Tipo de Poder
Poder Formal
Esfera
Executivo
Nível
Federal

Comando do Exército edita portaria listando calibres de armas permitidos

Tema(s)
Controle de armas
Medidas de estoque autoritário
Legitimação da violência e do vigilantismo

O Comando do Exército edita Portaria 1.222 [1] visando a cumprir determinação do Decreto 9.847 [2] [veja aqui] que regulamenta lei [3] sobre registro, posse, comercialização de armas de fogo e munição, alterada em setembro [veja aqui]. O texto aumenta o número de calibres não restritos, listando 52 deles para armas que podem ser adquiridos por qualquer pessoa [4], vetando a compra de fuzis por cidadãos comuns e liberando o acesso a pistolas – antes de uso restrito das forças de segurança [5]. Especialista critica o fato de que armas mais potentes são liberadas para pessoas menos treinadas para manuseá-las [6]. Em resposta às críticas, o Exército declara que a portaria teve como único papel adequar as normas de fiscalização das armas ao decreto que lhe atribuiu essa competência [7]. Vale notar uma série de decretos baixados pelo governo para flexibilizar a posse e porte de armas de fogo: em janeiro, Bolsonaro baixa primeiro decreto sobre armas [veja aqui], revogado por outro mais abrangente [veja aqui], baixa um novo em maio [veja aqui] e outros 3 no mês de junho como estratégia para dividir a matéria e conseguir salvar alguma das medidas em caso de contestação posterior. São eles o decreto que revoga as normas anteriores [veja aqui], outro que veda a autorização para aquisição de armas de fogo portáteis e não portáteis [veja aqui] e, por fim, o decreto destinado exclusivamente a regulamentar a posse de armas para classes específicas como caçadores [veja aqui]. No ano seguinte, o governo libera a venda de fuzis para cidadãos comuns que, até então, eram de uso exclusivo das Forças Armadas e das polícias [8].

Leia as análises sobre o estado de confusão no controle das armas, o crescimento vertiginoso no registro de novas armas, o vai e vem dessa política e seu impacto no país e a listagem de armas e munições de uso permitido e restrito.

12 ago 2019
 
Tipo de Poder
Poder Formal
Esfera
Executivo
Nível
Federal

Subsidiária de estatal lança edital restritivo para investimentos em filmes

Tema(s)
Cultura, Liberdade Artística
Medidas de estoque autoritário
Ataque a pluralismo e minorias

A empresa BB DTVM, gestora de fundos de investimentos do Banco do Brasil, abre edital visando a selecionar filmes que receberão investimentos com base na Lei do Audiovisual [1]. O formulário de inscrição inova ao adicionar três perguntas que não estavam previstas na mesma oferta de recursos nos anos de 2018 e 2017 [2]. As novas perguntas, previstas no campo ‘informações adicionais’, questionam se o filme exibe ‘cenas de nudez ou de sexo explícito’, se faz referência a ‘crimes, drogas, prostituição ou pedofilia’ e se ‘tem cunho religioso ou político’ [3]. O Sindicato dos Bancários de São Paulo critica o teor das perguntas, afirmando que a medida é uma tentativa de censura e que o Banco do Brasil deveria ‘zelar pela pluralidade de ideias e de temas’ [4]. Em nota, o Banco do Brasil afirma que o edital privilegia a alocação de recursos ‘da melhor maneira possível’ [5]. Vale notar que o contexto é marcado por medidas de controle nas produções culturais. Em janeiro, o governador do Rio de Janeiro censurou peça de teatro com cena de nudez [veja aqui], em abril, Bolsonaro vetou campanha publicitária do Banco do Brasil que tinha como objetivo representar a diversidade racial, sexual e de gênero [veja aqui], em julho, ameaçou extinguir a Agência Nacional do Cinema (Ancine) se não pudesse filtrar as produções nacionais [veja aqui] e, em agosto, o governo suspende edital federal para televisão em razão da presença de produções com temática LGBT [veja aqui]. No ano seguinte, o secretário de cultura anuncia prêmio das artes e repete padrões nazistas [veja aqui].

Leia a análise sobre as censuras do governo Bolsonaro na área da cultura no ano de 2019

12 ago 2019
 
Tipo de Poder
Poder Formal
Esfera
Executivo
Nível
Federal

Capes nega verba de apoio a realização de congresso em Santa Catarina por conta de ‘militância política’

Tema(s)
Educação, Liberdade Acadêmica
Medidas de estoque autoritário
Construção de inimigos
Estado
Santa Catarina

A Capes, fundação vinculada ao Ministério da Educação (MEC) e responsável pelo fomento e desenvolvimento da pós graduação, nega a liberação de verba para realização de congresso internacional organizado pelas universidades federais do Goiás e Santa Catarina, o qual se propunha a debater temas como constitucionalismo e democracia [1]. Os organizadores relatam que a decisão do corte de verbas ocorreu após as universidades terem recorrido administrativamente da primeira decisão da Capes, a qual teria concedido apenas 25% do valor inicialmente pleiteado (R$80 mil) [2]. A decisão, além de incomum, é considerada ‘descabida’ pelos organizadores, pois justificada no fato do evento realizar ‘crítica política’, elemento que, segundo a Capes, não mereceria atenção dos ‘cofres públicos’ [3]. As instituições organizadoras lançam nota de repúdio [4] em que classificam a medida como censura, e também elaboram novo recurso a Capes [5]. Mesmo tendo apoiado o congresso nas últimas 8 edições, a agência de fomento afirma que a proposta do evento não teria ‘preenchido os requisitos de cientificidade mínimos exigidos’ [6]. Vale lembrar que quatro meses antes, o ministro da educação e o presidente publicaram em suas redes sociais que investimentos públicos em algumas áreas de humanidades deveriam ser diminuídos por serem menos ‘vantajosos’ [veja aqui]. Igualmente, ao longo do ano, instituições federais de educação têm eventos [veja aqui] e atos [veja aqui] cancelados por se colocarem contrários a figuras do governo.

13 ago 2019
 
Tipo de Poder
Poder Formal
Esfera
Executivo
Nível
Federal

Bolsonaro nomeia dois indicados da base aliada para o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra)

Tema(s)
Administração, Reforma Agrária, Segurança e meio ambiente
Medidas de estoque autoritário
Violação da autonomia institucional

O Presidente Jair Bolsonaro nomeia dois apadrinhados de deputados federais para cargos na superintendência do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) em Mato Grosso do Sul e no Maranhão [1]. Os escolhidos são Antônio Vieira, antigo chefe de gabinete de Luiz Henrique Mandetta (DEM) e ex-funcionário do Ibama, e Mauro Pinto, aliado de Josimar de Maranhãozinho (PL) [2]. Os Parlamentares ambicionam cargos na instituição, uma vez que todos os processos de regularização fundiária passam por lá [3], cada superintendência tem autonomia para definir os assentamentos e onde são aplicados os recursos em questões agrárias [4]. A presença de um aliado de um deputado facilita a influência nas tomadas de decisões que afetam seu eleitorado [5]. Na distribuição de cargos no Incra, a cada dez escolhidos pelo governo Bolsonaro, ao menos oito são apadrinhados de deputados federais e outros dois são indicados por prefeitos ou entidades de classe [6]. O Secretário especial de Assuntos Fundiários afirma que as nomeações atendem a pedidos de líderes de partidos na Câmara, mas nega que haja troca de favores [7]. Sabe-se que a distribuição de cargos e liberação de verbas para emendas parlamentares foi uma estratégia para a aprovação da Reforma da Previdência [8]. Em governos passados, também eram indicados aliados políticos [9], porém havia espaço para a participação de movimentos sociais [10] e técnicos [11]. No governo Bolsonaro, a maior parte das nomeações concentraram-se em ruralistas [12] e militares [13]. Em outras oportunidades, o Presidente tentou atribuir ao Ministério da Agricultura a competência para demarcação de terras indígenas e quilombolas [veja aqui] e ampliou a permissão de armazenamento de armas para proprietários rurais [veja aqui]. Em 2020, O Presidente nomeou para cargos no Incra pessoas ligadas ao ‘centrão’ no intuito de solidificar sua base contra eventual processo de impeachment [14], a medida foi criticada, pois as pessoas contratadas ‘não têm competência’ nem ‘compromisso com a reforma agrária’ [15].

Leia análise sobre o avanço dos ruralistas no Incra.

14 ago 2019
 
Tipo de Poder
Poder Formal
Esfera
Executivo
Nível
Federal

Ministra Damares extingue órgãos colegiados como Gênero e Diversidade e Inclusão

Tema(s)
Administração, Gênero e orientação sexual, Participação da sociedade civil
Medidas de estoque autoritário
Ataque a pluralismo e minorias

A ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves, edita Portaria [1] que extingue seis órgãos colegiados considerados como não prioritários pela sua gestão [2]. Entre eles, destacam-se o de Gênero, cuja finalidade residia na promoção de ações para prevenir a violência de gênero e o de Diversidade e Inclusão, com a função era combater a violência contra LGBTs e outras minorias [3]. A medida segue o caminho adotado por outros ministérios a partir do decreto [4] de Bolsonaro determinando a revisão da permanência de colegiados [veja aqui] [5], muitos deles formados por membros da sociedade civil [6]. Em outras oportunidades, o governo interveio nos Conselhos Nacionais dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda) [veja aqui], do Meio Ambiente (Conama) [7] [veja aqui] e de Políticas sobre Drogas (Conad) [veja aqui]. A ministra tem uma relação conturbada com o tema de gênero e minorias, já tendo exposto seu posicionamento conservador nessa temática ao criticar a suposta ‘ideologia de gênero’ [veja aqui] e, desde que esteve à frente do Ministério, Damares não investe na construção da Casa da Mulher Brasileira – responsável pelo atendimento a mulheres vítimas de violência [8]. Além disso, a ministra edita nova Portaria extinguindo pontos importantes de respeito aos direitos humanos em empresas e entidades [veja aqui].

Leia as análises sobre as medidas de Damares à frente do Ministério, o tratamento dado pela ministra em temas como violência contra a mulher e política de direitos LGBT, bem como a importância da Casa da Mulher Brasileira.

15 ago 2019
 
Tipo de Poder
Poder Formal
Esfera
Executivo
Nível
Federal

Presidente Jair Bolsonaro determina a suspensão de radares móveis nas rodovias federais

Tema(s)
Transporte
Medidas de estoque autoritário
Redução de controle e/ou centralização

Por meio de despacho [1], o presidente Jair Bolsonaro determina ao Ministério da Justiça e Segurança Pública a suspensão de radares estáticos, móveis e portáteis em estradas federais até que o Ministério da Infraestrutura reavalie a regulamentação da fiscalização eletrônica de velocidade em vias públicas, no intuito de ‘evitar o desvirtuamento do caráter pedagógico e a utilização meramente arrecadatória’ desses equipamentos [2]. A Polícia Rodoviária Federal retira os radares, conforme a determinação presidencial [3], porém, a pedido do Ministério Público Federal, a Justiça Federal determina a realocação dos equipamentos, decisão que foi confirmada pelo Tribunal Regional Federal (TRF1) [4]. Nesse ínterim, o número de acidentes fatais nas estradas aumenta [5]. Meses antes, o Presidente determinou o cancelamento da instalação de 8.000 novos radares nas estradas federais [6], medida que foi criticada por técnicos e suspensa pela Justiça Federal [7]. Os atos praticados por Bolsonaro compatibilizam-se com sua crítica à denominada ‘indústria da multa’ [8] que, de acordo com o Presidente serve ‘para meter a mão no seu bolso, nada além disso’ e afirmou que o governo revisaria todos os contratos de radares para que ‘não sobrem dúvidas do enriquecimento de poucos em detrimento da paz do motorista’ [9]. De acordo com especialistas, a fiscalização tende a dissuadir certos comportamentos e a redução de radares vai na ‘contramão das melhores práticas’ [10]. O enfraquecimento da fiscalização também se faz presente na pauta ambiental do governo, que já empreendeu medidas como a exoneração de fiscais [veja aqui].

Leia mais sobre as consequências da suspensão dos radares nas rodovias federais.

15 ago 2019
 
Tipo de Poder
Poder Formal
Esfera
Executivo
Nível
Federal

Órgão de fiscalização do meio ambiente realoca fiscais que multaram presidente de Agência Federal

Tema(s)
Administração, Meio Ambiente
Medidas de estoque autoritário
Violação da autonomia institucional
Estado
Alagoas

O Instituto Chico Mendes de Preservação da Biodiversidade (ICMBio) transfere dois fiscais que trabalham na Área de Proteção Ambiental Costa dos Corais, em Alagoas, para cidades não litorâneas, apesar de especialistas em biomas marinhos [1]. A dupla foi responsável por multar, em 2016, a pousada do presidente da Embratur por descumprimento de regras que visam proteger o meio ambiente do local [2]. Documento interno do órgão apresenta como justificativa ‘decisão institucional’, quando a medida é tomada sem que tenha havido um pedido de remoção formulado pelos funcionários [3]. Servidores alegam que a remoção da dupla é feita como forma de retaliação aos profissionais [4]. O Ministério Público Federal (MPF) abre investigação para averiguar possíveis irregularidades nas transferências dos dois oficiais [5] e, em resposta à ação, o ICMBio desiste de transferi-los [6]. Assim como a multa ambiental que Bolsonaro sofreu por pesca ilegal foi anulada [veja aqui], a multa dirigida ao presidente da Embratur também é cancelada em março de 2020 [7]. As exonerações em órgãos do meio ambiente são frequentes. Em janeiro, o chefe do parque de Fernando de Noronha, crítico ao aumento do turismo na região, é exonerado [veja aqui], em agosto, o governo Bolsonaro exonera diretor do Inpe [veja aqui], e o ICMBio transfere especialista em golfinhos de Fernando de Noronha [veja aqui] e, em novembro, Bolsonaro pede providências contra servidor do Ministério do Meio Ambiente que o criticava nas redes sociais [veja aqui]. No ano seguinte, diretores do Ibama são exonerados [veja aqui] e o Ministro Ricardo Salles propõe flexibilizar políticas ambientais na pandemia [veja aqui].

Leias as análises sobre o histórico de demissões de técnicos por discordância com o governo, os rumos desastrosos da política ambiental de Bolsonaro e sua gestão no meio ambiente em 2019.

15 ago 2019
 
Tipo de Poder
Poder Formal
Esfera
Executivo
Nível
Federal

Ministério da Educação nomeia diretor-geral temporário para Centro Federal de Educação que não fez parte das eleições universitárias

Tema(s)
Educação, Liberdade Acadêmica
Medidas de estoque autoritário
Violação da autonomia institucional
Estado
Rio de Janeiro

Ministério da Educação (MEC) nomeia diretor-geral temporário para o Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca (Cefet-RJ) que não fez parte das eleições universitárias [1]. Em consulta à comunidade acadêmica do Cefet realizada em abril de 2019, Maurício Motta ficou em primeiro lugar, seguido de Sérgio Araújo (2º) e Hilário Gonçalves (3º) [2]. A chapa de Araújo (2º) contestou as eleições, sob fundamento de falta disciplinar de Motta (1º), através de recurso apresentado ao MEC [3]. O Conselho Diretor do Cefet, no entanto, homologou o resultado das eleições [4]. Em agosto de 2019, o ministro da Educação, Abraham Weintraub, nomeia Maurício Vieira como diretor-geral temporário [5], que não fez parte das eleições universitárias, sob justificativa de que ‘o processo eleitorial do Cefet-RJ estaria sob análise administrativa’ [6]. A nomeação é amplamente criticada por entidades sindicais [7] e manifestações estudantis [8], que apontam interferência do MEC e afronta à autonomia universitária. Em outubro de 2019, Weintraub troca a direção-geral da Cefet, substituindo Vieira por Marcelo Nogueira, que também não participou das eleições universitárias [9]. As nomeações temporárias são questionadas em ação popular, e somente em agosto de 2020, a Justiça Federal do Rio de Janeiro decide que a União e o Cefet procedam com a nomeação do 1º colocado nas eleições de abril de 2019 para o posto de diretor-geral [10]. Na decisão, é apontada ‘intervenção indevida’ do MEC e registrado que o processo de sindicância da pasta foi arquivado em maio de 2020, com despacho de Weintraub confirmando que não existiu falta disciplinar por parte de Motta [11]. Desde agosto de 2019, no entanto, o Cefet estava sob direção temporária. Em outras oportunidades, o presidente Jair Bolsonaro nomeou segundos e terceiros colocados para as reitorias das universidades federais do Ceará [veja aqui], do Triângulo Mineiro [veja aqui], dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri [veja aqui], e do Rio Grande do Sul [veja aqui].

Leia carta de repúdio de reitores eleitos, porém não nomeados, análises sobre as intervenções de Bolsonaro nas universidades federais e sobre outros ataques praticados pelo governo federal, e veja estudo sobre as atuais condições da liberdade acadêmica no Brasil – em inglês.

15 ago 2019
 
Tipo de Poder
Poder Formal
Esfera
Executivo
Nível
Federal

Ministra Damares extingue diretrizes do Código de respeito aos direitos humanos por empresas

Tema(s)
Administração, Gênero e orientação sexual
Medidas de estoque autoritário
Ataque a pluralismo e minorias

Damares Alves, ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, edita Portaria [1] para extinguir pontos do Código de Conduta e de Respeito aos Direitos Humanos para Fornecedores de Bens e de Serviços, cuja finalidade reside em garantir ‘conduta mínima ética, sustentável e respeitosa aos Direitos Humanos’ que se espera das empresas que fazem parcerias com o Ministério [2]. O Código [3], criado no governo de Michel Temer, define 12 princípios orientadores que devem ser seguidos, tais como o resguardo da igualdade salarial para cargos com atribuições semelhantes, independente de gênero, etnia, orientação sexual e o respeito à diversidade humana, com a adoção de políticas que viabilizem o preenchimento de vagas por minorias. O decreto que instituiu o Código previa a obrigatoriedade de especificação desses princípios em editais e contratos [4]. A Portaria, no entanto, derruba a obrigatoriedade, inclusive extinguindo a exigência de apresentação de relatório, com três meses de antecedência, sobre a implementação dos parâmetros previstos no Código pelas empresas [5]. Vale notar que, no mesmo mês, Damares exonera coordenadora geral do Conselho Nacional de Direitos Humanos (CNDH) após críticas ao governo [veja aqui] e, em setembro, assina portaria que altera diretrizes e ações estratégicas em direitos humanos objetivada pelo Ministério [veja aqui]. Em dezembro, o procurador-geral da República também afasta representante do Ministério Público do CNDH, o que é interpretado como nova forma de pressão [veja aqui].

Leia as análises sobre as medidas de Damares à frente do Ministério, o tratamento dado pela ministra em temas como direitos humanos e o relatório com as recomendações ao Brasil do Grupo de Trabalho da ONU sobre empresas e Direitos Humanos.

16 ago 2019
 
Tipo de Poder
Poder Formal
Esfera
Executivo
Nível
Federal

Bolsonaro diz que não vai liberar verbas para produções com temática LGBT na Ancine

Tema(s)
Cultura, Gênero e orientação sexual, Liberdade Artística
Medidas de estoque autoritário
Ataque a pluralismo e minorias

O presidente Jair Bolsonaro, em vídeo transmitido ao vivo nas redes sociais, critica obras audiovisuais que participam de edital de chamamento para TVs públicas na categoria ‘diversidade de gênero’ e aguardam autorização da Agência Nacional do Cinema (Ancine) [1]. Na ocasião, ele afirma que ‘garimpou’ filmes da agência que estavam na fase de captar recursos e diz que não vai liberar verbas [2], defendendo que seria um dinheiro ‘jogado fora’ por suposta falta de audiência [3]. Declara, ainda, que se a Ancine não fosse constituída por cargos com mandatos, ele já teria ‘degolado tudo’. Atualmente, a diretoria do órgão possui três pessoas com mandatos de 4 anos [4]. Dias depois (21/08), o Ministério da Cidadania suspende o edital de chamamento que já estava na fase final de seleção das produções e, no mesmo dia, o Secretário da Cultura pede demissão em razão de interferência indevida do governo na área [veja aqui]. As declarações são repudiadas pela associação de produtores de audiovisual [5] e pela equipe de um dos filmes citados pelo presidente [6], em que é denunciada a censura imposta aos projetos que buscam discutir a diversidade sexual. Vale notar outras medidas de interferência na área cultural. O governador do Rio de Janeiro censura peça de teatro com cena de nudez [veja aqui], Bolsonaro transfere conselho de cinema a ministério com gabinete no Palácio do Planalto e ameaça extinguir Ancine se não puder filtrar as produções [veja aqui] e veta campanha publicitária do Banco do Brasil que representava a diversidade racial, sexual e de gênero [veja aqui].

Leia as análises sobre as estratégias do governo Bolsonaro vistas como censura a produções culturais, os efeitos dessas ações para o cinema nacional e ouça o poscast sobre a caracterização de censura.

16 ago 2019
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