Tipo de Poder
Poder Informal
Esfera
Executivo
Nível
Federal

Bolsonaro levanta suspeita de conspiração midiática para derrubar seu governo e critica a cobertura da imprensa

Tema(s)
Imprensa
Medidas de estoque autoritário
Construção de inimigos

O presidente Jair Bolsonaro critica a cobertura da imprensa, acusando-a de estar ‘o tempo todo mentindo, distorcendo, difamando’ e levanta suspeita de conspiração por parte dos veículos de comunicação para derrubá-lo, mas declara que vai ser difícil por ter ‘coro duro’ [1]. Na ocasião, chama o jornal Folha de S. Paulo de ‘esgoto’ por ter veiculado reportagem sobre possível desvio de recursos em sua campanha [2] – repetindo crítica feita no dia anterior sobre a matéria. O ataque também é direcionado ao Correio Braziliense por ter publicado informação de que o presidente pretende encaminhar projeto de reforma administrativa que prevê acabar com a estabilidade dos servidores [3], afirmando ser uma ‘patifaria’ [4]. No mesmo dia, Bolsonaro ainda critica o jornal O Globo, afirmando ser falsa a reportagem [5] que afirmava que o governo queria o fim do monopólio da Caixa como operador do FGTS e alega que o interesse da notícia foi colocar o governo contra as regiões Norte e Nordeste [6]. Em 2020, Bolsonaro declara haver conspiração contra a sua gestão por parte de Rodrigo Maia [veja aqui] e diz estar convencido de que o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, ministro do Supremo Tribunal Federal e o governador João Doria (SP), aliaram-se para derrubá-lo [veja aqui]. Ele promove outros ataques à imprensa ao cancelar a assinatura com a Folha de São Paulo [veja aqui], excluí-la do edital do pregão eletrônico para contratação de assinaturas [veja aqui], publicar vídeo atacando emissora [veja aqui] e não renovar assinaturas de jornais impressos ao Palácio do Planalto [veja aqui]. No total, foram 116 ataques em 2019 [veja aqui] e 245 no primeiro semestre de 2020 [veja aqui].

Ouça sobre os ataques do presidente ao trabalho da imprensa.

07 out 2019
 
Tipo de Poder
Poder Informal
Esfera
Executivo
Nível
Federal

Bolsonaro chama denúncia de tortura em presídios de ‘besteira’ e encerra entrevista

Tema(s)
Segurança pública
Medidas de estoque autoritário
Legitimação da violência e do vigilantismo

O presidente Jair Bolsonaro chama de ‘besteira’ a denúncia do Ministério Público Federal (MPF) acerca do quadro de tortura retratado no sistema penitenciário paraense e encerra entrevista após ser questionado [1]. Em atendimento ao pedido do MPF, o coordenador da força-tarefa atuante no sistema carcerário do Pará, que é investigado pelas práticas de tortura, maus-tratos e abuso de autoridade, é afastado pela Justiça Federal [2]. Ainda, em resposta aos episódios de tortura sistemática nas unidades prisionais do Pará, como o ‘massacre de Altamira’ [3] [veja aqui], o governo brasileiro é denunciado na Organização das Nações Unidas (ONU) [4]. O caso sobre a rebelião no presídio paraense que resultou em 62 mortes [5] – já condenado em nota pela Comissão Interamericana de Direitos Humanos [6] – foi ironizado por Bolsonaro, o qual afirmou que apenas se manifestaria sobre o ocorrido ‘depois que eles [as vítimas] responderem’ [7]. Vale lembrar que em junho, o presidente assinou decreto exonerando 11 peritos do Mecanismo Nacional de Prevenção e Combate à Tortura (MNPCT) e retirando a remuneração do órgão [8]. Em novembro, o MNPCT publica relatório que conclui pela prática de tortura nos presídios do Pará [9], mas o novo interventor da força tarefa nega [10]. Em dezembro o Ministro da Justiça assina portaria que ignora recomendações formuladas pelo MNPCT [veja aqui].

Leia análises sobre o quadro de tortura observado no sistema penitenciário do Pará e em outros estados sob intervenção federal nos presídios.

08 out 2019
 
Tipo de Poder
Poder Informal
Esfera
Executivo
Nível
Federal

Bolsonaro veta notificação compulsória de serviços de saúde à polícia em casos de violência contra mulher

Tema(s)
Gênero e orientação sexual, Saúde
Medidas de estoque autoritário
Ataque a pluralismo e minorias

O presidente Jair Bolsonaro veta [1] projeto de lei (PL) [2] que modifica a Lei Maria da Penha (Lei 11.340/2006) para determinar a notificação compulsória de serviços de saúde pública e privada à polícia em 24h em casos de suspeita da prática de violência contra a mulher [3]. A lei já obrigava a notificação em caso de risco à vítima ou à comunidade; o PL de autoria da deputada Renata Abreu (PTN-SP) inova ao determinar o registro de indícios de violência no prontuário médico da paciente, o que segundo a parlamentar ajudaria a produzir dados estatísticos na ausência de boletim de ocorrência [4]. Segundo Bolsonaro, o veto integral é respaldado pelos Ministérios da Saúde e da Mulher, Família e Direitos Humanos que veêm ‘contrariedade ao interesse público’, uma vez que a notificação implicaria na identificação da vítima sem seu consentimento [5]. Igualmente, promotora especializada no enfrentamento à violência doméstica sinaliza ‘efeitos colaterais’ do PL, uma vez que o registro policial é um dos elementos que inibem as mulheres de procurarem ajuda [6]. Já para advogada criminalista, o veto é um ‘erro’, na medida em que o PL teria o potencial de aprimorar diagnósticos da política pública de enfrentamento à violência [7]. No mês seguinte, o Congresso Nacional derruba o veto presidencial, garantindo a obrigatoriedade da notificação por servidores da saúde [8]. Vale lembrar que em 2019, o governo federal retira compromisso de não violência contra mulher de edital de livros didáticos [veja aqui], extingue órgãos colegiados de prevenção à violência de gênero [veja aqui], o termo gênero deixa de ser usado pelo Itamaraty [veja aqui], e informações sobre a política de gênero são censuradas [veja aqui]. Em 2020, o governo tenta barrar medidas que ampliam direitos das mulheres na ONU [veja aqui], e promove conferência anti-aborto [veja aqui].

Leia análise sobre os efeitos da notificação obrigatória de violência doméstica por serviços de saúde.

10 out 2019
 
Tipo de Poder
Poder Informal
Esfera
Legislativo
Nível
Estadual

Deputados realizam ‘vistoria política’ em escola pública do Rio de Janeiro

Tema(s)
Educação
Medidas de estoque autoritário
Construção de inimigos

Os deputados Daniel Silveira (federal) e Rodrigo Amorim (estadual), ambos do PSL, realizam vistoria atípica em escola pública do Rio de Janeiro, o Colégio Pedro II [1]. A reitoria da unidade escolar chama a Polícia Federal por conta da ausência de autorização dos deputados ao adentrarem no local e o reitor do colégio acompanha a visita dos parlamentares, que filmam e fotografam trabalhos escolares com conotação política, como, por exemplo, mural que exibia notícias sobre mortalidade de jovens por conta de ações policiais [2]. Após o ocorrido, a autoridade escolar apresenta representação na Alerj contra os deputados, mas o Conselho de Ética decide arquivar a investigação [3]. Essa não é a primeira vez que agentes estatais tentam monitorar o ambiente escolar. Em abril deste ano, o Ministro da Educação (MEC) afirma que alunos têm direito de gravar professores em sala de aula [veja aqui] e, em setembro, o MEC enviou orientações para todas as secretarias estaduais e municipais de ensino do país sobre como manter um ambiente escolar ‘sem doutrinação’, que evite a veiculação de propaganda político-partidária [veja aqui]. Além disso, o governo vem empreendendo tentativas de reformulação do material escolar, em prol de suposta suavização de conteúdo e retirada de ideologia [veja aqui].

Leia análise sobre efeitos negativos dessa postura de agentes do Estado.

11 out 2019
 
Tipo de Poder
Poder Informal
Esfera
Executivo
Nível
Estadual

Governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, propõe fechar acesso a comunidades como forma de diminuir o roubo de cargas

Tema(s)
Segurança pública
Medidas de estoque autoritário
Legitimação da violência e do vigilantismo
Estado
Rio de Janeiro

O governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, ao discursar em evento propõe ‘fechar os corredores de acesso’ nas estradas para as entradas de comunidades, como solução para diminuir o roubo de cargas, ‘a pirataria, e o financiamento do tráfico’ [1]. O governador ainda completa que ‘não vai ter nenhuma invasão ao direito de ir e vir do cidadão’, uma vez que o controle de acesso seria realizado com a concordância dos moradores das comunidades, comparando a dinâmica proposta com aquela realizada em condomínios [2]. O projeto, que é previsto para o ano seguinte, ainda inclui ‘o controle de veículos suspeitos’ e o uso de aparatos como motos e helicópteros [3]. A proposta é criticada por deputada estadual da oposição, Renata Souza (PSOL-RJ), para quem a efetivação desse modelo implicaria em um ‘apartheid no Rio’ e reduziria mais ‘a péssima mobilidade de quem vive nas favelas’ [4]. Em nota o governo responde que a proposta segue diretrizes da política ‘Operação Segurança Presente’ e que terá apoio não só das policiais, como das empresas transportadoras [5]. Vale notar que esse tipo de prática de controle do acesso às comunidades já foi adotado durante a intervenção federal entre 2017 e 2018 [6]. Além disso, na semana anterior, Witzel já tinha defendido o fechamento das fronteiras do país como forma de impedir entrada de armas de países sul-americanos [veja aqui]. Em outras oportunidades, elogia o aumento do número de mortes pela polícia [veja aqui] e legitima violência contra morador em situação de rua [veja aqui].

Leia análise sobre o controle de acesso a comunidades cariocas durante a intervenção federal militar.

16 out 2019
 
Tipo de Poder
Poder Informal
Esfera
Legislativo
Nível
Federal

Eduardo Bolsonaro ofende ex-aliada política

Tema(s)
Gênero e orientação sexual, Posicionamento político
Medidas de estoque autoritário
Construção de inimigos

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) ofende a deputada Joice Hasselmann (PSL-SP) nas redes sociais [1]. Eduardo comenta em publicação da parlamentar a seguinte mensagem: ‘#DeixeDeSeguirAPepa’ [2]. A frase faz alusão ao personagem de desenho animado, Peppa Pig [3]. Em resposta, Hasselmann publica ‘Picareta! Menininho nem-nem: nem embaixador, nem líder, nem respeitado. Um zero à esquerda. A canalhice de vocês está sendo vista em todo Brasil’ [4]. Eduardo tem desferido acusações a parlamentar desde que ela passou a apoiar o Delegado Waldir (PSL-GO) para a liderança do PSL na Câmara, que também é disputada por Eduardo Bolsonaro [5]. Pouco mais de um mês após a publicação ofensiva, o Conselho de Ética da Câmara dos Deputados abre dois processos disciplinares contra Eduardo [6] [veja aqui], um para apurar apologia a volta do regime militar [7] e outro pela ofensa a Deputada Joice Hasselmann. A Secretária-Geral da Comissão de Direito Eleitoral da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) Maíra Recchia, configura as ofensas como gordofobia e violência política de gênero, ou seja, quando uma mulher que tem carreira pública é ofendida, agredida e perseguida em razão de ser do sexo feminino [8]. Recchia aponta que deve-se estabelecer um limite claro entre debate político e violência política de gênero, pois, ofensas no embate entre parlamentares ‘são comuns, mas, enquanto o homem é chamado de ladrão ou de burro, a mulher é atacada por questões pessoais normalmente relacionadas à aparência e a um suposto descontrole emocional’, argumenta a advogada [9]. Há, na Câmara dos Deputados, um projeto de lei para estabelecer a violência política contra mulheres como crime eleitoral. Ele prevê pena de três a oito anos de reclusão para quem cometer este tipo de violência [10]. Em 2021, o Conselho de Ética da Câmara decide por arquivar o caso e entende que Eduardo Bolsonaro não extrapolou suas funções parlamentares ao publicar as mensagens direcionadas à Joice Hasselmann [veja aqui].

Leia reportagem sobre os embates entre Joice Hasselmann e Eduardo Bolsonaro

19 out 2019
 
Tipo de Poder
Poder Informal
Esfera
Executivo
Nível
Federal

Ministro do meio ambiente critica Greenpeace e culpa a ONG por vazamento de óleo em praias

Tema(s)
Meio Ambiente, Participação da sociedade civil
Medidas de estoque autoritário
Construção de inimigos

Ricardo Salles, ministro do Meio Ambiente critica o Greenpeace e culpa a organização pelas manchas de óleo que apareceram no litoral nordestino [1] em diversos estados, sem origem identificada, no fim do mês de agosto [2]. O ministro ataca a organização pelo twitter duas vezes, na mesma semana em que ela fez um protesto contra as manchas de óleo em frente ao Palácio do Planalto [3]. Salles publica em sua rede social um vídeo editado da organização [4], no qual insinua que o Greenpeace não atua no combate às manchas de óleo; no entanto, a parte que demonstra os esforços de voluntários da organização atuando contra as manchas, foi cortada [5]. Dias após, o ministro volta a fazer críticas contra a organização, em novo post [6] Salles insinua que a organização é culpada pelo derramamento de óleo e utiliza uma foto de 2016 – como se fosse atual – para basear seu argumento [7]. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia,cobra posição oficial do ministério do Meio Ambiente pela acusação [8] [9]. Salles já havia sido criticado pela sua conduta no combate ao vazamento de óleo [10] [veja aqui], mas afirma agir sem alarmismo para que não houvesse prejuízo ao turismo da região [11]. O Greenpeace ajuíza ação por suposto crime de difamação no Supremo Tribunal Federal contra o ministro e cita fala de Salles que chama a organização de ‘ecoterroristas’ após ato em frente ao Plácio do Planalto [12]. O presidente Jair Bolsonaro, ao ser questionado a respeito dos comentários de Salles, crítica a organização chamando-a de terrorista e afirma que ela só atrapalhar [13].

Leia a análise sobre o vazamento de petróleo nas prais do Nordeste e Sudeste.

21 out 2019
 
Tipo de Poder
Poder Informal
Esfera
Executivo
Nível
Federal

Bolsonaro aventa isolar Argentina no Mercosul caso esquerda vença eleições

Tema(s)
Posicionamento político, Relações internacionais
Medidas de estoque autoritário
Construção de inimigos

Durante viagem internacional ao Japão, o presidente Jair Bolsonaro responde sobre as eleições presidenciais na Argentina e afirma que a vitória da chapa de esquerda formada por Alberto Fernández e Cristina Kirchner poderia ‘colocar em risco todo o Mercosul’ [1]. Segundo o presidente, a escolha da chapa de esquerda dificultaria a abertura econômica e comercial do bloco, o que justificaria uma articulação do Brasil com Uruguai e Paraguai para exclusão da Argentina [2]; nas palavras de Bolsonaro, seu governo buscará dificultar a ascensão de grupos de esquerda e o retorno da ideia de ‘pátria bolivariana’ [3]. As declarações ocorrem no contexto de ataques do presidente [veja aqui] e seu filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL – São Paulo) aos protestos de esquerda que ocorrem no Chile [veja aqui]. Três dias depois, a chapa Fernández-Kirchner é eleita [4], e o país segue no bloco. Após a vitória do partido de esquerda, Bolsonaro volta a se pronunciar: diz que não pretende parabenizar Fernández, mas que deve esperar desdobramentos de sua atuação política antes de se ‘indispor’ com o governo argentino [5]. Em outras oportunidades, o presidente critica governos de esquerda na ONU [veja aqui], diz que pessoas de esquerda não devem ser tratadas como ‘normais’ [veja aqui], busca classificar movimento social como ‘terrorista’ [veja aqui] e ameaça demitir funcionário público por suposto comportamento ‘sindicalista’ [veja aqui].

Leia análise sobre as relações entre Brasil e Argentina.

23 out 2019
 
Tipo de Poder
Poder Informal
Esfera
Executivo
Nível
Federal

Bolsonaro classifica manifestações como ‘atos terroristas’ e Governo monitora como enfrentar possíveis manifestações

Tema(s)
Forças Armadas
Medidas de estoque autoritário
Construção de inimigos

O presidente Jair Bolsonaro classifica como ‘atos terroristas’ os protestos ocorridos no Chile, onde o presidente Sebastian Piñera mobilizou as Forças Armadas (FAs) para reprimir manifestações [1]. Bolsonaro afirma que o governo tem monitorado reuniões da sociedade civil a fim de antever possíveis manifestações anti-governo e que está em diálogo com o Ministério da Defesa para que as tropas estejam preparadas para ‘fazer a manutenção da lei e da ordem’ [2]. Sua declaração menciona o artigo 142 da Constituição [3], que prevê como função das FAs a defesa da Pátria, garantia dos poderes constitucionais e da lei e da ordem [4]. O presidente ainda comunica que recebeu informes sobre possíveis reuniões e atos preparatórios para manifestações anti-governo [5]. Após as declarações, 32 organizações da sociedade civil enviam ofício à Procuradoria dos Direitos do Cidadão cobrando explicações sobre os monitoramentos aos protestos [6] e, em resposta, o órgão afirma que está acompanhando indícios de ameaça ao exercício de direitos [7]. No ano seguinte, Bolsonaro critica a atuação da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), afirmando que teria um sistema privado de informações melhor [veja aqui], em contexto de investigações sobre sua interferência indevida em órgãos do Estado [veja aqui]. Além disso, em resposta às declarações do governo sobre o artigo 142, os Ministros do Supremo Tribunal Federal declaram que a Constituição não coloca as FAs como poder moderador [veja aqui].

Leia as análises sobre o artigo 142 da Constituição, a inexistência de intervenção militar constitucional e as reivindicações populares no contexto de protestos no Chile.

24 out 2019
 
Tipo de Poder
Poder Informal
Esfera
Legislativo
Nível
Federal

Eduardo Bolsonaro exalta torturador da ditadura militar

Tema(s)
Ditadura e memória
Medidas de estoque autoritário
Legitimação da violência e do vigilantismo

Ao receber o colar do ‘mérito legislativo’ na Assembleia Legislativa de São Paulo, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) ataca os adversários da legenda, defende aliados e exalta o coronel Brilhante Ustra [1], ex-chefe do DOI-CODI em São Paulo, local de repressão de opositores da ditadura militar, e reconhecido como torturador pela Justiça [2]. Eduardo, ao ouvir da plateia a frase ‘Ustra livre’, afirma que ‘Ustra vive’, pois ‘Ustra não está preso, o Ustra nunca foi preso, não é? Ele prendia vagabundo, ao contrário’ [3]. E rememora a fala de seu pai, o presidente Jair Bolsonaro, que, enquanto deputado federal, dedicou seu voto pelo impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, presa e torturada durante a ditadura militar [4], ao torturador Brilhante Ustra [5]. Eduardo afirma que a fala do pai é ‘emblemática’ e mostra que, com a ‘verdade’ é possível ‘combater qualquer coisa’ e alcançar os objetivos [6]. O deputado também critica a discussão sobre gênero nas escolas [7]. Dias depois, Eduardo afirma que ‘se esquerda radicalizar’ a solução pode ser um ‘novo AI-5’ [veja aqui] e, em outra oportunidade, propõe ‘revisão histórica’ de livros didáticos sobre ditadura militar [veja aqui]. O Presidente Jair Bolsonaro exalta Ustra por diversas vezes [veja aqui], como ‘herói nacional’ [veja aqui] e indicando o livro do torturador para estudantes [veja aqui]; também defende a ditadura na ONU [veja aqui] e no dia do golpe militar [veja aqui], assim como outros membros [veja aqui] do seu governo [veja aqui]. O governo Bolsonaro ainda está em constante embate com a chamada ‘ideologia de gênero’ [veja aqui], especialmente nas escolas [veja aqui].

Leia sobre os momentos em que a família Bolsonaro exalta a ditadura militar, quem era o torturador Brilhante Ustra segundo suas vítimas e como a exaltação ao coronel naturaliza as violências praticadas no regime militar

25 out 2019
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