Segundo levantamento desta data, governos municipais, estaduais e federal gastaram pelo menos R$ 18 milhões com hidroxicloroquina, cloroquina, ivermectina e azitromicina desde o início da pandemia [1] [veja aqui], apesar de a maioria dos governos municipais e estaduais terem respondido aos questionamentos feitos. Tais medicamentos não têm eficácia comprovada no combate ao vírus, mas são objeto de exaltação do presidente desde o início da crise [veja aqui] e causa de interferência no ministério da Saúde (MS), que já teve dois ministros exonerados desde março [veja aqui] [veja aqui]. A União já desembolsou cerca de R$1,3 milhões com a produção de hidroxi- ou cloroquina, incluídos aqui os gastos do Exército para a produção dos medicamentos [2]. Desde março, esse braço das Forças Armadas vem produzindo tais medicamentos para o governo [3], o que desencadeou aumento expressivo nos estoques brasileiros [4], a despeito da falta de comprovação científica – motivando até pedido de investigação pelo Ministério Público de Contas [5]. Com a crise, o MS também já distribuiu 5,2 milhões de comprimidos de cloroquina a estados e municípios, a despeito de sua crescente perda de protagonismo pela falta de distribuição de equipamentos essenciais ao combate da pandemia [veja aqui] e fraca execução orçamentária [veja aqui]. Em agosto, um senador da oposição até ajuizou ação contra o presidente e a União, requerendo que ambos paguem pelos gastos públicos pela aquisição de cloroquina para o tratamento de covid-19 [6] [veja aqui]. No mês seguinte, deputada da oposição denuncia os ministros da Saúde e Defesa por suposto crime de responsabilidade incorridos em razão de gastos públicos irregulares com a produção de hidroxicloroquina [7].
Ministério da Saúde (MS) edita portaria [1] que prevê a notificação obrigatória de profissionais da saúde à polícia em casos de atendimento de mulheres vítimas de violência sexual nos procedimentos de interrupção da gravidez [2]. A publicação da normativa ocorre uma semana depois da repercussão de caso de aborto legal envolvendo menina de 10 anos estuprada [veja aqui]. Além da notificação da autoridade policial, a portaria prevê quatro fases para realização do procedimento do aborto legal em caso de violência sexual, as quais incluem desde a assinatura de termo de consentimento pela paciente sobre ‘os desconfortos e riscos possíveis à sua saúde’, até a preservação de ‘possíveis evidências materiais do crime de estupro’ pela equipe de saúde e a obrigatoriedade de ofertar a gestante a ‘possibilidade de visualização do feto ou embrião por meio de ultrassonografia’ [3]. A maior parte dos especialistas do direito e da saúde reagem negativamente às novas regras, as quais criam barreiras práticas para o acesso das mulheres ao serviço de interrupção de gravidez legal [4]. Além disso, parlamentares da oposição protocolam projeto de decreto legislativo para garantir a suspensão da normativa [5], entidade [6] e partidos da oposição [7] ajuízam ações no Supremo Tribunal Federal questionando a constitucionalidade da portaria, e o Ministério Público Federal e a Defensoria Pública da União editam recomendação [8] que orienta profissionais de saúde a não impedirem procedimento de abortamento legal [9]. A Defensoria Pública também ajuíza ação civil pública contra União para suspensão da portaria [10]. Em 24/09, o MS edita nova portaria sobre procedimento de justificação e autorização para interrupção da gravidez [11] que revoga a anterior. Apesar de excluir artigo que determinava que a equipe de saúde deveria informar a vítima sobre a possibilidade de visualização do feto [12], a nova portaria ainda prevê que os médicos notifiquem a polícia sobre os casos de estupro [13]. De modo minoritário, especialista e Secretário de Atenção Primária à Saúde do MS defende o conteúdo da portaria e a notificação policial por considerar que o procedimento ‘protege a vítima’ e ‘quebra ciclo de sofrimento [14]. Vale notar que em 2020 o Itamaraty se absteve em votação de resolução que visa ao fortalecimento de direitos sexuais e reprodutivos [veja aqui] e realizou conferência anti-aborto [veja aqui].
Leia análises sobre os impactos da notificação obrigatória para a polícia em casos de aborto legal por estupro, sobre as características intimidatórias da nova portaria, e entenda o que é a violência sexual.
Após ser abordado por apoiadores, o presidente Jair Bolsonaro afirma que ninguém será obrigado a tomar vacina [1]. No dia seguinte, a Secretaria de Comunicação do governo federal publica imagem afirmando que ‘ninguém pode obrigar ninguém a tomar vacina’ [2]. A manifestação contraria o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), bem como a Lei da Quarentena [veja aqui] [3]. A declaração do presidente é criticada por especialistas em saúde pública, que afirmaram a necessidade de uma ampla cobertura para garantir a imunização coletiva, necessária impedir novos surtos [4], em especial, num contexto de crescimento de movimentos antivacina [5]. A discussão sobre a obrigatoriedade de pais imunizarem crianças está em pauta no STF [6]. Essa postura anticientífica já foi observada em outras atitudes de Bolsonaro durante a pandemia: o governo chancelou, por protocolo, o uso de cloroquina, medicamento sem comprovação científica [veja aqui], vetou o uso de máscaras em locais públicos [veja aqui] e criticou as medidas de isolamento social que evitam a propagação do coronavírus [veja aqui]. Ainda, ex-ministro da educação de Bolsonaro já havia ironizado, em uma manifestação racista, um acordo feito pelo governador de São Paulo com laboratório chinês para produção de vacinas contra a covid-19 [veja aqui]. Na semana seguinte, o presidente volta a se posicionar contra a obrigatoriedade da vacinação, afirmando que ‘Você não pode amarrar o cara e dar a vacina nele’ [7].
Veja as análises sobre o discurso antivacinação de Bolsonaro e preocupações sobre seus impactos na saúde pública e sobre o discurso da liberdade no contexto da vacinação.
Ministério da Saúde (MS) quintuplica distribuição de cloroquina e hidroxicloroquina para estados e municípios, mesmo sem eficácia científica comprovada de que os medicamentos combatem o coronavírus [1]. De acordo com apuração da imprensa realizada nesta data, de março a julho de 2020 já foram encaminhados 6,3 mihões de comprimidos pelo MS ao Sistema Único de Saúde (SUS), o que representa crescimento de 455% em relação ao mesmo período no ano passado[2]. A ação se mostra como tentativa de circular na rede pública doses dos medicamentos que foram doadas pelos EUA e se encontravam em estoque [3]. A postura do MS vai ao encontro da defesa da cloroquina realizada pelo presidente Bolsonaro [veja aqui], e a apuração demonstra que a distribuição acelerou entre maio e junho, período que coincide com as saídas de Luiz Mandetta [veja aqui] e posteriormente Nelson Teich [veja aqui] do cargo de ministro da Saúde, ambos contra o aumento da oferta dos medicamentos e extensão aos casos mais leves [4]. O atual ministro na Saúde, Eduardo Pazuello [veja aqui], afirma que o crescimento na distribuição decorre de damandas estaduais e municipais [5]. O levantamento realizado pela imprensa, no entanto, verificou que em alguns estados a quantidade de medicamentos recebida foi maior do que a utilizada na rede pública [6]. Em julho, a Organização Mundial da Saúde resolveu interromper testes com hidroxicloroquina no tratamento do coronavírus, depois de outros estudos apontarem sua falta de eficácia [7]. Já a Sociedade Brasileira de Infectologia publicou comunicado propondo o abandono dos medicamentos em qualquer fase da doença [8]. O MS, em nota, afirma que a distribuição dos medicamentos ocorre segundo os pedidos e planejamentos da pasta, tendo por base ‘estudos existentes no Brasil e no mundo’, sem apontar, no entanto, quais são essas pesquisas [9]. Dias depois, deputada da oposição denuncia os ministros da Saúde e Defesa por suposto crime de responsabilidade incorridos em razão de gastos públicos irregulares com a produção de hidroxicloroquina [10] [veja aqui]. Em oportunidade anterior, levantamento informou que os governos federal, estaduais e municipais já gastaram ao menos R$ 18 milhões com medicamentos sem eficácia comprovada desde o início da pandemia [veja aqui]
Veja lista de 10 pontos centrais para entender a cloroquina e hidroxicloroquina no contexto pandêmico, análise que aponta a preocupação de médicos com a aposta feita pelo Ministério da Saúde, e avaliação que demonstra a falta de outros medicamentos básicos no SUS e a sobrecarga de cloroquina
A Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais e Quilombolas (Conaq), em conjunto com partidos da oposição, ajuízam ação [1] no Supremo Tribunal Federal (STF) para denunciar a omissão do Executivo no enfrentamento da pandemia em relação às comunidades quilombolas, requererendo a adoção de plano nacional de emergência [2]. São ressaltadas a condição de especial vulnerabilidade dessas comunidades em razão das condições socioeconômicas precárias e das dificuldades de acesso a serviços de saúde [3]. E as ‘graves e evitáveis lesões que afetam de forma relevante a possibilidade de continuidade de reprodução física, social, étnica e cultural de cada comunidade’ [4]. Uma das evidências dos efeitos desproporcionais é a constatação de maior taxa de mortalidade por covid-19 entre quilombolas (3,6%) quando comparada a população em geral (3%) [5]. O plano nacional proposto inclui a distribuição de equipamentos de proteção e de itens de higiene, além de água potável e cestas básicas [6]. Igualmente, são requeridas ações para garantia de acesso à políticas de saúde pública, como disponibilização de vagas em hospitais e ambulâncias, e a realização de testagem periódica [7]. Essa não é a primeira vez que povos originários recorrem ao STF, em abril povos indígenas isolados são contaminados pela covid-19 e ajuizam ação requerendo medidas de proteção [veja aqui]. Ressalte-se que o governo federal demorou três meses para apresentar projeto de lei com medidas específicas para proteção de povos indígenas, quilombolas e comunidades tradicionais contra o novo coronavírus [veja aqui], sendo que após aprovação no Congresso, inúmeras medidas foram vetadas pelo presidente [veja aqui]. Vale notar que o governo Bolsonaro se notabilizou pela baixa histórica de reconhecimento de comunidades quilombolas [veja aqui], por assinar decreto que extinguiu programa de incentivo a quilombolas [veja aqui], e por autorizar, já durante a pandemia, a remoção dessas comunidades no município de Alcântara [veja aqui].
Leia análise sobre a covid-19 nos quilombos
Presidente Jair Bolsonaro afirma, em discurso durante visita de obras no interior da Bahia, que o Brasil está ‘praticamente vencendo a pandemia’ e que o país é um dos que ‘menos sofreu com a doença’ por conta das medidas adotadas pelo governo federal [1]. No mesmo dia da fala, o Brasil ultrapassa a marca de 4,2 milhões de infectados e 130 mil mortes decorrentes do coronavírus [2], números que o colocam como o terceiro maior no mundo em casos e segundo em óbitos [3]. Bolsonaro ainda alega que o governo federal ‘fez de tudo’ para minimizar os efeitos negativos da doença [4]. Em setembro, o presidente segue cometendo atos contra recomendações médicas e sanitárias [veja aqui], assim como fez nos meses anteriores [veja aqui]. Desde o início da pandemia no Brasil, ele defende a flexibilização do isolamento social, tendo lançado a campanha publicitária ‘O Brasil não pode parar’ [veja aqui]. A medida de isolamento social é apontada pela Organização Mundial da Saúde como a mais eficaz no combate ao vírus, dada a inexistência, até o momento, de vacina [5]. O presidente também apoia o uso da cloroquina para o tratamento [veja aqui], medicamento que não tem sua eficácia comprovada cientificamente [6]. Em outras oportunidades, Bolsonaro defendeu a retomada da ‘vida normal’ e acusou governadores e prefeitos de impedirem a flexibilização do lockdown [veja aqui], dando a entender que a responsabilidade pela saúde pública e os efeitos negativos na economia seriam deles, após distorcer a decisão do STF que fixou a autonomia dos entes federados no combate à pandemia [veja aqui].
Veja lista de pronunciamentos de Bolsonaro minimizando os efeitos do coronavírus
Após quatro meses como interino [veja aqui] [veja aqui] [veja aqui], o general da ativa do Exército Eduardo Pazuello é efetivado, através de decreto presidencial [1], para o cargo de ministro da Saúde [2]. Pazuello foi nomeado ministro interino após demissão de dois ministros civis que discordaram do presidente sobre métodos de controle da pandemia [veja aqui] [veja aqui]. A atuação do militar no comando da pasta é elogiada reiteradamente por Bolsonaro [3] que, na cerimônia de posse do ministro, afirma que as escolas não deveriam ter fechado durante a pandemia [4]. Poucos dias após sua efetivação, o ministro exonera responsáveis por portaria que incluiu covid-19 na lista de doenças do trabalho [5]. Em maio, o ministério da Saúde publicou uma portaria permitindo, sem evidência dos benefícios científicos, o uso de cloroquina para pacientes com sintomas leves [veja aqui]. Essa diretriz levou à abertura de uma investigação da PGR contra o ministro, que visa a apurar se houve crime de responsabilidade na produção e recomendação do medicamento [6]. Sua atuação é marcada por pouca transparência: em junho, houve uma omissão na divulgação de informações sobre os dados de infectados e mortos pela covid-19 [veja aqui]; no mesmo mês, o ministério fez servidores assinarem termo de confidencialidade sobre informações da pasta e ameaçou usar Lei de Segurança Nacional contra servidores [veja aqui] e exonerou servidores que assinaram notas técnicas sobre saúde sexual e reprodutiva das mulheres [veja aqui]. O ministro é criticado por permanecer na ativa do Exército [7]; no entanto, Pazuello afirma que, a princípio, não irá para a reserva [8]. Em suas manifestações públicas, o ministro já disse que atos contra o STF e pelo fechamento do congresso nacional atestam democracia em sua ‘plenitude’ [veja aqui] e, em reunião na OMS, omitiu dados epidemiológicos da pandemia no país [veja aqui].
Após três meses de vacância da coordenação do Programa Nacional de Imunização (PNI) em meio a pandemia da covid-19 [1], o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, nomeia novo coordenador para o cargo [2]. O pediatra Ricardo Queiroz passa a ser o coordenador do programa, após a saída de Francieli Fontana em julho [veja aqui]. Na época, Francieli afirmou que a sua exoneração decorria das dificuldades na campanha vacinal da covid-19 e do seu descontentamento com as declarações de Bolsonaro contra a imunização, caracterizando-as como prejudiciais à aderência da população a vacinação [3]. O PNI é responsável por organizar as ações de vacinação da população durante todo o ano, além disso também compete ao órgão a promoção do acesso inclusivo de todos os cidadãos brasileiros às vacinas e o controle da temperatura de armazenamento dos imunizantes nas unidades de saúde [4]. O plano nacional de imunização [5], que determina a ordem de recebimento das vacinas pela população, é fruto dos trabalhos do PNI – o plano foi alvo de diversas críticas por fomentar a disparidade entre regiões e grupos populacionais [veja aqui]. Além disso, a campanha vacinal no país foi marcada por dificuldades na logísticas de distribuição de imunizantes [veja aqui] e por escassez de vacinas [veja aqui] [veja aqui]. No dia 28/10, Ricardo foi informado que não tomaria mais posse do cargo de coordenador do PNI [6]. Em entrevista a imprensa, Ricardo declara que acredita que foi vetado por se posicionar contra o uso da hidroxicloroquina no combate da covid-19 [7], medicamente amplamente defendido por Bolsonaro desde o início da pandemia [veja aqui] [veja aqui] [veja aqui] [veja aqui].
Leia sobre o Programa Nacional de Imunização e as suas contribuições para a vacinação no Brasil.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), por meio de resolução [1], flexibiliza o prazo para a proibição do agrotóxico paraquate na produção agrícola brasileira. Em decisão anterior [2], de 2017, a agência estabeleceu como prazo para que o herbicida deixasse de ser importado, comercializado e utilizado no país a data de 22/09/2020. A justificativa era a associação do paraquate à ocorrência do mal de Parkinson e mutações genéticas em produtores agrícolas que tiveram contato com o ativo. Com a nova resolução, fica permitido que os produtores utilizem os estoques remanescentes do produto na safra 2020-21 [3]. Sexto agrotóxico mais vendido no Brasil em 2018 e destinado principalmente ao cultivo da soja [4], o paraquate também foi responsável pela intoxicação de pelo menos 530 brasileiros e pela morte de 138 entre 2010 e 2019, sendo o segundo agrotóxico que mais causou mortes no período [5]. O Brasil assiste, nos últimos dois anos, a um recorde de liberação de agrotóxicos. De acordo com a ferramenta Robotox, desde o início do mandato de Jair Bolsonaro (sem partido), 819 novos agrotóxicos foram aprovados [6] e, só em maio deste ano, 22 novos foram liberados [veja aqui]. Somente entre janeiro e março de 2019, foram aprovados 214 novos rótulos, o que não tem precedentes na história do país [veja aqui]. O número é substancialmente maior do que o observado em outros governos [7].
Leia reportagem para compreender o lobby empresarial e político por trás das tentativas de reverter a proibição do paraquate no país.
O presidente Jair Bolsonaro diz a apoiadores que a vacinação para a covid-19 não será obrigatória [1], como já disse em meses anteriores [veja aqui]. A declaração ocorre dias após o governador de São Paulo, João Dória (PSDB), afirmar que a vacinação será compulsória para os paulistas [2]. Segundo argumenta o presidente, a decisão sobre a obrigatoriedade cabe ao Ministério da Saúde [3]. De fato, há lei [4] que estabelece a atribuição à pasta. Porém, lei mais recente [veja aqui], sancionada pelo próprio presidente, dá poder aos Estados e municípios para decidirem sobre a aplicação compulsória da vacina [5]. Além disso, o Supremo Tribunal Federal (STF) já reconheceu a autonomia das unidades federativas e dos municípios na tomada de medidas de enfrentamento à pandemia [veja aqui]. Em resposta à declaração de Bolsonaro, o PDT move ação no STF para assegurar a competência estadual e municipal de determinar a obrigatoriedade [6]. Já o PTB, partido aliado do governo, requer que o Supremo fixe que a vacina não pode ser obrigatória [7]. A Advocacia Geral da União (AGU) se manifesta em defesa de que somente o governo federal pode determinar ou não a obrigatoriedade [8]. As ações aguardam julgamento da corte [9]. Sanitaristas criticam a politização do assunto [10], assim como o ex-secretário de Vigilância em Saúde do governo Bolsonaro, Wanderson Oliveira, que caracteriza a discussão sobre a obrigatoriedade como ‘incoerente’ e ‘desnecessária’ [11]. Até esta data, o Brasil registrou 154.226 mortes em decorrência da covid-19, segundo consórcio de veículos de imprensa [12]. Em 13/12, o ministro do STF Ricardo Lewandowski determina o prazo de 48h para que o Ministério da Saúde informe a previsão de início e término da vacinação contra a covid-19 [13]. A pasta envia o plano de vacinação, mas sem apresentar as datas exigidas [14].
Leia reportagem sobre como movimento semelhante de disputa política em torno da vacinação teve impactos na saúde pública brasileira no início do século 20, confira entrevista com especialistas sobre a importância da vacinação em massa para conter a transmissão da covid-19 , e veja panorama envolvendo a judicialização da vacinação.