplo, a priorização da aplicação de medidas socioeducativas em meio aberto e a reavaliação das medidas de internação já sentenciadas [4]. A decisão do juiz de primeira instância foi questionada pelo Ministério Público Estadual [5]. O pedido da DPU por meio do HC coletivo ao STF buscava garantir a suspensão das internações durante o período de crise sanitária e indicava que o centro de internação do Amapá viola o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) [6] ao apresentar estrutura precária e insalubre [7]. A decisão do STF ocorre no momento que se registra aumento de 800% na taxa de contaminação de covid-19 no sistema prisional [veja aqui] e da contabilização pelo CNJ em julho de 1.815 casos confirmados e 14 óbitos no sistema socioeducativo, o que representa aumento de 139,1% de casos em relação ao último mês [8]. Em agosto, outro habeas corpus coletivo sobre o tema (HC 143988) [9] é julgado pela 2a turma do STF que determina o fim da superlotação no sistema socioeducativo e elenca medidas para serem adotadas, como limitação do número máximo de internos, reavaliação dos casos e agendamento de audiências [10].

Leia análises sobre as medidas de proteção e acolhimento de crianças e adolescentes durante a pandemia, a superlotação em unidades de privação de liberdade de adolescentes, o conceito de medida socioeducativa, e assista audiência pública da Comissão Interamericana de Direitos Humanos sobre a situação dos adolescentes em conflito com a lei no Brasil.

01 jul 2020
 
Tipo de Poder
Poder Formal
Esfera
Executivo, Legislativo
Nível
Federal

Bolsonaro realiza vetos em lei sobre obrigatoriedade do uso de máscaras para contenção do coronavírus; presídios e estabelecimentos comerciais ficam isentos da obrigação

Tema(s)
Conflito de poderes, Distanciamento social, Prisões, Saúde
Medidas de emergência
Restrição a direitos fundamentais

Presidente Jair Bolsonaro realiza série de vetos na Lei 14.019/20 [1], que trata da obrigatoriedade do uso de máscaras em espaços públicos e privados enquanto mecanismo de proteção e prevenção ao coronavírus. A lei estabelece, de modo geral, o uso obrigatório de máscaras em espaços públicos e privados abertos à circulação pública. Com os vetos realizados pelo presidente, as pessoas passam a ter liberdade para usar ou não máscaras em diversos estabelecimentos com finalidade industrial, comercial, educacional, religiosa, e outros incluindo locais fechados com reunião de pessoas. Bolsonaro apresenta como razões de veto a autonomia dos estados e municípios disporem sobre medidas de combate à pandemia – existindo inclusive decisão do STF nesse sentido a qual o presidente se opôs [veja aqui] [2]. Outro ponto de destaque é o veto ao uso obrigatório de máscaras nos presídios, o que na visão de especialistas só aumentaria a probabilidade de contágio por parte dos encarcerados. Até 06/07, o Departamento Penitenciário Nacional contabiliza 63 mortes e 5.022 casos decorrentes da covid-19 no território nacional, enquanto o CNJ fala em aumento de 800% dos casos em cerca de um mês [veja aqui]. Os testes realizados até o momento só alcançam 2,2% da população carcerária [3]. Os partidos políticos PDT [4] e PT [5] apresentam ações no Supremo Tribunal Federal contra os vetos presidenciais, sob argumentos de descumprimento de preceitos fundamentais no âmbito da saúde. Em 10/08, a Advocacia-Geral da União encaminha manifestação ao STF pela improcedência da ação e em defesa dos vetos presidenciais [6]. Em 19/08, o Congresso Nacional derruba série de vetos realizados pelo presidente Bolsonaro, como o que vetava o uso obrigatório de máscaras em escolas e ambientes comerciais, além do veto de distribuição gratuita de materiais de higiene para comunidades indígenas – Lei 14.021 [veja aqui]. Agora todas essas medidas se tornam obrigatórias [7]. Em 28/08, o STF também derruba os vetos presidenciais e decide pela obrigatoriedade do uso de máscara em locais públicos, escolas e comércios [8]. Em 12/02/21, o STF confirma a suspensão dos vetos que desobrigavam o uso de máscaras em prisões e à exigência da fixação de cartazes informativos em estabelecimentos [9].

Leia análise sobre possíveis desdobramentos dos vetos presidenciais.

02 jul 2020
 
Tipo de Poder
Poder Formal
Esfera
Executivo
Nível
Federal

Ministro da saúde mostra desinteresse por pesquisa sobre a covid-19, o que ameaça seu prosseguimento

Tema(s)
Ciência, Saúde
Medidas de estoque autoritário
Construção de inimigos

A Epicovid-2019 [1], primeiro estudo brasileiro responsável por investigar o número de infectados pelo novo coronavírus, tem sua continuidade ameaçada em razão do desinteresse demonstrado pelo Ministério da Saúde [2]. A pesquisa havia sido encomendada pela gestão do ex-ministro Luiz Henrique Mandetta, sendo conduzida pelo Centro de Pesquisas Epidemiológicas da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) e financiada pelo Ministério da Saúde [3]. De acordo com os dados levantados pelo estudo, o número de infectados deve ser sete vezes maior em comparação ao registrado em estatísticas oficiais [veja aqui] [4]. A diferença se deve ao método adotado para a contagem, pois os dados oficiais só contam casos confirmados, enquanto a epicovid-2019 verifica a existência de anticorpos para a doença – presente mesmo em assintomáticos [5]. Em 15/07, o Ministério Público ingressa com ação solicitando que o Ministério da Saúde mantenha a pesquisa Epicovid-19, que já custou R$ 12 milhões à União [6]. Em 21/07, o Ministério encerra o financiamento da pesquisa e informa que dará continuidade aos estudos na área, mas ainda não definiu qual estudo será financiado [7]. Para o reitor da UFPel, Pedro Hallal, esse é um dos maiores estudos do mundo e será um ‘mico histórico’ interromper a pesquisa [8]. Com a interrupção, a Universidade divulga nota comunicando que estão em busca de novo financiamento [9] e, em 05/08, anuncia que a pesquisa será retomada com financiamento privado [10]. Vale lembrar que, em maio, membros da equipe da epicovid-2019 foram detidos e agredidos pela polícia e impedidos de realizar o estudo em 40 municípios [veja aqui]. Em 22/02/21, Hallal, ex-reitor da UFPel, publica artigo científico em revista internacional demonstrando os ataques à ciência brasileira e à má gestão da pandemia de covid-19 pelo governo Bolsonaro [11].

Leia sobre a abrangência do estudo da epicovid-2019 e o método adotado para a sua realização, e como a pandemia afeta a produção científica nas universidades do país.

08 jul 2020
 
Tipo de Poder
Poder Formal
Esfera
Executivo
Nível
Federal

Ministério da Saúde desembolsa só 30% das verbas destinadas ao combate da covid-19

Tema(s)
Administração, Saúde
Medidas de emergência
Restrição a direitos fundamentais

Segundo levantamentos do Conselho Nacional de Saúde (CNS), de 13/07, e do Tribunal de Contas da União (TCU), de 15/07, o Ministério da Saúde (MS), comandando há mais de dois meses interinamente por general da ativa [veja aqui] [1], executa apenas cerca de 30% da verba destinada ao enfrentamento do coronavírus no país, o que corresponde a uma soma entre R$ 11,4 bilhões (pelo TCU) e R$ 12,2 bilhões (pelo CNS) [2] [3]. Previsto para transferências a estados e municípios e para compra de equipamentos, o dinheiro segue subutilizado, em consonância com dados de maio, que indicavam pagamento de apenas 10% da receita [veja aqui]. De acordo com o pronunciamento do ministério, já teriam sido gastos R$ 17,6 bilhões e parte significativa dos gastos não realizados diria respeito à falta de disponibilidade de equipamentos para compras diretas [4]. Conforme o TCU, porém, há falta de critério na divisão de recursos entre estados e municípios [5]; Rio de Janeiro e Pará, estados com a segunda e terceira maiores taxas de mortalidade, receberam dois dos três menores repasses per capita [6]. Em 22/07, o tribunal ordena explicações sobre a baixa execução de verbas e a estratégia de gastos no enfrentamento da pandemia [7]. Neste mês, o ministério desiste de comprar respiradores [8] e diz que não tem responsabilidade sobre a distribuição de equipamentos de proteção a outros entes da federação [9]. Entre 13/07 e 15/07, as mortes por coronavírus subiram de cerca de 73 mil [10] para mais de 75,5 mil [11]. No final de agosto, o percentual de gastos na saúde aumenta em quase 20% [12].

Leia a análise sobre a baixa execução orçamentária do MS na pandemia.

13 jul 2020
 
Tipo de Poder
Poder Formal
Esfera
Executivo
Nível
Federal

Governo Federal completa dois meses sem Ministro da Saúde em meio à pandemia de coronavírus

Tema(s)
Conflito de poderes, Saúde
Medidas de estoque autoritário
Violação da autonomia institucional

Completa-se mais um mês de governo sem ministro oficial da Saúde [1] [veja aqui]. Sucedendo dois [veja aqui] civis [veja aqui], o general da ativa Eduardo Pazuello se alinhou ao presidente nas políticas de combate à pandemia [2] e nomeou mais militares à pasta [veja aqui]. Sua própria condição de membro da ativa das Forças Armadas (FA) é motivo de embates [3] [4]. Uma das grandes bandeiras governistas implementadas ainda em maio foi o amplo protocolo para uso de cloroquina em pacientes com covid-19, a despeito da incerteza científica [veja aqui], o que só recentemente foi sinalizado como passível de mudança [5]. Nesse meio tempo, a própria Organização Mundial da Saúde (OMS) já havia suspendido os testes com o medicamento [6] [7]. A pasta vem enfrentando problemas de baixa performance na distribuição de testes e entrega de respiradores, além da fraca execução do orçamento reservado ao enfrentamento da pandemia [veja aqui], o que contribui para a perda de seu protagonismo na gestão da crise [8], a despeito de opiniões positivas de alguns governadores [9] – inclusive, no final de julho, muda orientação sobre sua obrigação de fornecimento de equipamentos de combate à pandemia [10] [11]. Em disputa às vésperas de completar dois meses no cargo, o ministro foi criticado por Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal [veja aqui]. Apesar das diversas críticas, o presidente já elogiou o trabalho de Pazuello repetidas vezes [veja aqui] e afirmou que é vantajoso ter ‘gestor’ à frente da pasta e não médico [12]. Desde sua assunção como ministro, o número de mortes por covid-19 aumentou de cerca de 15 mil [13] para mais de 75 mil [14].

Leia análises sobre a omissão na saúde por ex-ministros da pasta, a gestão interina do militar e a performance do ministério na crise.

15 jul 2020
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