O presidente da República, Jair Bolsonaro, em evento comemorativo aos 160 anos da Caixa Econômica Federal, chama, em tom debochado, a imprensa de ‘minha adorada’ e afirma que a mídia ‘nunca teve tanta liberdade quanto em meu governo’ [1]. Bolsonaro ainda lamenta ‘a censura às mídias sociais’ e, contrário às evidências, afirma que a imprensa ‘tem liberdade demais, de sobra’ [2]. Desde o começo de seu governo, o presidente contabiliza diversos ataques à imprensa: em 2019, foram registrados, ao menos, 116 ataques [veja aqui]; só no primeiro semestre de 2020 foram registrados 245 ataques [veja aqui] e, em levantamento mais recente, em todo o ano de 2020, teriam sido registrados 580 ataques contra jornalistas vindos dos filhos do presidente, assessores, ministros e dele próprio [veja aqui]. Vale lembrar também que Bolsonaro já se negou a falar com jornalistas porque, para ele, ‘a mídia inventa tudo’ [veja aqui], acusou emissora de ‘deturpar’ os fatos e chamou-a de ‘lixo’ [veja aqui]; defendeu boicote à mídia e atacou, diretamente, a jornalista Vera Magalhães – colunista do jornal Estado de S. Paulo [veja aqui]; mandou, em tom agressivo, repórteres calarem a boca e se negou a responder perguntas referentes a suposta interferência na Polícia Federal [veja aqui], ao ser questionado sobre o ‘caso Queiroz’ [veja aqui]; disse que a ‘vontade era encher a boca [do repórter] de porrada’ e, em outra oportunidade, chamou o repórter de otário [veja aqui]. Por hostilidades vindas de apoiadores do governo, empresas de comunicação já suspenderam as atividades de cobertura jornalística do Palácio do Alvorada [veja aqui]. Em julho de 2020, Bolsonaro foi denunciado no Conselho de Direitos Humanos da ONU por ataques a 54 mulheres jornalistas [veja aqui], e, em relatório anual da ONG Repórteres sem Fronteiras, sobre liberdade de imprensa, o Brasil registrou queda pelo segundo ano consecutivo [veja aqui].
Veja análise sobre ataques virtuais contra imprensa e linha do tempo que elenca ataques do presidente contra jornalistas e a mídia.